terça-feira, 31 de janeiro de 2017

O Brasil precisa de uma reestruturação


Um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento do país hoje é a superficialização grosseira das soluções para os problemas de ordem nacional. O que tem se destacado no país atualmente são as medidas imediatistas e pueris de combate à corrupção e à violência. Porém, corrupção e violência são, antes de tudo, sintomas – e não causas. As soluções fáceis tem nos levado à ilusão de que, com elas, estaremos rumando a um país melhor mais rápido. Portanto, é preciso se dizer que sem reformas estruturais – que são de longo prazo e exigem investimentos – o Brasil nunca irá mudar. Não se resolve o problema da corrupção, por exemplo, apenas prendendo alguns poucos corruptos ou culpabilizando um único partido. É preciso mudar o modo de operação do sistema através de uma grande reforma política – além de se combater a corrupção cultural que está enraizada em toda a sociedade. Não existe país no mundo com povo honesto e políticos corruptos e nem o inverso: com políticos honestos e povo corrupto.


Já o combate à violência não pode se dar com mais violência, mas sim com políticas de: inclusão social, de melhorias consistentes da educação, de reforma no sistema penitenciário e de combate a nossa cultura de violência. O que mais tem me preocupado neste aspecto é a consonância coletiva com aquele pensamento fascistoide que sintetiza todo o imediatismo, individualismo, elitismo e revanchismo de que "bandido bom é bandido morto". Vale lembrar que esse pensamento nunca resolveu problema algum, aliás, muito pelo contrário: sempre piorou mais ainda as coisas.
O dilema no fim das contas é bastante simples: ou cortamos o mal pela raiz, atacando as suas causas na origem; ou iremos passar a eternidade apenas podando, remediando com paliativos os nossos problemas para mascarar a nossa preguiça de resolver as nossas aflições com os remédios corretos. Não adianta achar que mudando os atores (presidentes, deputados, senadores e políticos em geral), a peça também irá mudar, porque o que precisamos mudar é o enredo. Não adianta ter bons atores interpretando uma peça mal escrita, porque o roteiro continua sendo ruim. A mudança precisa ser sistêmica.


segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Pela enésima vez: o nazismo NÃO era de esquerda


Está ficando cansativo ter que explicar trocentas vezes a esse povo que tem alergia a livros de história que o nazismo não é e nunca foi uma ideologia de esquerda. O nazismo é de extrema-direita devido ao alto grau de estratificação social e à ideologia supremacista de raça. A esquerda representa exatamente o oposto: a inclusão social e a igualdade. E o nome do partido de Hitler ter sido Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães não quer dizer que o partido era socialista. Nomes não significam nada. Um exemplo disso é a República Popular Democrática da Coreia do Norte. Só porque tem "democrática" no nome quer dizer que a Coreia é democrática? No caso do PSDB – Partido da Social Democracia Brasileira – só porque tem "social democracia" no nome quer dizer que o partido é social democrata? Ou será que um cavalo-marinho é um equino só porque tem "cavalo" no nome?
A Alemanha nazista não era socialista porque lá havia a propriedade privada dos meios de produção – algo muito diferente do socialismo de Estado das Repúblicas Soviéticas.
Com relação aos campos de trabalho forçado, os nazistas mandavam judeus, ciganos e homossexuais para os campos de concentração por uma questão de superioridade racial e limpeza étnica. Já os Gulags soviéticos abrigavam prisioneiros políticos e criminosos comuns. As razões eram muito diferentes. E Stalin não matava por superioridade racial. Aliás, Stalin matou muito mais nazistas do que se pensa e matou muito menos do que o capitalismo mata até hoje.

Enfim, só me resta deixar alguns memes para debochar dessa gente:




domingo, 29 de janeiro de 2017

O coxinhismo é a arte da contradição


Ser coxinha no Brasil é um negócio altamente contraditório. Eles querem a liberdade, mas defendem a volta da ditadura militar. Eles dizem que são contra a corrupção, mas votam em corruptos. Eles dizem que respeitam as pessoas, mas tratam homossexuais como se fossem depravados. Eles dizem que são a favor da vida, mas dizem que bandido bom é bandido morto. Eles dizem que amam o próximo, mas se for "petralha", merece morrer. Eles dizem que são libertários, mas são contra as liberdades individuais. Eles dizem que são a favor da família, mas atacam as famílias que não são "tradicionais". Eles querem tolerância religiosa, mas são os primeiros a atacar a umbanda e o islamismo. Eles dizem combater o comunismo, mas acabam combatendo a bandeira do Japão. Enfim, essa turminha é um contradição ambulante. É por isso que é tão difícil levar a sério o que essa gente vive dizendo.

