domingo, 30 de julho de 2023

Armas nucleares não deviam existir


É consenso entre as mentes mais sábias da humanidade que a invenção de armas de destruição em massa foi uma das coisas mais burras já idealizadas pelo homem. E quando digo 'homem', estou excluindo propositalmente as mulheres, porque nenhuma delas desenvolveu esses dispositivos estúpidos de autodestruição. Mas voltando ao assunto, vamos ser francos: armas nucleares não servem para nada. Elas não podem mais ser usadas militarmente pelo risco de destruição mútua assegurada e também pelo inverno nuclear que elas inevitavelmente irão causar em todo planeta num caso de hecatombe. Isso sem falar do gasto absurdo em dinheiro para desenvolver essas armas que é desviado de outros investimentos importantes do Estado. Ao invés de fabricar bombas sujas, poderíamos usar tempo e dinheiro para desenvolver tecnologias para o bem-estar das pessoas, para produzir energia limpa, para produzir mais alimentos, construir hospitais, casas, creches... Mas, infelizmente, a estupidez é que guia a mente dos homens. Mesmo com acordos inócuos de não proliferação de armas nucleares, a cada ano, o arsenal atômico só aumenta – e cada vez mais países anseiam em entrar para o "clube da bomba". O principal fomentador disso é o braço armado do "ocidente", mais conhecido por Otan. Quanto mais países dentro da Otan, mais armas nucleares são desenvolvidas e direcionadas para "protegê-los". Note que "protegê-los" aparece entre aspas pelo fato de que não há uma ameaça real contra países europeus. O que ocorre na Ucrânia é uma resposta da Rússia à aproximação de silos nucleares da Otan de seu território. Daí que para se empoderar, a Rússia por sua vez passa a produzir mais armas nucleares e até mesmo chega ao ponto de ameaçar colocá-las em uso. Parece que a estupidez não tem limites.

A dura verdade é que armas nucleares só serão eliminadas definitivamente quando não existirem mais países e nem classes dominantes para se apossar das riquezas produzidas pelos trabalhadores. Afinal, são os trabalhadores que são as principais vítimas de guerras e bombas – guerras essas declaradas pelas classes dominantes que saem ilesas dos conflitos. Precisamos desenvolver uma consciência fraterna global e um novo modo de produção que supere essa fase territorialista, inconsequente e egoísta da humanidade. Já chega de guerras e bombas. Vamos evoluir.

sexta-feira, 28 de julho de 2023

É melhor ser careca ou cabeludo?


Quando passei no vestibular, há 20 anos atrás, fiz aquilo que todo jovem fazia ao ingressar na faculdade pela primeira vez: raspei a cabeça inteira com a máquina zero. Foi a primeira vez que fiquei completamente careca. Apesar de ter achado até bacana por reduzir bastante o calor e me livrar de xampus e do barbeiro por uns três meses, teve uma coisa que me incomodou: duas entradas discretas bem na frente do couro cabeludo, indicando que cedo ou tarde, eu seria (ou não) um homem calvo. Ok, apenas levei a vida adiante. Para minha sorte, as entradas praticamente pararam de crescer por ali. Até hoje, elas não passaram de entradas discretas e acho que dificilmente vou ficar careca. Enfim, continuei cortando o cabelo mensalmente como sempre fiz durante os anos seguintes até que veio a pandemia do coronavírus em 2020. Todas as barbearias foram fechadas e fiquei preso em casa sem saber cortar o próprio cabelo e sem nenhuma maquininha para aparar. Então, eu fiz o que muitos homens fizeram durante a pandemia: tomei a decisão inédita na minha vida de deixar o cabelo crescer. Na verdade, eu já tive o cabelo grande quando era muito criança, mas isso era quando eu tinha uns 2 ou 3 anos de idade e, honestamente, eu nem me lembro. Mas hoje, já aos 40 anos de idade e há pouco mais de 3 anos deixando o cabelo crescer, posso dizer como foi o processo até me tornar um cabeludo e qual é a experiência de ter cabelos longos.

Primeiros meses do "projeto cabeludo"...

