terça-feira, 31 de outubro de 2017

O paradoxo da existência de Deus


Quando eu era criança, uma das coisas que eu fazia que mais irritava os adultos era perguntar coisas sobre Deus. E a pergunta que mais deixava os adultos desconfortáveis era "quem fez Deus?" Se você for parar para pensar, a origem de Deus é algo muito curioso, porque só existem duas possibilidades: ou Ele surgiu do nada, ou Ele sempre existiu. E qualquer uma dessas duas possibilidades leva a crer que a existência de Deus não tem o menor sentido. Na verdade, esta mesma pergunta se aplica ao universo. Ou o universo surgiu do nada, ou ele sempre existiu. Não é necessário um deus para fazer um universo que surgiu do nada ou que sempre existiu. Eliminando Deus desta equação, nós apenas poupamos um passo e concluímos que colocar divindades nessa história é o mesmo que acrescentar um zero à esquerda.

Abaixo vou deixar uma tirinha do Carlos Ruas que simplifica o meu pensamento sobre Deus neste sentido (clique para ampliar):


segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O Brasil virou um hospício


O Brasil, de uns tempos para cá, tem se parecido cada vez mais com uma terra de birutas completamente alucinados. Um estrangeiro que olhe para o Brasil no nosso atual momento terá a nítida impressão de que além de sermos analfabetos politicamente falando, também somos um bando de transtornados acometidos por uma grave desordem mental. Como se não fosse suficiente toda essa polarização exacerbada que culminou, recentemente, no festival de pancadaria e intolerância entre grupos opositores na UFPE, temos que aturar também uma implicância cada vez maior com tudo que vai contra a moral de certos grupos ativistas tanto da direita quanto da esquerda. Se duvida, basta você dar uma olhada em algumas das últimas notícias que circulam na web.
Do lado conservador, é bandeira do Japão sendo confundida com bandeira comunista; é capa de disco do Pink Floyd, em paródia da Polenguinho, sendo confundida com militância LGBT; é marca de sabão em pó (OMO) sendo acusada de doutrinação de gênero justamente ao combater a doutrinação de gênero; é marca de cosméticos (Avon) sendo acusada de "racismo reverso" ao desconstruir estereótipos de princesas; é um monte de rabiscos numa exposição do Santander sendo censurados por serem contra a "moral e os bons costumes"; é um homem despido num museu sendo acusado de pedofilia por ter sido tocado no pé por uma menina na presença da mãe e de outros adultos...
Do lado progressista, é a tentativa de censura do filme de comédia do astrólogo da quarta série; é criação de uma 'lei antibaixaria' para proibir o financiamento público de canções que supostamente ofendam às mulheres; é comercial de cerveja vetado por ser "sensual" demais; é cantora sendo acusada de racismo por incluir dançarinos negros no seu videoclipe... Ou seja: estamos entrando em um estado de esquizofrenia patológico vendo problemas onde não há. Como se não bastasse o retrocesso político e econômico, temos que aturar também toda essa paranoia tanto de progressistas quanto de conservadores com sede de censura. Ou seja, o Brasil é um país repleto de doidos autoritários.
Que saudade daqueles tempos que loucura não era coisa séria...

Caricatura não intencional do Brasil atual

domingo, 29 de outubro de 2017

Os jornalecos de Pernambuco


O estado de Pernambuco é um dos estados brasileiros que tem a pior imprensa do país e do mundo. Dando uma olhada rápida nas manchetes dos três principais jornais pernambucanos já dá para se ter uma ideia do tamanho do desastre. Uma mostra a venda do pré-sal como algo "positivo segundo os especialistas", o outro se omite diante do golpe e dos golpistas e o outro parece ter um caso de amor com o governo do Estado. Mas de todos eles, o pior, de longe, é o Jornal do Commercio, do oligarca José Carlos Paes de Mendonça, que não passa de um panfleto direitista sem maior qualidade editorial, empenhado na defesa dos interesses do capital local subordinado ao grande capital nacional e internacional. Não só o jornal, mas também todo o Sistema JC, que abrange ainda uma emissora de tevê, emissoras de rádio e portais de notícias na web. Cinicamente, promovem as ideias neoliberais e omitem as opiniões contrárias. O Sistema não publica sequer cartas enviadas pelos leitores, se elas expressarem opiniões contrárias aos interesses do proprietário e das classes dominantes em nível nacional. Artigos divergentes da opinião oficial do jornal? Nem pensar! Direito ao contraditório? No jornal, nunca. Às vezes, numa emissora de rádio. Discretamente. É o antijornalismo em seu estado mais cru. Como bem disse Gustavo Conde, os jornais brasileiros viraram especialistas em fantasias, 'declaracionismo' - sic, monofonia, obviedade e repetição.
Todos estes jornais passam por crises tremendas, já demitiram uma batelada de profissionais e o fim deles, pelo menos no meio impresso, é inevitável. Não farão falta alguma.

