quinta-feira, 31 de julho de 2025

Qual o melhor: Witcher 3 ou Cyberpunk 2077?


Indo direto ao ponto, eu diria que The Witcher 3 The Wild Hunt é, no geral, um game melhor que o Cyberpunk 2077. Mas antes que algum cyberpsicopata fã da distopia de Mike Pondsmith comece a preparar um ataque com suas mantis blades contra mim, quero deixar bem claro que eu simplesmente AMO o universo cyberpunk tanto quanto o universo do Witcher. Eu estou trazendo esse questionamento nesta postagem porque ele está presente em vários debates sobre qual é o melhor game de mundo aberto da CD Projekt Red. Cyberpunk 2077 e Witcher 3 são as duas maiores obras-primas da empresa e sempre há discussões sobre qual é a melhor. Como eu tenho mais de 1000 horas jogadas de cada um desses RPGs, então tenho alguma autoridade para dizer o que acho de ambos. Portanto, vamos aos pontos fortes de cada um desses games:


Vantagens do The Witcher 3:

História mais longa: Witcher 3 tem um enredo mais cheio de peripécias e com mais histórias para contar que o Cyberpunk. Para terminar o básico da jornada do Geraldão de Rivia, você vai levar umas 60 horas, enquanto a história de V termina em menos de 50 horas. Fora que a série Witcher está no seu terceiro game, o que ajudou a consolidar sua jogabilidade e construção de mundo aberto e também traz a possibilidade de importar os seus saves do Witcher 2.

Mapa maior: Wild Hunt tem três grandes mapas (Velen, Skellige e Toussaint) e cada um deles é maior que toda a Night City, fora mapas menores como Kaer Morhen e Pomar Branco. Apesar do mapa do Cyberpunk ser mais complexo, ele é único e não tem uma verticalidade tão acessível.

Terceira pessoa: Eu gosto tanto de games em primeira quanto em terceira pessoa, mas a terceira pessoa tem algo que é insubstituível: a sensação de propriocepção. Em games em primeira pessoa, como Cyberpunk, você não sabe exatamente a posição de seus braços e pernas ou qual sua postura, dando a sensação que você é uma câmera voadora. E isso atrapalha especialmente na hora de fazer parkours (Mirror Edge que o diga) ou dar ataques a curta distância.

Cutscenes: Além de ajudar na jogabilidade, games em terceira pessoa ainda trazem cutscenes cinematográficas, onde parece que a gente está assistindo a um filme, podendo ver até cenas onde nosso personagem não está presente. Em Cyberpunk 2077 não há cutscenes, ao invés disso, a câmera em primeira pessoa trava sozinha em ângulos específicos nos momentos que deviam ser de uma cutscene.

Músicas: A trilha sonora do Witcher 3 é tão boa quanto a do Cyberpunk, o que desempata é que no primeiro game existem músicas ambientes que tocam em cada mapa ou em momentos específicos do game, aumentando a sensação de imersão devido a sinestesia que isso causa. Em Cyberpunk 2077, a maioria das músicas só toca na rádio ou em missões específicas. Não há, por exemplo, um tema musical das Badlands como há o tema musical de Kaer Morhen ou Ard Skellige.

DLCs: A expansão Phantom Liberty do CP 2077 é maravilhosa em todos os sentidos, mas só tem ela. O Witcher 3 tem duas: Hearts of Stone e Blood and Wine, sendo que a última traz um mapa totalmente novo e gigante.

Gwent: A cereja do bolo do Witcher 3 é o mini game do Gwent. Eu nunca vi um jogo de cartas tão viciante quanto aquele. No CP2077 não há nenhum mini game neste nível, mesmo os joguinhos dos fliperamas disponível dentro do jogo não conseguem divertir tanto quanto o Gwent.



Vantagens do Cyberpunk 2077:

Fator replay: Diferentemente do Witcher onde você só joga com o Geralt, em Cyberpunk 2077, o seu personagem é construído do zero. Você escolhe o background histórico (nômade, marginal ou corporativo) e customiza toda sua aparência, gênero e pontos de habilidade. Cada vez que você joga é como se fosse um protagonista totalmente novo, aumentando bastante o fator replay.

