sexta-feira, 30 de abril de 2021

Anvisa e Globo não merecem credibilidade alguma


Não há mais como esconder a má fé da Anvisa no boicote político à vacina russa Sputnik V. Está comprovado que tudo não passa de uma politicagem pró-estadunidense para que o Brasil compre as vacinas do eixo G7, como bem esclareci neste post. Ora, se a vacina russa é tão "maligna" quanto diz a Anvisa, então por que mais de 20 milhões de pessoas a tomaram e não tiveram qualquer reação? A desculpa esfarrapada de que a vacina é composta de vírus replicante, potencialmente perigoso à saúde humana, é uma balela que não tem lastro na realidade. Afirmar que o vetor replicante da vacina é elemento suficiente para condená-la é, sim, confissão de ignorância e incompetência profissional. Isso porque a vacina AstraZeneca – aprovada pela Anvisa – usa o mesmo princípio da Sputnik e possui a mesma tecnologia de fabricação.

Quanto ao tipo de adenovirus utilizado em ambas vacinas, deve ser esclarecido que a AstraZeneca usa vírus retirado de rim de chimpanzés, enquanto a Sputnik utiliza adenovirus retirado de orofaringe humana.  Ao condenarem a Sputnik, os técnicos deixaram de considerar que o vírus utilizado pela vacina russa é um vírus absolutamente domesticado, amplamente disseminado nas populações humanas e incapaz de produzir qualquer doença detectável. Esqueceram de dizer que o vírus do chimpanzé é, potencialmente mais perigoso.

Mas não é só Anvisa que está contribuindo para mais mortes por Covid-19 no Brasil. O Grupo Globo, a pedido dos seus financiadores norte-americanos, publicou nesta semana uma reportagem totalmente tendenciosa na GloboPlay com a clara intenção de difamar o Instituto Gamaleya durante uma visita as suas instalações. Isso torna a Globo, juntamente com a Anvisa, cúmplice do genocídio brasileiro, porque quanto menos vacinas, mais gente irá morrer, obviamente.

Na minha humilde opinião, Anvisa e Globo tinham que ser processadas internacionalmente por calúnia e difamação contra a Rússia e o instituo Gamaleya. E mais grave que isso, tinham que responder criminalmente por dificultar o acesso do país a mais vacinas e pelas mortes a mais que causarão pela falta delas.


quinta-feira, 29 de abril de 2021

Massacre


Chegamos hoje, em números oficiais, a 400 mil vidas perdidas no Brasil para a Covid-19. É, simplesmente, a maior tragédia da nossa história. Nem vou mencionar o descaso e a omissão do governo federal na progressão desses números, porque isso é fazer chover no molhado.

Não sei porque, essa conjuntura toda me lembra de uma música dos Titãs que, apesar de ter sido escrita há mais de trinta anos, sempre que a escuto, ela me soa cada vez mais atual.

 

MASSACRE

Massacre! Massacre de uomo!
Matança! Matança de dona!
Eu vi, eu vi, eu vi, eu vi, eu vi
En jornal nacionale!

El Duce! El Duce en Itália!
El Führer! El Führer en Germânia!
Brazil, Brazil, Brazil, Brazil, Brazil
Aldeia Globale!

Massacre! Massacre de uomo!
Matança! Matança de dona!
Eu vi, eu vi, eu vi, eu vi, eu vi
En jornal nacionale!

Massacre!
Massacre!
Massacre!

quarta-feira, 28 de abril de 2021

Politicagem sobre a Anvisa agravará genocídio brasileiro


Qualquer pessoa que não more dentro de uma caverna longe da civilização já deve ter percebido que o negacionismo bolsonarista é o maior responsável pelo agravamento da pandemia no país. Mas, para piorar, há também uma disputa de protagonismo e de hegemonia global na produção e comercialização das vacinas. É claro que há, simultaneamente, uma guerra interna do (des)governo federal contra os governadores que estão tentando adquirir as vacinas. Só que o fator geopolítico está sendo mais preponderante nessa história.

A lambança envolvendo as vacinas começou quando o governo de São Paulo tentou adquirir a vacina chinesa Coronavac à revelia do (des)governo federal. Daí começaram os ataques mentirosos contra o governador de São Paulo, o acusando de "traição à pátria", de "comunismo" e de outros absurdos por optar pela vacina chinesa para salvar os brasileiros. A Coronavac, vítima de ondas e mais ondas de fake news, ficou apelidada, inclusive, de "vachina" pelo gado bolsonarista. E agora, como é de praxe, foi a vez do ataque à vacina russa Sputnik V quando os governadores do país se organizaram para adquiri-la. Só que dessa vez o bolsonarismo foi mais esperto: deixou a Anvisa sem informações suficientes para aprovar a vacina russa.

Note que não é mera coincidência que as vacinas fabricadas pela China e pela Rússia – países que encabeçam o bloco do Brics – sejam justamente as mais hostilizadas pelo (des)governo brasileiro. O (des)governo Bolsonaro tem um alinhamento ideológico descarado com os países do G7, formados por Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão. Esses países do G7 protagonizam há anos uma espécie de nova "Guerra Fria" contra os países do Brics, boicotando-os e aplicando sanções diversas contra os mesmos, especialmente contra a Rússia. Perceba que a maioria desses países do G7 também boicotaram a vacina russa. Então, meus amigos, não existem coincidências nessa história. O que ocorre, além do negacionismo e genocídio deliberado, é uma politicagem asquerosa e criminosa para que o Brasil só adquira os restos das vacinas produzidas pelos gigantes do capitalismo ocidental.


