quinta-feira, 20 de abril de 2017

Nunca desista do seu voto


Pois é, caro amigo de esquerda, dizem que se votar mudasse alguma coisa, seria proibido. Mas eu não seria tão simplista assim. Votar muda, sim. Porém, é uma mudança tímida, suave, gradual e de acordo com as regras e limites estabelecidos pela plutocracia. O PT tentou esse caminho e deu mais ou menos certo enquanto durou. A vitória do PT em 2002 foi apenas um primeiro passo de uma longa estrada rumo a um país mais justo. É claro que o Golpe de 16 criou um grande retrocesso, mas não devemos, por conta disso, desistir da democracia e anular nossos votos como muitos fizeram nas eleições de 2016. A direita não anulou e nem anulará os seus votos – e ela certamente vencerá as próximas eleições se os progressistas se absterem novamente, achando que está tudo perdido. É claro que a semidemocracia representativa que temos é frágil, injusta e fortemente elitista. Mas já que fazer revoluções ou constituintes no momento é algo impossível devido à alienação da população, temos que continuar nos agarrando a única arma que nos resta: o voto.

Infelizmente, o voto é a única arma que temos no momento.

É claro que estamos numa guerra injusta contra a velha mídia, contra os bancos, contra os rentistas e contra as oligarquias de uma maneira geral que influenciam fortemente o voto do eleitor. Isso só mudará, de fato, com uma revolução. Mas se desistirmos do único meio de mudança que temos atualmente, a direita irá triunfar contra o povo e contra a democracia mais uma vez.
Não podemos dar descanso a essa gente por um segundo sequer. A direita não vence por ser maioria: ela vence por omissão da esquerda.

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