sábado, 30 de abril de 2022

Tá esperando o que para tirar o título?


Algumas pessoas podem achar hipocrisia de minha parte pedir para que os jovens de 16 e 17 anos tirem o título de eleitor sendo que eu não fiz o mesmo na época em que estava nesta mesma faixa etária. Acontece que lá no ano 2000, quando eu havia completado meus 17 anos, os contextos social, político e tecnológico eram bem diferentes. Eu não tirei o meu título de eleitor quando completei 17 anos porque era complicado de se tirar esse documento numa época onde a internet ainda engatinhava e tínhamos que enfrentar muita burocracia e filas ao ir fisicamente ao TRE para obter o título. E naquela época, eu também não tinha nem o RG e nem o CPF que eram pré-requisitos para virar eleitor que, diga-se de passagem, só fui tirar no ano que completei 18 anos. Além disso, eram eleições municipais e eu não era tão engajado politicamente. Daí que, naquele contexto, não era interessante para mim passar por um monte de burocracias para poder votar. Mas hoje as coisas são bem diferentes.

Para começo de conversa, hoje não é mais nem necessário sair de casa para tirar o título de eleitor. Tudo é feito online, sem filas, sem burocracia e de forma rápida. Outro aspecto importante é que estamos diante das eleições federais/estaduais mais importantes desde a redemocratização. Afirmo isso dado o risco que há de haver alguma tentativa de Golpe por parte do atual governo, já que o atual presidente deixou claro que não confia no sistema eleitoral. Fora que esse governo é um dos mais perigosos e deploráveis que tivemos em nossa história. A coisa está tão feia que até celebridades internacionais, como o ator Leonardo DiCaprio, estão pedindo para que os jovens brasileiros compareçam às urnas. Veja aí a responsabilidade que um voto nosso representa para o mundo...

É claro que o voto dentro de uma semidemocracia representativa burguesa não muda profundamente o sistema em que vivemos, mas ele é o mínimo que podemos fazer para que as coisas não fiquem ainda piores. O jovem que vota agora está decidindo não apenas o futuro do país, mas o próprio futuro também. Será que vale a pena continuar sendo governado por esses homens que estão aí? Será que o risco de desemprego, baixo investimento em educação e inflação não irão afetar diretamente seus sonhos nos próximos anos? Mesmo que os candidatos à frente nas pesquisas não correspondam às suas expectativas, sempre devemos votar pelo menos naquele que será mais fácil de se fazer uma oposição.

Então, caro jovem, se ainda não tirou o seu título, pense com carinho nessa possibilidade que vai ser decisiva para mudar o futuro do país e do mundo.

quinta-feira, 21 de abril de 2022

A classe média continua ignorante, fascista e violenta


Quando alguém se ofende com aquela célebre frase da escritora Marilena Chaui sobre a classe média ser ignorante, fascista e violenta é porque a carapuça serviu. Ora, camaradas, a classe média, como classe, é absolutamente fascitoide, especialmente em um país de passado colonial, escravista e autoritário como o nosso. E a causa principal desse fascismo é o tal efeito Dunning-Kruger, ou seja: a ilusão de conhecimento. Neste caso, a falsa impressão de que se é politizado, quando se é, na verdade, um zumbi ideológico das classes dominantes.

Por ser ignorante politicamente, a classe média se superestima demais. Ao contrário do que muitos membros da classe média pensam, pertencer a uma classe que goza de certos privilégios não torna ninguém "elite" ou "plutocrata". Os indivíduos de classe média, mesmo os de classe média alta, são PROLETÁRIOS, porque se pararem de trabalhar, morrem de fome. A classe média depende do suor do próprio rosto para ter renda igualzinha a qualquer trabalhador braçal das classes D ou E. A lógica da exploração do trabalho é a mesma para todos os trabalhadores, mesmo quando você é um profissional liberal ou funcionário público. Elite é quem não precisa trabalhar para viver e possui poderio econômico suficiente para influenciar as políticas de Estado. Só que como a maioria dos indivíduos da classe média não têm essa consciência de classe por se considerarem "politicamente neutros", o resultado é que a ideologia dominante do capital é inserida por osmose em suas mentes via jornais, redes sociais, revistas e até novelas. Não existe ninguém "apolítico". E é justamente essa despolitização que leva tanta gente da classe média a ser fascista sem nem mesmo saber o que é fascismo.

