segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Por que critico o feminismo?

Há atitudes que são passíveis de críticas

Muita gente acha que criticar algo significa diminuir, hostilizar ou ridicularizar. Triste engano. Pode ser até que críticas destrutivas tenham esse fim, mas no meu caso, todas as minhas criticas, ao que quer que seja, são sempre críticas construtivas - especialmente aos movimentos que eu apoio. As minhas críticas são para que os movimentos que eu defendo se fortaleçam - e nunca para destruí-los ou minimizá-los. Quando critico grupos stalinistas, por exemplo, não é porque eu odeio a esquerda política - é porque, como esquerdista, eu detesto que usem o autoritarismo e o maniqueísmo para defender ideais de esquerda. Quando eu critico ateus que debocham da crença alheia de forma totalmente desrespeitosa, não é porque eu sou antiateu, é porque eu, como descrente, acho que devemos usar sempre o bom senso e a diplomacia. E o mesmo se aplica ao feminismo, pois mesmo eu sendo um igualitarista ferrenho, não concordo com contradições e extremismos vindos de algumas feministas. Sabe, há momentos que precisamos saber fechar a boca e abrir os nossos ouvidos. Críticas são uma forma de fazer a gente refletir melhor sobre a nossa postura.

Mais uma atitude passível de críticas

Enfim, posto isso, vamos focar agora na questão do feminismo. O grande problema do feminismo é que ele tende a ser adotado como um movimento unigênero e cissexista, onde somente mulheres cis podem opinar ou criticá-lo - diferentemente de outros movimentos, como a esquerda política, o ateísmo ou o veganismo, por exemplo, onde TODOS podem criticar. Se um homem critica o feminismo, logo ouvimos coisas como "male tears", "cagação de regra", "iuzomismo" e mais meio mundo de neologismos adolescentes. Isso ocorre porque há feministas que enxergam os homens (todos uns machistas opressores, segundo elas) como inimigos ideológicos. Esse maniqueísmo de gênero joga para as feministas - e tão somente para AS feministas - a responsabilidade de serem as únicas juízas por seus atos e opiniões, mesmo quando eles são claramente equivocados e contraditórios entre si. É aí onde está o problema e é por isso que eu critico o feminismo. Não se pode querer impor mudanças sociais levando em consideração apenas a opinião de 50% da população. Movimentos sociais precisam ter o apoio de ampla maioria da população para serem colocados em prática. Enquanto o maniqueísmo fizer parte do fanatismo ideológico de muitas militantes feministas, as minhas críticas nunca vão deixar de existir. Não concordar em 100% com o que uma feminista leitora de Sheila Jeffreys diz não me torna um machista opressor, me torna apenas alguém que quer debater, trocar opiniões e mostrar que existe o outro lado da moeda.

E depois dizem que a misandria não existe...

Usando as feministas contra as próprias feministas
Uma das coisas que mais me deixa apreensivo é ver contradições entre as próprias feministas. Se por um lado, por exemplo, um grupo é a favor das mulheres terem a liberdade de vestirem como quiser, por outro lado há aquelas que acham que pouca roupa é sinal de hipersexualização ou objetificação, sendo contra esse tipo de roupa. Isso é uma contradição clara e, por isso, eu, muitas vezes, fundamento minhas críticas baseado em argumentos usados pelas próprias feministas, do tipo: "Ora, se as mulheres devem ser livres para usar roupa sensual, então por que outras feministas estão a criticando por ela estar usando uma roupa sensual?". Sempre que eu vejo comentários insanos, tresloucados e contraditórios vindo de feministas, eu procuro recomendar que quem os fez tire um minuto para conversar com outras feministas, porque não se pode servir a dois mestres. Ou você integra um movimento ou você cria rachas internos dentro do mesmo, como já previ neste post. E rachas internos não me parecem boa coisa para um movimento que já é tão hostilizado.
Outra coisa muito curiosa é a ausência de senso crítico de algumas feministas ao abordarem temas envolvendo a sexualidade. É preocupante ver um número cada vez mais crescente de feministas patrulhando a vida sexual de outras mulheres, dizendo o que elas podem ou não fazer. Um exemplo clássico disso é o sadomasoquismo. Enquanto os machistas dizem que mulher não pode praticar sadomasoquismo porque isso é "coisa de vagabunda", as (pseudo)feministas alegam que o sadomasoquismo não pode existir porque ele é "uma violência contra a mulher" e mais meio mundo de argumentos conservadores copiados na cara de pau de sites de apologética cristã. Não se iluda, pois sempre que você ver argumentos religiosos atrelados a discursos supostamente feministas, saiba que, das duas, uma: ou a feminista que usa esses argumentos não se libertou das amarras morais impostas pelo cristianismo e pelo patriarcado, ou então ela é uma feminista cristã. E feminista cristã, na minha opinião, é como uma freira travesti: não tem sentido, uma vez que o cristianismo se baseia num livro terrivelmente machista. E o mesmo tipo de crítica se aplica a outras coisas indo desde a apologia à obesidade até a luta pelo fim do cavalheirismo e do romantismo. Sem falar em toda essa papagaiada envolvendo outros aspectos da sexualidade, até porque, o pecado da luxúria precisa ser combatido até mesmo dentro do feminismo, não é mesmo, santas? Mas o pior de tudo mesmo é ter que aturar feminista homofóbica. Sim, eu já vi uma feminista homofóbica nos tempos de Orkut e achei aquilo tão bizarro que me deu até náuseas. A carteira de feminista daquela cidadã deveria ser cassada pelo Ibama para ela cantar de perua espalhafatosa lá no galinheiro das perdições (vulgo quengódromo).