Meus cabelos hoje passam dos ombros e já estão quase na altura do peito quando secos. São cabelos negros cuja tipagem não sou capaz de identificar com exatidão por seu alto grau de metamorfose e maleabilidade. A raiz é lisa, o comprimento é ondulado e termina fazendo cachos. Lembra bastante o cabelo do cantor Silvério Pessoa, sendo que escuro. Mas para ter um consenso, vou tratá-lo como cacheado do tipo 3A, que é o que mais se encaixa segundo as definições 'cabeleireirísticas' que andei lendo por aí. Atualmente, meu cabelo está bem irado porque aprendi na base da tentativa e erro a cuidar melhor dele, mas o processo até ele ficar longo foi bem complicado. Isso porque o primeiro ano é o pior. Eu tentava esconder o cabelo com bonés e bandanas, porque o bicho estava muito feio, desengonçado e desgrenhado. Estava pior que o Mister Satan. Não dava para amarrar ainda e ele só ficava no lugar quando passava um quilo de gel. Foi nessa fase que vieram as piores críticas e os apelidos. Disseram que eu parecia um mendigo, um gay, um drogado, um marginal e até um personagem cômico de um canal do YouTube. Para ter ideia da barra que foi o negócio, teve gente na rua rindo na cara de pau do meu visual e cheguei até a tomar um chute por ser confundido com um maloqueiro. Foi punk o negócio. Por isso que durante o processo de virar um cabeludo, a resiliência é a melhor das virtudes, porque senão você vai querer cortar o cabelo logo que ele começar a ganhar vida própria e as reações negativas das pessoas ao redor vier. Tive que usar produtos diversos para fazer nutrição, hidratação e finalização e mesmo assim, o meu cabelo até hoje ama a rebeldia e se bagunça sozinho com o menor descuido. Falando do tempo de crescimento, o cabelo só começa a ficar bacana quando completa por volta de um ano e meio sem ver a tesoura, porque aí já é possível fazer um coque de cabelo inteiro e usar uns penteados diferentes. Mas até lá é um teste de paciência.

Cabelos longos dão outra personalidade.

Ter cabelos compridos é, obviamente, mais trabalhoso que ter cabelos curtos. Apesar de ser muito estiloso e permitir vários tipos de penteados e amarrações, cabelo grande exige mais dedicação e carinho. Além disso, pode se preparar para encarar embaraçamentos constantes, nós nas pontas, ressecamento, frizz, ralo entupido, visão periférica obstruída, franja caindo no olho, cabelo caindo na comida, cabelo tentando te sufocar nas ventanias, cabelo prendendo em galhos de árvores e até mais calor no verão. Porém, metade desses problemas citados desaparecem quando a gente o deixa preso. Só que ficar com o cabelo preso o dia inteiro é muito chato. Eu gosto de usar os fios soltos, mas isso exige mais cuidados e paciência. 

Vai me dizer que não é estiloso ter cabelão...

No ano passado, deixei a barba crescer também, mas fiquei parecendo um lobisomem quando fiz uns 5 meses de barba crescendo. A barba grande dá a aparência de desleixo, daí que tirei a barba de vez e só a deixo crescer por alguns dias e depois raspo para variar o visual. E com a barba feita, já fui confundido com mulher algumas vezes, até porque fico parecendo um clone mal-acabado das minhas irmãs. Em todo caso, acho que ter cabelão é muito mais bacana que ter cabelo curto ou ser careca. Como homem, você se destaca dos demais e ganha elogios que não ganharia se tivesse aquele cabelo padrão. Na verdade, o cabelo longo masculino mostra mais a sua personalidade do que um aspecto estético, porque mostra que o homem é alguém que sai do senso comum e que não está preso a padrões. Fora que precisa ser forte para aguentar as críticas, xingamentos e apelidos durante o processo de crescimento. Aliás, não é à toa que os super-heróis, roqueiros e artistas comumente usam cabelos compridos para se destacar dos demais.

Por isso os headbangers são mais felizes.

Enfim, se você quiser saber na pele a real diferença entre ser careca e cabeludo, só é experimentar os dois e tirar as próprias conclusões. Se não tiver mais cabelo, perucas podem simular um pouco dessa experiência. Mas nada é mais divertido que passar pelo longo e trabalhoso processo até virar um cabeludo de verdade.

terça-feira, 18 de julho de 2023

Já basta de pessoas morrendo em desabamentos


Todo ano é a mesma coisa na região metropolitana do Recife durante as épocas de chuva. Ou temos deslizamento de barreiras nos morros, ou temos prédios desmoronando, ou então casas sendo literalmente derrubadas pelas enchentes dos rios. E nessas tragédias anunciadas quase sempre temos vítimas fatais. Lamentavelmente, foi exatamente isso que ocorreu no desabamento do Conjunto Beira-Mar em Paulista, onde tivemos pelo menos 14 mortos e vários feridos. Os prédios que desabaram tinham a estrutura comprometida e, por isso, estavam interditados desde 2010. Contudo, como vivemos num país onde a política habitacional existe para atender a interesses econômicos, quem tem que pagar com a vida por essa estupidez são as pessoas pobres. Afinal, a escolha que damos para quem recebe um salário mínimo (ou menos) é ou pagar aluguel, ou se alimentar. Nunca os dois ao mesmo tempo. Daí já se vê a crueldade que é imposta à imensa maioria da população de baixa renda através deste dilema.

