sábado, 4 de agosto de 2012

Reflexões sobre a pornografia



Antes de dar continuidade sobre a série Quem gosta mais de Sexo, eu andei lendo alguns comentários na internet sobre a pornografia e cheguei a algumas conclusões que gostaria de dividir com quem se interessar pelo assunto.

Eu vejo muita gente atacar a pornografia com zilhões de argumentos que não vou repetir aqui para não parecer a falácia do espantalho. Não sou um defensor da pornografia e nem um opressor da mesma: acho que ela é uma forma de arte e entretenimento como outro qualquer. Os problemas que eu vejo na pornografia são três:

1 - A repetição
Filmes pornôs, em 99% dos casos, são todos iguais. Tem começo, meio e fim sempre do mesmo jeito e fazendo sempre as mesmas coisas. Além de enjoar, causa o problema da limitação. Quem conhece o sexo apenas pelos filmes pornôs (geralmente os adolescentes que estão iniciando a vida sexual), têm uma visão limitada, repetitiva e pobre do sexo. O sexo é muito mais do que o famoso 1, 2, 3 (traduzindo: oral, penetração e ejaculação facial).

2 - Prazer feminino
O prazer feminino praticamente não existe nos filmes pornôs. Aquela gritaria sem sentido e histeria barata são fingimentos de mulheres que estão ali pelo dinheiro. Tem pornôs em que a coisa é tão falsa, que faz a gente broxar ao invés de ficar com tesão.
Um filme pornô não mostra e não ensina como satisfazer uma mulher e, ainda por cima, limita o desempenho masculino ao de um simples bate-estacas. É claro que a penetração é essencial para o homem, mas limitar o sexo a isso é um insulto à evolução. Não precisamos imitar os animais que fazem sexo apenas para reproduzir-se: nós podemos brincar de muitas formas diferentes e prolongar o prazer de forma altruísta e brincalhona.

3 - Autoflagelação
Pouca gente sabe, mas muitos atores pornôs tomam remédios para manter a ereção, muitos deles precisam ficar semanas sem sexo para poder ejacular mais e precisam mostrar um desempenho que muitas vezes vai além do próprio limite. Já as atrizes não raramente usam géis anestésicos, sujam o set de cocô durante as filmagens e vomitam após as cenas. Isso sem falar nos desempenhos extremos que homens e mulheres têm nesses filmes e em todos aqueles exageros estapafúrdios.
Muita gente que acha que aquilo é sexo de verdade se frustra porque não consegue fazer igual ou parecido. Cada um tem os seus próprios limites no sexo e nem sempre é possível ou necessário fazer malabarismos para se ter prazer.

Ah, bom! Pensei que fosse outra coisa...

O grande problema
O grande problema em si não é a pornografia, mas a falta de educação sexual. Para quem está iniciando a vida sexual, não existem referências. As referências são os filmes pornôs ou o sexo de novelas: ambos uma piada para quem já cruzou o Cabo da Boa Esperança.
Os filmes pornôs são uma fuga desesperada numa sociedade hipócrita que trata o sexo como lixo e reprime as pessoas de falarem e até de pensarem sobre o assunto. O rapazinho de 15 anos que quer saber como se faz sexo com a namorada não conversa com os pais porque tem vergonha, na escola só aprende a colocar a camisinha e os seus amiguinhos são todos uns donzelos que nunca viram uma xoxota de perto. Aí que o rapaz recorre à pornografia, escondido, claro, para ver como se faz sexo. E aí que só poderia dar merda mesmo. Imagine que beleza que deve ser duas pessoas inexperientes tentando repetir as maluquices dos filmes pornográficos. Depois disso, a mulher é vista como frígida, porque não geme como a Silvia Saint, e o cara se frustra porque não consegue repetir a cena que assistiu por mais de 2 minutos sem evitar um final precoce. E a namorada de um carinha desses, coitada, além de não ter sentido prazer praticamente nenhum, ainda fica com trauma.

Humm, já vi esse filme em algum lugar...

Solução
Os filmes pornôs deveriam deixar de ser tão toscos e poderiam ser mais educativos. O problema não é a pornografia, mas sim quando ela se torna a única referência de aprendizado - o que comprova o quão prejudicial é essa ditadura de repressão sexual. Ao invés de aprendermos coisas variadas e educativas abertamente e sem ficar com vergonha, temos que nos contentar com o oposto feito às escondidas.
Não que o Ministério da Saúde tenha que lançar filmes pornôs para adolescentes e adultos, mas penso que além de dar uma educação sexual correta, poderiam muito bem lançar um ramo de filmes pornôs que desse para a gente assistir junto com a namorada sem maiores constrangimentos e sem cair na risada.

Mas vejam bem: eu não estou aqui condenando a pornografia. Tem muitos homens (e mulheres, por que não?) que só querem assistir um filme desses para 'fapear' (adorei esse termo). Acho que é saudável a pessoa ter prazer com a sua fantasia sozinho. O que eu quero dizer aqui é que ninguém precisa ter como referência coisas irreais para motivar a sua vida (sexual, no caso).

