quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Quem acredita em "ditadura gay" não pode ser normal

É sério que você levou isso a sério?

Os reacionários – sejam eles saudosistas de tempos sombrios ou fundamentalistas religiosos – têm o péssimo hábito de dizer por aí que estamos vivendo numa "ditadura gayzista". Ora, todos com o mínimo de bom senso sabem muito bem que o que temos é justamente o oposto: uma imposição fortemente heteronormativa com profundas raízes históricas e culturais. O "normal" (do ponto de vista de que se segue uma norma) hoje na sociedade cristã, ocidental e patriarcal é ser heterossexual, cissexual e heteronormativo. Portanto, quando os homossexuais e transexuais passaram a quebrar essa norma para lutar por direitos civis básicos nesta nossa sociedade homofóbica, a turminha reacionária não conseguiu conter o seu ímpeto e partiu para o ataque. A homofobia tornou-se tão descarada, que há pastores e até deputados engajados na missão de atacar ferrenhamente os homossexuais e seus direitos civis. Qualquer revés tomado por esses reacionários é tratado por eles mesmos como sendo "perseguição" da tal "ditadura gay": fato que mostra como essa gente se amarra em inverter a realidade.
Pois bem, resolvi procurar os argumentos que os reaças usam para alegar que há uma ditadura gay e encontrei o hilário quadro abaixo:

Clique para ampliar esta merd@

Não é preciso dizer que essa comparação da fantasiosa "ditadura gay" com o nazismo é terrivelmente mentirosa e falaciosa. Por isso, decidi comentar ponto a ponto do quadro acima, mostrando que tudo isso não passa de uma grande idiotice fomentada por fobias e preconceitos que não possuem nenhuma razão real para existir.

1-A política Nazista fez uma campanha de aceitação forçada para o povo.
A primeira coisa que aparece neste item é o símbolo do PT, por que será? Nunca vi um reacionário sequer que não odeie o PT. Pelo que tenho visto, odiar o PT (e tudo que for de esquerda) é requisito fundamental para ser um reacionário típico. E nada mais previsível para um reaça que associar o PT a "tudo que não presta", ou seja, ao nazismo e ao "gayzismo". Enfim, o fato é que NÃO existe campanha de aceitação forçada a favor de coisa alguma. O que o grupo LGBT quer é ter os mesmos direitos civis que os grupos privilegiados sempre tiveram. Se exigir direitos iguais e lutar contra o preconceito (homofobia) passou a ser considerado uma "ditadura", é porque vivemos em tempos realmente muito estranhos. Lutar contra a homofobia é democracia, e não "ditadura".

2-Não era permitido conceitos e pensamentos contrários.
Quem entende de falácias sabe que toda essa comparação imbecil não passa de falácia de redução ao nazismo sendo usada de forma clássica. Fora que o que ocorre é exatamente o contrário: um bando de reacionários querendo calar os homossexuais. Vivemos em um mundo realmente doente para que a homofobia, a desigualdade, o preconceito, a repressão e a violência sejam chamados de "pensamentos e conceitos contrários". Está comprovado: ser reaça é a arte inverter a realidade.

3-Quem era contra a política nazista era considerado criminoso.
Ser contra direitos civis de minorias pode até não ser um crime, mas DEVIA ser. Defender que precisamos viver num mundo onde homossexuais devem ser marginalizados, ridicularizados e perseguidos é que realmente se encaixa bem com o nazismo. O nazismo fazia isso: perseguia minorias marginalizadas – e não uma maioria opressora.

4-Criaram leis para ficarem protegidos a ponto de levar a prisão quem fosse contra os seus princípios.
O objetivo da PL-122 é criminalizar a homofobia. Com esta lei, ninguém mais vai poder humilhar, discriminar ou desrespeitar uma pessoa por causa da sua orientação sexual. A lei, segundo o STF, é constitucional, o que destrói essa bobagem dela ser uma lei ditatorial para "implantar o gayzismo no país".

5-Fizeram campanhas em escolas para disciplinar os jovens a crescerem com este pensamento.
Que pensamento? Opressão aos heterossexuais? Criminalização da heterossexualidade? O que a escola tem a obrigação de fazer é ensinar as pessoas a se respeitarem mutuamente. Nossas crianças precisam aprender a respeitar as diferenças. Não podemos ter cidadãos conscientes numa sociedade que ensina as crianças a serem indiferentes a homofobia. E essa história de "kit gay" é uma babaquice reacionária que nunca existiu. Os homofóbicos distorceram uma cartilha educativa de combate à homofobia para dizer que ela estava estimulando as crianças a virarem "viadas". Pelo visto, o desejo sádico de oprimir não tem limites.

6-Fizeram o povo acreditar que o modo de vida deles era o modo normal e correto de comportamento social.
Para terminar esse vitimismo reacionário, os homofóbicos resolveram associar algumas novelas Globo a uma suposta doutrinação gayzista-marxista-cultural. E ao contrário do que eles pensam na cabeça de vento deles, não existe isso de "comportamento social correto" no que diz respeito à orientação sexual. Não existe orientação sexual "certa" ou "errada". Quem pensa dessa forma maniqueísta com relação à sexualidade humana é porque quer controlar os outros. A homossexualidade, assim como heterossexualidade ou a bissexualidade, são naturais e sempre existiram entre os humanos e entre outras espécies animais. Quem acredita em "ditadura gay" deveria procurar um psiquiatra para tratar dessa mania mórbida de querer controlar a sexualidade alheia.

O amor sempre vencerá todas as barreiras!

Para terminar, um vídeo divertido que mostra como seria se realmente existisse uma ditadura gay:

4 comentários:

  1. voce sabia que antes de Hitler assumir o poder os homossexuais gozavam de uma liberdade antes da Alemanha nazista? dá uma procurada! é bem interessante!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, é verdade, Ana! O Bule Voador até tem um artigo tratando disso.
      Abraço.

      Excluir
  2. Pelo amor de Deus! Vá viver em um país muçulmano, lá você não encontrará a opressão da cultura cristã, ocidental e patriarcal.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não preciso, o talibã da bancada evanjegue daqui já me assusta o suficiente.

      Excluir