Apesar de ser vítima nessa história toda, a Anvisa – que foi aparelhada pelo governo negacionista – se recusa, numa unanimidade burra, a revelar a verdade sobre os bastidores. É o (des)governo Bolsonaro que está trabalhando para a não aprovação da vacina. Agora, reprovar a vacina Sputnik com as desculpas mais toscas e contraditórias imagináveis da maneira como fizeram, torna a Anvisa cúmplice de um genocídio. 

Alegar que a Sputnik V não é confiável é, em primeiro lugar, um insulto aos russos, que jamais fabricariam em larga escala, exportariam para dezenas de países e vacinariam a própria população em massa com uma vacina ineficaz ou perigosa. Em segundo lugar, é um insulto também contra os mais de 60 países que aprovaram a Sputnik V, como se seus cientistas e órgãos regulatórios fossem todos irresponsáveis, burros e genocidas para com a própria população. Em terceiro lugar, há uma intenção óbvia do governo federal em desmoralizar os governadores com essa medida. Em quarto lugar, como citei anteriormente, os países que boicotaram a vacina russa ou são do G7, ou então estão alinhados ao G7. Em quinto lugar, a vacina principal aprovada pelo Brasil, a da Astrazeneca, foi rejeitada em diversos países e, além de ter uma eficácia relativamente mais baixa, há relatos de vários efeitos colaterais. Só que essa vacina a Anvisa aprovou sem qualquer desculpa.

Se ainda resta alguma dúvida de que caminhamos a passos largos rumo a uma carnificina ainda maior por conta dessa politicagem criminosa, basta ficar de olho nos números. Em breve chegaremos a 400 mil mortos; meses depois, a meio milhão; um milhão... Vidas essas que seriam poupadas se a politicagem e o negacionismo não fossem tão atrozes no Brasil.

domingo, 25 de abril de 2021

O racismo é irmão siamês do capitalismo


Se tem uma coisa que me deixa bastante indignado é ver o tanto de gente que, por desonestidade ou desinformação, gosta de tratar Cuba e EUA como se fossem iguais na questão do racismo. Notavelmente, ambos países possuem, sim, racismo – mas o que ocorre em Cuba é muito diferente do que ocorre nos EUA. O racismo cubano existe de maneira mais branda e residual, enquanto que nos EUA ele é muito mais agressivo e estrutural. Isso porque o capitalismo gera naturalmente mais racismo. Por ser um sistema que estimula a competição, o capitalismo dá para a classe média branca empobrecida a ideia – especialmente em tempos de crises – de que os "não brancos" (latinos, negros, orientais, muçulmanos, etc) querem "roubar" os seus empregos e seus privilégios. Daí o crescimento da xenofobia, do racismo e da extrema-direita como um todo especialmente na centralidade do capitalismo. Você não vê em Cuba, por exemplo, policias brancos espancando ou exterminando cidadãos de pele escura por qualquer motivo (ou sem motivo nenhum). O racismo em Cuba ocorre mais em casos isolados e está presente devido a um contexto histórico de exploração dos povos afro descendentes na América Latina como um todo. Ou seja: ele é, essencialmente, herança dos tempos anteriores à Revolução Castrista. Tanto é que em Cuba não há fascistas, não há xenofobia ou essa extrema-direita rancorosa para requisitar seu direito à supremacia. Já nos EUA, o racismo vive sendo retroalimentado e sempre piora nos tempos de crise e desemprego.

Portanto, nunca cometa o erro de achar que o capitalismo é igual ou menos pior que o socialismo quando se trata de racismo. Enquanto em Cuba o racismo é combatido de maneira estrutural através da educação, nos países capitalistas ricos ele é socialmente fomentado.

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Sabe por que existem países ricos e pobres?

 

A imagem acima é autoexplicativa. Países ricos e pobres existem graças à dinâmica exploratória do sistema capitalista. O capitalismo, para quem não sabe (ou finge não saber), é um jogo de soma zero, ou seja: para existirem países ricos, é necessário que existam países pobres. Riqueza não surge do nada: ela vem ou do trabalho, ou da exploração dos que trabalham. Sabe por que o EUA é o país mais rico do mundo? Simples: porque ele investe mais em tecnologia, industrialização e poder bélico. Os países pobres também tentam investir em tecnologia, industrialização e poder bélico. O problema é que eles são rapidamente boicotados, sabotados, saqueados, pilhados, minimizados e explorados pelos países ricos que não querem concorrência. Políticas ultraliberais, embargos, lawfare e medidas de transferência de renda advindas do Consenso de Washington destroem qualquer ambição de qualquer país em desenvolvimento em se tornar rico um dia. O Brasil é um bom exemplo disso. As políticas neoliberais têm se tornado cada vez mais agressivas na terra descoberta por Cabral. Isso porque temos um potencial enorme para incomodar as grandes potências econômicas. Veja o nosso programa nuclear e a nossa base de Alcântara, por exemplo. Ambos foram sabotados pelas políticas de guerra híbrida estadunidenses. O que os países do G7 querem é a nossa dependência econômica: querem que sejamos um país extrativista que vende matéria-prima quase de graça para eles e, em troca, importamos produtos industrializados de alto valor agregado.

Portanto, esqueça esses argumentos racistas de que brasileiro é preguiçoso, de que japoneses e norte-americanos são mais inteligentes, de que somos um bando de vira-latas corruptos e outras tolices que nos cegam diante da real causa das desigualdades. Temos que lutar pelo fim do capitalismo, porque enquanto ele existir, viveremos para sempre em um planeta divido entre pobres e ricos.


terça-feira, 13 de abril de 2021

Lava-Jato foi arma de guerra imperialista contra o Brasil


Desde o início da Operação Lava-Jato que a esquerda brasileira grita para o mundo inteiro ouvir que essa operação foi uma armação política coordenada pelos EUA. A esquerda foi, apesar dos apelos, ridicularizada e estigmatizada. Porém, como não há mentira que dure para sempre, a verdade foi exposta nua e crua pela imprensa progressista com a divulgação das conversas indecorosas da turma da República de Curitiba: conversas essas capturadas pelo hacker Walter Delgatti Neto. 

