domingo, 17 de fevereiro de 2019

O liberalismo econômico é um cavalo de troia


A linha de pensamento econômico mais perigosa que temos hoje em dia é, de longe o tal (neo)liberalismo. Esse modelo de desenvolvimento econômico é um verdadeiro veneno, sobretudo para os países em desenvolvimento, porque ele alimenta um ciclo predatório do mercado que a longo/médio prazo desestabiliza a demanda agregada, gerando desemprego, inflação e desvalorização do câmbio. Países em desenvolvimento que aderem ao neoliberalismo correm o risco de acentuar drasticamente as desigualdades sociais e a retardar o desenvolvimento de suas atividades industriais.
Os EUA, país usado como modelo pelos liberais, se desenvolveram graças à industrialização, às guerras, ao protecionismo, ao investimento em tecnologia e ao intrometimento do Estado na economia, ou seja: exatamente o oposto do que é defendido pelos liberais econômicos. Desejar um Estado mínimo no Brasil é uma estupidez sem tamanho, porque o salário aqui não é e nunca será igual aos EUA e porque somos um país subalterno aos interesses das grandes nações capitalistas. O nosso desenvolvimento gera concorrência para eles. A Operação Lava Jato – exemplo de guerra jurídica promovida por interesses do capital estrangeiro – obedece à função política de destruir setores estratégicos da nossa economia com a desculpa de que está "combatendo a corrupção".
Já as privatizações, terceirizações, revisão dos direitos trabalhistas, ataques à previdência social e corte de investimentos é um negócio péssimo para os trabalhadores, porque o salário mínimo aqui não chega nem perto do salário mínimo nos EUA. Essas ideias liberais só funcionariam se fôssemos uma nação rica. Como não somos um país rico e desenvolvido, o neoliberalismo só serve para ferrar mais ainda com o nosso povo pobre que não terá mais acesso aos serviços públicos gratuitos.
Neoliberalismo em país subdesenvolvido só serve para enricar a casta plutocrata rentista do capitalismo financeiro. O neoliberalismo nada mais é que o Estado máximo em favor dos ricos e o Estado mínimo apenas para os investimentos sociais em favor dos mais vulneráveis socialmente. Temos, sim, que investir no social e no combate às desigualdades sociais criminosas que existem neste nosso país. Esqueçam essa tolice de livre mercado, de trickle down e de que imposto é roubo. Apesar dessa doutrina soar agradável aos ouvidos da nossa inocente classe média, ela não passa de um belo de um cavalo de Troia.

2 comentários:

  1. Lá no longínquo 1981, Asma Jahangir, observadora da ONU, classificou a justiça do trabalho brasileira de absurda. Uma justiça que, além de caríssima, se admitia parcial. Recomendava ela, a absorção da mesma pela justiça comum e a extinção da CLT. Quase 40 aos depois, obrigamo-nos a admitir. Ela tinha razão. Países que não tem CLT, Canadá, EUA, Dinamarca sobra emprego. Lá os funcionários são ricos. Aqui somos miseráveis.

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    1. Aham, vai acreditando que sem a CLT a gente vai virar uma Dinamarca...

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