sexta-feira, 30 de junho de 2023

A Venezuela é ou não é uma democracia?


A imprensa burguesa é muito pedante mesmo. Recentemente, ela veio pegar no pé do presidente Lula após ele declarar que o conceito de democracia é relativo quando foi questionado sobre a "ditadura" de Nicolas Maduro na Venezuela. E o pior é que ele estava certo. A democracia, conceitualmente falando, é um sistema de governo feito do povo para o povo. Sabe quantos países no mundo hoje são uma democracia real? ZERO! Não há países democráticos no mundo. O que temos hoje nos países ditos "democráticos" é o que eu chamo de 'arranjo democrático', que é um acordo entre as classes dominantes para fazer a população eleger representantes que mantenham o status quo do capital. Em outras palavras, é uma semidemocracia representativa burguesa. Se não for isso, ou é uma ditadura aberta, ou é uma ditadura velada. A Venezuela, por ser um país regido por um governo anti-imperialista, é tratado como uma "não democracia" pelo ocidente. Mas a Venezuela, ironicamente, apesar de não ser uma democracia propriamente dita, está mais perto de uma democracia real que os Estados Unidos. Isso porque a burguesia não exerce tanto poder no regime de governo da Venezuela quanto exerce nos EUA. Outro aspecto importante é que há sempre um jogo de interesses e de ideologias por trás do que é tratado como democracia pelo mundo. O que é democracia para os Estados Unidos não necessariamente é democracia para China, por exemplo, e vice-versa.

terça-feira, 27 de junho de 2023

Será que o nada realmente existe?


Sempre achei a existência do nada um grande paradoxo. Honestamente falando, acredito que o "nada" não existe da forma como costumamos pensar. Não há como a 'não existência' existir do ponto de vista da evidência empírica. A ausência absoluta de qualquer coisa (de tempo, espaço e matéria) é uma contradição teórica, porque essa ausência é, de certa forma, alguma coisa também. É como tentar imaginar o que é um metro cúbico de nada. Se há espaço, conceitualmente, há algo, mesmo que este algo seja um vazio perfeito. Acho que o cosmo é apenas um dos infinitos estados transitórios que o universo ocupa a cada ciclo que atravessa durante a eternidade. O nada é algo meramente teórico, já que a existência dele anularia qualquer possibilidade de coisas existirem do ponto de vista da relação de causa e efeito. A menos, claro, que o nada seja imperfeito e possa gerar flutuações quânticas de vácuo capazes de produzir instabilidades existenciais espontâneas. Eis aí o paradoxo. Será que isso não teria sido a causa do que chamamos de Big Bang?


Claro que esse raciocínio pode parecer apenas uma variação panteísta do argumento cosmológico ou do princípio antrópico. Mas o fato é que o universo mostra através de suas leis e constantes que independentemente de existirem multiversos ou da nossa realidade ser uma simulação de uma super inteligência artificial futurista, há algo que sempre existiu e que coloca a hipótese do nada como algo paradoxal e talvez até mesmo impossível. Afinal, como o nada pode gerar outra coisa a não ser ele mesmo sem deixar de ser um nada?

sábado, 24 de junho de 2023

O socialismo é bom até para os ricos


A internet praticamente não teve outro assunto nos últimos dias a não ser o desaparecimento do submarino Titan que implodiu no fundo do oceano ao fazer um passeio turístico com bilionários atrás dos destroços do Titanic. Ao contrário do que muita gente andou postando, eu não achei "bem feito" ou motivo de memes de mau gosto. Eu não acho a morte de seres humanos algo divertido ou digno de comemoração. Mas esse incidente lamentável poderia ter sido evitado se as vítimas não fossem tão ricas. Ora, esse passeio suicida rumo ao fundo do mar saiu por mais de 250 mil dólares: valor que nenhuma pessoa "normal" seria capaz de pagar. Se o mundo fosse socialista com as riquezas mais bem distribuídas, bilionários não existiram e a possibilidade de aventuras desastradas como essa seriam quase impossíveis. Então, ao contrário do que muitos pensam, o socialismo é bom até para os mais ricos.

