sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Refletindo sobre os argumentos antipornografia

 

Já tem um tempo que tenho notado que as pessoas agem de maneira muito apaixonada quando a pornografia é colocada em discussão na internet. Nessas discussões acaloradas, muita gente acaba defendendo opiniões superficiais sem qualquer embasamento acadêmico ou científico. Parece que a necessidade de problematizar as coisas chegou num ponto que se ignora totalmente as causas reais dos problemas para se debater sobre algo que está na esfera da ficção, do lúdico e do devaneio. Infelizmente, há muito falso moralismo enrustido e conclusões precipitadas movidos por desinformação e descontentamento pessoal nesses debates. Apesar de eu mesmo ter várias críticas à pornografia massiva, acho que muitas críticas feitas na "lacrosfera" não ajudam em nada por serem simplistas, simplórias, rasas e dogmáticas, ou seja: carentes de uma visão mais abrangente dos problemas que afligem a sexualidade humana como um todo. 

Vou explanar a seguir sobre muitos argumentos antipornografia que têm tomado as redes sociais para desmistificar erros de abordagem e premissas equivocadas que acabam atrapalhando mais do que ajudando quando falamos de sexualidade numa esfera mais ampla. Algumas coisas eu irei concordar e outras irei discordar fortemente. Vamos lá!

Atenção, atenção, que vai começar uma baixaria!

A pornografia precisa ser proibida para proteger as nossas crianças.
Proibir não adianta, porque sempre haverá um mercado ilegal para materiais proibidos, especialmente em épocas onde a deep web e a dark web têm se tornado cada vez mais acessíveis. Proibição gera tráfico, que gera violência, que gera mais problemas. Não resolve. Essa ideia de proibir nunca deu certo. A pornografia virou o grande bode expiatório dos problemas ligados à sexualidade porque, como já mencionei em outros artigos, ela é um reflexo dos nossos preconceitos, recalques e frustrações. Dizer que ela precisa ser proibida porque crianças a assistem só mostra a irresponsabilidade dos pais e responsáveis em deixar que seus filhos acessem conteúdos que claramente são voltados para adultos. O que precisaria ser criado seria um sistema digital que garantisse que o usuário que tentasse acessar sites adultos fosse realmente adulto.

 
A pornografia deseduca sexualmente.
Concordo. Mas a proposta da pornografia nunca foi educativa. Tanto a indústria pornográfica quanto a pornografia amadora sempre visaram o lucro. O que educa sexualmente é a educação sexual que os reaças vivem lutando para que nunca ocorra nas escolas. O pornô, na realidade, não ensina coisa alguma, porque ele é, simplesmente, um entretenimento sexual barato para adultos. Se as pessoas estão aprendendo a transar imitando a pornografia, elas estão fazendo isso totalmente errado.

Deixem as crianças fora disso.
 

A pornografia não inclui o prazer feminino.
Mas é lógico. 99% da pornografia é voltada para o público masculino heterossexual. Os homens que assistem só querem ver mesmo o famoso roteiro "1, 2, 3, 4" (oral, vaginal, anal e ejaculação) para satisfazer sua tara durante o "triatlo" no banheiro (cocô, masturbação e banho) antes de ir pro trabalho ou relaxar antes de dormir – e o pornô cai como uma luva nessas horas, porque é objetivo e vai direto ao ponto. Aí uma mulher vê esse tipo de filme e acha aquilo tudo abusivo e tal porque não entende a proposta, o público-alvo e nem a facilidade que os homens têm de se excitarem com o visual. Junte tudo isso à fidelidade idealizada da monogamia, ao falso pudor religioso que permeia a sociedade e o fato de que a maioria das mulheres é reprimida sexualmente e não consegue enxergar qualquer tipo de estimulante sexual naquilo. É aí que começam os problemas e as acusações de que o pornô é misógino e tal.