A solução paliativa para esse problema seria demolir as edificações de risco logo que elas fossem interditadas para que ninguém as ocupasse. Mas isso não é tão simples por exigir uma série de burocracias legais – além de que as famílias iriam morar em outros locais de risco, apenas transferindo o problema de lugar. Para resolver definitivamente esse ciclo de tragédias, só há dois caminhos. Ou teríamos que lançar vários programas habitacionais para famílias de baixa renda, coisa que até existe, mas que é ineficiente em diversos aspectos. Ou então iríamos atrás da solução definitiva que é... eliminar o capitalismo. Se vivêssemos em modelos socialistas, tais como foi na antiga União Soviética ou em Cuba, já seria uma revolução enorme. Afinal, como disse o próprio Fidel Castro certa vez: “Esta noite milhões de crianças dormirão na rua, mas nenhuma delas é cubana.” Mas ainda assim há outros modelos ainda melhores que o socialista, como é o caso do Projeto Vênus elaborado pelo projetista Jacque Fresco, onde o sistema de habitação existe exclusivamente para atender a necessidade da população e não do sistema financeiro ou do Estado.

Enfim, para tudo existe uma solução, menos para a morte – que é o que vai continuar a ocorrer enquanto os seres humanos não tiverem acesso universal a moradia digna.

segunda-feira, 17 de julho de 2023

O olavismo precisa morrer


Se você acha que a era da idiocracia acabou, lamento informar que se enganou redondamente. Recentemente, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados aprovou a realização de uma sessão solene em homenagem ao astrólogo e guru da extrema-direita Olasno Olavo de Carvalho morto em 2022. Como se esse absurdo não bastasse, o filósofo de botequim já recebeu cidadania honorária em Curitiba e vários bolsonaristas tentam incluir o nome do astrólogo falecido no Livro de Heróis da Pátria. Contrariando o bando de extremistas que estão tentando imortalizar o velho fascista, Olavo precisa ser tratado pelo que ele realmente foi: como um estorvo contra a evolução do conhecimento humano. Um apedeuta tabagista que vivia de copiar e colar as teorias conspiratórias da extrema-direita estadunidense durante as férias de seus cursos mequetrefes de astrologia nunca teve utilidade alguma para a civilização. Olavo nunca passou de um muquirana pernóstico que só serviu para emburrecer as pessoas e ajudar a eleger um genocida miliciano para presidência. O olavismo é uma arma de destruição em massa que precisa ser desarmada e enterrada para sempre. Chega de porralouquice olavista. O mundo precisa voltar ao normal.

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Somos todos um em uns


O último vídeo publicado no canal Em Poucas Palavras (Kurzgesagt) trouxe uma linha de pensamento bastante interessante que conheci na internet lá na década de 2000. Tanto nas comunidades do Orkut quanto no Yahoo Respostas, encontrei pessoas que defendiam a hipótese de que tudo é deus. Mas ao contrário do que pressupõe a doutrina panteísta, não estamos falando de "tudo" no sentido cósmico, mas de um "tudo" personificado que seria melhor traduzido em "todos". Todos nós somos deus. Como "nós" entenda como sendo todas as formas de vida do universo. Somos a manifestação consciente de um mesmo ser supremo em corpos e momentos diferentes. Ou seja: todas as consciências estão conectadas e todo mundo que existiu e vai existir são outras versões de você. Como costumavam dizer os adeptos dessa crença "neopanteista", somos todos um em uns. Há uma espécie de super consciência no cosmo que consegue estar em todos os lugares ao mesmo tempo sentindo tudo. Eu e você somos manifestações individuais por estarmos em corpos diferentes, mas, na realidade, é como esse ser supremo super consciente estivesse vivendo e sentindo tudo que nós e todos outros estão vivenciando neste momento e até o fim do universo. Em outras palavras, é como se você, eu e todos fossem a mesma entidade em corpos diferentes e que apenas não está plenamente consciente disso. 