A seguir, alguns dilemas comuns aos nossos coxinhas e liberais:




Uma charge vale mais que mil palavras.

sábado, 28 de janeiro de 2017

Esquerdomacho: mais um rótulo maniqueísta


Esquerdomacho, para quem não sabe, nada mais é que um neologismo criado para designar um homem de esquerda que seja machista. Apesar do machista de esquerda ser, no geral, um lobo em pele de cordeiro, esse rótulo tem um pequeno problema. Eu não veria nada demais com este rótulo se houvesse outro termo complementar: o direitomacho ou o destromacho para se referir também aos machistas da direita. Mas esse rótulo simplesmente não existe para a direita. Pelo que tenho percebido, o sufixo 'macho' é usado geralmente por feministas para atacarem apenas os machistas da esquerda. E você sabe o porquê de apenas os homens de esquerda receberem esse 'apelido' infame?

A razão do termo esquerdomacho existir é muito simples: maniqueísmo político. Quem usa esse rótulo normalmente são as pessoas de esquerda que enxergam uma contradição no fato de um homem ser de esquerda e ser machista ao mesmo tempo. Isso porque a esquerda, segundo os próprios esquerdistas, pertence ao lado "bom" da história. O problema disso é que com essa atitude, a esquerda passa a agir de forma parcial ao combater o machismo. Decidir que ser machista é um defeito apenas para os homens do lado "certo", ou seja, da esquerda, é uma ideia maniqueísta e equivocada. Os homens de direita – por estarem do lado "errado" ou "mau" – acabam ficando isentos de rótulos e acabam, inconscientemente, achando que ser machista não é um problema também para a direita. Porém, ser de direita e ser machista também é uma grande contradição, uma vez que os liberais e libertários visam a liberdade entre os seres humanos. E nada é mais escravizador para homens e mulheres do que o machismo.


O que precisa ser dito para os desavisados é que ser de esquerda e ser machista é muito mais uma regra do que uma exceção. Isso porque a maioria das pessoas da nossa sociedade são machistas, independente de ideologia política. Quase sempre os homens de esquerda tendem a colocar as questões de classe acima das questões de gênero, deixando em segundo plano o feminicídio, a violência doméstica, a violência sexual e o patriarcado. Sem contar que o termo esquerdomacho não é exatamente uma contradição. Historicamente, o machismo sempre esteve presente na esquerda política. Na URSS, apesar das diversas políticas igualitárias, todos os secretários-gerais, primeiros-secretários, primeiros-ministros e presidentes foram homens. A Revolução Cubana, por sua vez, foi praticamente inteira feita por homens. Até a Coreia do Norte praticamente só tem homens no poder. Então a esquerda sempre foi meia esquerdomacha mesmo. Infelizmente, não é uma contradição ser machista e de esquerda, mesmo a esquerda tendo em sua essência o foco na luta pelos direitos dos grupos oprimidos.
Enfim, essa história toda só mostra uma coisa: que as feministas, em sua maioria, são de esquerda e elas se ressentem por ver tantos homens machistas na esquerda militando ao lado delas. 
Combater o machismo na esquerda é absolutamente imprescindível. Mas combater apenas o machismo da esquerda é um erro fatal. O machismo precisa ser combatido em todos os lados e em todas as posições políticas. De que adianta não termos mais homens de esquerda machistas, mas termos o resto da sociedade inteira exalando sexismo por todos os poros?