Um pior que o outro.

O único jornal que se salva de fato em Pernambuco é a edição local do Brasil de Fato. Este, sim, está preocupado em trazer fatos, investigação, liberdade, descoberta, ineditismo, denúncia, interpelação, argumentação, debate, relato, diversidade, consistência narrativa e texto de qualidade. Pena que, por ser uma mídia progressista, é muito pouco conhecido no Estado. Mas isso há de mudar.

Taí um jornal sério.

PS: Este texto foi adaptado da matéria e dos comentários do post sobre a mídia pernambucana do blog O Cafezinho.

sábado, 28 de outubro de 2017

Olavo tem razão outra vez...


O título deste post não é irônico, realmente Olavo de Carvalho tem razão outra vez. Desta vez a crítica do velhote foi ao grupelho fascistinha MBL que nada mais foi que massa de manobra das elites e agora se prostituem descaradamente para os corruptos do PMDB e PSDB. O vídeo da crítica do Olavo ao MBL segue no fim do post.

PS: Sério mesmo: eu estou começando a ficar com medo de estar virando um olavete sem perceber... Mas não é que o "filósofo" tem razão desta vez?


sexta-feira, 27 de outubro de 2017

É o capitalismo, baby!


Vimos muitas coisas lamentáveis no feudalismo, no escravismo, no socialismo e nos modos de produção primitivos. Mas somente no capitalismo vemos governantes entregarem bilhões para "salvar" os bancos privados enquanto a população carente morre por inanição nas ruas sem qualquer assistência, entregue à violência, às drogas e às doenças.

É neste mundo que você quer continuar a viver?

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Políticos só funcionam sob pressão


A quem os políticos servem? De quem os políticos têm medo? O que move e estimula os políticos a tomarem certas decisões? Você alguma já se fez essas perguntas? Pois as respostas para elas trazem a solução para todos os problemas do Brasil.

Essas reformas ultra liberais promovidas pelo governo Temer na maior cara de pau do mundo são a prova de que a maioria dos políticos governam exclusivamente para si mesmos e para a elite financeira. A maioria não dá a mínima para o povo. Tirar direitos trabalhistas, atacar a aposentadoria e subfinanciar os investimentos em saúde e educação NÃO são medidas feitas para o benefício do povo: são medidas realizadas para beneficiar justamente as elites. Isso só mostra que os políticos sentem medo da elite e nunca do povo. E isso faz bastante sentido, porque se eles não obedecem à elite, sofrem golpes, cassações e até assassinatos. Já se eles não obedecem ao povo, o que acontece? Não acontece nada. Para eles atenderem aos interesses do povo, eles precisam sentir MEDO do povo assim como eles sentem medo das classes dominantes.

Se o povo soubesse que revoluções são possíveis, que tomar o poder é possível, que guilhotinar geral é possível, que dar um reboot no sistema é possível e que a população colocar medo nos políticos é o que mantém uma democracia de pé, pode ter certeza que eles não estariam fazendo essa barbárie contra a população mais pobre e contra os trabalhadores. O povo não sabe que tem esse poder porque é mantido alienado, conformado e submisso pela lavagem cerebral midiática e pela má educação. Mas no dia que o povo souber se impor, aí, sim, haverá democracia. A burguesia sempre se impôs pela força e criou todo um sistema para atender aos seus interesses. Por que a classe proletária também não pode fazer o mesmo? Será que precisamos esperar ainda pelo aumento do desemprego, dos impostos e das desigualdades sociais para fazer algo?