A confirmação dos fatos saiu em um artigo recente do Le Monde, da França, que mostrou detalhadamente como a Lava-Jato serviu aos interesses do Departamento de Estado Norte-Americano. A função da Lava-Jato, como todos agora já devem saber, era de destruir a economia brasileira, de falir as nossas empresas de construção civil, de impedir a nossa autonomia diante da descoberta do Pré-Sal e de sabotar o nosso elo econômico com os Brics. Até mesmo o almirante Othon Pinheiro, pai do programa nuclear brasileiro, foi preso com acusações falsas para destruir o nosso projeto de defesa. Tudo não passou de uma estratégia bem-sucedida dos Estados Unidos para minar a autonomia geopolítica brasileira. Globo, Moro, Dallagnol e companhia limitada são, tão somente, traidores da pátria que protagonizaram o maior escândalo judicial na história do planeta. Nunca se viu o lawfare ser aplicado de maneira tão descarada e atroz como ocorreu no Brasil: fato este que estará didaticamente estampado nos livros de história do futuro. 

O neoimperialismo capitalista é exatamente isso: destruição e pilhagem de nações abaixo da linha do Equador para enriquecer as que estão acima. Enquanto o capitalismo não for superado, pode ter certeza que mais operações como a Lava-Jato irão surgir para fomentar ainda mais as desigualdades entre os seres humanos. É neste mundo que você quer continuar a viver?

segunda-feira, 12 de abril de 2021

Imagina se fosse o PT...


Em um dia trágico qualquer durante o auge da pandemia do coronavírus, Boçalnaro mandou o seguinte questionamento: "Imagina se o Haddad estivesse no meu lugar". Não é difícil de imaginar. Pelo histórico de lutas do Partido dos Trabalhadores, pelo seu comprometimento com as causas populares e pela administração responsável da capital paulista, fica evidente que um governo Haddad seria, no mínimo, MUITO MELHOR. Seria tudo ao contrário do atual (des)governo: a pobreza não teria aumentado, o auxílio emergencial de R$ 600 duraria até o fim da pandemia, teríamos um avanço na vacinação muito maior, o lockdown já teria sido feito há tempos, milhares de vidas seriam poupadas, não teríamos novos bilionários surgindo durante a pandemia, não teríamos farra com leite condensado superfaturado...  Enfim, a lista é grande.

Mas como optamos pelo Golpe, pela prisão ilegal do Lula e pela eleição de um miliciano autoritário, apedeuta e negacionista, agora temos que lidar com as consequências dos nossos atos irresponsáveis. E não adianta chorar o leite derramado. Quem apoiou o golpismo lavajatista sabia dos riscos de despertar o fascismo ao desrespeitar a democracia. O resultado agora é essa tragédia que já está fazendo o número de mortes superar o de nascidos.

Se em sã consciência você afirmar que com o PT seria pior, aconselho que procure um psiquiatra. Você não está bem.


quinta-feira, 8 de abril de 2021

O capitalismo é a ditadura do poder econômico


O pensamento individualista, consumista e egoísta do capitalismo segue uma lógica simples: se eu sou aquilo que eu tenho, então os fins justificam os meios. Nesse sistema, se eu sou um canalha, não importa. O que importa é que os meus bens materiais e meu poder aquisitivo definam o que eu sou. Ou seja, criamos um vale-tudo moral na busca de atingirmos nossas ambições pessoais, mesmo que isso prejudique os nossos semelhantes. Daí que o capitalismo premia implicitamente quem joga sujo, quem parasita, quem dá golpes e quem passa os outros para trás. Bilionários, por exemplo, são a prova viva desse fato. O capitalismo é, portanto, uma selvageria, um sistema anticivilizatório que favorece e naturaliza todo tipo de sociopatia e competição em nome do dinheiro e do lucro. Um sistema onde os mais ricos governam e impõem fome, miséria, guerras e devastação ambiental para maximizar seus lucros é autodestrutivo e, por isso, está fadado ao fracasso no longo prazo.

E não pense você que esses capitalistas de sucesso um dia poderão ser bonzinhos com o resto da humanidade. Esse bando de burgueses safados que parasitam a classe trabalhadora e dominam o mundo num culto macabro ao "deus mercado" nunca largará seus privilégios e sua avareza, porque essa é justamente a essência que os mantém indefinidamente com o controle do real poder. Mas há uma luz no fim do túnel. A população oprimida que serve de hospedeira para esses plutocratas pode, unida e politizada, derrotar a lógica cruel e desumana desse sistema. E o nome dessa batalha entre nós (99% da população) e eles (1% da população) chama-se Revolução Socialista. É o socialismo que irá derrotar o capitalismo. Ou será isso, ou iremos todos deixar de existir como espécie nessa imensa esfera azul chamada Terra. Chega dessa ditadura sangrenta e autodestrutiva do capital. Democracia, qualidade de vida e justiça social de verdade só será possível no socialismo.


quarta-feira, 7 de abril de 2021

A maior tragédia da nossa história


Ontem, dia 6 de abril de 2021, o Portal da Transparência divulgou que o Brasil registrou 11.774 nascimentos e 12.181 óbitos entre os dias 1 e 6 de abril, 407 mortes a mais que o número de nascimentos. É a primeira vez na história que o Brasil registra um decréscimo em sua curva populacional. Nem durante as guerras e outras pandemias este fato ocorreu. As mais de 4.200 vidas perdidas em um único dia (ontem) para a Covid-19 mostram que o descaso do poder público diante da pandemia é o maior responsável pela tragédia que estamos vivenciando.