Outro aspecto que tenho observado recentemente é a ilusão por parte da esquerda em achar que a classe média está mais politizada pelo fato da chapa Lula-Alckmin estar liderando todas as pesquisas para presidência da república. O que ocorre não é uma maior politização. O que está ocorrendo é uma insatisfação coletiva com certos aspectos do atual governo, tais como desemprego, inflação, aumento do custo de vida, tragédia por conta da pandemia e uma série de escândalos envolvendo pessoas próximas ao presidente. Como a terceira via não emplaca de jeito nenhum, então o que resta para muita gente é ou anular o voto, ou então escolher o menos pior. O voto no PT é um voto forçado, ressentido. A classe média não vota no PT por estar se politizando, mas sim por falta de opção, porque, lá no fundo, ela permanece ignorante, fascista e violenta – rótulos estes que só irá se libertar quando começar a estudar política e desenvolver consciência de classe.

terça-feira, 19 de abril de 2022

Do Aecinho ficou só o pó


Para quem tem memória curta, o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), foi um dos principais precursores do Golpe de 2016 ao fazer a lambança de não aceitar o resultado das eleições em que saiu derrotado em 2014. Segundo ele mesmo, em áudio gravado pelo o empresário Joesley Batista, da JBS, o então senador Aécio Neves disse que sua ação golpista foi para "encher o saco do PT". Depois disso, como todos sabem, caímos nas mãos do neoliberalismo de Temer e, logo depois, do neofascismo bolsonarista. 

Pois bem, sete anos após o início das ações golpistas, em uma foto recente de uma reunião com Eduardo Leite e Paulinho da Força, o deputado Aécio Neves apareceu irreconhecível, aparentando estar uns 40 anos mais velho. Totalmente acabado e de semblante decaído, Aecinho aspirador de pó estava tão decrépito que acabou virando meme nas redes sociais. Talvez seja um efeito colateral do uso prolongado de entorpecentes substâncias psicoativas ou mesmo um castigo divino pelo atentado que promoveu contra a democracia brasileira. Enfim, em todo caso, se ele não conseguir emplacar nem como deputado nas próximas eleições, ao menos poderá garantir um papel de antagonista em algum filme ou série famosa com aquela cara de vilão de Bollywood. Vamos a algumas sugestões:

 

Pinguim - Batman


Tio Chico - Família Adams


Beetlejuice - Os Fantasmas se Divertem


Darkman - Vingança Sem Rosto


Creeptee - Contos da Cripta


Espantalho - Colheita Maldita



quinta-feira, 14 de abril de 2022

Agora virou zona de vez!

Por mais essa trapalhada, nem o Sargento Pincel esperava. Fala sério! Além do gasto com remédio para impotência sexual, remédio para calvície e próteses penianas de diversos tamanhos, o Ministério da Defesa fez licitação de R$ 37 mil para adquirir vários litros de gel lubrificante íntimo. É mole? Vocês imaginem que a caserna – local abarrotado de homens enclausurados – está gastando rios de dinheiro (público) para puro entretenimento sexual dos milicos. É uma poliesculhambação generalizada que só comprova que as FFAA abusam do excesso de privilégios que gozam. Isso sem falar de toda aquela farra com alimentos superfaturados que iam desde leite condensado até picanha e cerveja. 

Essa palhaçada lamentável virou motivo de piada no resto do mundo com jornais e jornalistas gringos anarquizando geral com o Brasil e com o governo Bozo. Honestamente falando, tudo isso me faz questionar qual é a real necessidade de termos Forças Armadas. Ora, as FFAA viraram uma casta fascistoide cheia de privilégios com salários muito acima da média e com pensões vitalícias para filhas de militares. Fora que eles possuem uma justiça própria que é bastante complacente com seus irmãos de armas diante de crimes que geram horror e indignação em todo o mundo. E além de tudo, os milicos acham pouco toda essa farra e entram para a política pagando de heróis da pátria enquanto o povo está aí desempregado, esfomeado e doente. Temos que rever urgentemente a função dos militares e tornar claro os limites de suas ações. Porque se nada for feito, pode ter certeza que a coisa vai ficar muito pior. E nenhum democrata gostaria de voltar àquele tempo onde absurdos como esses feitos com o dinheiro público sequer eram noticiados.

