A maior chacina da história do RJ – que colocou em pânico a população carioca ontem – joga na cara de toda a humanidade coisas que não apenas eu, mas que todas as pessoas com o mínimo de coerência já dizem há décadas. Essa política fascista, genocida e fracassada de combate às drogas e às facções criminosas só serve para matar pretos e pobres com a intenção de reeleger sociopatas que estão parasitando o Estado. O governo do RJ usou essa operação como terrorismo de Estado para tentar desestabilizar o governo federal e mostrar o controle pelo terror para fins eleitoreiros. Aliás, não por acaso é a mesma estratégia adotada por fascistoides como Donald Trump que usam o combate ao narcotráfico como mote para cercear politicamente a América Latina. Isso é absolutamente inaceitável.
É bom que se diga que 99% das pessoas que vivem nos morros, favelas e periferias são pessoas honestas, trabalhadoras e que jamais cometeram ou cometerão qualquer crime na vida. São exatamente essas pessoas que são expostas aos tiroteios, balas perdidas, bombas e pânico generalizado na guerra ao crime. Infelizmente, essa população inocente, olhando do ponto de vista do Estado fascista, existe basicamente para virar bucha de canhão para atingir seus objetivos. E mesmo que esse “combate ao crime” não matasse ninguém, ele só prenderia os traficantes varejistas do morro que, diga-se de passagem, formam elo mais fraco do tráfico. Os verdadeiros chefões do crime e do narcotráfico NÃO estão nas periferias. Eles estão usando terno e gravata, fazendo demagogia para eleitores despolitizados, morando em condomínios de luxo, vivendo fora do Brasil... Só que esses caras NUNCA são alvo da nossa justiça ou das nossas forças de segurança. E são justamente eles que precisam ser presos para cortar o mal pela raiz. Só que neste mundão capitalista onde a injustiça reina são sempre os pobres – e SEMPRE os pobres (sem falar dos policiais mortos) – que sofrem essa limpeza ética.
Basta de necropolítica.

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