Ui, que meda!

Enfim, não tenho mais paciência para esse assunto e nem estômago para discutir com essas carolas papa-hóstias que se fingem de feministas, colocando as mulheres livres sexualmente como vítimas da "opressão e da violência machista". Nesse sentido, a única coisa que tenho a dizer é Carpe Diem, honey! E quanto às bobonas invejosas que foram castradas pelo patriarcado e acham que ser feminista é castrar as outras e calar os homens, só digo uma coisa...



Namastê!

Leitura recomendada:
ISTOÉ - O movimento das antifeministas

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Femiloucas

Todos os homens são porcos - mas homens e mulheres são iguais.

Eu sou o tipo de pessoa que detesta repetir a mesma coisa muitas vezes, mas ok, vamos lá mais uma vez: eu sou totalmente a favor do feminismo e o apoio. Inclusive, já escrevi uma penca de posts (eis aqui o mais conhecido) falando sobre a importância desse movimento igualitarista para toda a sociedade. Além disso, eu também acompanho alguns sites e blogs feministas quando tenho tempo. Posto isso, quero que fique bem claro que o fato de ser defensor desse movimento não significa que eu apoio irrestritamente o que todas as feminstas andam dizendo por aí. Digo isso porque sempre há aquelas exaltadas, fanáticas e intolerantes que confundem o feminismo com seus anseios pessoais. E um dos lugares de onde mais brotam essas feministas tresloucadas (vulgo femiloucas) é a internet, especialmente nos debates envolvendo a sexualidade. Se você não for de outro planeta, deve saber muito bem que assuntos como pornografia, prostituição, transar de quatro e sadomasoquismo causam verdadeiras crises histéricas em algumas feminazis feministas mais fundamentalistas, imaturas e recalcadas. Um exemplo recente disso foi o livro/filme Cinquenta Tons de Cinza onde houve uma enxurrada de críticas a essa obra alegando que ela é machista, opressora, misógina, apoia a violência contra a mulher, apoia a cultura do estupro e mais meio mundo de mimimis. Ok, se você não gosta e acha tudo aquilo bizarro ou doentio, então não assista e não pratique. Mas lembre-se que você não é ditadora para dizer o que as outras mulheres podem ou não fazer, especialmente na cama! Uma coisa não é violência porque você julga ser violenta: uma coisa é violência quando o outro não consente naquilo.

A que ponto nós chegamos (ou que elas chegaram)...


Num post aleatório desses sobre BDSM, recebi um comentário tão estereotipado e sem noção de uma pseudofeminista, que ele serviu apenas para provar como há pessoas imaturas engajadas no movimento. Esse tipo de reação debiloide, desproporcional e tragicômica de supostas feministas é bizarra e lamentável ao mesmo tempo, porque mostra que a falta de uma liderança dentro do feminismo - e também a falta de um conhecimento mais profundo sobre o mesmo - deixam algumas mulheres sem rumo, tornando várias delas fanáticas e birutas. E quem adora esse tipo insano de feminista radical são justamente os machistas, misóginos, mascus e antifeministas em geral, porque eles se enchem de razão quando dizem: "Olha aí, estão vendo como são as feministas? Estão vendo como eu tenho razão quando digo que elas são todas umas fanáticas desvairadas?". E aí que o tiro sai pela culatra. Honestamente, acho que as feministas mais maduras e sérias deveriam puxar essas noiadas pelas orelhas e chamá-las para conversar um pouco, porque elas prestam um belo desserviço a um movimento lindo que tem deixado de ser visto com seriedade devido à infantilidade de algumas de suas integrantes. Desculpa dizer isso, mas feminismo é coisa séria, e não um passatempo ideológico de gente que quer bancar a revolucionária na internet.