Variedade de builds: Enquanto no Witcher 3 você tem poucas builds envolvendo basicamente armaduras e habilidades de espada, sinais e alquimia, no CP 2077, você tem a árvore de habilidades e as cibernéticas que se combinam de formas muito variadas. Jogando como V, você pode ser espadachim, arremessador de facas, netrunner, tank, berserker, furtivo, sniper, pistoleiro ou se mover em super velocidade com o sandevistan. Fora que é possível terminar o game sem matar ninguém, coisa que não é possível no Witcher.

Modo foto: O modo fotografia do Cyberpunk é praticamente um game à parte. As possibilidades de iluminação, poses e interação de personagens é algo incrível e que tem sido aperfeiçoado a cada atualização. Embora o Witcher também tenha um modo foto, o do CP2077 é bem melhor.

Final secreto: Cyberpunk 2077 tem um final secreto que é absolutamente incrível e desafiador. Eu fiz esse final duas vezes na dificuldade very hard e confesso que foi uma das coisas mais satisfatórias e emocionantes que já fiz num jogo de videogame.

Então, por todos esses motivos eu considero que Witcher 3 é um game 10/10 enquanto que Cyberpunk 2077 é um 9,7/10. Nunca é demais dizer que os problemas no lançamento e os bugs que o CP2077 enfrentou atrapalharam o desenvolvimento do game e cortaram parte do seu conteúdo, mas mesmo assim, o jogo é incrível hoje e consegue ficar praticamente no mesmo nível do Witcher 3.

terça-feira, 15 de julho de 2025

Brasil não é Brazil


O plano da familícia Bolsonaro de usar a própria pátria como refém para negociar uma anistia para o inelegível foi uma das coisas mais burras que vi na vida. A taxação tresloucada do bufão laranja que preside os EUA pode até prejudicar o Brasil num primeiro momento, porém, o que os gringos não sabem é que o brasileiro é especialista numa coisa chamada "jeitinho". O governo Lula, tão odiado pelos bolsominions, já deu um jeitinho de buscar novos mercados que irão beneficiar a economia brasileira e trazer novas oportunidades para o agronegócio. Ou seja, na prática, o tiro dessa taxação vai sair pela culatra, afetando os EUA que pagará mais caro por nossas commodities e ainda por cima vai servir para mostrar o quão covarde o clã Bolsonaro é ao tentar se safar da justiça ameaçando o próprio país. Quem se fortalece com essa maluquice toda é o governo Lula que, diga-se de passagem, já aumentou sua aprovação desde o início do tarifaço de Trump. Isso sem falar do BRICS que fica ainda mais fortalecido. Se o presidente americano achou que poderia mandar e desmandar no Brasil, quebrou a cara, porque isso aqui não é brazil, mas, sim, BRASIL

quarta-feira, 25 de junho de 2025

O mundo não precisa de mais armas nucleares


Tenho visto algumas pessoas defendendo o direito do Irã possuir armas de destruição em massa como forma de "pacificar" o Oriente Médio, já que países com armamento nuclear teoricamente não se agrediriam devido ao risco da MAD (mutual assured destruction), a tal "destruição mútua assegurada". Armas nucleares em poder do Irã, segundo a ótica armamentista, faria com que Israel parasse de atacar países vizinhos por medo de uma retaliação atômica. Eu entendo esse ponto de vista, acontece que na prática, isso não daria certo. Antes que me rotulem de sionista, não estou defendendo o governo assassino da extrema-direita israelense que é responsável pelo genocídio civil em Gaza, até porque esses bombardeios israelenses contra instalações nucleares iranianas violam acordos internacionais devido ao risco de tragédias envolvendo radioatividade tal como ocorreu em Chernobyl. Além disso, não há provas de que o enriquecimento de urânio iraniano teria fins bélicos, o que faz parecer que esse ataque repentino de Israel não passa de mais uma manobra para o corrupto (e condenado pelo Tribunal Penal Internacional) Benjamin Netanyahu ganhar popularidade para se manter no poder. 

