domingo, 11 de julho de 2021

Porque não torço contra o Brasil

É claro que existiu um fator político nessa Copa América de 2021. Bolsomorte fez questão de trazer o torneio para cá durante o auge da segunda onda da pandemia e um título brasileiro traria moral para essa atitude governista. Eu entendo quem usou esse fator para torcer contra a seleção e acho que a derrota brasileira na final para a Argentina serviu, de certa forma, para enfraquecer o neofascismo num momento de turbulência do governo. Mas eu, pessoalmente, não consigo torcer contra o Brasil. Acho que os argentinos jogaram melhor e mereceram a taça, mas torcer contra o Brasil não dá. A consequência disso é que o Brasil deixa de subir no ranking da FIFA e fica de fora da Copa das Confederações. Além do que, o técnico Tite corre o risco de cair, o que seria lamentável por ele ser um bom treinador e também não ir com a cara do Bozo. Uma demissão do Tite só aumenta as chances de entrar um entusiasta do bolsonarismo indicado pela CBF que, como todos sabem, está envolvida até o pescoço em escândalos e politicalha.

Também não conseguirei torcer contra o Brasil nas Olimpíadas, até porque os atletas estão representando o Brasil como nação, e não o governo. Governos passam, mas o Brasil fica. No futebol até dá para argumentar uma torcida contra, porque o que temos ali é a seleção da CBF com alguns jogadores que estão mais preocupados com seus contratos nos clubes europeus do que com a seleção em si. Mas quando falamos de outras modalidades esportivas, as coisas funcionam de outra forma, especialmente nas categorias individuais. É até desrespeitoso torcer para um atleta brasileiro perder quando ele dedicou a vida toda para trazer uma medalha para nosso país independentemente de quem estava governo. Eu vou torcer pelo Brasil sempre, porque acima de qualquer governo, eu amo o meu país e quero vê-lo no lugar mais alto possível do pódio.

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