Um político realmente assustado faz qualquer coisa que a população quiser. Qualquer coisa mesmo! Nunca se esqueçam disso.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Os cinco momentos mais emocionantes dos games


Como hoje eu estou a fim de falar de um tema mais light, resolvi então deixar a seguir, em ordem crescente, cinco dos momentos mais comoventes que vi e vivi nesses meus quase trinta anos de jogador videogame. Serão cinco momentos de cinco jogos que marcaram a minha vida de gamer.
PS: Haverá spoilers a seguir.

5 - Tomb Raider 2013 - A legítima defesa de Lara
Este reboot da série é cheio de momentos intensos e de emoção à flor da pele. Mas de todos os momentos difíceis deste game, o momento em que Lara mata um homem pela primeira vez foi o que mais mexeu comigo. A cena da morte do algoz da Lara ocorre num contexto de terror onde ela é traída por um colega e fica por um triz de ser assassinada por um maníaco. A morte do homem que a atacou ocorre numa situação desesperada de legítima defesa que marca de maneira traumática o inicio da transformação de Lara.


4 - Shadow of The Colossus - A queda de Agro
O momento que mais me marcou nesta obra prima dos games foi quando a égua Agro caiu do penhasco no caminho para o último colosso para poder salvar Wander. Isso pode parecer uma coisa meia tola, mas essa égua é a nossa única companhia durante todo o jogo que é absolutamente silencioso e solitário durante quase todo o game. E quando Agro cai do penhasco, sensação de perda e desolação é dilacerante.


3 - The Last of Us - A morte de Sarah
O único game desta lista que eu não joguei não está aqui por acaso. A cena da morte da filha do protagonista Joel, a Sarah, é tão dolorosa, intensa e cruel que até para alguém que nunca jogou o game ela foi marcante. A primeira vez que assisti a essa cena foi na gameplay do canal do Zangado, se não me engano. E eu fiquei realmente comovido com a morte da garota e com a dor inconsolável do pobre Joel.


2 - The Witcher 3 - O reencontro com Ciri
The Witcher 3 tem dois momentos que foram marcantes para mim. O primeiro foi o aguardado reencontro entre Geralt e Ciri. A cena do reencontro de ambos é uma das mais bonitas dos games e é um dos raros momentos onde vemos o bruxão deixar escapar resquícios de seus sentimentos que não foram totalmente destruídos no teste das ervas.
O outro momento marcante foi a Batalha de Kaer Morhen, que é a sequência de batalhas mais épica e cinematográfica que vi em um jogo de videogame. Lembro de ter ficado muito tenso e ansioso na primeira vez que fiz essa missão, porque a Caçada Selvagem foi com seu poder máximo contra a fortaleza dos bruxos que estava em desvantagem total. E no final da batalha, um dos personagens mais queridos e importantes da série acaba morrendo heroicamente.


1 - Life is Strange - O sacrifício de Chloe
O momento mais emocionante de todos os games que já joguei foi, sem dúvida, o final doloroso de Life is Strange. O game possui diversos momentos carregados de emoção, mas o final onde Chloe morre é de amolecer o mais duro dos corações. No meu caso, foi a primeira vez na vida que eu chorei jogando videogame. E isso só aconteceu porque eu me envolvi inteiramente com a história e me apeguei emocionalmente às personagens. Chegou a um ponto do game que dava para sentir que a Max estava apaixonada de verdade pela amiga, porque ela a apoiava em tudo, até nas coisas mais erradas só para salvar a pele dela. Na verdade, fui eu quem me apaixonei pela Chloe e as ações da Max só refletiam o que eu sentia. E o que ocorreu no final do game foi devastador para quem realmente gostou da Chloe e do seu relacionamento com a Max.
Enfim, LIS foi o game mais emocionante que joguei tanto na quantidade quanto na intensidade das emoções que experimentamos durante este belíssimo game.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Bolsonaro não é solução para coisa alguma


Muita gente já me aconselhou a parar de falar sobre Jair Bolsonaro com a alegação de que é inútil discutir com um bolsominion. Mas teimoso que sou, vou insistir na mesma tecla.

