quinta-feira, 20 de outubro de 2016

O gambito de Moro


No xadrez existe uma jogada realizada no início da partida chamada gambito. Esta jogada consiste em oferecer um peão para sacrifício em troca de uma vantagem estratégica. E eu diria que foi mais ou menos isso que foi feito no dia 19 de outubro, quando foi decretada a prisão preventiva do ex-presidente da câmara Eduardo Cunha, ordenada pelo juiz Sérgio Moro.
Quem não nasceu ontem sabe muito bem que nada na política acontece por acaso, e essa prisão claramente não foi uma exceção. As velhas oligarquias por trás de Moro executaram um gambito, sacrificando o Eduardo Cunha no momento e na circunstância oportuna. A maior prova disso foi que Cunha só perdeu o mandato depois do impedimento consumado da ex-presidente Dilma Rousseff. Ele foi descartado pelas oligarquias após cumprir o seu papel no golpe. Já que não tem mais utilidade, resolveram deixá-lo sob custódia. Enfim, tudo não passa de um jogo de cena: uma dramatização de quinta categoria para "provar" uma imparcialidade que não existe.
Quem realiza um gambito no xadrez tem como objetivo encurtar o caminho rumo à captura do rei adversário, dando a falsa impressão de generosidade. Para posar de imparcial e de justo, o juiz age de forma semelhante ao árbitro de futebol que expulsa um jogador de cada time após uma briga. De um lado, expulsa o craque artilheiro; do outro, o zagueirão perna de pau. Dois jogadores foram igualmente expulsos, mas o time do craque foi que realmente saiu perdendo. Isso me parece tão ridiculamente óbvio...
Será que o FHC Brasif e seus ex-ministros também serão presos? Ou isso seria imparcialidade demais pro juizão da republiqueta de Curitiba?


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