Se você é um terráqueo bem informado, deve saber que tivemos ontem um
raro eclipse solar anular visto das Américas. Esse foi o terceiro
eclipse solar que presenciei na vida. Pena que não pude acompanhar ao
vivo, porque estive muito ocupado com meus afazeres domésticos. E mesmo
que quisesse ver, não teria como, porque eu moro num buraco cercado de
prédios por todos os lados. E o eclipse ainda ocorreu no finalzinho da
tarde que, no nordeste, já é quase noite. Enfim, o fato foi que ele
passou praticamente batido para mim. Mas isso não tira a beleza única de
um evento raro como um eclipse solar. Aliás, eu tenho uma
paixão por eclipses, porque além deles refutarem ideias birutas como
as da Terra plana, ainda nos mostram como é surpreendente o nosso lugar
no cosmo. Ora, vivemos em uma enorme bola rochosa que é orbitada por
outra bola menor (lua) que orbitam juntos uma enorme esfera de fusão
nuclear. E da dança cósmica desses três corpos saem fenômenos
deslumbrantes como os eclipses. Somos espectadores de um verdadeiro
teatro cósmico. E há muitas outras coisas incríveis lá fora, tais como
quasares, supernovas, nebulosas, buracos negros e fusão de galáxias em
um encantador balé cósmico. Apesar do universo por si só não fazer
sentido existencial, temos que admitir ele nos desperta encantamento e
curiosidade sem precedentes. Afinal, nós somos a parte viva e consciente
desse universo, porque somos feitos da mesma matéria das estrelas. Isso
é profundamente espiritual e filosófico. É por isso que eu amo tanto a
astronomia.
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