Concluindo...
É claro que é compreensível que como a esquerda, de um modo geral, luta por igualdade entre todas pessoas, ela seja consequentemente contra o machismo também. Só que combater o machismo apenas na esquerda, como foi dito, é algo ruim, porque quem não é de esquerda não se sente na obrigação de lutar contra o sexismo. Fora o maniqueísmo a que isso induz. A própria direita gosta de usar esse termo 'esquerdomacho' para todos os homens de esquerda como forma de rebaixá-los por serem de esquerda.
Devemos lutar para extinguir o machismo em todos os lugares, porque isso seria, inclusive, mais democrático. Se uma mulher quiser ser de direita, ela terá que aturar um bando de machistas ao lado dela? Se a direita ganhar uma eleição, teremos que aturar um machismo institucionalizado? É claro que não. Então vamos desconstruir o machismo onde quer que ele esteja, seja na direita, na esquerda, na diagonal, em cima ou embaixo.

PS: Estou desconsiderando o xingamento de "esquerdomacho" quando ele é usado pela ala radical do feminismo misândrico. Aliás, já abordei isso em outra postagem. O feminismo separatista, por exemplo, não quer que homens sejam feministas, portanto, todo homem de esquerda é um esquerdomacho para elas.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

A Globo e o PMDB são os donos do Brasil


Não existe governo no Brasil sem o apoio do PMDB e da Globo, ponto.

O PMDB é o fisiologismo, o clientelismo, o coronelismo e o parasitismo. O PMDB só existe para se aliar e fazer número no legislativo em troca de cargos, dinheiro e favores.
A Globo, por sua vez, é a representante máxima da mídia oligárquica pertencente à alta burguesa. Ela representa os interesses do grande capital, do sistema financeiro, das corporações multinacionais, dos bancos, das petrolíferas, dos rentistas, enfim, da casta plutocrata que comanda o mundo através do dinheiro.

O Golpe de 2016 ocorreu porque o PT perdeu o apoio da Globo e do PMDB simultaneamente. O impeachment foi uma desculpa constitucional para formalizar a saída de um plano de governo para implantar o que havia sido derrotado nas urnas. Saiu de cena uma política de cunho mais keynesiano para a entrada abrupta de um neoliberalismo agressivo. PMDB e Globo, hoje, governam juntos o Brasil atendendo aos interesses da velha elite.

Quem quiser governar daqui para frente precisa saber disso e seguir essas regras de governabilidade. A menos, claro que ou consiga fazer uma grande reforma política através de uma assembleia constituinte, ou então uma revolução. Como não tenho esperança nem de uma coisa e nem de outra, então devemos começar pelo mal maior: regular e democratizar a mídia de uma vez por todas. A mídia corporativa irá chiar e bradar aos quatro ventos que isso é "contra a liberdade de imprensa". Mas é justamente o oposto. Regular e democratizar a mídia é destruir um monopólio de informações que só serve para manter o povo alienado aos seus direitos e ao seu real poder. Nenhum povo consciente toleraria sequer a possibilidade de se congelar investimentos em saúde e educação. Um povo consciente saberia da necessidade de se fazer reformas de base no Brasil. Mas o grande capital, através dos seus tentáculos midiáticos, não quer que nós tenhamos acesso ao conhecimento de que nós é que temos o real poder.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

A Globo é quem manda no Brasil


Dizem por aí que ninguém está acima da lei.
Mas quem está acima da Globo?
Quem investiga a Globo?
Quem julga a Globo?
Quem pode com a Globo?
Já imaginou a Globo noticiando a prisão de seus próprios donos?
Não. Ninguém pode imaginar isso. Nem em sonho.
A Globo jamais noticiaria que está recebendo verba publicitária recorde ou que há fortes suspeitas de sonegação contra si mesma.
Nada disso jamais irá acontecer porque quem manda no Brasil é a Globo.
A Globo manda, o governo obedece. Simples assim.
A Globo diz que congelar investimentos é bom e as pessoas acreditam.
A Globo diz que o que é bom para os ricos, é bom para os pobres. E as pessoas acreditam.
A Globo chama Bashar al-Assad de "ditador". E o povo acredita.
A Globo trata a Venezuela como um "inferno socialista". E o povo acredita.
A Globo esquece de noticiar a corrupção do PSDB. E o povo esquece também.
A Globo diz que o PT é responsável pelo "maior esquema de corrupção da história da humanidade". E o povo, coitado, acredita.
O PT tentou ficar amigo da Globo. É verdade.
Mas ninguém é amigo da Globo.
Porque a Globo não tem amigos, tem interesses.
E aí a Globo destruiu o PT.
Só não achei bem feito porque a Globo é pior que o PT.
A Globo monopoliza o futebol, manda na CBF, manda no governo, manda na teledramaturgia, manda na sua vida, manda em tudo.
A Globo controla a televisão, os jornais, as revistas, a tevê a cabo, a internet...
A Globo controla tudo.
A Globo é tudo.
A Globo está acima do Brasil e dos brasileiros.
E a Globo irá destruir o Brasil.
Ou o Brasil destrói a Globo, ou a Globo destrói o Brasil.
Daí só nos restam quatro opções:
Ou regulamos e democratizamos a mídia.
Ou estatizamos a Globo.
Ou cassamos a sua concessão.
Ou deixamos tudo para lá e voltamos à nossa vida de gado.
Depende de nós.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Porque o livre-mercado do Brasil com os EUA é ruim para nós


