sexta-feira, 26 de julho de 2013

Igualdade racial ainda que tardia


Apesar de vivermos num dos países mais miscigenados do globo terrestre, o racismo ainda é um dos maiores cânceres sociais que existem no Brasil. Como se não bastasse a exclusão intelectual e econômica de pessoas que possuem a pele escura, ainda temos que lidar com um sistema que insiste em colocar os "negros" num patamar inferior aos "brancos" em todos os outros aspectos sociais. Note que as palavras "brancos" e "negros" estão entre aspas justamente porque essa diferenciação é imposta pela nossa cultura de raízes coloniais. Hoje somos todos mestiços. Na verdade, todos os seres humanos têm a mesma origem evolutiva, que é africana: por isso somos biologicamente indistintos, mesmo com tonalidades de epiderme diferentes. Então, como já dizia o cantor Gabriel o pensador em sua canção Lavagem Cerebral:

"Nasceram os brasileiros cada um com a sua cor
Uns com a pele clara outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura"

Sendo assim, considero ser de uma burrice descomunal querer separar as pessoas por "cor" em um país onde a maioria esmagadora da população é geneticamente mestiça.


A origem do racismo
Não é novidade para ninguém que a maioria das pessoas mais pobres no Brasil se declara como sendo "negra" ou "mulata". Isso é explicado pelo fato do trabalho escravo no Brasil ter sido majoritariamente de origem africana. Com a assinatura da Lei Áurea, tivemos então uma migração dos ex-escravos que saíram das senzalas para irem morar em cortiços e favelas. O fim da escravidão trouxe, na verdade, uma espécie de 'liberdade ilusória' onde a maioria dos "negros" acabou ficando à margem da sociedade e tendo que trabalhar muito para ganhar quase nada. O que vemos hoje é apenas uma retroalimentação disso – fato que explica porque o embate "pobreza versus riqueza" se confunde tanto com "negros versus brancos". A desigualdade social entra neste contexto como um dos maiores agravantes do racismo, porque temos uma elite de maioria "branca" explorando uma classe dominada de maioria "negra". E num sistema manipulado por uma elite praticamente "monocromática", só podemos ter ainda mais preconceitos e discriminações raciais.


O apartheid brasileiro
De uns tempos para cá, eu tenho escutado por aí com certa frequência a expressão "afro-coitadismo" da boca grupos reacionários ou de extrema direita. A desculpa para esse termo é que os "negros" já possuem direitos iguais aos dos brancos, logo, qualquer movimento negro briga apenas por "privilégios". É extremamente ingênuo pensar assim, porque a "igualdade" que temos só está no papel e tão somente no papel. A prova disso é que vivemos numa sociedade onde a maioria dos políticos são brancos, a maioria dos empresários são brancos, a maioria das megacorporações são dirigidas por brancos, a maioria dos oficias das Forças Armadas são brancos, a maioria dos líderes religiosos são brancos... Enfim, vivemos numa sociedade onde os homens "brancos" é que detém o poder, as regras e os privilégios. Isso pode parecer uma bobagem, mas o que impede a real igualdade entre "brancos" e "negros" na nossa sociedade é justamente essa mentalidade equivocada de que tudo já está "igual" entre as pessoas de cor de pele diferentes. Será mesmo que há igualdade racial em uma sociedade que insiste em negar o racismo que ela mesma cultiva?


O racismo invisível
Eu vou deixar a seguir alguns exemplos de condutas racistas que muitas vezes passam despercebidas e que as pessoas normalmente fingem não existir. Coloque-se no lugar de uma pessoa que sofre discriminação e tente imaginar como é duro...

- Ser parado numa blitz apenas por sua cor de pele.
- Ver as pessoas mudarem de calçada ao andarem na rua por receio de cruzarem com alguém da sua cor de pele.
- Ter a porta giratória do banco travada por desconfiarem da sua cor de pele.
- Ver que as telenovelas e filmes quase sempre retratam as pessoas da sua cor como sendo subalternas ou bandidas.
- Saber que o padrão de beleza predominante trata as suas características físicas como sendo feias (quem nunca ouviu expressões como "cabelo ruim", por exemplo, para  referir-se a cabelos crespos?).
- Aprender que o nome dado à sua cor de pele também é usado como um sinônimo para coisas negativas ou ruins (ex: lado negro, peste negra, dia negro).
- Ter que assistir a comerciais e propagandas que quase sempre usam atores de cor de pele diferente da sua para vender os seus produtos (quantas propagandas de creme dental, por exemplo, usam atores negros?)
- Ser minoria no poder, na política, nas Forças Armadas...
- Ser perseguido por grupos neonazistas.
- Ter a sua cor de pele associada a um insulto.
- Ter menos chances de emprego que uma pessoa de outra cor.
- Ser suspeito de crimes apenas pela sua cor de pele.
- Ser confundido com bandidos só por causa da sua cor.
- Ter pouquíssimos heróis no cinema e na literatura com a sua cor.
- Ser vítima constante de piadas e estereótipos racistas.
- Ver pessoas sentirem medo de sentar do seu lado em coletivos apenas pela sua cor.
- Ter que tolerar a existência de elevadores para negros e para brancos.
- Ser acusado de ser "menos inteligente" pelo fato de pessoas com a sua cor de pele terem "inventado" e "descoberto" menos coisas.
- Ter a sua religião hostilizada por ela ser "coisa do demônio" ou "macumba".
- Etc, etc, etc...