A pornografia é uma agressão contra as mulheres e estimula o estupro.
Muitas mulheres enxergam o filme pornô como uma encenação sem prazer, dolorosa, violenta, exploradora, humilhante, insultante e desrespeitosa onde o homem é colocado como predador sexual e a mulher como vítima a serviço do seu prazer. Isso, teoricamente, dessensibilizaria os homens ao estupro por tornar aceitável essas situações. Mas, na realidade, não. Simplesmente porque aquilo é um filme. Filme é ficção, é encenação, é mentira, é faz de conta. Se eu vejo assassinato em filmes, isso não me torna insensível ao assassinato no mundo real. Filmes adultos tratam de taras, fetiches, coisas sujas e inconfessáveis. Não existe lição de moral ou maniqueísmo em filme pornográfico. Pornografia limpinha, cheirosa e politicamente correta é uma quimera, porque ela não é rentável por ser desinteressante para o público-alvo. Aliás, o pornô tradicional não é agressivo só contra mulheres, basta ver que o pornô gay segue na mesma linha.

Calma lá que não é bem assim.

 

A pornografia causa estupros sim porque está ligada à excitação sexual. Estudos comprovam isso.
Ao contrário do que muita gente pensa, nenhum estudo sério concluiu que a pornografia causa estupros. Todos os estudos feitos com essa intenção são inconclusivos. O que ocorre é que muitas pessoas interpretam esses estudos de maneira totalmente enviesada para atender seus interesses ideológicos. Quanto à maior disposição a cometer crimes sexuais por eles estarem ligados ao desejo sexual, isso é uma afirmação perigosa e irresponsável. Há inúmeras parafilias envolvendo coisas criminosas como torturas, assassinatos e acidentes – e usar a desculpa da excitação sexual para justificar crimes desse tipo é isentar os culpados. Isso seria o equivalente a um assassino matar uma pessoa usando um revólver e colocar a culpa na bala. Armas e balas não matam sozinhas. Filmes não matam e nem estupram ninguém. O único causador do estupro é o próprio estuprador. É muito leviano dizer que a pornografia causa estupro, porque ninguém normal que vê pessoas transando sente vontade de sair estuprando por aí. Mesmo ela envolvendo excitação sexual, isso não dá o direito às pessoas de usarem isso como desculpa para sair cometendo crimes, porque desejo sexual é algo controlável. Outro fator a ser observado é que estupros ocorrem no mundo inteiro até mesmo em países onde a pornografia é proibida e banida. E, claro, a violência sexual sempre existiu desde os primórdios, muito antes da pornografia moderna surgir.


A pornografia é sobre machismo e opressão.
Pornografia é sobre tara, fetiche e desejos proibidos da mente masculina. O fato da pornografia mainstream ser machista só mostra que ela é um reflexo da sociedade que vivemos. Taras e fetiches nesse tipo de sociedade são, obviamente, envolvendo dominação masculina. A pornografia mainstream, como tudo mais na vida, é um espelho da nossa sociedade que é machista, violenta e misógina. E essa pornografia industrial, ao contrário do que muitos pensam, não cria machismo e misoginia. Ela apenas os absorve, sendo ela uma consequência e não uma causa. Claro que isso se retroalimenta mutuamente no caso de mentes em formação (crianças), o que acaba piorando esse cenário de sexismo. Mas o que a gente tem que fazer não é aderir desmioladamente a uma cruzada antipornografia. O que a gente precisa pensar é no que torna a pornografia mainstream essa coisa sexista e evitar que crianças a assistam.

Ser pró amor não é ser antipornô.

Pornografia não é natural.
Teatro adulto, música com apelo sexual, brinquedos de sex shop, baralho de mulher pelada, games pornôs, hentai, literatura erótica, Kama Sutra, filmes, revistas, pornochanchadas, realidade aumentada sensual, metaverso adulto, óculos VR com roupa tátil... Sexo está em tudo e suas representações são naturais da espécie humana. O que eu vejo é uma cruzada moralista totalmente sectária na busca de controlar a sexualidade humana tal como ocorreu na Idade Média e na Era Vitoriana, por exemplo. É muita infantilidade, hipocrisia e fanatismo que eu vejo nesses manifestos antipornografia internet afora. E o maior problema é que, na grande maioria das vezes, eles mal conseguem definir o que é pornografia. Não existe um consenso.
 