Tragédia anunciada.

Apesar de algumas pessoas discordarem da hipótese da aplicação do darwinismo social durante esta pandemia, eu acredito que somente essa atitude eugenista explica o negacionismo convicto do poder executivo diante da carnificina que estamos presenciando. A postura irresponsável do presidente da república não me parece desleixo ou preguiça: me parece uma ação proposital para atingirmos uma pretensa imunidade de rebanho ao custo de milhares de vidas. Isso é extermínio deliberado, porque novas variantes do vírus irão surgir e não há como se ter controle algum sobre isso. Fora que o pensamento eugenista é absolutamente nazista e criminoso, porque expõe os grupos de vulnerabilidade social ao extermínio. Pobres, trabalhadores, idosos, negros e mulheres são os mais atingidos pelo vírus. E pessoas desnutridas, pessoas com baixa imunidade e pessoas com comorbidades são as maiores vítimas fatais. Está ocorrendo, independentemente de haver intenção ou não, uma seleção artificial de pessoas que serão deixadas para morrer. Isso precisa ser parado com medidas radicais e urgentes. A vacinação precisa acelerar e o auxílio emergencial precisa ser aumentado e ampliado para que as pessoas tenham um mínimo de condições de sobreviver em isolamento até atingirmos de forma segura e responsável a imunidade de rebanho. Do contrário, continuaremos a bater recordes cada vez mais macabros.

terça-feira, 6 de abril de 2021

E o Yahoo Respostas chega ao fim

Ao acessar o Yahoo Respostas hoje pela manhã, dei de cara com a seguinte mensagem:

 

Bad news...

Ou seja: o lendário site Yahoo Respostas será apagado para sempre da internet! A partir do dia 20 de abril de 2021, o site ficará disponível apenas no modo leitura. E a partir do dia 4 de maio de 2021, ele sairá do ar definitivamente. Segundo o informado pelo Yahoo, o site sairá do ar por queda contínua no número de usuários e por questões econômicas.

Essa notícia pode parecer irrelevante para muitos, ainda mais diante do caos causado pela pandemia do coronavírus. Mas o fato é que eu não poderia deixar de dar relevância ao fim de um site que me introduziu na internet. O YR surgiu em 2005 (2006 no Brasil) com usuários fazendo perguntas e respondendo uns aos outros em várias categorias diferentes como se fosse um jogo por conter um sistema de pontos. Eu entrei no site em fevereiro de 2008, época em que o site ainda tinha o layout verde e só podíamos usar avatares na foto. A minha pergunta de estreia por lá foi se uma terapia de vidas passadas em pessoas que nasceram cegas poderia comprovar se a reencarnação existe de alguma forma. E de lá até hoje foram centenas de perguntas e milhares de respostas que dei e recebi. 

 

Saudades desse layout.
 

Foi no YR que conheci também grandes amigos e alguns deles fazem parte da minha vida até hoje (alguns deles seguem também este bloguinho). Alguns usuários lendários também marcaram a história do site, como Ruy Freitas, Manuh, Cesar G, Adalberto S, Scarlet, Kéfren, SR SPOCK, Zé Caparica, Star, Tio Zod, Injuriada, Évelim e tantos outros. Apesar de nunca ter deixado de usar o site, nos últimos anos, eu reduzi bastante a participação nele por falta de tempo e interesse. O YR mudou negativamente o layout, a diagramação, a maneira de interagirmos com outros usuários e trouxe pouca inovação. Isso tudo talvez tenha trazido um desinteresse geral no site para muitos usuários.

Um dia como outro qualquer no YR.

Uma coisa boa que ficou foram as histórias para contar. Tivemos épocas onde celebridades participavam do site como forma de chamar mais usuários, épocas onde ganhávamos pontos dobrados e épocas sombrias onde várias contas foram excluídas. Este bloguinho mesmo surgiu numa época em que os trolls estavam excluindo todas as minhas perguntas e respostas no site. Então aqui acabou virando um refúgio onde pude expressar minhas opiniões livre de censuras e perseguições. Inclusive, tivemos uma época que muitos usuários fizeram uma "greve" no YR por conta das exclusões injustas de perguntas. Bons tempos aqueles...

Eu criei várias contas no YR, entre as mais relevantes, criei a conta principal Klindo Kloid (nome de um dos meus personagens) e Seu Peru (um personagem homossexual cheio de bom humor e amor para dar, gluglugluglu kkkk). Foram anos e anos de aprendizado, amizades e diversão. Não seria exagero dizer que o 'Iarrú', de certa forma, mudou minha vida.

Enfim, descanse em paz, Yahoo Respostas.

segunda-feira, 5 de abril de 2021

Sistema de graduação para corredores


Todos os esportes possuem seus níveis de evolução: fato. Porém, esses níveis só costumam ser hierarquizados de forma didática nas artes marciais, onde cada grau de evolução é reconhecido por uma faixa colorida (obi) amarrada na cintura. Esportes como judô, karatê, kung fu, jiu-jítsu e taekwondo são conhecidos por utilizar essa didática. Esse sistema de graduação é necessário para saber em que nível cada praticante está e também para não misturar os treinos (e competições) de um iniciante com um intermediário ou de um intermediário com um avançado. Apesar de ser um esporte mais individualizado, na corrida de rua ocorre algo muito parecido.

