Por ironia do destino, a pintura a óleo de Rafael Falco – que mostra Tiradentes sendo levado para a forca – serviu de pano de fundo para ilustrar, no início de abril, os argumentos pró-golpe do relator Jovair Arantes (PTB-GO) na comissão de impeachment. Como se não bastasse o próprio deputado Jovair Arantes ser condenado pelo TRE de Goiás, ele mesmo considerou que "será chamado por alguns de "herói" e por outros de "golpista"". Essa frase dele prova que ele mesmo sabia da falcatrua que participava. Se ele sabia mesmo que estava correto, não havia porque considerar o termo "golpista".
Enfim, não existe nada mais trágico do que homenagear o dia de Tiradentes denunciando uma situação parecida a que o levou à forca, só que agora em pleno século 21. Em, 1792, Tiradentes foi traído e condenado à pena capital por pessoas que dominavam o sistema. Já em 2016, Dilma Rousseff e Lula foram traídos e também estão sendo condenados por pessoas que dominam o sistema. Como já dizia Marx: "A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa". Enquanto isso, os grandes e verdadeiros ladrões estão soltos, roubando livremente e rindo da cara de todos os idiotas que votaram neles.
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