O ponto que quero destacar é que quanto mais países possuírem bombas atômicas, maior a chance de uma tragédia. É verdade que ninguém quer se destruir e arrasar o seu próprio país no caso de uma MAD, mas o grande problema de ter armas nucleares são os riscos de "ataques fantasmas". Aconteceu por diversas vezes ao longo da Guerra Fria um falso positivo de ataques nucleares que, por muito pouco, não causou uma guerra nuclear total. Um simples erro na detecção de mísseis balísticos intercontinentais pode desencadear um ataque nuclear de retaliação sem que nenhum míssil real tenha sido disparado ou que nenhuma guerra tenha sido declarada. Existem sistemas de disparos automáticos de ogivas nucleares espalhados por todo mundo que causariam ataques nucleares generalizados pelo planeta em resposta a um ataque falso. Se corremos esse risco constantemente com apenas 9 países tendo arsenal nuclear, imagine então com países instáveis de governos teocráticos fazendo parte do clube da bomba. Não acho racional que mais países tenham armamento nuclear. Acho, na verdade, que as armas nucleares são uma vergonha para a raça humana e que todas elas precisam desaparecer para sempre. Uma guerra nuclear mataria bilhões de seres humanos, destruiria a civilização e nos jogaria num longo inverno nuclear cheio de doenças e mortos de fome – isso sem falar da selvageria que ocorreria em nome da sobrevivência num cenário pós apocalíptico. Voltaríamos à idade da pedra em questão de horas, só que com muita radiação contaminando tudo e sem a luz do Sol.

No caso iraniano, a saída tinha que ser diplomática. Ou o Irã permite vistorias internacionais em suas instalações nucleares, ou então sofreria sanções econômicas e diplomáticas. Lançar bombas no país não resolve a questão do enriquecimento do urânio e ainda dá um motivo a mais para o Irã querer ter realmente a sua arma nuclear.

sexta-feira, 13 de junho de 2025

A extrema-direita sempre irá fracassar


Observe os fatos. Roberto Jefferson, Carla Zambelli, Braga Netto, Gilson Machado, Daniel Silveira e mais um bando de "malucos" foram presos por apoiar ideias radicais da extrema-direita, incluindo desde a volta do AI-5 até a tal Intervenção Militar. Os que ainda não foram presos estão se borrando de medo de ir visitar a Papuda, incluindo aí o inelegível. Note que, não por acaso, a própria história mostra a forma trágica como os líderes da extrema-direita terminaram suas trajetórias políticas. A lição que fica mais uma vez é que discursos de ódio, perseguição política, ruptura institucional, moralismo de goela e ultranacionalismo sempre se voltam contra quem os propaga. Democracia não funciona com intolerância e violência. O autoritarismo tão almejado pelos bolsonaristas é típico de quem não sabe fazer política, porque política é uma ciência feita de diálogo, ética e respeito ao bem comum. O que essa cambada de golpistas queria, lá no fundo, era negar o pacto civilizatório em nome dos próprios interesses. E o resultado dessa forma irresponsável de fazer política está aí para todos verem. 

A extrema-direita não compensa, porque ela sempre irá fracassar.

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Marina Silva é uma mulher GIGANTE

Ontem eu fiquei bastante indignado (mas nem um pouco surpreso) com aquela baixaria lamentável dos senadores da direita “feijão com arroz” contra a ministra do meio ambiente Marina Silva na Comissão de Infraestrutura do Senado. Com seus ataques machistas típicos do velho cornelismo brasileiro, os senadores Omar Aziz (PSD-AM), Plínio Valério (PSDB-AM) e o bolsominion presidente do colegiado Marcos Rogério (PL-RO) protagonizaram uma das cenas mais vergonhosas desde a redemocratização. Notavelmente, todo aquele circo nauseabundo teve como objetivo atacar ministros do governo e criar cortes para virar memes para a direita teratológica que infestou o país desde a candidatura do Bolsomonstro a presidência. Apesar da covardia de vários homens tentando calar e agredir a ministra, ela não se calou e não se colocou em seu “devido lugar”. Quem realmente saiu maior daquela baixaria toda foi a ministra Marina Silva, porque ela desafiou aquele bando de machos pré-históricos e seus discursos escatológicos contra o meio ambiente. Não sou lá muito fã da ministra, mas tenho que admitir que ela é uma mulher GIGANTE. 