Está na moda ser ignorante, alienado e desinformado no Brasil, fato. A grande mídia, financiada por corporações estrangeiras (especialmente dos EUA), não para de mentir para manter o nosso povo submisso ao grande capital e ao sistema financeiro internacional. Para ajudar a fazer uma deslavagem cerebral, vou deixar um vídeo didático do Leonardo Stoppa explicando porque essa nossa política de submissão econômica aos EUA é péssima para os brasileiros.

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Que tal uma guerrinha para animar o capitalismo?


Por ser um sistema que visa o lucro permanentemente e o crescimento exponencial, o capitalismo precisa sempre de novos mercados e de novos consumidores. Ou você vende seus produtos e serviços, ou você quebra: essa é a lógica do capitalismo que visa cada vez mais o consumismo e a ganância. Porém, quando surgem crises, a recessão causa uma redução do consumo, colocando o sistema em xeque. E daí que o capitalismo precisa encontrar um meio de fazer com que as pessoas voltem a comprar para manter o crescimento econômico. Políticas keynesianas costumam ser a tábua de salvação do capitalismo nesses momentos de crise, mas nem todo mundo concorda com essas políticas. Muitos querem o lucro imediato, para ontem. E qual o melhor meio de fazer isso? Simples: criar necessidades obrigatórias de consumo. Políticas econômicas que acentuam a desigualdade social e, consequentemente, a violência urbana – como o neoliberalismo – são ótimas para alavancar o mercado de segurança privada, de armas e de produtos supérfluos que deem status. Mas isso não é suficiente para salvar o capitalismo. É preciso mais. É preciso enriquecer não apenas a indústria bélica, mas também a indústria de construção civil, a indústria de medicamentos, a indústria de limpeza, as petrolíferas e também gerar empregos. E nada melhor que uma GUERRA para atingir esse fim.

A Europa não quer mais saber de guerras em seu território. Só a França já foi reconstruída três vezes. Causar uma nova guerra mundial na Europa não é mais uma opção. Os europeus aprenderam que guerras, apesar de avançarem a tecnologia, trazem consequência devastadoras, tais como países inteiros destruídos e endividados, fome generalizada, doenças, milhões de mortos, de mutilados, de doentes, de famílias destruídas... A guerra não traz lucro para quem a faz. A guerra só gera lucro para quem a financia. Como a Europa não quer mais guerras, a África está miserável e sem recursos de tanto ter sido saqueada e o Oriente médio já foi desmantelado, só resta um continente para se promover uma guerra. Sim, ele mesmo: a América. Mais especificamente falando: a América Latina.

Ora, os países latino-americanos não têm armas nucleares e nem armamento tático de ponta. Nada é mais rentável para um país muito rico em crise do que financiar uma guerra entre nós. Para isso, basta colocar um país contra o outro. Demonizar governos específicos, acusando-os escrotamente de serem "bolivarianistas", "terroristas" ou "maus" já é um bom começo. Para completar, basta instigar oficialmente uma guerra com provas forjadas e falsas invasões de fronteira. Canalha que é, a grande mídia corporativa – prostituta do capital estrangeiro – não hesitaria em atiçar os ânimos ainda mais. Basta inventar que a Bolívia ou a Venezuela, por exemplo, estariam "invadindo o Brasil" para implantar o "bolivarianismo" e pronto: temos uma justificativa suficiente para praticar mais um genocídio. Ou então são forjados atentados no Brasil, ou praticados crimes contra a nossa soberania para se colocar a culpa nos países vizinhos. Enfim, há dezenas de maneiras de se instigar uma guerra entre dois países. No caso do Brasil é ainda mais fácil, porque basta comprar os políticos que eles declaram guerra contra qualquer um. Afinal, quem vai morrer na guerra sou eu e você, e não os canalhas engravatados de Brasília.

