terça-feira, 21 de novembro de 2017
Defender o almirante Othon é uma questão de patriotismo
O patriotismo no Brasil é realmente um fenômeno muito estranho que precisa ser estudado em laboratório. Isso porque somos o país mais rico do mundo, com a maior diversidade étnica e cultural, e com alguns dos maiores gênios do mundo nascidos aqui. Mas sofremos de uma bizarra síndrome de vira-latas que só é deixada de lado durante os mundiais de futebol. Não somos capazes sequer de enxergar as nossas próprias virtudes como povo e como nação. E num país como este é de se esperar que as pessoas adotem o padrão de beleza europeu, achem que os irmãos Wright inventaram o avião e que as nossas riquezas naturais dão prejuízo. E o que dizer então da perseguição política a pessoas específicas que estão incomodando as nações imperialistas...
Uma dessas pessoas perseguidas é o vice-almirante do Corpo de Engenheiros e Técnicos Navais da Marinha do Brasil Othon Luiz Pinheiro da Silva. Para quem não sabe, o almirante Othon é nada menos que o pai do programa nuclear brasileiro.
O Brasil deve a Othon o maior feito de inovação da sua história moderna: o processo de enriquecimento de urânio através de ultra centrífugas. Foi um trabalho portentoso, que sobreviveu às crises do governo Sarney, ao desmonte da era Collor, aos problemas históricos de escassez de recursos, enfrentando boicotes externos, valendo-se de gambiarras eletrônicas para contornar a falta de acesso a componentes básicos, cuja exportação era vetada por países que já dominavam a tecnologia. São poucos os países do mundo que podem se orgulhar de ter um cérebro como o do almirante que, por razões políticas, foi condenado a 43 anos de prisão (isso mesmo: 43!) pela Lava Jato pelo suposto recebimento de uma propina denunciada por um delator numa situação semelhante ao que ocorria nos Processos de Moscou. Se o almirante Othon é culpado ou inocente, na verdade, isso pouco importa. Não se pode simplesmente afastar das atividades um gênio como ele. Vai ver se algum país do primeiro mundo manda encarcerar em regime fechado seus gênios caso eles cometam crimes. Você consegue imaginar os EUA mantendo um Einstein ou um Oppenheimer preso sem poder trabalhar ou pesquisar? Para se ter uma ideia, os cientistas prisioneiros de guerra da Alemanha nazista foram usados pelos EUA para ajudar no desenvolvimento tecnológico norte-americano. Nem mesmo os cientistas de outros países eram presos pelos EUA, mesmo sendo nazistas. E aqui se condena um compatriota do nível do almirante Othon sem provas e ainda mantendo-o afastado de suas funções...
É por isso que é uma questão de amor à pátria protestar contra a prisão de um dos nossos maiores cientistas. Apesar do habeas corpus dado pelo TRF2 em outubro, é preciso dar todo apoio ao almirante Othon e combater a perseguição política contra o mesmo. O Brasil não pode ter o seu programa nuclear sabotado e paralisado por operações internacionais que querem o desmonte do Estado brasileiro.
maldito seja moro
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