Nessa semana, eu assisti a um vídeo do gamer/vlogueiro Leon, do canal Coisa de Nerd, em que ele estava muito feliz por ter comprado a sua Ferrari. Acontece que a "Ferrari" dele era, nada mais, nada menos, que um videogame! Isso mesmo: o Leon comprou um videogame de luxo dos anos 90 chamado Neo Geo: videogame este que pouquíssimas pessoas puderam comprar porque ele era extremamente caro.
Você deve estar se perguntando por que eu me referi ao videogame como sendo uma Ferrari. A resposta foi dada pelo próprio Leon no seu vídeo e eu vou tentar explicá-la. A palavra "Ferrari" está no sentido figurado, porque ela se refere a algo que você sempre quis ter desde muito jovem, mas que só teve condições de comprar muito tempo depois. O sonho de criança do Leon era ter o tal videogame – assim como o sonho de muito marmanjo é de ter um carro superesportivo, como é o caso da Ferrari. Há um fetiche tão grande em torno da marca Ferrari, que ela acabou sendo usada pelo Leon como uma metáfora para algo que desejamos muito. O meu irmão mais velho, por exemplo, só pôde comprar o seu Puma conversível (que era a Ferrari dele) depois de ter o desejado por mais de 20 anos. O Puma, por isso, possuía uma valor para ele maior do que seria para uma pessoa que nunca sonhou em ter esse carro desde jovem.
Essa história da Ferrari me lembrou de algo interessante a respeito de mim mesmo. Quando eu era criança, eu tinha três grandes sonhos, que eram: 1-Conhecer o Rio de Janeiro, 2-Ir à Disneylândia e 3-Ter um carrinho de controle remoto. Tive a oportunidade de conhecer o Rio de Janeiro logo cedo, aos 5 anos de idade, quando viajei para lá junto com os meus pais. O problema da minha ida ao Rio é que eu nem fui ao Cristo e nem passeei no Bondinho do Pão de Açúcar: o que foi algo muito frustrante para mim, pois foi como ter ido a um parque de diversões e não ter ido nos brinquedos. E como só fui até o Rio naquela única vez, hoje eu morro de vontade de voltar lá para poder fazer o que não pude daquela vez. Não pude e nem posso voltar no momento para o Rio por uma série de razões que não vale nem a pena enumerar, mas que não me impedem de voltar lá um dia. Então, de certa forma, a minha "Ferrari" poderia ser considerada esse passeio de volta ao Rio. Mas como um passeio não é um bem material ou uma coisa concreta, então eu teria que chamar outra coisa de "Ferrari".
Eu disse que sonhava também em ir à Disney, mas isso só tinha sentido para mim quando eu era criança, porque a Disney era, na minha cabeça pueril, uma espécie de paraíso, pois, juntamente com a Turma da Mônica, os personagens da Disney me causavam um fascínio enorme. O mais perto que cheguei da Disney foi numa apresentação do evento Disney on Ice lá no Maracanãzinho, quando eu tinha viajado naquela mesma vez para o Rio. Porém, nesse sentido, eu me dei por satisfeito. Hoje, portanto, eu não tenho mais vontade alguma de ir à Disney.
O meu terceiro sonho de infância era de ter um carrinho de controle remoto. O problema desse sonho é que eu também não tenho mais nenhum interesse em ter carrinhos de controle remoto. Apesar da minha aversão a automóveis, talvez fosse mais interessante, para mim, ter mesmo um carro de verdade. Ter um carrinho de controle remoto a essa altura do campeonato seria mais ou menos como fazer um gol depois que o jogo já terminou, ou seja: não adiantaria nada e nem teria mais sentido.
Seria essa a minha Ferrari? |
Depois de perceber que eu não tenho mais nenhum sonho de infância para ser a minha "Ferrari" simbólica, então resolvi me lembrar de algo que eu queria muito durante a minha adolescência, e esse algo é uma guitarra elétrica. Desde os meus 16 anos que eu sonho em ter uma guitarra. Não pude adquirir uma por uma série de razões (especialmente financeiras) e acabei investindo em algo mais simples, que foi um violão acústico. Eu adoro violão, mas adoro ainda mais uma guitarra, especialmente as da série Stratocaster, guitarras essas pelas quais eu tenho um verdadeiro fetiche. Além do meu fetiche pela forma e pela estética da guitarra Strato, eu também curto o som mais estalado que ela produz em comparação com as guitarras de braço colado. Hoje, já um balzaquiano, eu ainda tenho muita vontade de ter uma guitarra e, pela primeira vez, tenho a possibilidade de comprá-la. Mesmo que não seja uma Fender Stratocaster ou uma Gibson Les Paul, uma guitarra menos pomposa serviria numa boa para realizar o meu sonho de ter uma "Ferrari". Então, posso dizer com certeza que a minha Ferrari é uma guitarra.
Ostentação é isso |
LES PAUL É MINHA MELHOR GUITARRA, MELHOR DIGO, PORQUE É DIFICIL DE DESAFINAR, LIGO COM PEDAIS DE DISTORÇÃO FORTE
ResponderExcluirMINHA OUTRA GUITARRA É UMA DAMIEN 7 CORDAS E O RUIM DELA É QUE DESAFINA NAS CORDAS MAIS FINAS, MAS DA PRA USAR ELA PRA FOCAR ALGO GRAVE EM SI, SOMBRIO, GROTESCO. BLACK/DEATH/DARK METAL.
ODEIO ROCK, SÓ CURTO METAL
Pra um som mais pesado, mais encorpado, as SG e as Les Paul são realmente mais indicadas. As Strato com Humbucking também não ficam muito para trás quando usadas com distorção. Mas como a minha praia é bem versátil, então uma guitarra com dois Single Coils e um Humbucking já dão conta do recado.
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