Há escravidão, estupro, uso de drogas e mortes na indústria pornográfica.
Sim, de fato há coisas pavorosas que ocorrem nos bastidores dos sets de gravação de várias produções, como uso de drogas ilícitas, abusos, exploração, tráfico humano, doenças, lesões, etc. O problema dos grupos antipornografia é a generalização que eles fazem sobre o que é pornografia e como ela é produzida. Se eu e minha parceira maior de idade, por exemplo, decidirmos consensualmente colocar nossas transas na web, isso é um problema nosso. Não há abuso, coerção, violência, tráfico humano ou sofrimento para ninguém neste caso. E colocar nossos vídeos amadores no mesmo patamar da indústria machista é errado e desonesto. Se quer combater a pornografia exploratória, se foque nela ao invés de sair dando tiro cego para todos os lados. É um absurdo que um fanático religioso ou um moralistazinho qualquer de rede social tire a nossa liberdade de produzir nosso próprio conteúdo erótico. Aliás, se me acusarem de abuso por isso, meto na mesma hora um processo por injúria, calúnia e difamação.

Ok, mas evite generalizações.


Vários estupradores disseram ter assistido filmes pornôs antes de estuprarem.
Essa coisa de colocar relatos de estupradores em que eles disseram se inspirar na pornografia é uma falácia post hoc ergo propter hoc. Porque é como um serial killer que curtia games estilo shooter culpar o jogo por ter praticado um massacre com arma de fogo, por exemplo. Pessoas violentas sempre irão preferir conteúdos violentos. Além do mais, se pornografia causasse estupro, todos os homens seriam estupradores e não haveria estupros em países onde a pornografia é proibida. O que causa a cultura do estupro não é o filme pornô, mas sim a relativização do estupro e a impunidade.
 

Quem consome pornografia está sendo cúmplice de estupros.
Colocar culpa nas pessoas que consomem pornografia é uma estratégia antiga usada pela igreja. Aliás, eu desconfio seriamente que a Igreja tenha cooptado grupos progressistas com argumentos pseudo seculares para que as pessoas deixem de assistir pornografia. E sendo honesto, me dá pena ouvir gente supostamente progressista ousando a mesma retórica babélica de sites de apologética cristã. Mas enfim, se uma pessoa quiser boicotar algo por haver supostos crimes em sua produção, essa pessoa terá, por coerência, que morar longe da civilização por ter que boicotar tudo. Afinal, quem garante que os componentes do seu celular, suas roupas, sua comida e seus bens de consumo não foram produzidos através de mão de obra escrava? Seria você um escravagista por usar um produto que foi produzido por trabalho escravo mesmo sem saber? Além do mais, estupro ocorre em todos os lugares, até dentro do "sagrado" matrimônio. E você vai fazer campanha contra o casamento também, santa?

Nunca sei se essas campanhas são feitas pela igreja ou por lacradores.

Mais de 10 milhões de vídeos foram removidos do Pornhub após denúncias por mostrarem menores de idade, pornô de vingança e casos de estupro real.
Essa fixação doentia e forçada em associar pornografia com estupro já encheu o saco e mostrou que ela não passa de um argumento circular recalcado em apelo à ignorância. Só por curiosidade, sabe quantos vídeos foram removidos do YouTube por conterem crimes que vão desde cyberbullying até assassinatos? Zilhões e zilhões. Será que as pessoas que acessam o YouTube estariam financiando esses crimes? Claro que não. Eu mesmo já denunciei vídeos de pessoas sendo queimadas vivas, sendo torturadas e até decapitadas no próprio YouTube. Será que temos que banir todos os vídeos da internet ou boicotar serviços de streaming pelo fato de coisas ilícitas estarem sendo exibidas ilegalmente neles? É óbvio que não. O que temos que fazer é denunciar os crimes que forem exibidos nessas plataformas. O que não se deve é fazer da exceção uma regra, uma vez que vídeos criminosos são uma minoria nesses sites.