Cada vez mais grupos de corrida se formam com muitas pessoas treinando juntas. Mas o treino de um iniciante não pode ser o mesmo de um veterano. Foi baseado nisso que eu aproveitei a ideia do vídeo do Sérgio Rocha, do Corrida no Ar, para aperfeiçoar a proposta dele de separar os níveis dos corredores em faixas. Mas diferentemente do que o Serjão propôs, eu não divido os níveis por categoria específica de prova. Eu utilizo um sistema mais abrangente para que cada atleta possa acompanhar a sua evolução rumo ao nível avançado. Este sistema foi desenvolvido baseado na minha experiência própria com o esporte e através de vários vídeos e artigos sobre corrida que indicam como ocorre a evolução na corrida de rua.


O nível máximo dentro de esportes de combate costuma ser a faixa preta. Na corrida de rua também. O faixa preta é alguém que atingiu o nível mínimo para ser considerado um atleta de nível avançado. Isso, na corrida de rua, equivale, minimamente, a treinar há pelo menos 5 anos regularmente ou então conseguir correr a distância mínima de uma prova (5 km, no caso) no ritmo abaixo de 4 minutos por quilômetro (o famoso pace sub 4), que equivale a correr acima de 15 km/h. Essa velocidade/pace é considerada um ritmo forte que é alcançado apenas pelos corredores amadores mais obstinados. Lembrando que o sistema de classificação que eu proponho é para amadores e, no caso dos níveis mais avançados, engloba também os corredores veteranos e profissionais. 

Ordem das faixas para adultos no jiu-jitsu.

O sistema de faixas que eu proponho se baseia na hierarquia de graduação do jiu-jítsu, que é o mais popular no Brasil. Mas diferentemente da arte suave, aqui não há tempo mínimo ou máximo para permanecer em cada faixa. Lembrando que devemos dar um passo de cada vez, por isso a necessidade de condecorar cada degrau da nossa evolução com uma faixa simbólica cada vez que batemos nossos recordes ou percorremos uma distância nova. Esse sistema também serve de referência para comparar a sua evolução pessoal como corredor no decorrer do tempo.

A elite dos faixas pretas.

Um aspecto importante a ser considerado é que nem todo mundo começa pela primeira faixa, que é a faixa branca. A faixa branca é para os iniciantes nível zero, que não correm nada, que nunca correram ou que estão sedentários há muito tempo. Pessoas que já praticaram corrida e depois pararam, pessoas que praticam outros esportes, pessoas que já possuem um bom condicionamento físico ou que tenham uma genética boa para ser corredora já começam de faixas um pouco mais avançadas.


Cores e ordem das faixas dos corredores.

Uma informação indispensável antes de apresentar o sistema de graduação é que só ensina corrida quem é profissional formado em educação física. Um corredor veterano pode orientar com relação aos fundamentos básicos e servir de pacer (guia), mas ele não é um treinador: ele não prescreve planilhas de treino e nem vai se responsabilizar se você se lesionar ou passar mal. É claro que você pode até começar a correr sozinho, mas será muito melhor para sua saúde se tiver alguma orientação profissional, mesmo que à distância. Muita gente desiste da corrida logo no início porque não teve orientação e achou que a corrida é algo muito difícil, cansativo e dolorido – e não é para ser assim. A corrida é para ser uma atividade agradável, prazerosa, recompensadora e até mesmo viciante. São muitos benefícios para o corpo e para a mente quando fazemos da corrida um estilo de vida.


Muito bem, caro corredor. Vamos agora aos critérios (ou méritos) que indicam que faixa você possui na corrida. Vou separar as faixas entre iniciantes, intermediárias e avançadas por uma questão pedagógica. Ah, e é óbvio que essas faixas são apenas simbólicas, porque ninguém vai sair por aí com uma faixa colorida amarrada na cintura durante uma corrida – exceto se for para segurar as calças mesmo, ehehe.

INICIANTES:


FAIXA BRANCA
Requisitos:
- Receber um ok do seu médico (cardiologista).
- Conseguir trotar.
O que significa essa faixa:
O faixa branca é o iniciante que está dando seus primeiros passos no mundo da corrida: é alguém que está partindo literalmente do zero. A faixa branca marca a quebra da inércia, onde a vontade de correr supera a preguiça ou o sedentarismo para dar início à construção de um novo hábito. Em geral, o faixa branca ou está buscando emagrecer, ou está querendo ganhar condicionamento físico, ou simplesmente buscando um esporte barato e fácil de praticar. Alguns mais ambiciosos estão se preparando para correr sua primeira prova de 5 km ou então se condicionando para a corrida do TAF (teste de aptidão física) dos concursos de polícia, bombeiros ou Forças Armadas.

Esta é a única faixa a ter graus de evolução (assim como temos no Jiu-jítsu), onde cada grau é representado por uma tira de esparadrapo colocada na faixa. Cada grau da faixa branca equivale a cada quilômetro que você consegue correr de forma contínua. Por exemplo, se você consegue correr até 2 km direto sem andar, você é um faixa branca de grau 2. Já se conseguir correr 3 km direto, aí é grau 3. Vai até o grau 4, porque o grau 5 já marca a graduação na faixa seguinte.

É indispensável que o faixa branca faça um treino de adaptação gradual da caminhada para a corrida. O iniciante precisa ter em mente que é fundamental também fazer um trabalho de aquecimento antes das corridas e o fortalecimento muscular ou em academias, ou através de treinos funcionais. Isso vai ajudar a superar essa fase de adaptação onde dores e contusões são comuns. Como um faixa branca ainda não tem o corpo adaptado para a corrida, ele precisa começar aos poucos, sem pressa, tanto para ir acostumando a musculatura e ossos com o impacto, quanto para ir ganhando fôlego. Também é importante já nesta faixa começar a aprender sobre os quatro fundamentos da corrida (resistência, força, flexibilidade e equilíbrio) e as técnicas básicas para uma corrida eficaz através de exercícios educativos. A cadência de passos, o tamanho da passada, a pisada, a entrada do pé, a posição correta dos braços, a postura adequada e a respiração precisam começar a ser trabalhados desde cedo para se ter vida longa na corrida. O iniciante deve treinar de 2 a 3 vezes por semana com um volume baixo para evitar sobrecargas.