É por tudo isso que a luta por igualdade racial no Brasil não pode ser tratada com desdém. Sem igualdade, nunca haverá justiça.
A luta continua.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Os aspectos positivos das religiões


busca por quem nós somos é uma busca espiritual de todos os seres humanos.
Mesmo aqueles que não creem em divindades possuem, em sua essência, algo imaterial que nos leva a buscar respostas para as nossas inquietações existenciais. Esta busca pela compreensão de todo esse mistério que nos cerca e de quem nós somos é uma busca espiritual, pois ela mexe com algo que está na nossa essência: o significado. Isso é o que podemos chamar de fé objetiva ou fé pragmática.
A religião surge dentro deste contexto, pois ela se apodera desse aspecto espiritual para impor os seus dogmas e mandamentos aos fiéis, transformando-os em verdadeiros rebanhos. O que fez a religião sobreviver até os dias de hoje foi justamente o "sequestro" da espiritualidade, aprisionando-a dentro de um modelo padrão para que este fosse seguido pelos fiéis. Este sequestro da espiritualidade por parte das religiões traz aspectos positivos e negativos. Neste post, vamos focar no lado bom que as religiões têm para oferecer para a sociedade e para as pessoas.

A religião pode ser uma ferramenta para o bem da humanidade

A analogia da faca
Apesar da religião, para mim, não passar de uma espécie de fã clube de uma entidade invisível, ela se encaixa numa analogia que eu apelidei de o dilema da faca. Este dilema se traduz na seguinte ideia: uma faca não é boa e nem má, pois o que a torna boa ou má é uso que se faz dela. Pode-se usar uma faca para cortar uma fruta, por exemplo – ou pode-se usar esta mesma faca como uma arma para ferir alguém. A faca é apenas uma ferramenta que pode ser usada para o bem ou para o mal. Com as religiões ocorre a mesma coisa, pois você pode usá-las para tornar as pessoas melhores ou pode usá-las também como subterfúgio para justificar crimes, suicídios e atentados terroristas. Então note que o problema não é a religião em si, mas, sim, a forma como ela é usada. 
Esse mesmo dilema também ocorre com a ciência: pois a mesma ciência que trabalha a favor da vida e do progresso pode ser usada para fabricação armas de destruição em massa ou causar consequências desastrosas, como, por exemplo, o uso indiscriminado de antibióticos (que aumenta a resistência das bactérias) ou o uso da talidomida por gestantes (que causou má formação congênita em muitas crianças).

A nossa espécie evoluiu acreditando em seres sobrenaturais

De onde vem a fé?
Para não tornar esse post muito extenso, vou listar os principais aspectos positivos das religiões em tópicos. Mas, primeiramente, é preciso relevar uma informação importante que muitas pessoas, geralmente antiteístas, ignoram: a de que a fé é algo natural e intrínseco ao ser humano.

PONTO CHAVE: POR QUE TEMOS FÉ?
O ser humano possui fé basicamente por três razões:
1º) Necessidade de atribuir causa e propósito para as coisas.
2º) O conhecimento de que um dia vamos morrer.
3º) A nossa solidão existencial num mundo e num universo indiferente a nós.

Explicando melhor:
É muito duro e até mesmo insuportável para a maioria das pessoas pensar que nós somos fruto do acaso, que a nossa vida não tem um propósito e de que não passamos de mais uma espécie de animal lutando pela sobrevivência. A crença de que há algo superior a nós e que esse algo é responsável pela harmonia e complexidade do universo é uma inferência natural do ser humano. Esses são alguns dos alicerces que as religiões tomaram para si, massificando-os em ideologias pré-fabricadas para que as pessoas chegassem a um consenso sobre o metafísico e o divino. Desta forma, ninguém precisa filosofar sozinho ou se preocupar com questões existenciais, basta, simplesmente, ter fé.

Será que a religião não nos ensina nada mesmo de bom?