É escandalosamente óbvio que nenhum país da América do Sul ousaria invadir o Brasil. Somos a maior potência da América do Sul, somos um dos países mais ricos do mundo, temos o maior território do sul do continente e somos muito respeitados (até demais, eu diria) por nossos vizinhos. Mas quando a indústria bélica internacional quiser mais lucro, ela vai ter mais lucro. Eu não duvido que eles instiguem mais uma guerra desnecessária na América Latina. Uma nova Guerra da Tríplice Aliança é tudo que a indústria bélica sonha. Matar os nossos irmãos, os nossos vizinhos, para aumentar os lucros de indústrias estrangeiras é um troço tão óbvio e fácil de fazer que eu acho que será inevitável dentro de, no máximo, duas décadas.
Já que Donald Trump estragou os planos belicistas do Partido Democrata para a Síria e para o resto da Ásia, é possível que, de uma próxima vez, os Democratas tentem uma guerra por aqui. Sim, uma guerra é inaceitável. Mas quem disse que o capitalismo se importa com isso? A lei do lucro está acima de todas as outras leis.

Como eu gostaria de estar errado e que isso fosse mera teoria da conspiração...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O maniqueísmo político não nos salvará


As redes sociais no Brasil têm, infelizmente, evidenciado a ignorância política da maioria da nossa classe média. O que vemos hoje não são pessoas politizadas debatendo de maneira civilizada. O que vemos é uma autêntica briga de torcida. Cada um escolhe um lado para torcer e brigam como marginais nos comentários de uma postagem.
São raríssimas as pessoas que constroem a sua visão política com base no estudo, na reflexão e na autocrítica. A maioria não tem a mínima noção do que defende. As posições de esquerda ou de direita, por exemplo, não podem ser decididas por impulso. Na verdade, não se escolhe ser de esquerda ou de direita, porque esses posicionamentos políticos são construídos ao longo da vida de acordo com tudo que vivenciamos e estudamos.

O que tenho visto de um modo geral é uma falsa dicotomia de opiniões quase dogmáticas entre as pessoas que as formam a partir de memes de internet. As pessoas têm decidido ser de direita porque, por exemplo, odeiam o PT e acham que a carga tributária brasileira é muito alta. Nisso acabam se apegando a um neoliberalismo predatório sem se dar conta, achando que são apenas "libertários". E muitos têm decidido ser de esquerda porque são contra a homofobia e odeiam o Bolsonaro. Porém, ser de esquerda é algo muito mais profundo que apenas repudiar a homofobia. São essas pessoas que acham que são de esquerda que formam essa ala "pós-moderna". E o pós-modernismo (normalmente atrelado aos SJW) é altamente prejudicial às classes sociais mais pobres. Infelizmente, esses pseudo esquerdistas elitizam o debate político e tomam como foco apenas os próprios interesses ou os interesses dos grupos aos quais pertencem.
Enfim, esse pensamento dogmático, fanático e de torcida reflete uma ignorância política que precisa ser corrigida. As pessoas precisam aprender a se ouvir e parar de se atacar. Do contrário, não vamos sair do lugar.

Quanto mais escuro o amarelo, mais ignorante é povo do país

Dicotomias escondem o sistema ideal
O que precisamos entender é que quando falamos de política, nunca há apenas dois extremos para se oporem entre si. Existe todo um degradê de pensamentos políticos entre a extrema-esquerda e a extrema-direita. No caso dos modos de produção, não há apenas o capitalismo liberal e o socialismo autoritário. Inclusive, o ideal seria justamente o ponto de equilíbrio, onde nós pegamos o que há de melhor no capitalismo com o que há de melhor no socialismo e unificamos em um mesmo sistema. A social democracia é um exemplo clássico disso, porque ela traz as garantias constitucionais sobre saúde, educação, segurança e moradia juntamente com a liberdade de empreender do capitalismo. Tirando os EUA, que se sustentam graças a políticas predatórias e imperialistas, a maioria dos países que deram certo tiveram o seu ápice social e econômico em sistemas de bem-estar social ou mistos.


