Exercícios de futurologia não são tão simples quanto aparentam. Porém, há situações que, estatisticamente falando, nos condicionam a concluir que o destino está praticamente resolvido. Este é o caso da vitória do ex-presidente Lula para a presidência da república. Todos os dados estatísticos de todas as pesquisas feitas até agora apontam para a vitória petista. A dúvida apenas é se ela ocorrerá já no primeiro turno. Considerando a margem de erro, se Lula subir cerca de 5% das intenções de voto, sua vitória no primeiro turno estaria garantida. Mas 5% numa corrida presidencial é muita coisa. É por isso que a militância precisa convencer os indecisos e virar alguns votos de candidatos sem chances como Ciro e Tebet. Não é possível tirar votos do Coiso, porque seus eleitores são fanatizados, fascistoides ou mergulhados em bolhas de realidades alternativas nas redes sociais. Portanto, o foco não deve ser mais em atacar o miliciano genocida, mas sim em mostrar porque Lula é a melhor opção. Então a vitória lulista no primeiro turno vai depender de quantos votos o Lula irá conquistar das pessoas normais na reta final da campanha.
Ex-presidenciáveis apoiam Lula. |
Já confessei algumas vezes que tenho simpatia por Ciro Gomes, inclusive, votei nele na eleição passada. Mas dessa vez, além de não ter chances, Ciro também não terá base de apoio para governar. A chapa dele é uma chapa "puro sangue", fato que o obrigará a governar cedendo às chantagens do congresso ou então tendo que tomar medidas na base de plebiscitos. E isso não é viável. Apesar das propostas ciristas serem as melhores, elas não terão como ser colocadas em prática devido às regras cruéis do presidencialismo de coalizão. Tebet e Soraya têm o mesmo problema, só que com menos chances ainda que o próprio Ciro.
Ciro e Tebet só estão ajudando o genocida a ir para o segundo turno. |
Sobre as desculpas para não se voltar no Lula, essa história de não votar nele por ele ser "ladrão" não tem coerência lógica. Lula sofreu um processo de lawfare e foi condenado sem provas por um juiz parcial. Isso ocorreu para que o futuro genocida vencesse a eleição de 2018 e, em troca, desse um cargo de ministro ao juiz que condenou o Lula. As condenações envolvendo tanto o sítio de Atibaia quanto o Triplex do Guarujá careceram de provas e se mostraram farsas pela própria justiça. E mesmo que fosse verdade, o que seriam um sítio e um triplex comparados com os 51 imóveis comprados com dinheiro vivo pela família Bolsonaro? Com relação à corrupção na Petrobras, Lula nunca roubou um único centavo da empresa. A Petrobras foi roubada durante os governos petistas como foi em todos os outros governos desde os tempos de Getúlio Vargas, mas não foi pelo Lula e nem pelo PT. A corrupção da Petrobras é sistêmica por conta das regras do presidencialismo de coalizão.
Mas se nenhum desses motivos servir para convencer as pessoas, basta lembrar que só com a vitória de Lula é que voltaremos à normalidade democrática. Essas ameaças de Golpe de Estado, de não reconhecer o resultado das eleições, de sermos assassinados por levantar uma bandeira vermelha e de manter crimes impunes por mais de 100 anos precisa acabar. O Lula a gente tira depois se ele fizer um mau governo. O que não podemos é correr o risco de jogar no lixo a Constituição e essa conquista incomensurável que custou a vida de tantos brasileiros que é a nossa democracia. Está certo que, na prática, é uma semidemocracia representativa burguesa, mas é muito melhor ela do que os horrores que vivemos nos tempos de AI-5. Então no dia 2 é para digitar o 13 sem dó. E nunca é demais lembrar também que não adianta votar no Lula e eleger deputados e senadores de partidos que não o apoiam. É só com uma base de apoio no legislativo que um presidente pode governar. Essa coisa de votar em pastor, empresário, celebridade e em ex-milico é algo perigoso que acaba reelegendo os mesmos políticos de sempre. Valorize o seu voto: ele tem o poder de mudar o país.