Essa conseguiu se superar...

Mas se você acha que a minha opinião não vale nada porque eu sou homem e mais meio mundo de mimimi androfóbico/misândrico/cissexista, então vai assistir o 50 Tons de Cinza que o teu mal é falta de umas palmadas nesse seu traseiro gordo.

Ah, não gostou? Então...

Posts sobre este tema recomendados para leitura:
O Antifeminismo
Feminismo Exagerado

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

A monogamia é a morte do sexo


Sexo e casamento são uma antítese natural. O casamento monogâmico é a forma mais eficaz de castrar as pessoas. Casar é um suicídio sexual. Se o seu único parceiro não estiver a fim de transar (ou não puder), você fica sem sexo, mesmo se você estiver precisando muito - pois ao contrário do que os puritanos e moralistas fingem acreditar, o sexo é sim uma necessidade biológica (vide pirâmide de maslow). Casamento é coisa para quem não gosta de sexo e quer formar uma família. O exclusivismo, os ciúmes, a rotina e a fidelidade idealizada são um anátema, um malogro: uma verdadeira afronta ao nosso passado evolutivo de poliamor e poligamia (ou você acha que os nossos antepassados durante o paleolítico se casavam para transar ou ter filhos?).
A solução, na minha opinião, é o amor livre (também conhecido como poliamor). Dessa forma ninguém precisa renunciar novos amores, novas paixões e nem transas sem compromisso. De quebra, diminuímos esse sentimento de propriedade sobre o nosso ser amado e passamos a tratar o ciúme e a traição de forma mais madura. Ninguém precisaria mais sofrer para se manter "fiel" a um único parceiro em um casamento falido. É normal nos iludirmos com a paixão, com a atração e com o desejo, acreditando, assim, que envelheceremos desejando para sempre a mesma pessoa - mas isso é apenas uma quimera romântica, pois nada dura para sempre. Pergunte-se, no fim das contas, por que nós podemos ter um milhão de amigos, mas só podemos ter um único amor íntimo... Será que isso tem alguma lógica?
Na minha opinião, a monogamia é um pacto sadomasoquista, porque a fidelidade é contra a natureza humana.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

As feministas e o BDSM


Pois é, eu já estava com saudades de falar delas: das nossas tão controversas "defensoras da igualdade de gêneros", ou, simplesmente, feministas, se preferir. O que me motivou a escrever este post foram os comentários das leitoras (a maioria delas feministas, certamente) sobre o tal BDSM neste post do blog feminista Escreva Lola Escreva. O BDSM (Bondage, Disciplina, Dominação, Submissão, Sadismo e Masoquismo) é um tema que costuma causar reações totalmente imprevisíveis entre as feministas, porque ora ele é visto como "mais um meio machista de glamurizar a opressão contra as mulheres", ora é visto como uma válvula de escape onde as mulheres é que dominam a relação (sexual ou não). Mas o que mais me impressionou nesses comentários foi a alienação, a burrice, o preconceito, a frigidez, a castração, o recalque e o fanatismo de muitas mulheres que comentaram sobre o tema. E mais uma vez a associação que fizeram com a pornografia e a prostituição foi geral, como se o BDSM fosse exclusividade de filme pornô. E as críticas eram sempre de que o BDSM e a pornografia são machistas e aquele mimimi todo de quem só faz papai e mamãe no escuro com fins de procriação. Fora, claro, as que consideravam que o BDSM é uma "violência contra a mulher". O que essas castradas moralistas não enxergam é que o sadomasoquismo e a dominação são, sim, formas alternativas (e consentidas) de dar e receber prazer (ou dor). E elas se esquecem também que os tais mascus (que elas tanto odeiam) provavelmente cometeriam suicídio coletivo se soubessem o significado de palavras como "dominatrix", "domme" ou "femdom", pois elas representam tudo aquilo que eles mais têm medo na vida.
Pesadelo mascu
O BDSM é uma possibilidade alternativa de relação que envolve dominação, inversão de papéis e sadomasoquismo como fetiche. É ridículo querer impor o universo "baunilha" de um bando de mulheres mal comidas para tod@s, incluindo aí as ideias absurdas de censura de filmes e livros que falam sobre o assunto. O BDSM, quando consentido é, sim, saudável e divertido, sendo uma brincadeira para adultos. Mas o mais interessante mesmo é que nenhum desses comentários critica o sadomasoquismo entre homens gays: só há críticas quando há alguma mulher no meio da história, afinal, ter liberdade para se divertir com o sexo de todas as formas e sem críticas continua sendo privilégio dos homens. Mais uma vez essa ala conservadora do feminismo tem prestado um desserviço enorme às mulheres e à sociedade tentando condenar através de críticas pueris e cheias de jactância todo e qualquer tipo de sexo não convencional em que mulheres estejam envolvidas no meio, como se essas feministas fossem donas das vidas das outras mulheres. Muito bem, queridas, vocês estão fazendo exatamente o que o patriarcado quer que vocês façam: sejam eternamente castradas e, claro, castrem umas às outras julgando que mulher sexualmente livre é uma "vítima do machismo". Enquanto isso, os maridos de vocês estão pagando para que prostitutas façam uma sessão secreta de BDSM com ele, já que vocês são mente fechada demais para entrar nessa brincadeira. Ai, ai, santa inocência, viu?