domingo, 11 de junho de 2023

Jogos da minha vida #10: International Superstar Soccer


Era perto do fim do ano 1995. Foi naquela época que conheci o jogo de videogame que mais joguei na história da minha vida. Eu tinha ido fazer um trabalho do colégio em grupo na casa de um colega de classe e após terminarmos o trabalho, resolvemos jogar Super Nintendo. O jogo escolhido era um tal de Campeonato Brasileiro. Quando o jogo começou a rodar, fiquei impressionado. Diferentemente de todos os jogos de futebol que joguei antes, aquele era bonito, dinâmico, rápido e divertido. Além de ter os times brasileiros com os nomes reais dos jogadores, a narração era bem engraçada. Enfim, joguei junto com meus colegas e fiquei entusiasmado com aquele joguinho. Joguei este game outras vezes na casa de parentes e em locadoras até descobrir que ele era uma hack do original International Superstar Soccer. No ano seguinte, descobri a continuação melhorada dele, o International Superstar Soccer de Luxe que contava com mais times, melhor jogabilidade, mais recursos e uma narração lendária, especialmente nas hacks em portunhol com os times brasileiros. 

 

Eu joguei tanto, tanto, mas TANTO o ISSS e suas variações que fiz absolutamente tudo que era possível: completei todos os desafios, modos de jogo, dificuldades, alterei cores, criei times, fiz campeonatos, transformei o juiz em cachorro, ganhei de virada por 120 gols de diferença, descobri glitchs e passei mais de seis horas seguidas jogando sem parar. Para ter noção do quanto amo esse jogo, eu jogo ele até hoje no emulador do celular. Quando estou na fila para algum exame ou consulta médica, lá estou eu jogando o ISSS de Luxe. Eu não tenho paciência para jogar games de futebol atuais, mas o ISSS me traz uma mistura de diversão e nostalgia por ser um game muito doido e dinâmico.

O craque Allejo foi inspirado no Bebeto.

O que eu acho mais incrível neste game é a capacidade que só ele tem de nunca enjoar. Apesar das mentiras, da física sem nexo e dos pequenos bugs, não tem como não se divertir demais, especialmente com relação à narração em portunhol bizarro do narrador fanho. Frases épicas como "Forte gomba!", "grrrrande jogada!", "me dá estrume" e o famigerado "mocwwuwnmboo" (quando acabava a partida) eram absolutamente hilários. Os modos de jogo, as estratégias, o posicionamento, a marcação, a formação, as cores, as habilidades: tudo era customizável. Eu adorava, por exemplo, criar times bem ruins com jogadores cansados e goleiro manual só para ver quanto tempo eu segurava sem tomar gols ou qual era a menor goleada possível de tomar com aquele time horroroso. Também expulsava todos os jogadores de um time e deixava só o goleiro para ver a zoeira. Enfim, o game traz possibilidades quase infinitas. É por isso que ele é tão longevo na minha vida.

Um placar plausível no game.

Cheguei a jogar depois o International Super Star Soccer 64 no Nintendo 64, mas a versão do Super Nintendo era imbatível. Seja sozinho ou com os amigos, não existe nenhum game que me divirta tanto.

sexta-feira, 9 de junho de 2023

Como superar o desconforto inicial na corrida


Eu corro regularmente há cinco anos e, apesar de estar bem condicionado fisicamente, na maioria das vezes, eu sinto bastante desconforto nos primeiros minutos de corrida. A sensação que dá é de que estou lutando contra meu próprio corpo, porque sinto indisposição, moleza, fraqueza nas pernas, perna pesada e outros sintomas desagradáveis. Isso sempre foi assim comigo desde que comecei a correr há cinco anos atrás. E eu percebi que isso não acontece só comigo. A maioria dos corredores, mesmo os mais experientes, também têm essa dificuldade inicial. Eu consegui resolver esse inconveniente usando uma técnica especial que eu chamo de 'trota-anda'. 

O trota-anda é uma forma de aquecimento que me habituei a fazer antes de começar a corrida propriamente dita. Eu faço um percurso contínuo alternando caminhada com trote. Faço cem metros caminhando e cem metros trotando, ou então 40 segundos de trote e um minuto caminhando. Faço isso entre 10 e 15 minutos e, durante esse processo, percebo que vou me sentindo melhor. O corpo começa a acordar gradativamente e cada trote vai ficando mais intenso até que, no final, chego a correr por cem metros. Quando termino esse processo, aí, sim, estou disposto a correr continuamente de forma confortável. 


Para mim, essa técnica funciona maravilhosamente bem. Além de acordar o corpo e aquecer, também ajuda a remover aquele ácido lático inicial que começa a dar uma queimada na perna nos primeiros minutos de corrida. São raros os casos em que eu já chego disposto e pronto para correr direto sem precisar aquecer. Na maioria das vezes, eu estou cansado, sonolento, com preguiça e doido para voltar para casa para dormir, mas essa estratégia é a que funciona melhor comigo. Naturalmente, isso não é nenhuma fórmula mágica, porque mesmo durante esse aquecimento, eu sinto muita preguiça. À medida que vou aquecendo é que a preguiça vai passando. Tem gente que já começa correndo direto sem aquecer e também deve sentir o mesmo desconforto que eu, mas de maneira mais intensa ainda.