 
Não é possível saber se o que está sendo exibido num filme pornô é uma simulação de estupro ou um estupro real.
A gente precisa parar de achar que se combate estupro boicotando pornografia. Estupro se combate quando lutamos contra machismo, misoginia, relativização do estupro e impunidade. A pornografia é uma janela do que existe no mundo real. E filmes com estupro ocorrem à exaustão até fora da pornografia. Um exemplo clássico disso é o filme Irreversível, onde a personagem da atriz Monica Bellucci sofre uma longa cena de estupro. E ninguém boicota filmes não-pornográficos por isso.

Tá bom de maniqueísmo, né?

 

Filme pornô padroniza corpos, objetifica pessoas e trata seres humanos como se fossem máquinas sexuais.
Mas é lógico, porque a pornografia é performática e visa o lucro. Ela não foi criada com o intuito de tornar a nossa vida sexual melhor. Além disso, como já deixei claro trocentas vezes, a pornografia funciona como uma catarse que reflete os recalques da maioria da população e o tipo de cultura sexista no mundo em que ela está inserida.


Pornografia não é sexo.
Eu sou contra essa coisa taxativa de que sexo tem que ser feito assim ou assado. Sexo a gente faz do jeito que quiser. Nem pornografia, nem feministas e nem a igreja possuem autoridade sobre o que devemos fazer de nossas vidas sexuais. Esse policiamento da nossa sexualidade é de um moralismo nauseabundo.

Essa Gail Dines é a Dona Bela (Escolinha) do feminismo.

A pornografia é violenta, sexista e antiamor.
Esse pode ser o estilo predominante da pornografia mainstream, mas nem toda pornografia segue esse comportamento. As feministas que produzem pornografia, como a cineasta sueca Erika Lust, por exemplo, mostram coisas totalmente opostas a essa dominação agressiva masculina. Erika Lust prova que sexo e amor podem andar juntos, que o prazer pode ser democrático e que ninguém precisa ser diminuído. Ela tem outro foco e outro público-alvo. O problema é que os fanáticos não conseguem enxergar isso devido ao seu pensamento sectário e generalista. É uma pena que existam pessoas fundamentalistas a esse ponto, porque elas estão deixando de ver que a sexualidade humana é uma expressão com infinitas possibilidades.  


A pornografia normaliza situações que não normalizaríamos (como abuso e incesto).
Filmes não-pornográficos com estupro, assassinato, sequestro e tortura normalizam essas situações na vida real? Se você acha que sim, beleza. Faça campanha também contra filmes não-sexuais. Do contrário, esse argumento não procede. Exceto se for uma criança ou adolescente sem referência sexual alguma por falta de educação sexual. O problema não é o filme: o problema é que sexo é tabu e as pessoas têm utilizado os filmes como educação sexual. Não é a pornografia – que é uma forma de expressão artística humana – que causa coisas ruins. Se você acha que é certo ou tolerável abusar de outro ser humano por ter visto isso num filme, então você é que precisa urgente de tratamento (ou de prisão).

Vai ter textão contra Lego também? afff


Quem se vicia em pornografia precisa ver coisas cada vez mais pesadas para sentir prazer, como se fosse uma droga.
Mas aí você está lidando com uma pessoa viciada. Nem todo mundo que usa álcool, por exemplo, vira alcoólatra. Além disso, pornografia foi produzida mesmo com a intenção de viciar, assim como alimentos hiper palatáveis, jogos de videogame e até séries da Netflix. Mas, curiosamente, ninguém faz campanha contra essas coisas. Por que será? Moralismo?
 