O que a religião tem de bom para nos oferecer?
Agora, sim, vamos aos principais pontos positivos das religiões:

1 - INCLUSÃO SOCIAL
Muitas pessoas nunca receberam atenção, carinho e amor de pais e familiares – e o que resta para essas pessoas muitas vezes é o abandono, a dor e a solidão. Não raramente, pessoas assim entram em depressão, entram para o mundo do crime, usam drogas ou se prostituem. As religiões normalmente trazem para essas pessoas excluídas um convívio social sadio, um engajamento social e um ambiente onde ela é aceita e amada pelos que estão a sua volta.
Além disso, as igrejas funcionam como grandes clubes sociais onde as pessoas sentem-se parte de um grupo. Sendo assim, a igreja passa a ser um local onde as pessoas podem se encontrar para conversar, fazer amigos, interagir socialmente e conhecer novas pessoas. Esse tipo de ambiente é relativamente escasso hoje em dia, pois existem poucos locais onde pessoas de todas as idades possam se encontrar e formar vínculos afetivos e sociais no seu cotidiano. Os próprios cultos, cerimônias, retiros e encontros de jovens servem como uma reunião social sadia para muitas pessoas.

2 - FORMAÇÃO MORAL
Existem pessoas – especialmente crianças e adolescentes – que nunca receberam educação doméstica, que nunca receberam valores morais, que os pais os abandonaram nas ruas, que não tiveram ninguém para ensiná-las a diferenciar o certo do errado e que vivem no mais absoluto vale-tudo moral. Muitas dessas pessoas simplesmente são esquecidas pela sociedade e vivem na total marginalidade e desesperança. A religião, neste aspecto, serve para ensiná-las o que é certo e errado, o que é ético e o que elas podem ou não fazer sem ferir os direitos dos outros.

3 - FREIO CONTRA A CRIMINALIDADE
Não está no gibi o número de pessoas que deixaram as drogas, os vícios, o mundo do crime, a promiscuidade e a vida desregrada para viver de acordo com os propósitos da sua religião. Além do mais, é sempre preferível que alguém te aponte uma Bíblia do que te aponte uma arma.
Podemos acrescentar também que existem pessoas que não têm um limite moral e se sentem livres para fazer o que quiser. A ideia de um deus punitivo ajuda as pessoas a não cometerem crimes por temor a Deus.

4 - SOLIDARIEDADE E HUMANISMO
Muitas religiões se propõem a ajudar ao próximo, a difundir o altruísmo e a estimular a solidariedade e a caridade para com os nossos irmãos mais necessitados. Muitas instituições beneficentes, asilos, orfanatos e creches recebem ajuda financeira e trabalho voluntário vindo de igrejas.
Existem aqueles que alegam que há egoísmo por parte de quem ajuda os semelhantes, pois muita gente ajuda apenas para obter uma recompensa divina após a morte. Sei que isso é mesquinho, mas, neste caso, os fins justificam os meios. É melhor que as pessoas sejam solidárias por almejarem um paraíso do que não ajudarem ninguém.

5 - BENEFÍCIOS PESSOAIS
A religião, queira ou não, traz a cura de doenças por psicossomática (placebo), traz o aumento da confiança e da coragem para lidar com as adversidades, traz esperança, aumenta a autoestima e ensina a lidar com dores e doenças incuráveis. Sem falar naquela ideia de que Deus está do seu lado te dando força e te auxiliando nos momentos difíceis.
Algumas religiões trazem ainda a meditação, a reflexão através de orações e nos permite fazer autoexames de consciência todas as noites antes de ir dormir. Isso não apenas nos torna melhores, como nos serve como exercício de autoconhecimento. Além do mais, os exames de consciência antes de dormir ajudam a tirar o peso da consciência e o complexo de culpa quando se pede perdão a Deus.

6 - ANTIDEPRESSIVO
A crença num Pai bondoso que te ama, que diz que você não surgiu por acaso, que diz que você vai encontrar seus entes queridos após a morte e que te ajuda nos momentos difíceis é algo que amansa muitas das nossas inquietações existenciais, pois a fé traz conforto e traz alívio da ansiedade e da depressão. Muitas pessoas não têm estrutura emocional e psicológica para viver sem uma religião que as dê esse conforto emocional. Deus, de certa forma, funciona como uma espécie de psiquiatra, onde a pessoa conversa consigo mesma e desabafa sobre seus problemas, angústias e anseios – e isso faz um bem danado para todos nós.

7 - FELICIDADE
Existem pessoas que entram em êxtase existencial e sentem uma felicidade plena na experiência de um contato com a entidade que elas acreditam. Coisa que ocorre parecida em shows de rock, onde os fãs entram em êxtase, acendem isqueiros, choram e se abraçam felizes. Outro exemplo disso são os retiros espirituais e meditações que trazem bem-estar, conforto e paz interior.

8 - SIGNIFICADO
Como foi citado lá no início, não saber por que o universo existe e o que ocorre após a morte causa aflição para muita gente, logo, a religião serve de paliativo para lidar com essas questões sem que ninguém precise pensar a esse respeito. A religião traz respostas imediatas para as questões fundamentais, dando um significado mais profundo à vida das pessoas, ainda que ilusório.