O grande problema que eu tenho notado é que as pessoas dispostas a votar em Jair Bolsonaro estão pensando de forma precipitada e imediatista. Eles querem que Bolsonaro vire presidente para fazer coisas que são deveres do poder legislativo, e não do executivo. Não cabe ao executivo legislar sobre o uso ou não de armas, sobre a castração química, sobre a pena de morte, sobre a "doutrinação" nas escolas, sobre a "ideologia de gênero", sobre a redução de impostos e sobre as condutas morais da sociedade. Tudo isso é função do poder legislativo, ou seja: dos deputados e senadores. Ao presidente, como representante máximo do executivo, cabem as medidas orçamentárias, a administração dos recursos públicos, as medidas para gerar mais empregos, a política externa e as decisões para gerenciar o Estado. O executivo aplica as leis do legislativo. O máximo que o executivo faz com relação às leis é sancionar ou vetar projetos e editar medidas provisórias. Para Bolsonaro poder fazer o que os seus eleitores querem que ele faça, ele teria que fazer alianças que o seu pequeno partido, o PEN (agora Patriota), não tem condições de fazer. Isso o obrigaria a governar através de medidas provisórias – coisas que Collor já tentou fazer e não deu certo.
A moral da história é que Bolsonaro não terá condições de cumprir suas promessas de campanha. Provavelmente será impichado no primeiro ano de governo, porque ele mesmo já mostrou que não está disposto a ceder aos corruptos para governar. E quem não faz coalizões com os corruptos em uma democracia representativa de maioria corrupta, jamais conseguirá se manter no poder. Essa é a dura verdade.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Os EUA não são exemplo para nada


Muita gente acha que os Estados Unidos são um exemplo para o mundo de liberdade, democracia, política e economia bem sucedida. Mas isso não é verdade. O que os EUA mostram ao mundo o tempo inteiro são exemplos de violência, intolerância, racismo, desigualdade abissal, invasão de países, destruição de povos, devastação do meio ambiente e uma sociedade pautada no consumismo. Nem democracia há nos EUA, porque o bipartidarismo fictício de lá é um teatro montado pelas oligarquias como meio de se perpetuarem no poder. Ter "vencido" a Guerra Fria não tornou o modelo capitalista estadunidense justo. Os EUA fracassaram como nação e não são um exemplo a ser seguido.

domingo, 22 de outubro de 2017

Allejo, o mito


Quem jogou Inernational Super Star Soccer (ISSS) com a seleção brasileira deve se lembrar do maior jogador de todos os tempos, ele mesmo: o inigualável Allejo! O eterno camisa 7 que fez sucesso nos campos virtuais de 16 bits é lembrado com muito carinho pela velha guarda que cansou de fazer gols de tudo quanto é jeito com este super craque.
Na época que o ISSS chegou nos consoles, lá em 1995, como a produtora Konami não quis (ou não pôde) usar os nomes reais dos atletas de cada seleção, então eles optaram por nomes fictícios. Allejo seria o 'substituto' do Bebeto no game do SNES e do Ronaldinho no Nintendo 64. Porém, ele acabou ganhando uma identidade própria, especialmente por ter os seus atributos bastante acima da média. O resultado é que Allejo era um tremendo de um apelão com a bola nos pés. Allejo, devido aos seus feitos, chegou a ser comparado com Pelé, Zico, Garrincha, Sócrates e outros. Havia até um comunidade no Orkut que dizia que Allejo era melhor que Pelé e queria vê-lo convocado para a seleção.

Eu me lembro que na época de outro do SNES havia até uma disputa saudável entre o Allejo do ISSS e o Janco Tianno do Fifa, porque os dois eram craques supremos da seleção canarinho nos dois jogos. Um dream team teria obrigatoriamente que ter os dois. Mas a verdade é que Allejo era insuperável tanto em habilidade quanto em carisma. A mitologia criada em torno dele foi tamanha que em 2013, a Konami resolveu trazê-lo de volta aos gramados no PES 2014.
Por tudo isso, Allejo é o maior jogador que nunca existiu. E este post é uma pequena homenagem a este craque eterno que sempre viverá nos corações dos jogadores mais antigos.


