A Globo e suas eternas mentiras sobre a Petrobras

A Globo, apesar de adorar pagar de isentona, age de forma tão escandalosamente parcial que chega a constranger. Ontem, escutando o JN, fiquei impressionado como a narrativa da Globo resumiu a Petrobras a um mero negócio especulativo mostrado apenas nos números das bolsas de valores. Ao lamentar a saída de Pedro Parente, a Globo continuou insistindo naquele discurso moralista de que a atual política de preços do Golpe foi para "salvar" a Petrobras dos anos de corrupção petista. Essa é exatamente a narrativa da direita para justificar a privatização e a entrega das nossas estatais para grupos estrangeiros. É uma narrativa fácil, pobre, enviesada e de senso comum para fazer o brasileiro médio de massa de manobra e aceitar a visão dos grupos rentistas que controlam a mídia. A narrativa da Globo não defende em momento algum os interesses do povo. Cadê que a emissora dos Marinho não defende o uso dos royalties do petróleo para ser investido em educação, ou então a geração de empregos que a Petrobras traz, ou ainda a riqueza que ela representa para o nosso país? O que a Globo como monopólio de mídia defende são os interesses financistas de especuladores e acionistas. E para mostrar que a Globo está errada, vou deixar um texto brilhante do Felipe Quintas que refuta a diarreia neoliberal da Vênus Platinada e esclarece a importância da Petrobras para todos os brasileiros. Vale a pena dar uma lida:

"Na visão deturpada, irracional e perversa dos financistas, que é divulgada pela grande mídia, a Petrobras e a Eletrobras são valores abstratos em uma tela, que sobe ou desce de acordo com a movimentação do "mercado". A Petrobras e a Eletrobras não são isso. São empresas de produção, sua riqueza e sua importância não estão num pregão da bolsa e sim no trabalho e investimentos acumulados e despendidos por décadas para a prospecção do petróleo, refino em derivados e distribuição desses às pessoas, no caso da Petrobras, e de produção e distribuição de energia, no caso da Eletrobras. O valor delas não é financeiro, mas físico e social; não pode ser medido em dólar, mas em Joule, Watt, volume de produção e em incremento qualitativo da soberania, do desenvolvimento e do bem-estar nacionais.

Isso precisa ficar claro para que ninguém bem-intencionado ache correto e necessário desmantelar a estrutura material dessas empresas para sua cotação nas bolsas subir, pois quem ganha com isso não é o país mas somente os lobos de Wall Street e suas hienas da Faria Lima. Por a Petrobras e a Eletrobras serem responsáveis por literalmente movimentar o país e permitir que qualquer outra atividade exista, nem deveriam ser comercializadas em bolsas de valores, e também por isso o Estado tem por obrigação administrá-las e protegê-las da voracidade financista, para que sua finalidade seja de atendimento às demandas concretas da nação e do povo, e não à jogatina dos especuladores que veem essas empresas como mais um número, perfeitamente substituível por qualquer outro.

Em um país sério jamais se cogitaria, nem de brincadeira, privatizar a Petrobras e a Eletrobras e/ou submetê-las ao cartel internacional do petróleo e da energia sob comando das altas finanças, como as atuais e criminosas "digestões" (e não gestões) do Pedro Parente e do Wilson Ferreira Junior vêm fazendo. Já pagamos um preço elevadíssimo pela privatização da Vale, da Telebras, da CSN, da Embraer, da FNM. Privatizar a Petrobras e a Eletrobras seria enterrar de vez o Brasil e condená-lo a se tornar um Paraguai continental, se dermos a sorte de o país não se fragmentar."