A capa recente do jornal Extra traz uma reportagem chocante exibindo uma cena muito comum no capitalismo: a face cruel da fome. Na imagem da capa, pessoas em situação de insegurança alimentar aparecem tendo que catar restos de pelanca e ossos para ter o que comer. E não estamos falando de um país pobre da África Subsaariana, mas sim do Brasil.
Eu nem vou usar isso como desculpa para atacar o governo atual, porque o problema vai além do bolsonarismo. É estrutural que pessoas precisem passar fome no capitalismo, porque isso gera lucro para quem vende alimentos. Não é à toa que toneladas e mais toneladas de alimentos prontos para o consumo precisam ser incinerados para manter o preço da comida competitivo. Só há lucro porque há fome. E depois os capitalistas sem capital vêm criticar Cuba e Venezuela: dois países que mesmo sofrendo sanções, bloqueios econômicos e embargos para não prosperarem, conseguem evitar cenas deploráveis como a da capa do jornal Extra. Enquanto isso, países capitalistas que nunca sofreram com restrições econômicas, tais como EUA, Suécia e França – só para ficar em três exemplos – têm uma fatia considerável de sua população passando fome. E depois ainda me perguntam por que eu virei um anticapitalista...
No caso do Brasil, é necessário expandir e prorrogar o auxílio emergencial para que cenas como essas não voltem a castigar o nosso povo. Mas com um bando de políticos egoístas mais interessados em manter a porcaria do teto de gastos e nas reformas antipopulares, infelizmente, fazer três refeições por dia vai continuar a ser um privilégio.
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