Como consertar o país
Há várias mudanças em comum que são do interesse tanto da esquerda quanto da direita. Há pautas em comum entre todos os grupos oprimidos e todos eles podem se unir justamente em torno dessas causas em comum. Há também uma maioria de pessoas que paga muitos impostos e essas pessoas poderiam se unir para exigir uma reforma tributária que fosse realmente justa. Reduzir a carga tributária da classe média e dos pobres e aumentar a dos mais ricos seria bom para 99% da população. Pessoas muito ricas pagam proporcionalmente menos impostos. Lucros, dividendos, juros, herança: tudo isso é subtributado. Por que não pensamos nisso ao invés de brigar?
Temos também o problema da sonegação fiscal, que é muito pouco debatido e que gera um rombo de bilhões nas contas do governo. Por que então não focamos juntos no combate a essa forma de corrupção que é prejudicial para todos nós?
Precisamos de união, e não de cisão. Quem ganha com essa polarização são as elites que estão rindo à toa com a nossa estupidez e as nossas briguinhas.


Derrubar a plutocracia para criar a democracia real
Outra coisa que falta a muitos internautas é o conhecimento de como funciona a nossa política de coalizão. Poucos sabem que a corrupção está institucionalizada ao permitir alianças na base da distribuição de cargos e de mensalões privados para aprovar projetos. Ninguém consegue governar sem ter maioria no Congresso e a única possibilidade de se governar é fazendo essas alianças forçadas com muitos corruptos que estão no legislativo. Portanto, as decisões acabam sendo sempre a favor de quem possui muito dinheiro para comprar os políticos, o que comprova o fato de que vivemos numa plutocracia. A solução para isso é a reforma política e uma nova assembleia nacional constituinte. Derrubar um sistema plutocrata e que privilegia homens, brancos, megaempresários, ricos e corruptos deveria ser motivo para nos unir, e não para nos separar.

O que precisamos é de união. Essa briguinha de torcida entre direita e esquerda não vai nos levar a nada enquanto houver dogmatismo e intolerância. Ninguém escuta ninguém e os problemas em comum não são resolvidos.
A seguir, um vídeo esclarecedor do canal Justificando sobre esse assunto:

domingo, 22 de janeiro de 2017

Um dia você vai descobrir...


Uma das melhores bandas do rock brasileiro, a anarcopunk Garotos Podres, tem uma das letras mais contundentes, críticas e atuais sobre o nosso sistema. Ela fala sobre como todos nós somos ameaças em potencial para o sistema. Cedo ou tarde, você irá descobrir como e porque um cidadão que tem o conhecimento de como funcionam as engrenagens do nosso sistema é perigoso para os reais donos do poder. É por essas e outras que há esse descaso com a educação pública do nosso país: para que as massas não caiam em si sobre o seu papel social e nem tenham consciência de classe. A proposta da escola sem partido e do congelamento dos investimentos em educação é uma forma de evitar que o povo conheça como funcionam as entranhas do sistema, pois esse conhecimento nos dá o poder de contestá-lo e destruí-lo. A educação é a maior e melhor arma contra o sistema. A elite econômica de qualquer país treme quando o povo se une para lutar por seus direitos. Por isso, manter a educação sucateada e censurada é a melhor maneira de manter a ignorância, o desconhecimento, a desigualdade, o medo e as injustiças sociais. Quem tem o conhecimento é sempre uma ameaça para o sistema, para a plutocracia e para os homens que mandam no mundo. Qualquer um que ameace o poder dos oligarcas será odiado e morto.

Quem tem o conhecimento para mudar essa realidade é um perigo para o sistema

Enfim, como estou com pouco tempo para publicar algo mais elaborado por hoje, vou deixar este verdadeiro hino do punk rock como reflexão:



ANARQUIA, OI!

Um dia você vai descobrir
que todos te odeiam
e te querem morto,
pois você
representa perigo
ao poder!!!

Anarquia oi, oi!

Eles não querem
que você viva
destrua o sistema
antes que ele o destrua.
Não acredite,
em falsos lideres
pois todos eles
vão nos trair!!!