Ah, e com relação ao tema que estavam discutindo, lembre-se que ao rasgar a legislação ambiental não é o capitalismo que vence, somos nós que perdemos. O tal “progresso” que uns querem para certas regiões do país significa efeitos colaterais no clima e em nossas vidas no médio e longo prazo. Mas quem disse que um bando de muquiranas que só pensam em dinheiro e em se perpetuar no poder pensam nisso? Eles só pensam no agora e neles mesmos. E a humanidade que se phoda.

sábado, 17 de maio de 2025

As reborns vieram para ficar


Um fato interessante observado nas últimas décadas é que a taxa de natalidade tem caído vertiginosamente em vários países, especialmente nos mais desenvolvidos. Isso, possivelmente, vai se tornar um problema econômico no futuro que pesará nas receitas dos governos e causar impactos na previdência social. Mas talvez o maior problema da menor taxa de natalidade seja social, isso porque os seres humanos possuem uma necessidade quase instintiva de cuidar, de dar carinho e de proteger. Essa necessidade materna/paterna de cuidar vem desde os primórdios, porque os bebês humanos levam vários anos até conseguirem se tornar minimamente independentes dos pais. Então a seleção natural se encarregou de recompensar com bem-estar hormonal e psicológico aqueles que cuidavam de suas crias a ponto do cuidado com pessoas próximas se tornar uma das necessidades da Pirâmide de Maslow. Mas a pergunta que fica é: como as pessoas poderão ter esse bem-estar do cuidado com os filhos se elas estão optando por não terem mais filhos? É exatamente isso que explica o sucesso quase repentino dos bebês hiper realistas mais conhecidos como reborns entre adultos, principalmente entre as mulheres.

As bonecas reborn, por serem muito parecidas com bebês de verdade, acabam causando apego em muitas pessoas pelo simples apelo visual e afetivo. Semelhante às bonecas sexuais hiper realistas vendidas para homens em sex shops, esses bebês possuem articulações e pele que simulam o corpo humano de maneira bastante convincente. Como muitas mulheres não querem ou não podem ser mães, então esses bonecos servem para preencher a lacuna da necessidade de proteção e cuidado materno que elas precisam. Apesar de todas as críticas que são feitas às mulheres que adquirem esses rebons, não há nada de errado em ter e cuidar de um bebê de mentira, especialmente as mulheres que tiveram gravidez psicológica ou perderam seus bebês prematuramente. O problema é quando a pessoa perde a noção da realidade e começa a achar que o reborn é um bebê de verdade, exigindo que os outros o tratem como se fosse um ser humano real. Hospital e creche de reborn é algo que já me parece passar dos limites de uma brincadeira saudável de simulação de mãe filho para virar um comportamento quase patológico. Mas fora isso, ter um reborn é tão normal quanto ter uma sex doll ou fazer uma coleção de brinquedos. O bom desses bonecos é que as mães deles podem brincar de ser mãe quando quiserem, já que não é filho de verdade para exigir atenção 24 horas por dia e cuidados reais. O reborn vira uma espécie de tamagotchi que você pode interagir na hora que quiser para seu passatempo. 


Acredito que num futuro próximo, quando androides e ginoides controlados por IAs se tornem mais comuns, será natural formar família com robôs e bonecos hiper realistas. É preciso levar em consideração que nem todo mundo tem condições físicas ou emocionais para ter um parceiro amoroso ou filho de verdade. É melhor que pessoas inaptas para o convívio social tenham seus próprios bonecos do que causar traumas a humanos de verdade em relacionamentos tóxicos.

terça-feira, 29 de abril de 2025

Cyberwoman 2077


Estou completando hoje um ano que comecei a jogar pra valer o redimido Cyberpunk 2077 e passei da marca das 1100 horas de jogo, sendo ele meu segundo game com mais horas de gameplay da Steam, ficando atrás apenas do bom e velho Counter-Strike que tenho mais de 3000 horas jogadas. E nas minhas dezenas de campanhas no CP 2077, percebi uma coisa interessante: que a maioria das minhas playthrough runs foram com a protagonista V feminina. O mais interessante é que dando uma olhada nas comunidades do game no Reddit, eu percebi a mesma coisa, porque a maioria dos jogadores também prefere jogar com a V mulher ao invés do V homem. Depois de pensar nos motivos, cheguei a sete razões pelas quais jogar sendo a V fêmea é mais interessante que jogar com o V macho.

Esse sorriso psicopata ganhou meu coração.


Relacionamentos
Um dos maiores motivos para jogar com a V mulher é a possibilidade única de romancear a Judy (que é lésbica). Das quatro opções de relacionamento que o jogo oferece, essa técnica em neurodança das Mox é a melhor (na minha opinião, claro). 

