Todo ano é a mesma coisa na região metropolitana do Recife durante as épocas de chuva. Ou temos deslizamento de barreiras nos morros, ou temos prédios desmoronando, ou então casas sendo literalmente derrubadas pelas enchentes dos rios. E nessas tragédias anunciadas quase sempre temos vítimas fatais. Lamentavelmente, foi exatamente isso que ocorreu no desabamento do Conjunto Beira-Mar em Paulista, onde tivemos pelo menos 14 mortos e vários feridos. Os prédios que desabaram tinham a estrutura comprometida e, por isso, estavam interditados desde 2010. Contudo, como vivemos num país onde a política habitacional existe para atender a interesses econômicos, quem tem que pagar com a vida por essa estupidez são as pessoas pobres. Afinal, a escolha que damos para quem recebe um salário mínimo (ou menos) é ou pagar aluguel, ou se alimentar. Nunca os dois ao mesmo tempo. Daí já se vê a crueldade que é imposta à imensa maioria da população de baixa renda através deste dilema.
A solução paliativa para esse problema seria demolir as edificações de risco logo que elas fossem interditadas para que ninguém as ocupasse. Mas isso não é tão simples por exigir uma série de burocracias legais – além de que as famílias iriam morar em outros locais de risco, apenas transferindo o problema de lugar. Para resolver definitivamente esse ciclo de tragédias, só há dois caminhos. Ou teríamos que lançar vários programas habitacionais para famílias de baixa renda, coisa que até existe, mas que é ineficiente em diversos aspectos. Ou então iríamos atrás da solução definitiva que é... eliminar o capitalismo. Se vivêssemos em modelos socialistas, tais como foi na antiga União Soviética ou em Cuba, já seria uma revolução enorme. Afinal, como disse o próprio Fidel Castro certa vez: “Esta noite milhões de crianças dormirão na rua, mas nenhuma delas é cubana.” Mas ainda assim há outros modelos ainda melhores que o socialista, como é o caso do Projeto Vênus elaborado pelo projetista Jacque Fresco, onde o sistema de habitação existe exclusivamente para atender a necessidade da população e não do sistema financeiro ou do Estado.
Enfim, para tudo existe uma solução, menos para a morte – que é o que vai continuar a ocorrer enquanto os seres humanos não tiverem acesso universal a moradia digna.
De fato, só a extinção do capitalismo poderá acabar com a pobreza e todas as contradições do nosso sistema capitalista.
ResponderExcluirExatamente, camarada.
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