Era perto do fim do ano 1995. Foi naquela época que conheci o jogo de videogame que mais joguei na história da minha vida. Eu tinha ido fazer um trabalho do colégio em grupo na casa de um colega de classe e após terminarmos o trabalho, resolvemos jogar Super Nintendo. O jogo escolhido era um tal de Campeonato Brasileiro. Quando o jogo começou a rodar, fiquei impressionado. Diferentemente de todos os jogos de futebol que joguei antes, aquele era bonito, dinâmico, rápido e divertido. Além de ter os times brasileiros com os nomes reais dos jogadores, a narração era bem engraçada. Enfim, joguei junto com meus colegas e fiquei entusiasmado com aquele joguinho. Joguei este game outras vezes na casa de parentes e em locadoras até descobrir que ele era uma hack do original International Superstar Soccer. No ano seguinte, descobri a continuação melhorada dele, o International Superstar Soccer de Luxe que contava com mais times, melhor jogabilidade, mais recursos e uma narração lendária, especialmente nas hacks em portunhol com os times brasileiros.
Eu joguei tanto, tanto, mas TANTO o ISSS e suas variações que fiz absolutamente tudo que era possível: completei todos os desafios, modos de jogo, dificuldades, alterei cores, criei times, fiz campeonatos, transformei o juiz em cachorro, ganhei de virada por 120 gols de diferença, descobri glitchs e passei mais de seis horas seguidas jogando sem parar. Para ter noção do quanto amo esse jogo, eu jogo ele até hoje no emulador do celular. Quando estou na fila para algum exame ou consulta médica, lá estou eu jogando o ISSS de Luxe. Eu não tenho paciência para jogar games de futebol atuais, mas o ISSS me traz uma mistura de diversão e nostalgia por ser um game muito doido e dinâmico.
O craque Allejo foi inspirado no Bebeto. |
O que eu acho mais incrível neste game é a capacidade que só ele tem de nunca enjoar. Apesar das mentiras, da física sem nexo e dos pequenos bugs, não tem como não se divertir demais, especialmente com relação à narração em portunhol bizarro do narrador fanho. Frases épicas como "Forte gomba!", "grrrrande jogada!", "me dá estrume" e o famigerado "mocwwuwnmboo" (quando acabava a partida) eram absolutamente hilários. Os modos de jogo, as estratégias, o posicionamento, a marcação, a formação, as cores, as habilidades: tudo era customizável. Eu adorava, por exemplo, criar times bem ruins com jogadores cansados e goleiro manual só para ver quanto tempo eu segurava sem tomar gols ou qual era a menor goleada possível de tomar com aquele time horroroso. Também expulsava todos os jogadores de um time e deixava só o goleiro para ver a zoeira. Enfim, o game traz possibilidades quase infinitas. É por isso que ele é tão longevo na minha vida.
Um placar plausível no game. |
Cheguei a jogar depois o International Super Star Soccer 64 no Nintendo 64, mas a versão do Super Nintendo era imbatível. Seja sozinho ou com os amigos, não existe nenhum game que me divirta tanto.
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