FAIXA CINZA
Requisito:
- Completar os 5 km em qualquer tempo acima de 30 min.
Tempo médio para ganhar a faixa: 2 meses de treino.
O que significa essa faixa:
Neste nível, você já superou a barreira dos 4 km e consegue completar uma prova de 5 km sem caminhar. Essa graduação é bastante simbólica, porque é a partir dela que você inicia pra valer no mundo da corrida de rua e ganha as suas primeiras medalhas. Lembre-se que conseguir correr continuamente por mais de 30 minutos não é para qualquer um e precisa de um trabalho bem feito de fortalecimento muscular para evitar lesões. É na faixa cinza que um novo mundo começa a se abrir para você e a paixão pelo esporte realmente desperta. Você vai começar a colher os benefícios tanto a nível de endorfinas quanto a nível de saúde geral quando chegar neste patamar. A corrida começa a se tornar prazerosa de verdade quando chegamos nesta faixa.
 



FAIXA AMARELA
Requisitos (pelo menos um deles):
- Completar 5 km abaixo de 30 min (velocidade entre 10 e 11 km/h ou pace sub 6:00).
- Completar 10 km acima de 1 hora.
Tempo médio para ganhar a faixa: 5 meses de treino.
O que significa essa faixa:
Neste nível é que começa a surgir a meta de tempo por distância. Para conquistar a faixa amarela na corrida, você precisa ser capaz de correr acima de 10 km/h nos 5K. Para isso, você terá que iniciar uma série de treinos específicos inerentes ao mundo da corrida, como os treinos intervalados, os treinos fartlek, os progressivos, os ritmados e os treinos longos (acima de 40 minutos de corrida).
É a partir também da faixa amarela que você já é capaz de completar a formidável distância de 10 km. Isso significa que você está qualificado para correr a distância de prova mais comum do Brasil, que é o nosso queridinho 10K. Nesta faixa também já é possível passar no TAF sem sofrer tanto, mas os treinos específicos de velocidade é que irão condicionar o corredor para esse objetivo.

FAIXA LARANJA
Requisitos (pelo menos um deles):
- 5 km abaixo de 27 min e 15 segundos (velocidade entre 11 e 12 km/h ou pace sub 5:27).
- 10 km abaixo de 1 hora.
- Completar 21 km (meia-maratona) acima de 2 h.
Tempo médio para ganhar a faixa: 1 ano de treino.
O que significa essa faixa:
É nesta faixa que você começa a se tornar um corredor mais técnico e ambicioso. Afinal de contas, você consegue percorrer os 10 km abaixo de uma hora e tem fôlego para encarar uma meia-maratona. Correr por mais de 2 horas seguidas não é tarefa fácil e já prepara você para entrar no mundo dos corredores de nível intermediário. No caso de corridas mais longas, os corredores iniciantes, em especial os faixas laranja, precisam saber de antemão que é necessário usar protetor solar, roupas que evitem assaduras, tênis que não causem bolhas e levar água para beber a cada 3 km. Correr continuamente acima de duas horas exige uma administração inteligente da velocidade durante as subidas e descidas, porque o risco de "quebrar" aumenta quando não temos autoconhecimento dos nossos limites. Essa faixa já exige um nível de comprometimento maior com os treinos, porque senão ou você fica estagnado nela por muito tempo, ou corre o risco de perder condicionamento físico muito rápido se parar. Mas para os que atravessarem essa barreira, um novo mundo irá se abrir: o mundo dos corredores de nível intermediário.


INTERMEDIÁRIOS:


FAIXA AZUL
Requisitos (pelo menos um deles):

- 5 km abaixo de 25 minutos (velocidade entre 12 e 13 km/h ou pace sub 5:00).
- 10 km em menos de 55 minutos.
- 21 km em menos de 2 horas.
- Completar 42 km (maratona) em qualquer tempo acima de 4 horas.
Tempo médio para ganhar a faixa: 2 anos de treino.
O que significa essa faixa:
A partir daqui em diante é que a brincadeira começa a ficar séria, porque é preciso ter resiliência, disciplina, regularidade nos treinos e também conhecer todas as técnicas básicas da corrida. Conquista a faixa azul aquele corredor que consegue completar a lendária distância da maratona, que são os famigerados 42K. Para quem prefere distâncias menores, correr uma meia-maratona sub 2 horas ou correr 5 km abaixo de 25 minutos basta para entrar no mundo dos corredores intermediários. Para chegar a este nível é necessário treinar regularmente pelo menos 3 vezes por semana e atingir uma média de pelo menos 30 km de rodagem semanal. O corredor faixa azul é um atleta mais maduro e consciente que já possui um autoconhecimento mínimo de seus limites graças às experiências adquiridas com os pelo menos dois anos de corrida para se chegar a essa faixa (partindo da faixa branca). Um mantra deste nível é de nunca se acomodar na zona de conforto e procurar sempre experimentar novos desafios na corrida. Se nunca correu uma prova de montanha, essa é a hora de encarar o desafio. Se nunca correu uma prova oficial, essa é a hora de colocar à prova o seu desempenho. Um faixa azul tem que ser destemido, corajoso, audacioso e buscar novos horizontes.