9 - ASPECTOS CULTURAIS
A religião é responsável por diversos aspectos culturais de um povo, desde feriados, festas populares, fogueiras para santos, construção de patrimônios históricos e indo até expressões verbais como: "Ai meus Deus", "Deus me livre", "Afe, Maria", "Que Diabo é isso?", etc.


Uma boa educação substitui a religião?

Religião versus educação
Muitos ateus afirmam que a educação secular de qualidade elimina a necessidade da educação oferecida pelas religiões, coisa que eu concordo em parte. O grande problema é que é mais fácil (e mais rentável) fazer alguém temer a Deus, do que dar conceitos básicos de educação que construam uma boa índole nas pessoas "ignorantes". Daí que a lei do menor esforço é que leva a religião a prevalecer sobre a educação. Porém, a razão é muito mais eficaz na formação do caráter de uma pessoa do que o medo.
A razão para eu apoiar a religião neste aspecto está no fato de que vai demorar muito tempo para que tenhamos uma educação de qualidade para todos aqui no Brasil. E até lá, religião vai ter que servir para preencher esta lacuna.

CONCLUINDO
Como disse certa vez o escritor suíço Alain de Botton: "E daí se todas as crenças não passarem de conto de fadas? Vamos ver o que elas têm de bom a nos oferecer." É mais ou menos assim que penso, pois a religião – assim como a ciência – é uma ferramenta que pode ser usada tanto para o bem quanto para o mal. E se há algo ruim na religião, não acho que seja necessário eliminá-la por inteiro apenas por causa das coisas ruins. Se é para combater algo, que seja combatido o lado ruim das religiões, mas este é um assunto para outro post.

Leitura recomendada: 
Religião para Ateus, de Alain de Botton

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Os problemas da militância ateísta


Quem acompanha este blog sabe bem que eu nunca fui muito com a cara das religiões, especialmente as três grandes religiões monoteístas de origem abraâmica. Apesar da minha implicância com a religião e de concordar com o discurso de grandes ateus, como o Dawkins e o Hitchens, eu noto que a militância ateia acaba cometendo alguns erros e excessos que poderiam ser evitados se houvesse um discurso mais ponderado. Vou apontar a seguir alguns dos problemas que eu percebo no proselitismo em nome da não-religião:

1 - Falsa dicotomia entre ateu/religioso
Eu vejo muitos ateus por aí criarem uma espécie de 'falsa dicotomia' entre teísmo e ateísmo. Apesar do teísmo e do ateísmo serem opostos, eles não são os dois únicos posicionamentos filosóficos que existem diante da possibilidade da existência de um criador. Entre o religioso fanático e o ateu convicto existe um enorme degradê de diferenças. Como abordei neste post aqui, não existem apenas ateus e religiosos, existem também as pessoas que creem em algum deus, mas que não possuem religião; existem os indecisos; existem os indiferentes e existem também os que são mais de uma dessas definições simultaneamente. Isso sem contar com os 'camaleões', que são aquelas pessoas que podem mudar de opinião com relação à existência ou não de deuses dependendo do momento em que ela vive. A única dicotomia que há aqui é a entre religiosos e irreligiosos.

2 - Não propor nada para 'substituir' a religião
A militância ateísta muitas vezes se concentra apenas em atacar, atacar e atacar as religiões. Ok, você tem bons motivos para não ser religioso e não crer em deuses, mas e as outras pessoas, no que elas vão acreditar se deixarem de crer em Deus? Eu sei que parece discurso de religioso isso que eu vou dizer agora, mas a religião, muitas vezes, possui uma função social voltada para o significado existencial, para o altruísmo e para a formação moral. Concordo que a boa educação pode substituir os ensinamentos da religião; acontece que nós vivemos num país de grandes desigualdades sociais e onde muita gente não aprende nada sobre conduta moral nas escolas. A religião surge como um meio de mostrar o certo e o errado através dos valores de seu conteúdo ético. Não acho que a religião seja a única ferramenta capaz de orientar as pessoas no aspecto ideológico e moral, mas ela é indispensável na nossa atual conjuntura social e política. Se acabarmos com a religião, o que vamos colocar no seu lugar? Colocaremos ONGs, instituições filantrópicas, ideologias políticas ou o quê?