Portanto, se você acha que a corrida não é para você porque o começo é difícil, então talvez essa estratégia possa te ajudar.

terça-feira, 6 de junho de 2023

Discurso preconceituoso não é bom para ninguém

 

Tenho evitado falar sobre política neste blog por questões de saúde mental. Mas tem coisas que não posso deixar passar. O discurso preconceituoso contra o norte/nordeste proferido pelo governador de MG, Romeu Zema, do partido Novo, me causou um mal-estar enorme nesses dias. Apesar dele ter pedido desculpas e ter dito que foi "mal interpretado", ficou evidente que se tratava de uma fala de caráter xenófobo/racista. Não foi apenas um "separatismo inocente", mas também um pensamento com argumentações similares ao discurso eugenista defendido por neonazistas do mundo inteiro.

É preciso ficar claro que, ao contrário do que o governador do Novo disse, quem recebe auxílios do governo não está nesta situação porque quer. O norte/nordeste não tem culpa do sudeste ter sido mais industrializado e do sul ter sido mais colônia de povoamento do que de exploração. O nordeste é saqueado, negligenciado e empobrecido por políticas predatórias há séculos e, mesmo assim, o povo do nordeste é tão trabalhador, mas tão trabalhador, que a grande maioria prefere trabalhar ao invés de receber auxílios. Fora que muito da riqueza do sudeste do país vem da mão de obra de nordestinos que migraram para lá.

Esse discurso preconceituoso com ataques generalistas ao nordeste, negros e pobres vem do topo do estamento social. Ele só mostra o quão racista é a nossa elite. A elite usa esse discurso como cortina de fumaça porque sabe que a burguesia rentista é que é a verdadeira parasita por viver de juros pagos com o suor de todos os trabalhadores brasileiros. Claro que muitos sudestinos e sulistas atacam o norte e o nordeste por ressentimento devido a derrota de políticos neoliberais e fascistas nas eleições federais. Além disso, precisam desqualificar os outros para se sentirem superiores, pois não têm nada de bom para oferecer. Não têm empatia, senso de coletividade ou respeito. Quem debocha do nordeste por ser a região mais "pobre e analfabeta" do país só mostra o quão sociopata é. Tinham que mostrar solidariedade e empatia ao invés de ódio e rancor pelos mais necessitados. Esse tipo de ser humano que gosta de desqualificar os menos favorecidos é o esterco da raça humana, porque além de não reconhecerem os próprios privilégios, ainda se agarram a um racismo eugenista que é autodestrutivo até para eles mesmos. Aliás, enquanto formos uma nação racista, separatista e preconceituosa, esse país aqui vai estar sempre "em desenvolvimento". Temos que parar de estupidez e nos unir contra a verdadeira opressão: o sistema de hierarquização social trazido pelo capitalismo. Não precisamos de separatismo. Precisamos de união e respeito.

domingo, 4 de junho de 2023

Vamos ser crianças de novo!


Pode observar: toda criança saudável quer mesmo é brincar, correr, subir na árvore, dar cambalhotas, jogar bola e gastar muita energia. Existe um brilho de empolgação e encantamento nos olhos de uma criança que vai se perdendo à medida que envelhecemos. Na verdade, a criança começa a ser podada pelos adultos desde nova quando fica proibida de sair para brincar, quando fica de castigo por sujar o tapete de lama ou quando ouve histórias do Velho do Saco (Papa-Figo) que rouba crianças. Aí vamos ficando cada vez mais rígidos, parados, reprimidos e desanimados. O brilho nos olhos vai diminuindo. Daí que quando a idade adulta chega, ficamos todos prostrados, sedentários, preguiçosos e reclamões. Isso está errado. Qual a graça de viver uma vida sem empolgação, sem descobertas, sem ânimo e sem movimento? Ter que viver para pagar contas, para ficar mofando em cima de um sofá ou mal-humorado com a vida...