Dublagem
Tanto a dublagem do V homem quanto da V mulher são excelentes. Mas a voz da V feminina me parece mais agradável e mais natural. A voz do V homem (tanto na dublagem inglês quanto na brasileira) me soa muito clássica, tipo a de um galã – enquanto que a da V mulher parece que é uma pessoa comum falando, tornando a experiência mais natural e imersiva. Enquanto o V masculino faz a gente se sentir num filme, a V feminina faz a gente se sentir na vida real.

Estética
Talvez seja preconceito meu, mas as possibilidades de criar uma V feminina são mais variadas que as do V masculino. Enquanto que na V feminina você escolhe unhas, cor do esmalte, cor do batom, tamanho dos seios e fica bem com todos os penteados, no V masculino essas opções ficam bem esquisitas, especialmente se seu V for heterossexual. Sem falar que ver homem pelado sempre que a gente entra no guarda-roupas e customizar a genitália masculina não é algo que eu descreveria com agradável (já que sou homem hétero).

Vestimenta
Da mesma forma que customizar a V feminina é mais divertido e variado, vesti-la e comprar roupas para ela também é. Todas as roupas caem bem na V mulher e combiná-las com cortes de cabelo e maquiagem faz a gente gastar algumas horas a mais para caprichar naquela foto bacana no photo mode, transformando o game numa espécie de Cyberbarbie 2077. 

Lag
Não sei se isso acontece com todo mundo ou se é um defeito da minha placa de vídeo, mas as roupas do V masculino demoram um pouco mais para serem renderizadas, dando um lag de um ou dois segundos. Isso ocorre tanto no inventário quanto durante o game, o que torna a jogabilidade com a V  feminina mais fluida, já que não há esse problema com ela. 

Interpretação
Jogar como a V feminina desperta em mim um estranho instinto de proteção com ela, como se ela fosse uma espécie de filha virtual. Além de que é interessante estar na pele de uma pessoa de outro gênero diferente da gente, ainda mais com o jogo sendo em primeira pessoa, o que aumenta a sensação de imersão.

Silverhand
A última razão pela qual é interessante jogar com a V é que Johnny Silverhand é um sujeito machista, anticorporativo e odeia a Arasaka. Se a nossa V tiver um passado corporativo, então ele acordará justamente na cabeça de uma mulher corpe e ainda por cima da Arasaka. É uma antítese interessante que cria uma dinâmica de interação curiosa, porque ele odeia a V, mas ao mesmo tempo vira praticamente um amigo dela. Fora que a interação dele com a V feminina me parece mais engraçada e fluida.


V: A exterminadora do futuro.

É por tudo isso que o meu cânone pessoal no game é com a V feminina, corporativa, de preferência. 

sábado, 26 de abril de 2025

A Igreja Católica nunca mais será a mesma


Com o falecimento do Papa Francisco nesta semana, todos os principais holofotes do mundo passaram a ser direcionados para o Vaticano e para o Conclave que irá eleger seu sucessor. Isso não só por uma questão religiosa, mas, principalmente, por uma questão política. O Papa tem uma grande influência nas questões diplomáticas do mundo por ser um dos mais importantes líderes religiosos do planeta. Para citar alguns breves exemplos, a sua influência foi decisiva quando ele condenou o lawfare, o genocídio em Gaza, a discriminação contra imigrantes, os muros que geram exclusão e até a postura retrograda da Igreja diante dos homossexuais. Daí que muita gente se questiona como um Papa tão liberal quanto Francisco conseguiu ser escolhido pelo Vaticano como representante máximo de Cristo na Terra. A resposta é simples: sobrevivência.

A Igreja Católica sempre foi uma instituição ultra reacionária que para poder sobreviver apoiou coisas nefastas na nossa história como Cruzadas, Inquisição, escravidão e até o nazifascismo. Mas como o mundo neste século XXI tem se tornado cada vez mais liberal e tolerante no sentido dos costumes, para poder sobreviver e se adaptar às mudanças, fez-se necessário que um papado mais "progressista" fosse adotado pelo Vaticano. Isso também ocorreu porque a Igreja Católica tem perdido muitos fiéis para as igrejas protestantes, especialmente os mais jovens. Então nada melhor que um Papa mais humanista e revolucionário para cumprir esta missão. 