Segundo esse pensamento, quando morremos, reencarnamos em outros seres de outras épocas, seja do passado ou do futuro. Hoje, estou neste meu corpo, mas depois que morrer, poderei estar no corpo de um camponês na idade média ou no de um astronauta ciborgue no ano de 3255. Ou poderei reencarnar em você, porque você e eu somos, na realidade, exatamente o mesmo ser em momentos temporais e perspectivas diferentes. Isso significa que todos os seres humanos que já existiram e que existirão um dia são a reencarnação da mesma consciência, do mesmo ser. Todo o bem ou mal que você fez a alguém, na verdade, você fez contra você mesmo, porque todos são você. A ideia parece confusa ou até absurda, mas ela é ótima por despertar o senso de empatia entre os seres humanos e até mesmo nos não humanos. 


Se tudo isso é verdade ou não, não há como saber, mas é bastante estranho e curioso que estejamos vivendo o aqui e o agora durante apenas algumas décadas, sendo que a chance disso acontecer na história do universo é quase nula dado o tempo total de vida útil do universo e da baixa probabilidade de termos nascido. Se você parar para pensar, se o espermatozoide que o gerou tivesse se atrasado por uma fração de segundo ao entrar no óvulo, você nem estaria aqui. E se qualquer espermatozoide de qualquer antepassado não tivesse fecundado o óvulo específico naquele momento, nenhum de nós teria nascido. Seriam outras pessoas em nosso lugar. Mas será que essas pessoas também não seriam nós?

A seguir, deixo o vídeo mencionado que me motivou a escrever este post.

quarta-feira, 5 de julho de 2023

A década de 80 foi bacana, mas nem tanto


É engraçado como nesta década de 2020 o mundo está radicalmente diferente daqueles longínquos anos 1980. Olhando de perto, parece até que vivíamos em outro planeta. Hoje em dia não precisamos mais esperar aquelas filas enormes nos banco graças ao pix, podemos jogar o game retrô que quisermos de graça no celular, podemos assistir a série que quisermos na Netflix, podemos montar nosso próprio estúdio profissional no PC, temos filmadoras e câmeras 4K embutidas nos smartphones, não precisamos mais usar os horrorosos orelhões para fazer ligações, aqueles mapas grandes e mofados caíram em desuso graças ao GPS, usamos o ChatGPT para realizar tarefas escolares e profissionais, pedimos comida com um clique e vivemos no auge de diversas tecnologias. Fora que a expectativa média de vida aumentou, várias doenças já têm cura ou tratamento e até as bonecas sexuais atuais estão hiper-realistas. Daí que eu me lembro sem qualquer nostalgia da desgraceira que era ter que colocar lã de aço na antena da TV para conseguir assistir a novela, gastar um dinheirão com revelação de fotos, fazer curso de datilografia para usar a máquina de escrever, ter que rebobinar fita VHS da locadora para não levar multa, viver em super inflação e temer o fim do mundo com a ameaça nuclear da Guerra Fria. Apesar do saudosismo da minha geração (millennials) com relação aos anos 80, a gente precisa cair na real que foi uma época muito ruim comparada com as posteriores. As únicas coisas que salvaram a "década perdida" foram a música (especialmente o rock nacional), os primeiros videogames 8 bits, os primeiros tokusatsus da Rede Manchete e o revolucionário Walkman. Ah, e, claro, a Constituição de 1988, apesar de suas imperfeições, também foi uma conquista que marcou o fim do autoritarismo no Brasil.

segunda-feira, 3 de julho de 2023

Os reaças estão bugados

 

Bolsonaro condenado pelo TSE, Dallagnol cassado, Moro desmoralizado, Jovem Klan Pan na UTI, Olavo descansando eternamente... Melhor que isso é ver o dólar abaixo dos R$ 5, o gás e os combustíveis baixando de preço e até a isenção do imposto de renda para mais pessoas. Contrariando a previsão dos coxinhas, ninguém está comendo cachorro, o Brasil não virou Venezuela e nenhuma igreja foi fechada. Eu só queria entender o que se passa na cabeça de um reaça numa hora dessas. Provavelmente, deve estar passando uma tela azul da morte dando pane em seus cérebros diminutos. Ou será que eles preferem "fugir" para Portugal ou Estados Unidos onde os governos de lá são ainda mais "esquerdosos" que o daqui? Pobres reaças...