3 - O desrespeito aos religiosos
Em um vídeo interessante do vlogueiro Pirulla (link aqui), há uma reflexão sobre os discursos que os ateus devem evitar. Eu vejo nas redes sociais, nos sites de perguntas e respostas e em várias comunidades pela internet uma quantidade enorme de brigas feias entre ateus e religiosos. Eu acho estranha essa briga porque eu, apesar de ser um herege, nunca brigo com religiosos quando discuto com eles sobre religião. Isso ocorre, creio eu, pela minha flexibilidade e respeito às crenças. Acontece que muitos ateus não têm o menor respeito pelos religiosos ou pelas suas doutrinas. Muitos dos deboches que podem ser engraçadinhos para os ateus, podem parecer um insulto grave a um religioso. Eu conheci muitos cristãos, por exemplo, que tratavam Jesus como se ele fosse um amigo íntimo ou um grande amigo pessoal. Agora imagine um cristão desse vendo um post da ATEA ridicularizando a figura de Cristo ou fazendo piadas pesadas com a Vigem Maria. A reação desse tipo de cristão é, obviamente, de revolta ou de fúria. Ninguém fica feliz quando ridicularizam uma pessoa que a gente ama e respeita. Acho totalmente desnecessário esses "deboches" de mau gosto vindo de ateus. Se querem dialogar com os religiosos, procurem ter respeito por seus valores. Uma dica que eu dou é que os ateus procurarem falar mais sobre a ciência, mas de forma imparcial, pois a ciência foi, por exemplo, o que me afastou da religião.

4 - Se achar moralmente e intelectualmente superior
Tem muito ateu por aí que se acha melhor, mas inteligente e mais esperto que os religiosos. Acho essa autovisão ateia compreensível, porém, na verdade, se considerar "mais sábio" que os religiosos é uma burrice. Isso porque todos nós somos igualmente inteligentes e capazes – tanto é que a maioria dos ateus já foi religioso um dia, e isso não quer dizer que eles eram burros. Pessoas de fé não são melhores e nem piores: eles apenas pensam de um modo diferente dos descrentes. Portanto, caro ateu, trate todos como sendo tão inteligentes quanto você. Se você acha que é mais inteligente que um crente, então por que tenta convencê-lo de algo que ele nunca vai se convencer, já que ele é "menos instruído" que você?

5 - Atacar indistintamente a religião
A religião não é boa e nem é má: ela é apenas uma ferramenta. E toda ferramenta pode ser usada tanto para o bem, quanto para o mal. Com a ciência ocorre o mesmo, basta ver a edição nº 141 da revista Mundo Estranho, por exemplo, onde são citadas diversas coisas negativas trazidas pela ciência. O título da revista inclusive é "Atrocidades da Ciência". Se alguém fosse parcial, poderia querer o fim da ciência por conta desse seu lado 'atroz', mas acontece que a ciência também traz benefícios. Se acabarmos com a ciência, perderemos todos os seus pontos positivos. O mesmo ocorre com relação à religião. Não devemos querer o fim da religião como um todo, mas sim o fim dos aspectos estúpidos e criminosos da religião.

domingo, 21 de julho de 2013

Robôs: o último degrau da evolução


Todas as formas de vida deste planeta só tiveram dois destinos possíveis: ou evoluíram para outros seres vivos, ou então se extinguiram. Conosco não será diferente, pois a espécie humana não é exceção. Isso significa que a nossa espécie, de um jeito ou de outro, vai deixar de existir em algum momento do futuro. Por mais que a tecnologia avance, é impossível lutar contra a evolução. Porém, mesmo que a espécie humana fosse imortal, teríamos que enfrentar um problema ainda maior: a Terra um dia vai deixar de ser um planeta habitável. Daqui a alguns bilhões de anos, o Sol vai crescer e transformar-se numa estrela gigante vermelha. Planetas como Mercúrio e Vênus serão destruídos pelo Sol, já a Terra, bom, esta será carbonizada por completo. Você deve estar se perguntando o que essa introdução escatológica tem a ver com robôs, e eu respondo: os robôs certamente serão os únicos sobreviventes ao nosso fim e ao fim da vida na Terra.


Evolução robótica
Os robôs hoje são apenas máquinas que repetem instruções ou respondem a comandos humanos. Mas num futuro não tão distante, certamente teremos máquinas capazes de raciocinar sozinhas, de aprender sozinhas e de se autocopiarem. Para ser sincero, já existem robôs que fazem essas coisas separadamente. Já inventaram protótipos de robôs que são capazes de aprender, de se replicarem ou de serem totalmente autônomos. Se a nossa espécie não for extinta antes de desenvolvermos robôs com essas capacidades, certamente serão os robôs que começarão a colonizar o espaço. Ou melhor: os robôs já começaram a colonizar o espaço – basta ver que os robôs mandados à Marte fazem todo o processo de exploração sem depender totalmente das instruções humanas. Mas o que há de realmente de espetacular nisso tudo é que os robôs são muito melhores do que nós na arte da sobrevivência.

