Pois é, caro amigo de esquerda, dizem que se votar mudasse alguma coisa, seria proibido. Mas eu não seria tão simplista assim. Votar muda, sim. Porém, é uma mudança tímida, suave, gradual e de acordo com as regras e limites estabelecidos pela plutocracia. O PT tentou esse caminho e deu mais ou menos certo enquanto durou. A vitória do PT em 2002 foi apenas um primeiro passo de uma longa estrada rumo a um país mais justo. É claro que o Golpe de 16 criou um grande retrocesso, mas não devemos, por conta disso, desistir da democracia e anular nossos votos como muitos fizeram nas eleições de 2016. A direita não anulou e nem anulará os seus votos – e ela certamente vencerá as próximas eleições se os progressistas se absterem novamente, achando que está tudo perdido. É claro que a semidemocracia representativa que temos é frágil, injusta e fortemente elitista. Mas já que fazer revoluções ou constituintes no momento é algo impossível devido à alienação da população, temos que continuar nos agarrando a única arma que nos resta: o voto.
Infelizmente, o voto é a única arma que temos no momento. |
É claro que estamos numa guerra injusta contra a velha mídia, contra os bancos, contra os rentistas e contra as oligarquias de uma maneira geral que influenciam fortemente o voto do eleitor. Isso só mudará, de fato, com uma revolução. Mas se desistirmos do único meio de mudança que temos atualmente, a direita irá triunfar contra o povo e contra a democracia mais uma vez.
Não podemos dar descanso a essa gente por um segundo sequer. A direita não vence por ser maioria: ela vence por omissão da esquerda.
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