quinta-feira, 21 de março de 2019

Prisão de Temer é cortina de fumaça


Qualquer brasileiro minimamente informado já está sabendo da prisão do ex-presidente Michel Temer pela força-tarefa da Lava Jato que ocorreu na manhã desta quinta-feira, 21 de março. Algumas pessoas estão comemorando, alegando que a justiça foi feita, mas eu não vejo esse evento com bons olhos. A prisão do Vampirão Neoliberalista, no meu ponto de vista, é apenas uma forma de tentar recuperar o crédito que a Operação Lava Jato vem perdendo de uns tempos para cá. Para mostrar imparcialidade e eficiência, a Lava Jato resolve prender justo agora, quando se vê em crise, um ex-presidente da república que nunca passou, na verdade, de um fantoche da elite financeira que apoiou e financiou o golpe de 2016. O jurista Pedro Serrano declarou que essa prisão preventiva de Temer é inconstitucional devido ao seu caráter inconsistente, baseada em suposições onde não havia provas de que o acusado estava atuando contra o processo. O sensacionalismo midiático pela prisão de mais um ex-presidente só serve para tentar dar um fôlego a mais para a Operação Lava Jato que, como bem explicou o professor Humberto, precisa acabar e ter seus estragos ao país desfeitos.

Outra razão é que a prisão de Temer tenha sido uma provocação ao ministro Gilmar Mendes, relator da Lava Jato no Rio, porque isso o colocaria numa sinuca de bico, já que a prisão foi absolutamente contestável e conceder um habeas corpus colocaria a imprensa e o povo contra o ministro. Só lembrando que o ministro Gilmar é um dos maiores críticos da Lava Jato no STF. Além disso, há quem diga que a prisão de Moreira Franco no mesmo embalo foi uma espécie de retaliação contra Rodrigo Maia por seu puxão de orelha no "funcionário de Bolsonaro", um tal de Sérgio Moro, já que Moreira Franco é sogro de Maia.

Enfim, sou, sim, a favor da investigação, julgamento e prisão de Michel de Temer, mas pelas razões certas. Porém, isso que aconteceu hoje não passou de mais um capítulo da nossa triste república para dar fôlego a uma operação que mais parece estar sendo conduzida por agentes externos – agentes esses que têm interesses evidentes em nossa recolonização.

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