Claro que grandes mudanças nunca virão tão rápido no caso da Igreja, porque há muita resistência entre os próprios fiéis mais conservadores. Mas o que é notável é que há uma tendência a mudanças importantes no longo prazo que poderão incluir a aceitação de métodos contraceptivos, casamento homoafetivo e até mulheres exercendo o sacerdócio. Mas isso ainda vai levar tempo. O fato é que após Jorge Mario Bergoglio, a Igreja Católica nunca mais será a mesma.

sexta-feira, 18 de abril de 2025

Ninguém liga para vida fora da Terra


Se você não vive em outro planeta, com certeza ficou sabendo da recente descoberta de uma SUSPEITA de bioassinatura no planeta K2-18 b, que fica localizado a cerca de 124 anos-luz de distância da Terra, na constelação de Leão. O planeta é uma Super Terra (planeta rochoso maior que o nosso) que aparenta ter água em sua superfície. E havendo água em sua superfície dá a ele a chance de também ter vida. Só que toda essa informação é especulativa, porque não existe certeza de nada. E, vamos ser francos, mesmo que fosse provado por A+B que existem homenzinhos verdes cabeçudos andando naquele planeta, a maioria das pessoas iria simplesmente desdenhar a notícia. Isso porque para a maioria das pessoas isso é irrelevante, já que tal descoberta não muda em nada a vida delas. As pessoas ainda continuarão muito mais preocupadas com seus empregos enfadonhos, com suas vidas rotineiras, com suas contas atrasadas, com o dízimo para pagar, com nome sujo no SPC, com o maldito trânsito engarrafado, com a chuva alagando a rua, com medo de assalto e até em saber o próximo capítulo da novela. Eu sei que isso parece meio desanimador, mas a maioria das pessoas meio que já se acostumou com a possibilidade de haver vida lá fora – isso quando elas não têm cem por cento de certeza que os ETs já estão aqui. A cultura pop, os filmes e o folclore já se encarregaram de nos fazer acreditar que existir ETs é algo "normal".

É lógico que a vida fora da Terra, quando for descoberta de verdade, irá abalar os pilares da ciência por ser, possivelmente, a maior descoberta humana da história. Mas o povão mesmo não dá muita bola pra isso. Então que os alienígenas de K2-18 b me perdoem, mas os terráqueos estão cagando e andando para eles.

quinta-feira, 27 de março de 2025

E essa selecinha da CBF, hein?


Pode parecer coisa de velho ranzinza, mas, honestamente, não consigo achar normal que a seleção brasileira de futebol esteja passando por um momento tão deprimente quanto o atual. Isso porque sou de uma geração que cresceu vendo o Brasil chegar a três finais de Copa do Mundo seguidas e vencer duas delas. Sou de uma época em que eu via os adversários sentirem medo de enfrentar o Brasil e que tinham a nossa seleção como exemplo a ser seguido. Claro que nenhum reinado dura para sempre e que momentos bons e ruins fazem parte da vida. Só que a seleção brasileira não vive simplesmente um momento ruim. Não é coincidência que os resultados não venham quando temos uma má gestão da CBF, um elenco sem personalidade, um treinador medíocre e uma falta de amor pela camisa canarinha. É triste ver uma seleção que foi defendida por craques como Pelé, Leônidas, Zico, Rivelino, Romário, Ronaldinho e tantos outros ser humilhada pela Argentina e bater recordes seguidos de derrotas nas eliminatórias. 

Da mesma forma que a Associação de Futebol Argentino passou por uma reformulação depois de uma crise, a CBF também terá que passar por algo parecido. Do contrário, seremos uma seleção medíocre que nunca passará das quartas-de-final de uma Copa. Será que temos que esperar por coisa pior para que o futebol brasileiro se reinvente?

Bolsoréu


Ontem foi um dia histórico para a democracia brasileira. Os principais responsáveis pela tentativa de Golpe de Estado em 2022/2023 viraram réus após o STF aceitar a denúncia da PGR. As desculpas esfarrapadas das defesas para justificar o ataque às nossas instituições não procederam e agora a organização criminosa liderada por Bolsonaro e companhia será julgada pela nossa justiça por sua traição à pátria. Porque trair a Constituição é trair a pátria. Tanto a prisão preventiva do general Braga Neto quanto o julgamento dos réus é um marco para a democracia por sinalizarem que os próximos que tentarem um Golpe também terão que lidar com as consequências de tal ato. Espero que esse seja o primeiro passo para que nunca mais ditaduras assassinas, terrorismo de Estado, censura e desaparecidos façam parte da nossa história. Parafraseando Ulysses Guimarães, a única coisa que sinto pela ditadura é ódio e nojo. Viva a democracia.