E viva o sexo!

PS: É claro que eu não poderia terminar essa postagem sem me lembrar das feministas radicais militantes, que, entre outras pérolas, dizem que os filmes pornôs são responsáveis pelo crescimento do casos de estupro e por difundirem práticas "machistas" no sexo, tais como: posições sexuais de "submissão" e sexo "violento" com tapinhas no bumbum, sexo oral e puxões de cabelo. Para essas mulheres bitoladas, fica a dica: se vocês acham que aquilo que excita os homens heterossexuais é agressivo e nojento, das duas, uma: ou vire lésbica, ou prepare o par de chifres.

E viva o sexo! (2)

A discussão sobre esse assunto continua no link abaixo:
Reflexões sobre a pornografia 2 (adendo)

7 comentários:

  1. Wellington,

    Como voce disse(nas entrelinhas) num comentário na primeira parte dessa série, e como já cansei de ouvir por aí, cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.

    Filmes pornôs sempre terão público cativo. A sexualidade humana ainda é tão desconhecida quanto as profundezas abissais. O que parece estranho é a existencia de pessoas que não tem nada de real sobre as quais FANTASIAR; e que vivem a fantasia pela fantasia, sem terem o pé na realidade.

    Tive um namoro "sério" só aos 17 anos; idade impensável para os dias de hoje, com as pegações das micaretas e baladas. O sexo era muito simples e calmo, sem pressa de acabar. Foi a primeira vez dela e uma das minhas primeiras vezes. Lembra muito o filme "Endless Love", principalmente pelas fugas ao amanhecer...rss

    Acho que tive sorte.

    Não me sinto apto para avaliar os procederes de agora, mas pelas queixas e desvios, creio que o sexo começa muito "contaminado" para os jovens de hoje. Sinto pena deles.

    Mas estamos a falar de momentos históricos recentes (1980 pra cá); creio que, na ciclicidade do futuro, os jovens ainda irão ter (como eu tive) as mãos suadas e o coração disparado ao "pedir entrada" aos pais da namorada.

    Quem não namorou no portão não sabe o que perdeu....rss

    Abraço.

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    1. Eu andei lendo mais um pouco por aí e descobri coisas que me obrigarão a escrever um adendo sobre esse tema envolvendo a pornografia. Tem muitos outros fatores que não citei nessa postagem e que precisam ser defendidos para não dar munição para feministas radicais que acham que a pornografia é "lixo".

      E, realmente, namorar no portão tinha um lado delicioso que muitos jovens hoje nunca conheceram.

      Brigadão pela participação.

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  2. As mulheres não são visuais, essas imagens explícitas e brutais que dão nenhuma margem à imaginação pouco dizem a elas. Ao contrário de cenas de erotismo, mais sutis, menos detalhadas, onde ainda resta espaço para a diversão e a cumplicidade no sexo, os filmes pornográficos estão a serviço única e exclusivamente do mundo masculino, do prazer masculino. As gerações que aprenderam sexo com a pornografia estão aí buscando as mulheres que berram a simples visão de um homem nu, que tem orgasmos com a submissão e com a humilhação de ejaculação no rosto...
    Não é à toa que quando as mulheres finalmente podem dizer o que pensam sobre o sexo,confessam que preferem uma barra de chocolate...rss

    Beijos meus

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    1. Rarará!

      Minha amiga, é nessas horas que eu me lembro daquela sua velha comparação de que unir um homem com uma mulher é o mesmo que juntar um coelho com uma tartaruga. Não é à toa que os casais homossexuais são muito mais felizes.

      Beijos.

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  3. Ahahahahahahahahahahahahahaha... Você ainda lembra disso? rsss
    Relacionamentos não são fáceis, antes de qualquer coisa exigem uma boa dose de auto respeito, depois respeito ao parceiro que geralmente é diferente até quando é do mesmo sexo, ao final e eternamente, inteligência e criatividade, todos os dias...rss
    Digo mais, só consegue ser feliz com alguém quem aprende a ser feliz sozinho, o resto e panfletagem...rss
    + bjos

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    1. Mas é claro que lembro! E quem poderia esquecer dessa sua citação épica? rss
      Eita, olha aí que frase mais filosófica: "só consegue ser feliz com alguém quem aprende a ser feliz sozinho, o resto e panfletagem". Nem preciso dizer mais nada.

      Brigadão pela participação.

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  4. Manuh,

    Não sei se o remédio que deveria servir a uma pessoa necessariamente tenha que servir a todas, e ainda tem a questão da falta de exemplos.

    Não entendo a pressa de certas pessoas em sair por aí distribuíndo conceitos definitivos, ao mesmo tempo em que dizem viver um dia de cada vez; parece um contra-senso, ou uma simples bravata..Seria essa a tal "panfletagem" a que se refere?
    .

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