Veja essas frases abaixo:
"Os ateus querem implantar uma ditadura científica no país!"
"As mulheres querem implantar uma ditadura feminista no Brasil!"
"Os afrodescendentes querem instaurar uma ditadura negra no Brasil!"
"Os gays querem ter mais direitos que os heterossexuais!"
"Os deficientes físicos estão atrapalhando a vida das pessoas 'normais'!"
Sabe o que todas essas frases acima têm em comum, além do preconceito? O medo!
Eu vejo dois problemas muito sérios com relação às pessoas que dizem essas frases. O primeiro problema é a ignorância, pois quem faz tais afirmações não sabe o que é uma ditadura. E segundo é a estupidez, porque confundem a luta por direitos iguais com uma suposta tentativa de opressão vinda por parte das minorias.
Pior que isso são aqueles que pensam que as pessoas que estão lutando pelo fim do preconceito estão querendo se vingar da opressão ou querendo dominar os opositores. E é aí que começa aquela choradeira, aquela vitimização e todo aquele discurso de apelo ao medo para atrasar ainda mais os avanços sociais.
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| Como os conservadores estão se sentindo |
No final do século 19, por exemplo, quando a escravidão estava sendo derrubada, muitos conservadores da época diziam que era moda ser abolicionista e que os negros queriam implantar uma ditadura racial no Brasil. Já hoje, por exemplo, ainda vemos negros serem hostilizados em locais públicos e alguns homens dizendo que as mulheres que lutam por seus direitos são um bando de "lésbicas feminazistas". Isso sem falar, logicamente, em outras minorias como os irreligiosos e os homossexuais, que sofrem preconceitos e perseguições desde a época da Inquisição. E nem mesmo os idosos e as pessoas com deficiência física escapam desse discurso cheio de ignorância, preconceito e estupidez.
No post sobre os Coitadinhos dos Homens, eu abordei especificamente a visão dos homens que se opõem às conquistas femininas e aos direitos iguais para ambos os sexos. Mas como percebi que o mesmo fato ocorre contra todos que buscam por seu espaço na sociedade, então resolvi descer a lenha contra todos esses falsos moralistas de uma vez só. E para esses falsos moralistas e conservadores em geral, eu pergunto:
Quem disse que lutar por melhores condições de trabalho, por melhores condições de vida e por direitos iguais é ditadura? Se você acha que isso é ditadura, meus parabéns, pois o seu QI oscila entre o de uma ameba e o de uma samambaia de plástico.
Bem lembrado, a dignidade não é só para religiosos, homens, brancos, héteros, todos temos necessidades especiais e urgentes de respeito e espaço.
ResponderExcluirBeijos
E eu esqueci de mencionar também que os ricos - a alta burguesia brasileira - também se indignou quando as classes populares começaram a ter dinheiro para comprar seu carrinho ou sua casa própria. É preciso dar um fim à arrogância e ao exclusivismo que militam contra a igualdade social.
ExcluirBjs.
Sem dúvidas vivemos o século das minorias, sou negro e não acredito que o sistema de cotas fará justiça a escravidão, como também não acredito em leis específicas para certos grupos sejam quais forem. Observando bem nossa constituição, sabemos que a mesma lei que é definida para todos (art. 5º, que todos são iguais perante a Lei, independente de cor, raça, SEXO, religião, condição social, etc ) PORQUE ENTÃO CRIAR ALGO ESPECÍFICO PRA GRUPOS, SEJAM ELES NEGROS, HOMOSSEXUAIS, JAPONESES, ETC...
ResponderExcluirBoa tarde, Zé Jota.
ExcluirCotas não servem para 'reparar' a escravidão, mas sim para aumentar a inclusão social. Na constituição diz que somos todos iguais, mas será que todos somos tratados iguais mesmo? Será que o afrodescendente que é ofendido por sua cor é tratado igual a um eurodescendente? Será que uma mulher que é subestimada no trabalho apenas por ser mulher é tratada com o mesmo respeito que dão a um homem? É para isso que existem as ações afirmativas: para reduzir essas diferenças culturais e históricas.
Grato pela sua participação.