Robôs extremófilos
Pense bem: os robôs não precisam de água, não precisam de comida, não precisam de respirar, não precisam de interação humana, são capazes de suportar pressões absurdas, temperaturas extremas, nunca cansam, nunca adoecem e são imunes à dor, ao envelhecimento e a diversos tipos de radiação. O único problema é que os robôs se desgastam e precisam de manutenção, mas fora isso, eles podem ser imortais – desde que possuam alguma fonte de energia por perto. E alimentação para os robôs não é problema, já que eles não dependem exclusivamente de um único tipo de combustível. Diferentemente de nós, eles podem usar fontes de energia diversas, como solar, eólica, hidráulica, térmica, etc. Além disso, robôs podem sobreviver no espaço sideral e também podem "trocar" de corpo. Se um chip, por exemplo, guardar toda a "mente" ou a "consciência" de um robô, então ele poderá fazer vários backups da mesma e implantá-las em vários corpos diferentes. Por tudo isso, os robôs são, na minha opinião, os futuros embaixadores da espécie humana no espaço sideral. Depois que a Terra estiver inóspita, possivelmente só há de restar máquinas para colonizarem outros planetas pelo espaço. Os robôs serão o futuro da vida, ou se preferir, o topo da evolução.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Músicas feministas


Num dia desses eu estive pensando sobre a enorme quantidade de canções que existem por aí falando mal das mulheres, que as retratam como objetos e que acabam estereotipando a figura feminina de forma machista. Resolvi então listar seis músicas que abordam a feminilidade de outra maneira, sem vulgarizar e sem queimar o filme de ninguém.

Samba Feminista


Pagu - Rita Lee


Maria, Maria - Milton Nascimento


1º de Julho - Legião Urbana


Camila, Camila - Nenhum de Nós


Clitóris - Titãs

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Ele vê pornografia. E daí?


Se tem uma coisa que eu nunca entendi direito foi o sentimento de posse e insegurança que muitas pessoas têm em seus relacionamentos amorosos. Num dia desses, vi num site qualquer da internet o depoimento de uma guria que estava furiosa pelo fato do namorado/marido dela ver pornografia. A minha primeira reação diante desse acontecimento foi a de surpresa, porque eu não consigo entender o que tem demais em alguém, casado ou não, assistir pornografia. A minha segunda reação foi a de indignação, porque me lembrei que boa parte desse sentimento de "propriedade" que alguns têm sobre o outro é apenas mais um fruto amargo da monogamia. E quem me conhece sabe o quanto eu detesto essa tal monogamia (vou falar mais sobre ela adiante). Para se ter uma ideia do tamanho da minha repulsa a esse tipo de união, eu prefiro ficar cego do que passar o resto da vida preso a uma só pessoa.

“É pena que você pense
Que eu sou seu escravo
Dizendo que eu sou seu marido
E não posso partir

Como as pedras imóveis na praia
Eu fico ao seu lado sem saber
Dos amores que a vida me trouxe
E eu não pude viver”

(Medo da Chuva, Raul Seixas)

Pois bem, vamos refletir sobre o tema central deste post...

O que a rapaziada adora assistir

Os desencontros de cada casal
Não cabe a mim julgar a atitude de ninguém dentro de um relacionamento. Cada casal tem as suas próprias regras e deve dialogar quando surgem conflitos. Acho que cada par se entende à sua própria maneira. Se uma mulher ou um homem implica com o(a) parceiro(a) por ele/ela ver pornografia, isso aí é problema de cada casal. Digo isso porque existem pessoas que ficam magoadas por certas atitudes aparentemente inofensivas de seus companheiros, e quanto a isso eu sou compreensivo. Não acho que ninguém esteja errado com relação aos seus próprios sentimentos, afinal, o que cada um sente só diz respeito a si mesmo. Acontece que eu, particularmente, discordo de boa parte dos argumentos que muitas mulheres usam para reprovar ou hostilizar o fato de seus parceiros utilizarem qualquer material erótico. E o principal argumento que eu discordo dessas pessoas é o da traição. Eu não consigo ver traição em alguém ver, ler ou ouvir coisas eróticas ou pornográficas.

Limites da traição
Um dos grandes problemas dessa história é que é muito difícil determinar os limites que separam o ato inofensivo de curtir um filminho sacana e se masturbar, de uma traição. Para muitas pessoas, o simples ato de olhar para terceiros é traição; já para outras, ter um amigo íntimo é considerado uma traição; para outras pessoas, desejar em pensamento é traição; e no caso da pornografia não é diferente, pois alguns acham que o simples ato de ver gente pelada ou transando na tela de uma tevê é uma traição. Esse limite do que é ou não é traição deveria ser algo resolvido através de um consenso entre cada casal. Esse "limite divisório" do que separa a traição da não-traição teria que ser estabelecido justamente para não ter esse tipo de problema de um fazer algo que não considera ser traição, mas o outro considera e daí começarem as brigas. Porém a tal da traição só existe essencialmente por causa de um probleminha: a tal da monogamia.