FAIXA ROXA
Requisitos (pelo menos um deles):

- 5 km abaixo de 23 minutos (velocidade entre 13 e 14 km/h ou pace sub 4:36).
- 10 km em menos de 50 minutos.
- 21 km em menos de  1 hora e 55 minutos.
- 42 km em menos de 4 horas.
- Completar uma ultramaratona.
Tempo médio para ganhar a faixa: 3 anos de treino.
O que significa essa faixa:
Semelhante ao que ocorre no Jiu-jítsu e no judô, a faixa roxa é uma das mais difíceis. Isso porque é ela que separa os homens dos meninos. Aqui, apesar de já ter pegado o embalo no esporte, você ainda não é um veterano e ainda tem muita coisa para aprender. Um corredor faixa roxa normalmente é visto como referência, como exemplo a ser seguido por corredores menos experientes, isso porque ele precisa ser muito consistente e disciplinado nos seus treinos para manter seu nível. Muitos corredores tendem a ficar estagnados nessa faixa por muito tempo, porque ela marca o tão sonhado tempo de sub 4 horas na maratona: feito esse conquistado por uma minoria que enxerga isso como maior feito possível para um amador na corrida de rua. Outro feito dessa faixa é a capacidade de correr a sua primeira ultramaratona, que são distâncias superiores a 42K. Quem corre apenas focado em aumento de distância sem se preocupar em baixar o pace também ficará parado nessa faixa por muito tempo. Para se chegar a este nível é necessário treinar pelo menos 3 vezes por semana e atingir uma média de aproximadamente 40 km de rodagem semanal. Devido à longa quilometragem de treinos acumulada, corredores faixas roxa já conseguem servir de pacers para outros corredores menos treinados e também costumam dominar de forma satisfatória todas as técnicas e fundamentos da corrida. É aqui que a corrida deixa de se tornar um hobby para virar um estilo de vida de longo prazo.

FAIXA MARROM
Requisitos (pelo menos um deles):

- 5 km abaixo de 21 minutos e 26 segundos (velocidade entre 14 e 15 km/h ou pace sub 4:16).
- 10 km em menos de 45 minutos.
- 21 km em menos de 1 hora e 40 minutos.
- 42 km em menos de 3 horas e 45 minutos.
Tempo médio para ganhar a faixa: 4 anos de treino.
O que significa essa faixa:
Conquistar a faixa marrom na corrida é um feito bastante relevante, porque ela deixa você a um passo dos corredores de nível avançado. A faixa marrom é também um divisor de águas, porque ela mostra que o corredor não se contenta apenas em aumentar distâncias e seu desafio agora consiste em melhorar seus tempos. Isso porque a distância percorrida aqui deixa de ser requisito para graduar. A categoria favorita de corrida do atleta costuma se definir nessa graduação (corrida de rua ou de montanha, por exemplo). O faixa marrom já sabe lidar de forma eficiente com adversidades que podem atrapalhar o desempenho na corrida, tais como vento contra, subidas íngremes, variação de terreno, temperaturas extremas, obstáculos e cansaço mental. Se uma pessoa chegou na faixa marrom praticamente só correndo em esteiras, ela precisa correr também na rua para desenvolver todas as técnicas e habilidades necessárias para entrar em um nível avançado e virar uma corredora completa. Corredores neste nível também já começam a participar de grandes corridas internacionais e a se preocupar em fazer índices para correr provas específicas. Um aspecto fundamental para o faixa marrom é ter um controle eficaz do peso corporal, porque é muito difícil (e até perigoso para as articulações) chegar e se manter neste nível com sobrepeso. Um atleta amador deste nível também já tem bagagem suficiente para orientar outros corredores menos experientes. Para chegar a este nível é necessário treinar no mínimo 4 vezes por semana e atingir uma média de pelo menos 50 km de rodagem semanal. 


AVANÇADOS:


FAIXA PRETA
Requisitos (pelo menos um deles):

- 5 km abaixo de 20 minutos (velocidade acima de 15 km/h ou pace sub 4:00).
- 10 km em menos de 42 minutos.
- 21 km em menos de 1 hora e 35 minutos.
- 42 km em menos de 3 horas e 30 minutos.
Tempo médio para ganhar a faixa: 5 anos de treino.
O que significa essa faixa:
Esta é a última faixa. Você aqui é um modelo para quem está começando e também para todos os corredores intermediários. Porém, chegar neste nível não deve ser o seu objetivo final, porque a corrida é algo que não tem limites. Além disso, para se tornar realmente bom em um esporte, você precisa ter, no mínimo, cinco anos de base nele. É no nível avançado, portanto, que o corredor começa a se tornar um atleta de verdade. O faixa preta não é apenas alguém que corre num ritmo forte e que encara qualquer distância: ele é um representante da corrida esportiva onde quer que vá. A partir daqui é possível começar a sonhar em se profissionalizar e a correr pensando em colocação geral na sua categoria. Para chegar a este nível é necessário treinar pelo menos 5 vezes por semana e atingir uma rodagem média semanal de pelo menos 60 km.

Um valor muito importante para esta faixa é a humildade. Isso porque você percorreu todas as etapas e precisou dar o melhor de si para chegar até aqui. Você conhece todos os obstáculos e sabe como foi difícil superar cada um deles. Isso deve criar em você uma empatia com os corredores menos experientes para que você possa motivá-los e ajudá-los a superar seus próprios obstáculos. Nunca seja arrogante só porque você corre abaixo de 4 minutos por km ou porque consegue fazer sub 3 horas numa maratona. Há muitos corredores melhores que você e, apesar de ser um faixa preta na corrida, ainda há muita estrada pela frente, muito aprendizado e muitos desafios a serem superados na corrida e na vida.


