domingo, 19 de janeiro de 2020

Nazismo brazuca


Não se iludam. Roberto Alvim não foi exonerado por ser nazista. Foi exonerado por não ser discreto. Um governo profundamente marcado por ideias fascistoides precisa apenas fingir que não é antissemita para não parecer nazista. E nada disso é novidade. O mundo inteiro denunciou antes e depois das eleições de 2018 que estávamos diante do risco de cair nas garras do protonazismo por conta das ideias perigosas que Jair Bolsonaro representava.
Para quem não se deu ao trabalho de perceber, foi o próprio Bolsonaro que escolheu o Roberto Alvim para a Secretaria da Cultura mesmo sabendo que ele era um nazista recalcado, como o canal Meteoro Brasil demonstrou neste vídeo. Não existe problema algum em ser um nazista neste governo. Você pode ser racista, supremacista, homofóbico, misógino, xenófobo, aporófobo e macarthista abertamente como os nazistas eram, só não pode fazer referência direta ao nazismo porque aí já é "coisa de esquerdista", afinal, para os idiotas, o nazismo era de esquerda.
Para os pobres coitados que insistem em tentar colocar o nazifascismo e a esquerda no mesmo balaio, este post mostra porque esta é uma ideia completamente errada.

Homem com suástica nazista em MG mostra onde fomos parar.

Como chegamos nesse ponto?
O fato foi que desde o movimento pró Golpe que começou em 2015 que as portas do inferno se abriram e os monstros da extrema-direita saíram todos do armário. Nazistas, fascistas, integralistas, TFPistas, cavaleiros templários, saudosistas da ditadura, olavistas e todo tipo de corja antes acuados pela Constituição e pelos valores civilizatórios se sentiram empoderados pela imprensa corporativa com seu antipetismo vulgar para se manifestarem. Escondida por trás de um discurso hipócrita anticorrupção, essa extrema-direita foi às ruas pedir a cabeça de Dilma Rousseff e o fim do "esquerdismo" representado pelos avanços sociais da era petista. E agora, depois do Golpe consumado, eles estão livres por aí enquanto o governo se foca em combater o PT, as minorias e a esquerda de um modo geral, como se eles fossem o problema do Brasil.
Não sei como faremos para o Brasil voltar ao normal, mas com certeza precisaremos, antes de tudo, tirar o bufão miliciano/entreguista da presidência. Bolsonaro pode até não ser um nazista, mas as forças que ele representa possuem ligações estreitas com as ideias autoritárias da direita do século XX.

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