domingo, 9 de março de 2025

Os reaças quebraram a cara (de novo)


É impressionante como tudo que os conservas da direita brasileira desejam, acaba acontecendo justamente o contrário. Foi assim com a previsão desastrada para o governo Lula que, para decepção deles, coitados, aumentou a renda da população, criou milhões de novos empregos e recolocou o Brasil como nação relevante no mapa geopolítico internacional. Não achando suficiente torcer contra o governo, os reaças torceram também contra o filme Ainda Estou Aqui que acabou ganhando o nosso primeiro Oscar em um enredo que mostrou como a ditadura tão adorada por eles foi nociva ao país. E, por fim, os reaças cristãos (muitos deles católicos, inclusive) torceram pela morte do Papa Francisco por ele ser "comunista". Mas daí que o Papa vem melhorando cada dia mais para a tristeza dessa cambada de apedeutas. Enquanto isso, vários dos ídolos da extrema-direita reverenciados pela ralé bolsonarista têm sido cassados ou ficaram inelegíveis, tais como Marçal, Zambelli e o próprio Bolsomonstro.

Espero que isso não seja só uma maré de azar para essa gente. Espero que seja o início de um tsunami que leve para longe essa loucura coletiva que essa direita delirante deu ao Brasil.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Sou viciado em correr, sim. Mas e daí?

 

É incompreensível para uma pessoa sedentária que alguém possa ser literalmente viciado em correr. Isso porque correr para quem está fora de forma é uma verdadeira tortura: dói a perna, dói o joelho, dói de lado na barriga, falta ar e no dia seguinte parece até que você tomou uma surra. Mas para quem corre regulamente há anos, a corrida é tão natural quanto escovar os dentes após as refeições. O problema é que a corrida, assim como qualquer outra atividade física prazerosa, causa dependência. Nas últimas semanas, tive que reduzir para menos da metade meu volume semanal de corrida para melhorar de uma dorzinha chata na canela que me incomoda há algum tempo. E o simples fato de não treinar por alguns dias já me deixa mais estressado, com piora da minha dermatite, com o sono quebrado, com medo de engordar e até com um pouco de desânimo com a vida. Esses são sintomas de abstinência de endorfinas liberadas pelo exercício físico. Este fato que mostra que eu tenho uma espécie de "vício" em correr. E, sim, ao contrário do que muitos pensam, corrida vicia.

A corrida é algo que está tão enraizado na minha vida que mesmo que correr fizesse mal para saúde, eu ainda assim continuaria correndo. A corrida é para mim o que o cigarro é para o viciado em nicotina. Isso porque a corrida me desestressa, me dá mais ânimo, me traz bem-estar, melhora minhas dores de cabeça, me faz me sentir vivo e dá a sensação de que o dia não foi desperdiçado. Dizem que isso se trata de um tipo de vigorexia, mas para quem já sofreu na pele os malefícios do sedentarismo, ainda acho muito melhor a vida de um corredor ativo com algumas dores do que um sedentário sem fôlego, sem força e sem saúde. Entre morrer parado e morrer correndo, prefiro a segunda opção.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Não confunda justiça com perseguição


Qualquer pessoa que entenda minimamente de ordenamento jurídico sabe muito bem que todo o processo que culminou na prisão de Lula em 2018 tratou-se de uma perseguição política liderada pelo ex-juiz Sérgio Moro. Já a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro feita ontem pela PGR ao STF é algo muito diferente. Todo o trâmite que pode levar o ex-presidente a se tornar réu obedece a todos os ritos legais. Então essa coisa de comparar um golpista protoditador a mártires históricos é totalmente desonesto. Todo esse povinho saudosista da ditadura precisa entender que o Brasil deixou de ser uma república bananeira e que a nossa democracia custou muito caro. Não é nem minimamente aceitável que uma organização criminosa passe impune diante de sua rocambolesca tentativa de destruir o direito de todos os brasileiros a viverem num estado democrático de direito. Caso os envolvidos tornem-se réus, que sejam devidamente julgados por seus atos, sejam eles quem forem. O nome disso é justiça. Não confundam.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Cyberpunk 2077 não é cyberpunk o suficiente


O único game que eu tenho jogado nos últimos meses é o redimido Cyberpunk 2077. Um jogo que prometeu demais, foi lançado quebrado e deu a volta por cima no final. Cyberpunk 2077 hoje é um game maravilhoso que não lembra em nada o desastre do seu lançamento. Minhas mais de 800 horas de gameplay provaram que esta obra-prima da CD Projekt Red é um dos melhores jogos de mundo aberto da história e o segundo melhor RPG de todos os tempos logo atrás do Witcher 3. Pretendo abordar melhor as qualidades deste game em outro post. Neste aqui, contudo, eu vou apontar algumas das falhas que imagino que serão consertadas em futuras dlcs ou que serão corrigidas no próximo game da série e que deixaram Cyberpunk 2077 menos distópico que eu imaginava.