A seguir, alguns vídeos que não me deixam mentir sobre o craque:



sábado, 21 de outubro de 2017

Camisas criativas


Um colega meu que quer trabalhar no ramo de camisetas me pediu umas dicas de como se destacar no mercado. A minha dica principal foi: procure inovar! Procure criar camisas originais que as pessoas sintam muita vontade de usar. E aí citei vários exemplos que achei tão bacanas que mereceram uma postagem neste blog.
É claro que também dei a este meu colega uma série de outras dicas, tais como estudar o mercado, como se inserir no mercado, como definir o público-alvo, como cuidar da publicidade, como administrar o próprio negócio e outras coisas básicas que a gente aprende na faculdade. Mas para esta postagem, vou deixar apenas alguns exemplos criativos de camisas que podem ser produzidas a preços não muito altos e que são bastante originais. Saca algumas ideias:

Dog face 3D

Axl face 3D

Fosforescente

Animada com led

Angry monkey

Redesenhável

Ilusão de ótica

Interativa

Neon

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

O presidente usurpador e a volta do autoritarismo


Ontem eu vi um cidadão comentar num post qualquer do Facebook que Temer é um ditador. Eu concordei em partes. Temer usurpou o poder através de um golpe comprado, está tomando medidas totalmente antidemocráticas e está se safando de maneira absolutamente canalha da justiça. Ditadores costumam fazer essas três coisas, mas ainda estão faltando a censura da imprensa, a permanência vitalícia no cargo (sem eleições) e o uso da coerção para esmagar os opositores. Porém, pelo medo que Michel Temer tem de perder o foro privilegiado, eu não duvido que, em mais uma trambicagem política, ele dê um "jeitinho" de se manter na presidência para além de 2018. E aí, sim, com a democracia totalmente mutilada, ele poderá abrir as portas para formas mais agressivas de governo. E isso seria tão perigoso quanto uma ditadura militar.


A alta burguesia já percebeu isso e, pelos níveis de aprovação de Temer, há, sim, o risco, ainda que minúsculo, de um levante popular. É melhor para a burguesia que ela tente retomar o controle do Estado de forma legal antes que ocorra uma insurreição popular e esse jogo vire contra ela. E o risco maior nisso tudo está no aumento de tributos que será inevitável a longo prazo. Então imagine um presidente altamente impopular, que está reduzindo os programas sociais, que está trazendo o Brasil de volta para o mapa da fome, que faz vista grossa para relativização do trabalho escravo, que é completamente corrupto e que ainda aumenta os impostos para sustentar a corrupção de seus comparsas... O aumento de impostos seria o grande estopim para uma revolta dentro da classe média. Esses neoliberais de apartamento, por exemplo, iriam todos enlouquecer com uma medida dessa, já que, para eles, imposto é roubo – e nesse caso, até eu concordaria com eles. Isso tudo sem falar no desemprego e na violência, que tendem sempre a crescer em governos incompetentes e corruptos.


O fato é que Michel Temer está colocando o Brasil numa situação perigosa que poderá trazer a volta do autoritarismo em breve. Enquanto a democracia não for restaurada, jamais teremos uma normalidade institucional neste país.
Diretas já!

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Diga-me com quem andas e te direi quem és!

Não tenho nada a declarar neste post, porque as imagens a seguir falam por si só. Cada um que tire as próprias conclusões.

Primeiro, veja com quem anda o "mito":







Agora, veja com quem anda o "ladrão":







quarta-feira, 18 de outubro de 2017

O melhor texto sobre moralismo que já li


Como já cansei de repetir aqui, o moralismo é uma doença: uma praga que só serve para manter intocado tudo aquilo que há de pior na espécie humana. Esses boçais que protestaram contra o homem pelado no museu, contra as brincadeiras de criança fora do padrão heteronormativo e contra os livros "doutrinadores do MEC" são todos uns apedeutas que perpetuam, mesmo sem querer, o véu da hipocrisia que protege a pedofilia, o estupro, a misoginia, a homofobia e o fanatismo religioso no mundo. Esse moralismo medieval que só serve para culpar as vítimas e manter preconceitos históricos intocados é o maior câncer da nossa sociedade. Ao vetarem o questionamento, a crítica e o conhecimento científico, essa turba de apedeutas que usam as crianças e a religião como escudos para blindar a própria hipocrisia só consegue tornar o mundo um lugar ainda pior.
Posto isso, o texto que vou deixar a seguir é um desabafo sincero da Dalvinha Brandão onde todas as vísceras da hipocrisia da nossa sociedade são expostas sem nenhum falso pudor. O texto é tão bom que digo, sem medo, que foi o melhor texto sobre (falso) moralismo que eu já li. Segue na íntegra:

Indecente é o seu moralismo

"O moralismo cria o contexto perfeito para o abuso sexual de crianças. Não é a nudez. Não precisa de gente pelada para haver abuso. Precisa da intenção de abusar, pode acontecer de roupa.