FAIXA PRETA VETERANO
Requisitos (pelo menos um deles):

- 5 km abaixo dos 18 minutos.
- 10 km abaixo dos 40 minutos.
- 21 km abaixo de 1 hora 25 minutos.
- 42 km abaixo de 3 horas.
Tempo médio para ganhar a faixa: 7 anos de treino.
O que significa essa faixa:
É aqui onde ocorre a transição do atleta amador para o atleta profissional. Nesta graduação, você já corre buscando as primeiras colocações de uma prova ou mesmo tentando vencer provas menores. Ainda não é possível viver de corrida, mas você já domina perfeitamente todos os fundamentos e técnicas para praticar uma corrida perfeita. Neste nível é onde a corrida competitiva começa a fazer parte da sua vida caso seja este seu objetivo. O volume semanal deste atleta normalmente supera os 100 km e é preciso treinar pelo menos 6 vezes por semana.

FAIXA PRETA ELITE
Requisitos (pelo menos um deles):

- Vencer alguma corrida de rua profissional.
- 5 km na casa dos 15 minutos ou menos.
Tempo médio para ganhar a faixa: 10 anos de treino.
O que significa essa faixa:
Este é o grau máximo que um corredor pode chegar. Os critérios aqui começam a ficar subjetivos, porque eles variam de acordo com o sexo e a faixa etária do atleta. Este é o nível da alta performance, daqueles atletas profissionais que correm com o objetivo de ganhar as provas que participam. Nesta graduação já é possível viver só da corrida e representar o seu país numa competição internacional. Alguns fatores como peso corporal e genética são decisivos para se manter neste nível, uma vez que não é todo mundo que tem condições de chegar nessa categoria. A rodagem semanal deste tipo de atleta passa dos 150 km e é preciso treinar mais de 7 vezes por semana, com treinos por turno.


Algumas observações gerais:

- Esses tempos mínimos para graduar não precisam necessariamente ser em provas, podem ser em treinos também ou até na esteira.

- Os tempos exatos que levam para se chegar em cada faixa variam com a regularidade dos treinos, com a genética e com o condicionamento físico de cada um.

- Não perdemos a faixa conquistada. Afinal, quem foi rei, nunca perde a majestade. Se seu melhor tempo na maratona foi de 3h, por exemplo, você vai carregar o seu tempo recorde e a sua "faixa preta" para o resto da vida mesmo que pare de treinar por anos. Claro que se for retornar à corrida após muito tempo parado, seu preparo físico será o de um faixa branca, mas a sua experiência, conhecimento, memória muscular e trajetória no esporte ficam intactos por mais que esteja destreinado.

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Um país de loucos, alucinados e psicopatas

Esse país está fod@. Quanto mais você sai da sua bolha nas redes sociais, mais loucura, psicopatia e demência você encontra nos grupos reacionários espalhados pela internet. É um festival de teorias conspiratórias, mentiras deslavadas e fanatismo extremista que parecem ter saído diretamente das profundezas do inferno. Só para ter uma ideia, saca aí alguns exemplos de memes que são compartilhados como se fossem verdades por "cidadãos de bem":

Friboi é do Lulinha.
Ferrari de ouro do Lulinha.
Jato de 50 milhões do Lulinha.
Lula maior corrupto da história.
Mamadeira de piroca.
Kit gay.
Ustra Vive.
Covid é gripezinha.
Bolsomito incorruptível.
Ivermectina, cloroquina e ozônio no rabo.
Chip comunista na "vachina".
Pobre faz filho pra ganhar bolsa família.
PT financiava ditaduras comunistas com BNDES.
Holanda masturba bebês de 7 meses.
A Terra é plana.
Ditadura gayzista.
Racismo reverso.
Comunista come criancinha.
Feminismo é falta de pinto.
Ateísmo é a religião do diabo.
Minha comida caga na sua.
Viva a "Revolução" de 64.
Olavo tem razão.

Se isso é o que bomba na surface web, imagine as atrocidades que não rolam na deep e na dark web...

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Comemorar a ditadura tinha que ser crime


Hoje é dia primeiro de abril. Além de ser o Bolsonaro Day, é também a data em que os militares e reaças brazucas comemoram a patética "Revolução de 64". Sobre comemorar o Golpe de 1964, tem uma coisa que me deixa com uma pulga atrás da orelha. Será que esses generais que comemoram o Golpe de 64 realmente acreditam, lá no fundo, no que eles mesmos estão dizendo? Porque, caramba, todos os historiadores, todo o resto do mundo e até o Departamento de Estado Norte-americano reconhecem que o que ocorreu em 1º de abril de 1964 no Brasil foi, sim, um GOLPE de Estado. E não foi um golpinho qualquer, foi uma sargentada clássica (ou uma quartelada), com tanques na rua, com gente sendo presa e até com o apoio da Marinha norte-americana (Operação Brother Sam).

Esse folclore estabanado de que os militares daquela época evitaram uma "ditadura comunista" ou um "genocídio esquerdista" só tem consonância dentro dos quartéis e das páginas reaças da web. Parece que os caras vivem numa realidade paralela, onde o negacionismo e a mentira são lei. Eu não consigo levar a sério a hipótese de que TODOS os militares sofreram uma lavagem cerebral tão forte nos quartéis a ponto de se esquecerem de tudo que aprenderam nas aulas de história. A sensação que dá é que por trás desse aparente duplipensar há um corporativismo implícito para acobertar os crimes da ditadura. Não foi à toa, aliás, que os milicos pegaram ódio e nojo do PT por conta da Comissão Nacional da Verdade.

O fato é que se o Brasil fosse um país sério, comemorar o que ocorreu politicamente de 1964 a 1985 tinha que ser tratado como CRIME. E não apenas isso: homenagear torturadores e fazer deboche com as vítimas da ditadura – como já fez o psicopata que preside o país – tinha que dar cana. Ou será que temos que fingir que esquecemos dos desaparecidos, da censura, dos exilados, do AI-5, da inflação descontrolada, da dívida externa bilionária, da desigualdade social e de todas as outras desgraças que atrasaram o Brasil em 21 anos?