Já que estou no embalo de publicar poesias, vou deixar mais uma de minha autoria neste post. Esta foi, inclusive, uma das preferidas do meu pai, que também era poeta.
O BEIJO
Um beijo não se traduz
Em duas bocas que se enlaçam
Ou em dois lábios que se afagam.
Um beijo de verdade
É o encontro de duas almas
Quando o coração não mais se acalma.
Um beijo não está
Nas salivas repletas de bactérias
Nem nas saburras que se confundem,
Porque um beijo transcende a matéria
No infinito onde as almas se fundem.
Um beijo não abriga
O estalo frio de um pobre ósculo
De dois beiços quase inócuos.
O beijo está na magia
De cada suspiro de euforia.
Um beijo não é
O âmago de um breve prazer
Nem o alívio para a solidão.
O beijo é uma forma de dizer
O que palavras jamais dirão.
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