No post Os discos de rock mais importantes da minha vida, tive o prazer de listar os dez álbuns de rock internacional que mudaram e marcaram a minha vida. E como eu havia prometido, decidi publicar também um post com a devida homenagem aos discos do rock brasileiro.
O primeiro disco de rock nacional que eu ouvi na vida foi o Legião Urbana Dois que o meu irmão tinha em vinil lá pelo final dos anos 80. Apesar de achar o Dois um disco chato na época, quando cheguei à adolescência, consegui perceber a beleza, a riqueza sonora e a poesia das canções deste álbum. Isso tanto foi verdade que o Legião Urbana Dois foi o primeiro CD de rock que tive e não me arrependo até hoje de ter o escolhido de presente de aniversário quando tinha meus 15 anos. Mas o disco que realmente me fez gostar de rock veio antes do Dois. Aos 12 anos, eu virei um fã dos Mamonas Assassinas e comecei a gostar e a ouvir mais canções de rock justamente por causa das músicas mais pesadas deles. A partir daí, não parei mais de gostar de rock e senti que finalmente havia encontrado a minha 'tribo'.
Antes de listar meu top ten dos álbuns mais importantes da minha vida, preciso deixar algumas menções honrosas, tais como:
- Longe Demais das Capitais - Engenheiros do Hawaii (1986)
- Krig-ha, Bandolo! - Raul Seixas (1973)
- Bocas Ordinárias - Charlie Brown Jr. (2002)
- Õ Blésq Blom - Titãs (1989)
- Legião Urbana (1985)
- Afrociberdelia - Chico Science & Nação Zumbi (1996)
- As Aventuras da Blitz 1 (1982)
- Roots - Sepultura (1996)
- Ventura - Los Hermanos (2003)
Pois bem, vamos lá para as dez mais:
10º - Ave Sangria (1974)
A Ave Sangria foi uma banda de rock pernambucana surgida nos anos 70 e que desafiou a moral e os bons costumes da época com posturas de palco pouco convencionais e com músicas que desafiavam a censura da ditadura militar. Apesar do pouco apuro instrumental da banda, eles conseguiram produzir um disco criativo e com melodias que fazem sucesso até hoje entre os velhos e novos fãs, tais como O Pirata, Seu Waldyr, Georgia, a Carniceira e outras. Teve uma época que eu fiquei tão fã deste disco que eu passei a considerá-lo como o melhor do rock pernambucano de todos os tempos, melhor inclusive que os discos da Nação Zumbi. E continuo o considerando o melhor até hoje e não apenas por ter marcado uma fase importante da minha vida, mas também por ser muito divertido de ouvir.
9º - Transpiração Contínua Prolongada - Charlie Brown Jr. (1997)
Já no primeiro disco, o Charlie Brown Jr. resolveu mostrar a que veio com canções como O Coro Vai Comê, Tudo que Ela Gosta de Escutar, Sheik, Quinta-Feira e Proibida pra Mim que formaram a identidade da banda. Apesar de instrumentalmente ser o álbum menos apurado do grupo, as músicas deste disco imortalizaram a banda no coração dos fãs. No meu caso, as canções deste disco marcaram uma fase única da minha vida.
8º - O Papa É Pop - Engenheiros do Hawaii (1990)
Foi graças a este disco que eu comecei a gostar do Engenheiros do Hawaii. As primeiras músicas que escutei da banda pelo rádio me tornaram um fã logo de cara. Engraçado que só mais tarde percebi que quase todas elas estavam presentes no mesmo disco: O Papa é Pop. Com isso, não tinha como deixar essa obra prima do rock nacional de fora desta lista.
7º - O Passo do Lui - Paralamas do Sucesso (1984)
O segundo disco mais antigo que eu ouvi de rock pop depois do Legião Urbana Dois foi este aqui. Músicas como Óculos, Meu Erro, Romance Ideal e SKA fizeram parte da minha infância e da minha vida. Diferentemente da seriedade do Legião Urbana Dois, a animação e o ritmo dançante de algumas músicas deste disco me marcaram desde criança. Por essas e outras que eu considero O Passo do Lui como o melhor disco dos Paralamas.
