Ontem foi divulgado pela imprensa um documento secreto da CIA que confirmou que o general Ernesto Geisel autorizou o assassinato de dezenas de pessoas durante a ditadura militar. Isso mostra que até mesmo o general mais "moderado" dos cinco que governaram o Brasil não era nenhum santo, como muitos inocentes acreditavam. Essa notícia que estarreceu muita gente só serviu para provar mais uma vez que a ditadura militar foi um dos períodos mais sangrentos da nossa história.
Enfim, a verdade é que Geisel não era e jamais será uma exceção. Desde a ditadura militar que o alto oficialato das Forças Armadas segue uma cartilha fascistoite, macarthista e alinhada aos interesses do imperialismo. Num dia desses o "moderado" general Villas Boas soltou um post no Twitter onde deduziu de forma implícita que a criminalidade não tem ligação direta com as desigualdades sociais, pensamento este que é inegavelmente fascistoide – fora a pressão que ele fez para que Lula fosse condenado pelo STF. Isso sendo ele um general "moderado". O que dizer então de generais abertamente golpistas como o Mourão e os generais da reserva que sonham acordados com a volta da "caça aos subversivos"...
Pensamento que se opõe ao consenso acadêmico sobre as causas da criminalidade |
A verdade é que os nossos generais continuam com a mesma mentalidade da Guerra Fria. Só que ao invés de odiarem o comunismo (que não existe mais), odeiam o PT e o progressismo. Mas o pior de tudo não é nem o fato deles serem reacionários, autoritários e fascistoides; o pior é que eles simpatizam com o entreguismo. O general Mourão disse em uma palestra gravada e jogada na web que está de acordo com os planos neoliberais impostos pelo sistema financeiro internacional. Nossos generais discursam com o mesmo ideário do Bolsonaro: o fascismo entreguista, que é algo inédito na história.
É muito triste ver funcionários públicos (sim, militares são funcionários públicos porque somos nós que pagamos o soldo deles) serem contra o próprio patrimônio público e contra as riquezas da própria pátria. Eu sempre achei que a função dos militares era de defesa, para proteger as nossas fronteiras, a nossa soberania, o nosso povo e as nossas riquezas. Mas o que vemos são generais defendendo o ataque à nossa própria soberania como se fossem parte do exército norte-americano. Não vejo um único militar sequer ser contra a entrega do pré-sal, do aquífero guarani, da base de Alcântara, da Eletrobrás, do nosso programa nuclear, da Embraer, da Amazônia e da venda estratégica de parte de nosso território. Como as nossas forças armadas que deveriam sonhar com um Brasil grande, desenvolvido e independente podem ser tão omissas e antinacionalistas?
fascistas são nacionalistas não a como serem fascistas e entreguistas ao mesmo tempo
ResponderExcluirTeoricamente, não. Só que na prática, a teoria é outra. O Brasil é um país tão sem noção que até o nosso fascismo (sim, é fascismo) é entreguista.
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