Jamais faremos contato #1: Somos seres pré-históricos para os aliens

Isso é o melhor que temos em matéria de contato?

Sim, eu sei que o título do post é taxativo e desanimador para a maioria das pessoas, mas a verdade precisa ser dita: não temos chance alguma de fazer contato com qualquer forma de vida inteligente que esteja fora da Terra. O Paradoxo de Fermi tem uma explicação lógica. Sabemos que formas menos inteligentes que nós não têm condições de se comunicar. Já formas de inteligência superiores não têm interesse em se comunicar conosco. Ora, saímos do paleolítico há poucos milhares de anos e de lá para cá continuamos a ser um bando de primatas predadores, egocêntricos, covardes e arrogantes – além da nossa tecnologia ser muito rudimentar para padrões efetivos de comunicação cósmica. Outro aspecto interessante é que a caricatura clichê que construímos dos alienígenas não reflete a possibilidade fantástica de variedades de tipos de vida e de inteligência muito diferentes da nossa. Certamente, devem existir formas extraordinariamente mais complexas de seres vivos que misturam partes mecânicas e partes orgânicas com formações neurais que permitam uma capacidade intelectual inimaginável para nós. Acrescente a isso que muitas civilizações certamente estão milênios mais avançadas que a nossa. Será mesmo que estamos em condições de estabelecer contato com esse tipo de inteligência?

Pense bem: como querem que inteligências superiores se comuniquem com animais que não têm controle sobre seus instintos e emoções, como nós? Nós podemos destruir o planeta a qualquer momento com nossas armas nucleares, estamos devastando o ecossistema como um câncer e ainda por cima nos achamos mais espertos até que os próprios extraterrestres. Somos irracionais demais, estúpidos demais e animalescos demais para os aliens. O melhor que fizemos até hoje foram as sondas Voyager e a Mensagem de Arecibo: ambas uma piada em matéria de comunicação interestelar. Certamente, há de haver um jeito muito mais eficiente, barato e sofisticado de formas de vida realmente inteligentes se comunicarem pelo espaço. Nossa comunicação baseada em sons, ondas eletromagnéticas e escrita é limitada demais para as incontáveis e até então inimagináveis possibilidades de comunicação entre seres superiores intelectualmente e tecnologicamente. É possível que, neste momento, milhões de mensagens extraterrestres estejam ecoando pela Terra, mas nossa tecnologia ainda não é capaz de detectá-las. Até o que pode parecer trivial ou sem sentido para nós pode ser um mensagem extraterrestre sendo enviada até aqui. Nos falta sensibilidade, conhecimento e tecnologia para notar essas mensagens, caso elas existam. Até mesmo na forma como as partículas subatômicas se comportam pode haver uma mensagem subliminar de nossos irmãos cósmicos.
Enfim, lamento mais uma vez ser taxativo, mas se quisermos nos comunicar com formas de vida inteligentes que porventura possam existir, teremos que deixar de ser humanos. Seres como nós que temem a morte, que se apegam a misticismos, que não compreendem a razão do universo existir e que se acham a forma mais sublime de inteligência já feita na história do cosmo não merece a atenção de inteligências superiores. Somos uma piada incapaz de compreender a nossa própria insignificância. Talvez, o nosso maior erro seja justamente o de nos considerarmos algo que temo que ainda não sejamos de fato: inteligentes.

Talvez, daqui a alguns milhares de anos, quando nos tornarmos mais racionais e menos animais, tenhamos evoluído para alguma espécie com mais qualidades que possa, enfim, descobrir um jeito de ingressar na cidadania cósmica. Até lá nos resta ter humildade e entender que não estamos aptos e nem preparados para contato algum. Enquanto não percebermos a nossa insignificância, não estaremos sequer no rumo certo para, em um futuro distante, tentar se comunicar efetivamente. Temos que olhar primeiro para nós, para o nosso planeta. Temos que entrar em contato com quem está do nosso lado e evoluirmos como espécie e não apenas como indivíduos. Se não tivermos capacidade de nos comunicarmos diplomaticamente e racionalmente com nossos próprios semelhantes, o que dizer dos extraterrestres...