Falando de questões estruturais, o próximo Cyberpunk (projeto Orion) precisará ser ainda mais cyberpunk que o CP2077. Digo isso por questões de melhor imersão no rico universo criado por Mike Pondsmith. É preciso que a gente sinta que está de fato em uma distopia decadente e apocalíptica. Os implantes precisam ser mais agressivos, a violência mais presente, a atmosfera do game mais sombria, as roupas mais agressivas e a profanação do corpo algo mais perturbador. Esse primeiro Cyberpunk mais parece um GTA futurista que um mundo realmente cyberpunk. Eu não vejo tantos finais ruins nas missões secundárias como havia em Witcher 3, por exemplo, onde a gente tinha que escolher o "mal menor". Cyberpunk é sobre sobrevivência, revolta, luta, medo, fuga da realidade e niilismo em um futuro sem esperança. Nossas vidas no game não podem ser melhores que as nossas vidas reais. Inclusive, acho que atmosfera egoísta e brutal de Night City é um ambiente perfeito para desenvolver laços profundos com os raros personagens que se conectam conosco emocionalmente – já que sentimentos de amor e altruísmo contrastam e ganham força com o comportamento frio e indiferente da maioria dos moradores da cidade. Os romances do jogo são quase superficiais e pouco desenvolvidos. Personagens que salvam nossas vidas (ou que salvamos as deles) e que realmente criam laços importantes – como Takemura e Songbird – são solenemente negligenciados como opções de relacionamento.


Honestamente falando, acho que Cyberpunk 2077, apesar de ser um dos melhores games que joguei na vida, ainda pode ser muito melhor. Por isso, pontuei a seguir uma lista de itens que podem ser melhorados no game como um todo:

  • Não poder pular diálogos inteiros.
  • Neurodanças são chatas e repetitivas.
  • Personagens não reagem às nossas roupas.
  • Falta uma lanterna.
  • Bebidas alcoólicas não servem para nada.
  • Faltam mais tipos de roupas, de corpos para V e de cortes de cabelo.
  • Falta de customização de veículos (incluindo neon e nitro).
  • A história é relativamente curta e apressada.
  • Novigrad do Witcher 3 tinha mais brodéis que em toda Nightcity.
  • Morte por cronometagem invisível (autokill) em sequências de perseguições com tiroteio no carro.

PS: Sim, Cyberpunk 2077 ainda possui bugs raros que podem prejudicar a gameplay, mas a grande maioria deles desaparece ao reiniciar o game no último save.


Apesar de todos os problemas listados e da falta de mais conteúdo (o game teve uma expansão cortada), o game é absolutamente divertido e viciante. Além da boa história, as builds de combate e as formas diferentes de resolver as missões é algo que nunca vi igual na história dos games, tornando o fator replay bastante atrativo.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Faça a América biruta novamente

 

Se alguém tinha alguma dúvida de que estamos na Era da Idiocracia, basta ver as propostas mirabolantes do presidente eleito da maior economia do mundo. Incluir o Canadá como 51º estado norte-americano, tomar controle do Canal do Panamá e invadir a Groelândia são apenas algumas das sandices do próximo governo. Isso sem falar, claro, de todo discurso racista e xenófobo que reverbera entre os trumpistas há anos. Mas o mais grave mesmo é o risco de espalhamento generalizado de fake news pela web. A turma do Elon Musk, do Steve Bannon e do Robert Mercer – mecenas do circo da extrema-direita pelo mundo – não gosta de democracia e frequentemente confunde liberdade de expressão com liberdade de opressão. A internet não pode ser terra sem lei. Mentiras, discursos de ódio e incitação ao crime precisam ser combatidos em todos os lugares. Pior que a Era da Idiocracia é a Era da Selvageria. Se quisermos viver num mundo democrático, essas loucuras não podem ser toleradas.