6º - Ideologia - Cazuza (1988)
Dizem que o rock brasileiro possui uma santíssima trindade que é formada por Raul Seixas, Renato Russo e Cazuza. Este disco é a prova de que Cazuza foi um dos maiores gênios da música brasileira, tornando-o parte da tal santíssima trindade. Já as músicas deste disco serviram de fundo musical para vários momentos que passei na vida, bons e ruins. Canções como Faz Parte do Meu Show, Ideologia e Blues da Piedade sempre me trazem recordações sinestésicas de outrora.
5º - Capital Inicial (1986)
Este disco traz canções que eu simplesmente não tinha como não gostar por causa da influência que elas sofreram do Aborto Elétrico (embrião da Legião Urbana). Algumas músicas importadas do Aborto Elétrico também estiveram presentes de forma marcante neste disco. O fato é que este álbum é uma síntese do que houve de melhor no rock oitentista surgido na capital federal. A mistura de punk, pop e rock alternativo foi que consagrou o Capital Inicial através deste disco e o colocou entre os gigantes do rock brasileiro. Além de tudo isso, este álbum foi um dos que mais me incentivou a gostar de rock, o que o tornou obrigatório nesta lista e em minha coleção.
4º - Gita - Raul Seixas (1974)
O pai da santíssima trindade do rock brasileiro não poderia ficar de fora. Raul Seixas foi mais que um gênio para mim: ele foi um terapeuta, um professor, um psicólogo. As canções do Raulzito serviram para me consolar, para refletir e para animar meu astral. Boa parte do que sou hoje recebeu influência das canções de Raul. E este disco foi, na minha opinião, o melhor dele e com mais canções que tocaram a minha alma.
3º - Dois - Legião Urbana (1986)
Não havia como deixar de fora desta lista o meu primeiro disco de rock e também o melhor álbum da Legião Urbana. Toda vez que escuto esta obra prima, sinto como se voltasse para a época que o ganhei, como se tivesse o escutando pela primeira vez. Falando do disco, o Dois é um álbum sublime, musicalmente caprichado e com letras líricas e poéticas. Não foi à toa que este foi também o disco mais vendido da banda, apesar de não ter nenhuma característica propriamente pop. Este disco foi o que mais teve músicas boas que não tocaram nas rádios. Vale a pena conferir.
2º - Cabeça Dinossauro - Titãs (1986)
Tecnicamente falando, este é o melhor disco de rock cantado em português de todos os tempos. É um dos poucos que não possui músicas ruins. O som pesado, agressivo, punk e de protesto conseguiu ser pop o suficiente para transformar os Titãs na mais representativa banda brasileira dos anos 80. Eu comecei a curtir rock mais barulhento graças a este maravilhoso disco – fato que acabou me servindo de inspiração para compor minhas canções mais pesadas posteriormente.
1º - Mamonas Assassinas (1995)
Sim, Mamonas Assassinas – apesar de não ser considerado um disco sério para os mal humorados – é rock, sim: e rock do bom! É verdade que os caras parodiavam diversos estilos, mas na essência deles sempre esteve o rock. A prova disso é que em quase todas as músicas havia uma guitarra distorcida. Mas a coisa foi muito além: eles tinham carisma, alegria, irreverência, criatividade, inteligência e muita qualidade musical: atributos estes que faltam a muitas bandas atuais. Foi este disco que me fez gostar de rock e é exatamente por isso que ele está no topo desta lista. Ele foi um divisor de águas na minha vida. Até hoje eu nunca vi nenhum artista com o talento dos Mamonas. É por isso que para mim eles sempre serão imbatíveis.
Com todo o respeito ao Mamonas meu caro, mas INFELIZMENTE eles se tornaram a banda favorita dos nazi coxas olavetes. Porque para esses retardados a banda de Dinho e cia era "politicamente incorreta e sem mimimi". E realmente os caras eram bobocas e muito preconceituosos. E se um reaça curte tal banda é sinal que é uma merda mesmo. Prefiro Ratos de Porão, Planet Hemp, Lobotomia a essa banda que agrada playboy e pobre de direita xucro.
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