quinta-feira, 1 de setembro de 2016

As similaridades dos golpes de 1964 e de 2016



Qualquer pessoa com o mínimo de conhecimento acadêmico sobre política e história sabe que o processo de impedimento de Dilma Rousseff foi mero pretexto para dar um verniz de legalidade a um Golpe de Estado. Assim também foi em 1964, quando o parlamento, a mídia, o judiciário, as grandes corporações, as oligarquias econômicas, os EUA e setores reacionários da sociedade legitimaram o afastamento de João Goulart. Mais uma vez no dia 31, mais uma vez somente homens no poder, mais uma vez a direita, mais uma vez os entreguistas, mais uma vez o conservadorismo e o fascismo travestidos de, que cafonice, "luta contra a corrupção e contra o esquerdismo". É a história se repetindo porque os progressistas brasileiros não aprenderam que sem maioria no legislativo e agindo de forma ingênua, nunca teremos um país justo para se viver. Todas as vezes que os privilégios da elite financeira forem ameaçados, eles darão algum golpe.


A seguir, vou deixar um texto reflexivo da página Meu Professor de História que ensina, de forma didática, como 1964 possui semelhanças preocupantes com 2016:

"Estamos no meio de um processo de ruptura que não pode ser subestimado.
Vale resgatar 64.
O golpe de 64 não foi a invasão do gabinete da presidência por militares fortemente armados que assaltaram o poder rasgando toda a lei vigente, censurando e matando pessoas no dia seguinte, muito pelo contrário, o golpe de 64 se legitimou até onde foi possível através das leis vigentes a época.
Desde a vacância da presidência anunciada pelo presidente do Senado, passando pela posse do presidente da Câmara até a eleição indireta que elegeu o General Castelo Branco, tudo estava apoiado na constituição, assim como hoje, com premissas farsescas, já que a declaração de vacância da presidência sob o pretexto de que Jango havia deixado o país sem autorização do congresso é tão falta quantos os crimes de responsabilidade de Dilma.
Não foi uma frase de editores esquizofrênicos a famosa manchete do jornal O Globo no dia seguinte ao golpe que dizia : "Ressurge a Democracia", não era difícil convencer um cidadão comum de que a ordem democrática estava sendo seguida.
A situação pós golpe foi 64 era muito parecida com hoje, com os golpistas usando todos os artifícios legais para institucionalizar o golpe.
Um Golpe de Estado não é o ato que termina com o assalto ao poder, pelo contrário, esse é o seu inicio."

Para saber mais sobre o que está acontecendo, recomendo a excelente entrevista que o sociólogo Jessé de Souza deu ao The Intercept Brasil.

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