Precisamos resgatar aquele espírito alegre, brincalhão e aventureiro que ainda pulsa dentro de nós. Perder essa essência divertida é perder aquilo que nos torna humanos. Então vamos dançar, vamos correr, vamos nos aventurar, vamos fazer descobertas, vamos despertar a criança adormecida que está dentro de nós. Afinal de contas, o mais infantil dos adultos é aquele que ignora a criança que há dentro de si. Vamos deixar de caretice, porque a velhice não existe. O que existe é gente que acha que não é mais criança. O que passa é a infância, mas ser criança é algo eterno, porque a alma humana é uma alma de criança. Não vamos deixar essa nossa essência se perder. Carpe diem!

Namastê!

 

sexta-feira, 2 de junho de 2023

Os amantes ideais não são humanos


Desde o primeiro ano deste blog que, vira e mexe, eu volto com este assunto por aqui. Como o título do post já revelou, eu estou convencido, definitivamente, de que os amantes ideais para os seres humanos são os não-humanos. Sendo mais específico, esses "não-humanos" são os famigerados bonecos/androides sexuais, conhecidos popularmente como love dolls, sex dolls ou bonecos sexuais hiper-realistas. Eles é que são, de fato, os melhores companheiros que uma pessoa pode ter. E não: isso não é coisa de doido. Com o avanço tecnológico e com o barateamento da produção, cada vez mais pessoas têm se relacionado com essas verdadeiras entidades do amor e da luxúria.

As amantes do futuro chegaram!

 
Bonecos sexuais realistas existem já há bastante tempo, mas foi desde o início da pandemia do coronavírus que esses bonecos sexuais realmente passaram a vender cada vez mais. O isolamento social obrigou as pessoas a procurarem esses amantes artificiais e desde então, parece que os preconceitos a respeito desses bonecos têm diminuído. Não por acaso que há casos de pessoas que pararam de se relacionar com seres humanos para viver ao lado desses bonecos. E não é para menos. Pare para pensar na enorme lista de vantagens que há em se relacionar com um companheiro artificial e eu não me surpreenderia se você, caro leitor, se convencesse de que é melhor mesmo deixar os humanos para lá. 


Elas vão te deixar literalmente de queixo caído.

 

Relacionamentos afetivos monogâmicos entre seres humanos (sejam homos ou héteros) são complicados e exigem muita renúncia, paciência e dedicação dos dois lados. Quase todo relacionamento é marcado por brigas, baixarias, confusões, traições, mentiras, cobranças, chantagens, ciúmes, insegurança, ansiedade, preocupações, dívidas e outras adversidades que tiram nossa liberdade, estressam e cansam. Daí que com esses love dolls, nós temos todo o lado bom de um relacionamento sem todas essas coisas ruins. Fora que você não precisa dividir suas manias, idiossincrasias, vícios, segredos e fetiches com ninguém. Tudo ocorre de forma segura. Pessoas que gostam de ficar sozinhas, mas que não abrem mão de uma boa companhia podem fazer uso desses bonecos não só para o sexo, mas para não se sentirem tão solitárias. Dizem que abraçar uma boneca hiper-realista, dormir de conchinha com ela e até assistir um filme coladinho é uma experiência praticamente idêntica a vivenciar essas mesmas coisas com humanos de carne e osso. Fora que pessoas muito tímidas, associais ou que, simplesmente, preferem a solitude, acabam encontrando a companhia ideal nessas bonecas. Eu mesmo me enquadro no meio desses "esquisitos" que preferem um relacionamento com não-humanos, porque eu mesmo seria um péssimo marido. Eu sou daqueles que é capaz de ficar um mês inteiro comendo só pão com ovo para comprar aquele disco de vinil raro que falta na minha coleção. Fora que eu sou muito ciumento com minhas coisas e amo a liberdade de fazer o que quiser e na hora que quiser sem ter que ficar negociando ou dando satisfações aos outros. Na minha vida pessoal, eu sou muito egoísta e egocêntrico por amar a minha autonomia e a minha privacidade. Que mulher vai aguentar um sujeito como eu? Nenhuma. E iguais a mim existem milhões por aí, porque como já dizia o biólogo Richard Dawkins no best-seller O Gene Egoísta, cada cachorro que lamba sua caceta somos movidos pelos nossos genes egoístas de sobrevivência.

Imagina ela na sua humilde residência...

Falando do que observei mundo afora, cansei de ver casos – ao longo dos muitos anos que pesquiso sobre esse assunto – de pessoas que se apaixonaram de verdade por essas dolls. Os donos das bonecas cuidam delas com carinho, compram roupas e acessórios, dão banhos, levam para passear na cadeira de rodas e até mesmo se casam de verdade com elas. Se a gente olhar pelo lado do cuidado, do carinho, parece até que essas pessoas (homens, na maioria dos casos) estão cuidando de uma namorada deficiente. