Com o falecimento do Papa Francisco nesta semana, todos os principais holofotes do mundo passaram a ser direcionados para o Vaticano e para o Conclave que irá eleger seu sucessor. Isso não só por uma questão religiosa, mas, principalmente, por uma questão política. O Papa tem uma grande influência nas questões diplomáticas do mundo por ser um dos mais importantes líderes religiosos do planeta. Para citar alguns breves exemplos, a sua influência foi decisiva quando ele condenou o lawfare, o genocídio em Gaza, a discriminação contra imigrantes, os muros que geram exclusão e até a postura retrograda da Igreja diante dos homossexuais. Daí que muita gente se questiona como um Papa tão liberal quanto Francisco conseguiu ser escolhido pelo Vaticano como representante máximo de Cristo na Terra. A resposta é simples: sobrevivência.
A Igreja Católica sempre foi uma instituição ultra reacionária que para poder sobreviver apoiou coisas nefastas na nossa história como Cruzadas, Inquisição, escravidão e até o nazifascismo. Mas como o mundo neste século XXI tem se tornado cada vez mais liberal e tolerante no sentido dos costumes, para poder sobreviver e se adaptar às mudanças, fez-se necessário que um papado mais "progressista" fosse adotado pelo Vaticano. Isso também ocorreu porque a Igreja Católica tem perdido muitos fiéis para as igrejas protestantes, especialmente os mais jovens. Então nada melhor que um Papa mais humanista e revolucionário para cumprir esta missão.
Claro que grandes mudanças nunca virão tão rápido no caso da Igreja, porque há muita resistência entre os próprios fiéis mais conservadores. Mas o que é notável é que há uma tendência a mudanças importantes no longo prazo que poderão incluir a aceitação de métodos contraceptivos, casamento homoafetivo e até mulheres exercendo o sacerdócio. Mas isso ainda vai levar tempo. O fato é que após Jorge Mario Bergoglio, a Igreja Católica nunca mais será a mesma.
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