Uma amiga foi abusada pelo tio. Ela era pequena, o tio colocava ela no colo, na sala, diante da família toda. Ficava de pau duro, se esfregando nela. Um dia ela foi fazer uma pergunta pra mãe sobre isso. Levou um tapa na cara. A família toda muito religiosa.

O Brasil, país majoritariamente cristão e extremamente conservador, tem um dos maiores índices de abusos de crianças no mundo. Não é por acaso. A moralidade cristã faz da nossa população um bando de hipócritas compulsivos. O cristianismo é uma holding especializada em criar pecados e vender perdões. Como a máfia italiana - a propósito, muito devota - eles cobram pra proteger a população deles mesmos. Não venham culpar a performance. Não venham culpar o funk. Não venham culpar a arte. O Brasil cristão sempre gostou, e muito, de estuprar criancinhas. E sempre detestou ser lembrado disso. Se a arte faz alguma coisa é criar um plano de escape dessa moral venenosa.

Se alguém resolvesse seguir à risca as regras que o cristianismo impõe, não poderia viver em sociedade. Todo mundo sabe que não é viável. Mas o sistema que eles criaram é bem inteligente: não é viável, ninguém consegue, e é assim que as igrejas lucram. Dando culpa e vendendo conforto, dando culpa e vendendo conforto, como se fosse crack. Todo mundo faz, todo mundo finge que não viu o seu, todo mundo fica espionando os outros, todo mundo fica com medo de ir pro inferno, todo mundo precisa da igreja pra ser salvo, todo mundo fica aliviado, todo mundo começa a pecar de novo.

Há poucos meses um grupo de pais saiu às ruas de Rondônia querendo proibir um livro didático. O livro era de ciências. O motivo era uma ilustração de um pênis, no capítulo onde se tratava do aparelho reprodutivo. Uma das mães entrevistadas alegou que a ilustração era muito "avançada para a faixa etária do filho". Qual era a faixa etária? Chutem. 4? 5 anos de idade? Não, gente, 13. O filho dela tinha 13 anos e o livro era voltado ao 8º ano do ensino fundamental.

Agora, digamos que uma criança como esse menino sofresse um abuso - torço pra que não, embora as estatísticas concorram pra isso - como ele poderia contar isso pra uma bosta de mãe dessas, que prefere se convencer de que seu filho de 13 anos não sabe que tem pênis do que lidar com a realidade? É assim que os abusos se perpetuam. Pela moralidade. Essa moralidade torta, doente, autopunitiva, mentirosa, hipócrita, que encontra um prazer doloroso na culpa e na vigília dos pecados alheios.

Cada vez que eu vejo um comentário "em defesa das nossas crianças" eu tenho vontade de ir lá e chutar a boca da pessoa pessoalmente. Os brasileiros estão pouco se importando "as nossas crianças". Quando duas meninas são estupradas por oito homens adultos na Bahia, são chamadas de vagabundas e ameçadas até terem que mudar de cidade. Quando políticos administram redes de prostituição e tráfico infantil, se reelegem, são condenados e descondenados, ficam soltos. Quando os casos acontecem nas suas famílias, ficam em silêncio, preferem não falar nada. E se as crianças forem indígenas, pretas, pobres, nas periferias das cidades, são até capazes de dar uma risadinha safada. São uns bostas.

Falam "deixem as nossas crianças", "deixem as crianças serem crianças", "não falem de homossexualidade com as nossas crianças", "não deixem as nossas crianças saberem que corpo existe", "tirem sua arte de perto das nossas crianças". E largam as crianças ignorantes, sem saber de nada, reprimidas, com medo de si mesmas, de tudo, sem coragem de perguntar nada, de falar nada, vulneráveis. Fazem filhos por obrigação, não cumprem com a responsabilidade de entender e conversar com os filhos, não querem que ninguém converse, porque são preguiçosos demais pra lidar com isso. São uns bostas. Uns bostas que acham que as crianças são propriedade deles. Não mexam com os nossos impostos, não mexam com as nossas crianças. Pra eles é a mesma coisa, propriedade.