Anarquia oi, oi!

A-nar-qui-a!
A-nar-qui-a!
Anarquia oi, oi!





sábado, 21 de janeiro de 2017

Stalin seria melhor do que Trump


É fato: as redes sociais estão repletas de alienados esquizofrênicos que não entendem bulhufas de política e ficam querendo dar uma de especialistas. A última pérola foi a acusação de que o presidente Donald Trump seria um agente de Moscou disfarçado para ajudar a Rússia a reerguer a União Soviética. E aí listaram várias supostas semelhanças entre Trump e Stalin, como se um tivesse alguma coisa a ver com o outro. Eu teria desconsiderado se essa palhaçada fosse colocada em tom de humor, mas quando você vê gente falando sério que Trump é "socialista de direita", aí a coisa começa a preocupar. Parece que não bastou dizer que o nazismo é de esquerda e que a Terra é plana: agora Trump tem que ser stalinista também.


Sim, isso é só mais uma teoria conspiratória sem fundamento lógico. Essas afirmações tresloucadas que jogam Stalin e Trump no mesmo balaio provavelmente vêm de neoliberais, ancaps e "libertários". Essa gentinha que defende o Estado mínimo e que é contra políticas nacionalistas sente a necessidade mórbida de equiparar o que eles não gostam com todos os "tiranos" que eles conhecem. Eu concordo que Trump e Stalin não são lá grandes exemplos a serem seguidos, mas igualar os dois só porque a sua ideologia os reprova é uma atitude completamente imbecil. Onde é, pelamordedeus, que Trump é socialista? Um bilionário que sempre fez parte da plutocracia norte-americana ser chamado de "stalinista" é uma contradição tão atroz que chega a ser risível.
Como alguém ousa comparar um sujeito xenófobo, racista, machista e macarthista com Stalin? Stalin – apesar de ter sido um tirano – nesse aspecto, era muito mais civilizado que Trump. Aliás, sobre isso, um jovem americano declarou a uma rede de tevê que Stalin seria melhor que Trump. E ele tem toda razão. Para se ter uma ideia, só o imperialismo americano matou 20 vezes mais que Stalin.
E aí vem aquele papo biruta de que "os hackers russos e a KGB ajudaram na eleição de Trump para fortalecer a reconstrução da URSS" numa tentativa rocambolesca de justificar essa teoria trump-stalinista. Como disse num post anterior, realmente a maioria do povo russo sente saudades da União Soviética. Só que isso não significa que os comunistas tomarão o poder novamente. A realidade da Rússia hoje é bem diferente daquela que causou a Revolução Bolchevique. Fora que os oligarcas russos não parecem ter o menor interesse em voltar aos tempos da Guerra Fria.
Enfim, só resta concordar com a frase do dramaturgo Nelson Rodrigues que dizia que os idiotas irão dominar o mundo não pela inteligência, mas pela quantidade, porque eles são muitos.

É muita palha assada

A seguir, dois videozinhos mostrando que Stalin tinha muito mais classe que esse porco capitalista desse Trump.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

A estranha morte de Teori


Não sou de colocar o carro na frente dos bois, mas a morte suspeita do ministro do STF Teori Zavascki no desastre aéreo não me parece ter sido algo meramente acidental. Eu costumo ser meio 'São Tomé' em casos de acidentes suspeitos, até porque o meu ceticismo me vacina contra teorias da conspiração. Mas a verdade é que eu não consegui digerir até agora esse acidente envolvendo o ministro.
Ora, um avião que não tinha caixa-preta em um momento onde vários políticos estavam querendo "parar" o ministro justo neste país onde já houve várias mortes políticas estranhas em acidentes suspeitos são motivos de sobra para ligar o desconfiômetro. Aqueles áudios entre Romero Jucá e Sérgio Machado sobre "estancar a sangria" me deixaram com uma pulga gigantesca atrás da orelha. E Teori morreu justamente na véspera da homologação da colaboração premiada da Odebrecht que tanto incomodava os investigados na Operação Lava Jato. E para piorar as suspeitas, o filho de Teori falou das ameaças que o pai vinha sofrendo desde o ano passado.

