segunda-feira, 26 de julho de 2021

Sobre os uniformes femininos nas olimpíadas


É bizarro e lamentável que em pleno século 21 atletas tenham que protestar para terem o direito de escolher que tipo de roupa querem utilizar nas competições. Essa recente polêmica envolvendo as norueguesas no handebol de praia e as alemãs na ginástica nas olimpíadas de Tóquio mostram que esse padrão engessado de uniformes, especialmente para mulheres, é completamente desnecessário. Na minha opinião, são as próprias atletas que devem escolher o que irão vestir desde que, claro, tenham como se diferenciar das atletas do outro time. É ridículo e cruel que uma pessoa seja obrigada a usar biquíni em um dia frio. As atletas não estão ali para serem bonitas ou desfilar, mas para competir. Se elas quiserem usar biquíni, usem. Se quiserem usar calças, usem. Se quiserem usar burca, usem. O que tem que valer é a decisão delas. Chega dessas federações cheias de homens sexistas decidindo o que as mulheres devem vestir. Eu sou totalmente contra uniformes e padronizações, portanto, eu sou a favor dessa causa. Lembrando que isso vale tanto para as atletas que querem usar mais ou também menos roupas, porque usar calça e mangas compridas debaixo de um sol de quarenta graus também é sacanagem.

O único problema que eu vejo nos argumentos contra o uso de "uniformes sensuais" é aquela ideia cristã medieval de ver o corpo da mulher como "fonte de pecado e luxúria" e ter que ser coberto por isso. Tem um monte de cristão falso moralista e de mulheres com baixa autoestima que protestam contra os "uniformes sensuais" só porque isso os incomoda. Ser contra a sensualidade é uma idiotice sem tamanho, porque a "maldade" está sempre nos olhos de quem a vê. Se uma pessoa socializada numa tribo/cultura que usa pouca roupa ver as atletas de collant, por exemplo, com certeza irá achar que elas estão com "roupas demais". Já pessoas de regiões muito frias do planeta irão achar justamente o oposto: que mesmo de calças as atletas estão "quase nuas". Isso é invariavelmente cultural e nada tem a ver com aquele argumento moralista aloprado da "objetificação sexual". Aliás, roupa nenhuma objetifica as pessoas, o que objetifica é o tipo de tratamento que uma pessoa recebe. Biquínis, maiôs, sungas e shorts curtos não têm que ser proibidos, eles só tem que ser opcionais. Agora obrigar a usar certos tipos de uniforme, seja fio dental ou burca, é que é um absurdo. Tem que ter liberdade para todos.

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