Pornografia destrói os relacionamentos.
Generalizar é sempre perigoso e errado. Tem muitos casais que assistem pornografia na TV fechada, na internet e tem uma relação maravilhosa. Confundir ficção com realidade é não ter capacidade para separar uma coisa da outra. É por isso que esses filmes são para maiores de 18 anos, para ninguém misturar fantasia com realidade. E outra coisa, sexo não é esporte para você ficar performando. Você, homem, vai impressionar muito mais a mulherada realizando as fantasias delas do que imitando a performance do maior ator pornô do mundo. Homem que não se preocupa com o prazer da mulher é por ser egoísta e por não ter tido educação sexual. Colocar a culpa na pornografia por isso é fugir da causa real do problema.

Pornozão levando a culpa por mais uma.


Pornografia explora mulheres.
Em todo o sistema capitalista tem exploração. Se você é contra a exploração apenas na pornografia, há algo incoerente no seu pensamento.


Homens cobram por sexo por causa da pornografia. E sexo não é obrigação.
<ironic mode on> Mas é claro, é por isso que antes de inventarem o filme pornô, os homens nunca cobravam por sexo.<ironic mode off> Tá de sacanagem, né? O filme pornô mostra mulheres insaciáveis porque o mito da ninfomaníaca é um dos maiores fetiches masculinos. Imagina que homem não iria querer uma mulher que transasse com ele sempre que ele quisesse? Uma mulher que, como dizia uma propaganda de telessexo da minha época de adolescente, "faz tudo o que você quiser, quando você quiser e quantas vezes você puder" é para endoidar o juízo de qualquer macho. O que impede de tornar isso real é essa tal de monogamia que mutilou a nossa sexualidade. Um cara que não tem obrigação de ser fiel não precisa passar vontade ou cobrar pelas "obrigações matrimoniais", porque sempre vai ter uma mulher diferente cheia de vontade por aí. É por isso que o filme pornô, na verdade, funciona como uma válvula de escape para o parceiro que tem uma libido maior, evitando justamente de "cobrar" por sexo, sendo exatamente o contrário dessa argumentação biruta aí.


Pode ficar de sacanagem. Mas só se for no mau sentido!

Qual sua opinião sobre filme pornô?
Filme pornô, via de regra, é um treco cafona, mecânico, performático, exibicionista, falocêntrico e repetitivo. É uma caricatura mal feita da sexualidade humana que reflete as nossas frustrações, preconceitos e angústias mais íntimas. Nele, a gente já sabe tudo que vai acontecer antes mesmo de assistir e essa mesmice mata o tesão. O que me excita de verdade é a novidade e o prazer da mulher. Mulher sentindo prazer de verdade – e não aquela palhaçada espalhafatosa que encenam nos filmes. Raramente assisto pornografia, porque ali a mulher não está sentindo prazer de fato. É pura performance para ganhar dinheiro. E, sendo honesto, para que perder tempo vendo outras pessoas transando se eu posso fazer o mesmo muito melhor do que eles estão fazendo? Chega num ponto que o sexo egoísta enjoa. Eu sinto muito mais prazer vendo o outro lado tendo prazer também. E você vê isso nos olhos, na pele, nos suspiros, nos pedidos de quero mais... É claro que às vezes a gente só quer se aliviar e pronto, mas o prazer compartilhado é muito mais satisfatório.

É bom que se diga que a pornografia representa menos de 1% da diversidade sexual humana que possui possibilidades literalmente infinitas. Pornografia, especialmente a mainstream, é uma miséria sexual que mutila a nossa visão da sexualidade. Sexo é um jogo de sensações deliciosas que começam antes mesmo das pessoas se tocarem. As palavras, a voz, os olhares, o cheiro, o ambiente, a iluminação, as roupas, os sons, os adornos, o envolvimento, o jogo da sedução, a cumplicidade, o carinho: tudo isso faz parte do contexto geral de uma relação sexual. Isso porque nem falei da excitação, das preliminares, do toque, das carícias, da sedução... Em que filme pornô você vai ver isso?

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