Muitas das pessoas que vociferam impropérios contra o ex-presidente Lula, desejando sua prisão e até mesmo a sua morte, são pessoas que fazem exatamente o que outras pessoas de gerações atrás também fizeram contra outros líderes. As elites de outrora também tinham seus veículos de comunicação oficiais que tratavam de difamar pessoas particularmente perigosas para o sistema, criando, dessa maneira, um ódio induzido muito forte na população contra os difamados. As pessoas aprenderam a odiar grandes líderes e a aceitar a pena capital como punição justa para eles. Temos alguns exemplos bem conhecidos desses verdadeiros mártires.
Tiradentes – tratado como um criminoso, traidor e lesa-majestade – foi o escolhido para ser enforcado entre os inconfidentes. Antônio Conselheiro, em Canudos, foi considerado um louco, fanático religioso e monarquista perigoso: mentiras essas que justificaram o seu assassinato e a aceitação popular do mesmo. Lampião, o Rei do Cangaço, também foi tratado como um bandido perigoso, um psicopata, um genocida: fato que justificou sua caçada e morte. Agora está sendo com Lula, que é taxado pela grande imprensa como corrupto, bandido e marginal que "destruiu o Brasil".
A semelhança entre Tiradentes, Antônio Conselheiro, Lampião, Zumbi dos Palmares e Lula é bastante evidente: todos foram pobres, vindos de classes subalternas, de posições sociais baixas, subversivos e representavam um grande perigo para as elites dominantes. O final dessa história é bastante óbvio. Se não matarem o Lula fisicamente, o matarão politicamente e moralmente. A sede de sangue e o ódio da massa enfurecida será saciado mais uma vez. O que estará escrito nos livros de história do futuro será exatamente o que estou a escrever aqui: um operário que ousou ser presidente recebeu a pena capital por contrariar os interesses da elite.
Mas o que há de novo nisso? Simples: que no século XXI, mais do que em outras épocas, as ideias fluem muito mais rapidamente graças ao mundo digital. Mesmo que Lula morra, suas ideias permanecerão vivas em muitas outras pessoas. Serão milhões de Lulas nas favelas, na caatinga, na periferia, nas universidades, nos sindicatos, nas redes sociais e nas ruas. Como já dizia uma frase de não lembro quem: "a ideia é o parasita mais persistente que existe". Pessoas morrem, mas as ideias não morrem jamais. Outros Lulas virão e saberão exatamente o que acontece com quem tentar desafiar o sistema: mas ao mesmo tempo saberão também como enfrentar esse sistema caduco que comanda o Brasil há 516 anos, porque o jogo da elite ficou muito claro neste último e desastrado golpe. Esse moralismo hipócrita das oligarquias está notavelmente saturado. Pode até demorar, mas a plutocracia sabe bem que tudo que tem um começo, terá um fim. É inevitável. Como disse certa vez um certo líder revolucionário: "Os poderosos podem matar uma, duas ou até três rosas, mas jamais poderão deter a primavera". Quem viver, verá.
Lula é do povo |
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAinda bem que vc mesmo apagou seu próprio comentário, me poupou do trabalho de ter que deletá-lo devido ao ódio patológico e irracional que ele exteriorizava. Se quer um conselho, procure um psiquiatra, vc está doente, cara.
ExcluirAs elites piram quando o operário vira presidente mas não piram quando um astrólogo que tem só a quarta série diz um monte de besteira na internet!
ResponderExcluirPois é!
Excluir