Chega de papai-e-mamãe e vamos apimentar a relação

PS: Os últimos comentários do post me pareceram mais lúcidos, inclusive, uma das leitoras comentou que muitas vezes as feministas se parecem com os conservadores ao abordar assuntos mais polêmicos, dando a impressão de que são censoras, reducionistas, estereotipadas, intolerantes, hostis e proto fascistas. Dar piti achando que todo mundo vai virar sadomasoquista é tão tosco quanto imaginar que há uma ditadura gayzista te obrigando a dar o bumbum. Enfim, chega desse assunto por hoje para não me dar azia. Namastê!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Abaixo o Bolsa Família uma ova!


Tem um pessoal aí, quase sempre formado por mauricinhos, playboyzinhos, patricinhas e filhinhos de papai em geral, que estão fazendo campanha na internet para revogar (ou extinguir) o programa do Governo Federal chamado Bolsa Família. E as razões para isso são várias, pois dizem que o Bolsa Família é um programa eleitoreiro, que é uma forma de comprar votos, que torna as pessoas preguiçosas, que só estimula pobre a fazer filhos e que é um "roubo" aos cofres públicos. Essa visão elitista é típica de quem ou é egoísta, ou é estúpido, ou fecha com a cambada da direita reacionária. Para derrubar o argumento dessa gente que vive criticando a tal "geração nem-nem" (mas que, curiosamente, também não trabalha, nem estuda e vive torrando o dinheiro dos pais) e o Bolsa Família (mas que, curiosamente também, só faz retirar os juros de suas poupanças milionárias), vou lançar as seguintes questões para reflexão:

- Você trocaria de vida com um pobre?
- Você sabe o que é passar fome e dividir um prato de farinha com mais 12 irmãos pequenos?
- Você sabe o que é andar 15 km por dia para pegar um balde d'água no sertão?
- Você prefere passar fome a ter uma ajuda governamental para evitar que você morra de desnutrição?


Eu até concordo que o Bolsa Família não resolve o problema da fome, da pobreza e nem das injustiças sociais no Brasil. Porém, mais injusto que isso é querer viver num país onde você tem tudo e os outros não tem nada. Esse pensamento fascistóide que é contra a tributação de grandes fortunas e contra os programas sociais tem que acabar, porque ele só serve para piorar a situação desse país. Além disso, o Bolsa Família é um programa de custo baixo que ajuda a distribuir melhor a renda e faz o dinheiro circular, movimentando a economia. Isso tanto é verdade que o Bolsa Família é um programa reconhecido e copiado por vários países de primeiro mundo.


Portanto, se você tem essa mentalidade plutocrata, achando que pobre é preguiçoso, defendendo uma meritocracia fajuta e vociferando que o Estado é opressor, por favor, seja mais justo com a humanidade e deixe de ser egoísta, individualista e hipócrita.