Ah, a monogamia...
No meu mundo perfeito, ninguém pertence a ninguém e ninguém deve controlar a pessoa que ama. Eu sou totalmente a favor da liberdade de todo mundo amar quem quiser. Neste contexto, a tal da monogamia entra como uma vilã, porque o exclusivismo dela só gera pessoas relaxadas, ciumentas, possessivas e frustradas. O que ainda mantém a monogamia firme e forte na nossa cultura são basicamente três coisas: os valores religiosos, os filhos e os riscos de contrair DST's. Se houvesse um planejamento familiar adequado, se as pessoas se protegessem em todas as suas relações e se os valores religiosos fossem mais flexíveis, todos os problemas da monogamia desapareceriam junto com ela. Ou será que você acredita mesmo que é possível amar a mesma pessoa por toda a vida sem nunca ter qualquer interesse por mais ninguém? Se a monogamia desse lugar à liberdade de cada um amar e ter prazer livremente, creio que ninguém estaria discutindo esse assunto. Então, para mim, a monogamia deveria ficar restrita ao mundo BDSM ou a pessoas que curtem esta verdadeira perversão sexual. Sim, a monogamia é um tipo de perversão sexual, bastante masoquista, por sinal.

Argumentos que não colam
As principais queixas que eu escuto de mulheres quando descobre-se que o parceiro curte ver uma safadeza escondido são: "Será que eu não sou suficiente?", "Será que ele não me ama mais?", "Pra que assistir essas coisas se eu estou sempre disponível para ele?" ou "Me sinto um lixo por isso". Esses argumentos têm uma coisa em comum: a insegurança. O único motivo para uma mulher se preocupar com isso é se o cara trocar definitivamente o sexo a dois pelo pornozão. O ato de ver sacanagem não deve ser um substituto, mas sim um complemento, afinal, todos têm as suas fantasias íntimas e inconfessáveis. Assim como também há homens que têm ciúmes quando descobrem que as suas parceiras se masturbam, há mulheres que sentem o mesmo quando descobrem que seus parceiros se divertem sozinhos.
E eu não sei que bobagem é essa que vivem dizendo por aí de que "mulher não curte pornô". Tem muita mulher por aí que assiste pornografia mais até do que muitos homens. A maior prova disso são os incalculáveis fóruns evangélicos pela internet que mostram depoimentos de mulheres que não conseguem largar o vício da pornografia. E nem vem com essa história de "todo pornô é machista", porque tem pornô para todos os gostos, basta saber procurar o que te agrada. Então não há motivo algum para ter ciúmes do parceiro ver pornografia. Que tal essas mulheres pararem de bobagem e começarem a assistir também uma boa safadeza? E esse negócio de ficar com ciúmes é uma bobeira, porque a mulher da tela ou da revista não vai saltar de lá para agarrar o seu marido. Desencana, mulher! Além disso, mesmo aqueles que não veem pornografia fantasiam em suas mentes para dar combustível para o prazer solitário. Afinal, no que você pensa quando se masturba? Será que é em cachoeiras, nuvens ou barras de chocolate? Não, né? E tem mais: filmes de sacanagem podem servir para ensinar muitas coisinhas interessantes que podem ajudar a inovar na cama. Então largue a mão de ser besta e vai assistir uma pornochanchada para sair desse papai-e-mamãe de sempre!

Ah, safadinha!

Prazer solitário
Tem dias que a gente não está nem um pouco a fim de transar. Essa história de "sempre estar disponível" não existe. Ninguém é uma máquina de fazer sexo, nem homens e nem mulheres. É muito melhor uma pessoa se satisfazer sozinha, do que transar com o outro sem que o mesmo esteja a fim. Também tem o outro lado da questão, porque tem dias que a gente não está nem um pouco disposto a dar prazer. Quantas e quantas vezes só queremos dar uma "aliviada" ou apenas curtir sozinhos o nosso próprio corpo? É cansativo sempre ter que se perfumar, se arrumar, ir a um motel, comprar a camisinha, seduzir o outro e etc. toda vez que quisermos ter um orgasmo. Sexo, para mim, só deveria ser feito quando o prazer fosse recíproco. Então não vejo sentido em ficar censurando o parceiro ou a parceira por ele/ela se satisfazer sozinho(a). Não acho nada agradável uma mulher virar uma boneca inflável só para o homem se aliviar. É melhor que o cara fantasie e se resolva sozinho, do que transar com uma mulher de forma egoísta só para ter um prazer frívolo.

Enfim, acho que esse tipo de ciúme não leva a lugar nenhum. Confie no seu taco, mulher!

Ah, não gostou?
Então...
...vai assistir um pornozinho que passa! Rarará!

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Cura gay: uma vitória do fanatismo

A gangue do barulho

O projeto de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), que tem como objetivo "reverter" a homossexualidade, acabou sendo arquivado pela Câmara no início de julho de 2013. Apesar desse projeto absurdo ter sido aprovado pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias sob a presidência do "polêmico" deputado pastor Marco Feliciano, tal proposta parece não ter recebido nenhum apoio popular. E não é para menos, pois o que esse projeto ridículo faz é tentar institucionalizar a homofobia, colocando o fanatismo religioso acima das próprias determinações do Conselho Federal de Psicologia.
O que esse projeto sugere é a extinção de dois trechos de uma resolução de 1999 do Conselho Federal de Psicologia. O primeiro desses trechos diz que os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades”.
O segundo dispositivo que o projeto pretendia eliminar diz que “os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica”.