quarta-feira, 13 de abril de 2022

A importância de se politizar


Todo esse escândalo recente (mais um) envolvendo a compra de Viagra, próteses penianas, Botox e remédio para calvície com dinheiro público pelas FFAA serve basicamente para explicitar três coisas. A primeira coisa é que – ao contrário do que os nossos caros reaças pensam – militares não são incorruptíveis e nem "imbroxáveis". Militares podem ser tão corruptos quanto qualquer civil e tão "falhos" quanto qualquer outro ser humano. A segunda coisa é que militares não devem ocupar cargos civis. Isso porque as FFAA, por possuírem o monopólio das armas, se colocam acima da lei. Nem TCU, nem MPF, nem a justiça "civil" fará coisa alguma exatamente porque ninguém vai se meter a besta com milicos que ostentam os calibres mais letais e que, diga-se de passagem, nunca foram sequer incomodados pelos horrores que praticaram durante a ditadura. A terceira coisa é que voto não é brincadeira. Mais de 50 milhões de brasileiros digitaram 17 nas urnas para que o Brasil fosse governado por um fascista corrupto, envolvido até o pescoço com as milícias do RJ e que foi responsável pela morte de mais de 600 mil brasileiros durante a pandemia. Isso sem falar de todo esse caos econômico trazido pelo mesmo inominável presidente.


Enquanto as pessoas acharem que é bacana ser "apolítico" (vulgo despolitizado) ou procurarem soluções fáceis para problemas complexos, iremos continuar elegendo os mesmos idiotas de sempre. Não que a eleição em si vá mudar dramaticamente a nossa sociedade capitalista, mas temos que dar grandes poderes a quem é digno de recebê-los. É por isso que eu insisto tanto na ideia da consciência de classe, na politização da população e no afastamento de todos os milicos do poder. Afinal, generais metidos dentro do poder civil é, sim, coisa de República das Bananas. Militares não têm que governar. Militares têm que cuidar da defesa da nossa soberania. Ou você imagina EUA, França, Alemanha ou Reino Unido com milhares de militares infiltrados em cargos civis? Já passou da hora de mudar isso.

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Catar 2022: uma Copa bem atípica


Apesar da minha falta de interesse por futebol de uns anos para cá, eu tenho que admitir que essa Copa do Mundo do Catar será a mais incomum dentre as que já vi. Primeiro porque essa Copa ocorrerá não mais em junho como ocorria tradicionalmente, mas em novembro e dezembro. E será a primeira vez que ela ocorrerá em um país do Oriente Médio. Também é a primeira vez que vejo o Canadá e o Catar numa Copa do Mundo. Além disso, pela primeira vez desde 1992 não teremos a Copa das Confederações, que foi abolida pela FIFA. Mas o que mais me chamou atenção foram dois boatos que rolaram soltos na internet e que eu quase cheguei a acreditar. 

O primeiro deles foi que a Itália – fora da segunda Copa do Mundo seguida – ainda poderia disputar o mundial. Isso porque a seleção iraniana se meteu em uma polêmica envolvendo a proibição da entrada de mulheres num estádio, fato este que poderia acarretar numa eliminação da seleção do Irã da Copa. Se isso realmente ocorresse, a primeira seleção no ranking da FIFA a ficar fora do mundial – a Squadra Azzurra – substituiria a seleção do Irã no mundial. Porém, este fato já foi desmentido. Outro boato que me chamou atenção é que estava sendo considerada a possibilidade dessa Copa ter partidas de 100 minutos, ao invés dos 90 tradicionais. Honestamente falando, acho uma coisa totalmente sem nexo essa história de aumentar o tempo dos jogos. Imagina a chatice de assistir um Marrocos e Canadá por mais de uma hora e quarenta minutos...


Sobre quem vencerá o mundial, eu admito que sou péssimo de adivinhação, mas pelo chaveamento dos grupos e pelo momento que as seleções estão atravessando, é bem provável que tenhamos uma final entre uma seleção europeia contra uma sul-americana. Uma final entre Brasil e Alemanha ou entre Argentina e França me parece bem plausível. Abrindo exceção da Copa África do Sul, sempre que uma Copa ocorreu fora do continente europeu, pelo menos uma seleção sul-americana marcou presença na final. Enfim, quem viver, verá.