quarta-feira, 17 de outubro de 2018

O Brasil tem um enorme passado pela frente


Parece insanidade alertar sobre isso, mas as pessoas não estão percebendo que elas estão colocando um governo militar no poder através do voto. E esse governo militar encabeçado por Bolsonaro e Mourão vai seguir o mesmo plano de governo da ditadura só que sem a ditadura. Teremos uma espécie de "ditadura democrática" com censura democrática, repressão democrática, prisão política democrática, tortura democrática, assassinato democrático... Como já dizia um irônico colega meu: "vai ser uma marravilha". Não é porque não teremos os Atos Institucionais que não estaremos sob um regime que viole a Constituição, até porque a Constituição Federal já foi pro saco desde 2016. O judiciário está partidarizado, Lula foi preso por um triplex que não é dele para não virar presidente e o Estado brasileiro está sob a tutela dos militares desde a deposição de Dilma Rousseff. O cenário que eu vejo é de um retrocesso político e social de mais de 30 anos. E se você acha tudo isso um "exagero", basta ver as declarações de Bolsonaro onde ele mostra seu total desprezo pela democracia e admiração pelo regime militar e seus torturadores.

Não precisamos fazer do futuro um grande passado

Da última vez que estiveram no poder, os militares entregaram o nosso país em frangalhos e demorou quase uma década para conseguirmos conter a inflação. Quem viveu nos tempos de hiperinflação lembra de como o salário não valia praticamente nada no final do mês devido à desvalorização da moeda, da crise do crédito, das maquininhas de remarcar preços e da incerteza com relação ao futuro. O maior perigo do governo Bolsonaro é o caos que ele pode causar na economia do país, gerando instabilidade, perda de investimentos e crise econômica. Vários jornais e revistas internacionais, como o liberal The Economist, alertaram de forma enfática sobre o risco que a economia está correndo com um economista "exótico" como o Paulo Guedes comandando as finanças do país. Ninguém sabe quem será o ministro da fazenda e nem o presidente do Banco Central num governo Bolsonaro. Isso para ficar só nas questões econômicas, porque Bolsonaro não dá a mínima para o meio ambiente, para desigualdade econômica, para as injustiças sociais, para as terras indígenas, para os quilombolas, para a disparidade salarial entre homens e mulheres, para a causa LGBT e vai, como sugeriu Paulo Guedes, aumentar a carga tributária para os mais pobres. Já a violência será resolvida na base da bala e da truculência.

O nosso país está pelo avesso, literalmente.

É claro que eu não sou um Nostradamus para prever o futuro, até porque pode acontecer tudo diferente do que estou pré-visualizando caso Bolsonaro seja eleito. Mas pelo andar da carruagem e pelo pouco que eu conheço da política deste país, o mais provável é que o Brasil mergulhe numa crise grave e corra o risco de ter uma saída autoritária para colocar as coisas "nos eixos" – fora, claro, o fascismo dos eleitores fanáticos do Bolsonaro que serão um problema à parte. Será que é mesmo este o país que você quer para você e seus filhos?


Um comentário:

  1. Oque os seguidores de Bolsonaro fazem em relação a ele (idolatra-lo como salvador da pátria institui-lo como um homem grandioso que ira acabar com os problemas e inimigos do brasil) pode ser considerado culto a personalidade.

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