O que muita gente já percebeu, inclusive até alguns homofóbicos, é que a homossexualidade não é uma coisa adquirida ao longo da vida, pois já se nasce homossexual. Por isso, talvez, o discurso então tenha sido mudado para o de uma "cura" dessa "doença congênita". O grande problema dessa história é que a homossexualidade é uma orientação sexual – e não uma doença. Não se pode curar ou tratar algo que não é doença. Curar um homossexual seria o mesmo que tentar curar um canhoto, por exemplo. E mesmo na hipótese desse projeto apenas tentar "mudar a orientação sexual" daqueles que assim queiram, é preciso que fique bem claro que não existe tratamento para mudar a orientação sexual das pessoas. Exatamente por essa razão é que o Conselho de Psicologia proíbe esses "tratamentos". Apenas fanáticos religiosos e gente de cabeça fechada não entendem isso.

Olha o que a religião faz com as pessoas

Se depois de todos esses argumentos você ainda continuar a favor da cura gay, desculpaê, mas...

quarta-feira, 3 de julho de 2013

O que eu acho das religiões

Devido ao conteúdo irreligioso deste blog, algumas pessoas por aí andam achando que eu sou contra as religiões ou que eu sou um antiteísta. Eu, definitivamente, não sou religioso, mas isso não significa que eu sou contra as religiões. Apesar de todas as mazelas que as religiões trazem ao mundo, eu acho que o mundo seria ainda pior se não houvesse religião. Futuramente, vou escrever uma postagem mostrando os muitos aspectos positivos das religiões, que evidenciam que se não houvesse a crença religiosa, talvez ocorresse um agravamento de alguns problemas sociais.


O meu problema com as religiões
Na minha opinião, a religião, assim como a ciência, é uma ferramenta criada pelos seres humanos para atender a uma finalidade específica. E essa "ferramenta" pode ser usada tanto para o bem, quanto para o mal. O que eu repudio com relação à religião é justamente o seu lado podre conduzido quase sempre pelos líderes religiosos. Não creio que a culpa seja dos fiéis, como alguns pensam. Os fiéis são, na maioria das vezes, vítimas das doutrinas religiosas, pois eles sofrem uma verdadeira lavagem cerebral dentro dos templos. A elite dominante é que controla os fiéis. Se formos analisar religiões como o hinduísmo, por exemplo, notamos que a função principal dessas crenças é a de manter o povo controlado, submisso e conformado com a situação social em que vivem (no caso do hinduísmo, com a sociedade de castas). Isso é um problema que, infelizmente, os fiéis não conseguem enxergar de dentro das suas incautas visões da realidade. O resultado disso é que as religiões acabam criando verdadeiros zumbis que apenas obedecem cegamente ao sistema que os explora. Desde a Revolução Francesa as coisas são assim: a Nobreza e o Clero se uniam para detonar com o povo.
Que fique bem claro o seguinte: eu não sou contra a religião, eu sou contra as atrocidades cometidas em nome da religião e esse maldito fanatismo que faz as pessoas jogarem aviões contra prédios achando que vão acordar no Paraíso ao lado de 72 virgens. Na minha opinião, as religiões precisam apenas de uma reformulação. Enquanto a doutrinação cega e essa mania de querer misturar religião com política continuar existindo, o ateísmo vai continuar ganhando força.


Igrejas que roubam
Quem já leu as postagens da tag ateísmo deste blog sabe que eu repudio totalmente essas igrejas que só arrancam o dinheiro dos fiéis em troca de uma suposta salvação após a morte. É desnecessário dizer que os pastores que promovem esse verdadeiro estelionato deveriam responder criminalmente por seus atos. O que me deixa mais indignado nisso tudo é que, na imensa maioria das vezes, são as pessoas mais pobres e humildes que entregam parte do seu salário miserável para um bando de vigaristas. Não sou contra o dízimo, sou contra as ameaças e o terrorismo psicológico que muitos religiosos praticam para arrancar o dinheiro das pessoas. Se quer pagar, pague, mas se não quer, ninguém deve ameaçá-lo por isso.


O meu trato com as religiões
Para que eu deixe de militar contra os absurdos praticados em nome da religião, eu exijo três coisas:
1- Que não misturem religião com política, porque o Estado é Laico.
2- Que a religião não tente legislar a sociedade baseada em sua pseudociência.
3- Que as pessoas parem de ser roubadas por vigaristas travestidos de pastores.

Se esses itens acima forem atendidos, terei pelo menos um pouco mais de sossego e poderei, finalmente, pensar num tratado de paz com as religiões (pelo menos as que existem no Brasil).