Tive uma babá que engravidou aos 16. O cara tinha uns 30 e poucos, era primo dela. Ela cuidava de mim quando eu tinha uns nove, oito anos. Falava de sexo o dia inteiro, sem parar. Sabia todas as piadas mais sujas, trazia as revistas pornográficas dos irmãos dela pra me mostrar. A gente ficava lendo os contos eróticos. Só que nem eu nem ela conseguíamos entender nada daquilo direito. A gente achava que pinto era oco, não conseguia entender direito onde entrava, achava que entrava por um buraco e saía por outro. Não tinha ninguém pra explicar. E nenhum dos dois fazia nenhuma relação entre aquilo e gravidez. Quando ela engravidou já não trabalhava mais lá em casa. Uns meses depois que o bebê nasceu encontrei com ela na rua. Ela me contou que foi descobrir só com sete meses. Achava que era verme. Mas não entendia como tinha acontecido. Não sabia que o cara fazer xixi dentro dela engravidava. Obviamente o cara sumiu da cidade, ela ficou com o bebê sozinha. Se tivesse abortado, seria chamada de assassina.

Uma menina de nove anos era estuprada pelo padrasto. Ficou grávida, de gêmeos. Uma menina de nove anos, pesando pouco mais de 30kg, grávida de gêmeos. O que os nossos bons cristãos, nossas famílias de bem fizeram? Se mobilizaram? Se mobilizaram sim, pra acabar com a vida da menina. Quando ela foi ao hospital abortar, amparada pela mãe e pelas duas situações legais em que o procedimento é permitido - gravidez decorrente de estupro E com risco de vida à gestante - estavam lá as nossas boas famílias, protestando, querendo impedir. Querendo fazer uma menina de nove anos levar até o final uma gravidez de risco, decorrente de um estupro, mesmo que ela morresse, porque aborto é assassinato. Assassinos são eles. E estupradores. E porcos. Como foi porco aquele pedaço de esterco mofado chamado Dom José Cardoso Sobrinho, Arcebispo do Recife, cuja única iniciativa diante do ocorrido foi pedir a excomunhão de todos os integrantes da equipe médica. Oferecer uma ajuda, um dinheiro? Se inteirar da situação? Criar um fundo pra beneficiar crianças vítimas de abuso? Nã-não. Excomunhão. É essa a contribuição que ele pode fornecer. E ainda tá vivo o desgraçado. Que morra com muita dor. Muita. São meus votos. Pra ele e pra cada um dos bandidos que foi pra frente daquele hospital protestar.

Agora eu não tenho dó de moralista. Não tenho um pingo de afeto. Se a gente quer dividir o mundo entre cidadãos de bem e degenerados, já escolhi o meu lado faz tempo. Ou escolheram pra mim, porque eu nunca ia aguentar aquele perfume barato de hipocrisia e desodorante masculino. Não quero conciliação com essa gente, quero guerra, quero treta. Quero estar nos pesadelos deles. Onde eu puder e onde eu estiver, vai ter guerra. Seja simbólica, seja jurídica, seja na porrada. Não vão ganhar, não têm a menor chance, porque são imbecis."

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Combater a pobreza virou coisa de esquerdista?


Hoje é o dia 17 de outubro: Dia Internacional para Erradicação da Pobreza. É um dia em que deveríamos, no mínimo, refletir sobre a situação de desigualdade do nosso país e do resto do mundo. Porém, parece que esta preocupação só está ligada às pessoas de esquerda. Digo isso porque enquanto a direita está preocupada com homem pelado num museu, com comercial de sabão em pó e com rabiscos em exposições; a esquerda está preocupada justamente com as injustiças sociais, com os miseráveis, com os trabalhadores e com as minorias oprimidas.
Daí que vejo, por isso, direitistas dizendo que a "esquerda quer tomar o monopólio das virtudes para si". Mas o que impede a direita de fazer o mesmo? Ao invés de ficar com esse discursinho conservador sem vergonha, por que a direita também não defende um mundo menos injusto? A esquerda não tem culpa da direita de hoje ter se tornado idólatra do mercado, entreguista, reacionária e demofóbica. Quais são as ações práticas que a direita tem dado como exemplo para dizer que fez algo pelos mais pobres?
Pelo visto, combater a pobreza e ter um pingo de amor pelo próximo virou coisa exclusiva de esquerdistas. Quem diria...