A seguir, vou deixar alguns prints que me levam a crer que tem muito caroço nesse angu:






Se eu fosse apostar, diria que as oligarquias nacionais vitimaram mais um homem público importante. Essa, inclusive, é a mesma opinião que tenho com relação a Juscelino Kubitschek, Castelo Branco, Tancredo Neves, Ulisses Guimarães, Eduardo Campos e todos os "suicídios" da ditadura militar. Não acho que essas mortes tenham sido mera coincidência. Aliás, é estranhíssimo que tantas autoridades morram desse jeito no Brasil, enquanto que no resto do mundo acidentes aéreos envolvendo autoridades são raríssimos. Enfim, a única certeza que eu tenho é que se foi mesmo um atentado, os culpados jamais serão descobertos ou investigados. Exceto, claro, caso o atentado não tenha sido contra o Teori, mas contra outro ocupante qualquer do voo. Pode soar absurdo, mas um atentado contra outro passageiro teria a morte de Teori como meio de 'disfarçar' a real intenção do crime. Mas enfim, é apenas uma hipótese.

Agora resta ao golpista Michel Temer escolher um juiz substituto para herdar as delações envolvendo os políticos citados pela Odebrecht. Isso claro, será a oportunidade perfeita para que seja nomeado um ministro totalmente parcial que atenda aos interesses dos bandidos que querem se safar da justiça. Se um Gilmar Mendes já incomodava muita gente, imagine dois 'Gilmares' no STF para blindar os safados do PSDB e do PMDB...

Enfim, este é o Brasil do Golpe... Ame-o ou deixe-o.

Para terminar, um vídeo mostrando como é simples derrubar um avião:

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

A morte do capitalismo financeiro e a volta da URSS


Devido a (mais uma) crise no capitalismo que está ajudando a concentrar a riqueza na mão de um punhado de homens ultra ricos, algumas pessoas estão caindo na real de que o sistema capitalista está com os dias contados. Além das guerras, da destruição do meio ambiente, da exploração dos seres humanos, da desigualdade, do imperialismo, dos oligopólios, dos monopólios e da corrupção, o capitalismo está gerando crises cada vez mais frequentes. E o reflexo disso está no nosso dia a dia: desemprego, violência, fascismo e injustiça social. Nós precisamos de um sistema melhor. Ou o capitalismo passa por (mais) uma reformulação profunda, ou mudamos de sistema. Na Rússia, por exemplo, mais de 60% da população quer a volta da URSS.

Rarará!

Eles estão voltando!

Segundo uma pesquisa realizada pelo centro de sociologia Levada, 55% dos russos lamentam a desintegração soviética. O caso é que a maioria dos habitantes da Federação Russa ainda não se encantaram pelas liberdades trazidas pela Glasnost e pela a Perestroika. Parece que as conquistas sociais que a União Soviética garantia – empregos fixos, educação e saúde gratuitas, moradia acessível e previdência – pesaram mais. Parece que o capitalismo não deu muito certo por lá, assim como também não deu certo no resto do mundo. O capitalismo só deu certo mesmo para os homens mais ricos do planeta.

Estão com saudades de vocês, camaradas!

A moral da história é que quase ninguém está feliz com o atual sistema. Diante da notícia de que oito indivíduos detêm o equivalente à riqueza de metade da população do mundo, o homem de esquerda se revolta, quer mudar esse estado de coisas. Enquanto que o homem de direita só lamenta não ser um dos oito. Seja como for, somente oito homens estão realmente felizes entre 7 bilhões de pessoas com o atual sistema. Se até o socialista Bernie Sanders sacudiu o coração do capitalismo com o seu discurso de esquerda, o que dizer de quem já experimentou algo diferente e acha o capitalismo pior, como é o caso da Rússia...
E não adianta querer sonhar com a continuação deste pesadelo, porque o capitalismo precisa fechar o seu ciclo de existência. Tudo que temíamos no comunismo está se realizando graças ao capitalismo. O mundo precisa de um novo sistema mais igualitário e humano, seja ele o socialismo, o anarquismo, o cooperativismo ou algo mais palpável como propõe o Projeto Vênus.


E já que estamos falando da volta da URSS, vou deixar uma remix do hino soviético para prepararmos a festa da volta dos camaradas com muita vodka e bandeiras vermelhas reluzentes com a sigla CCCP.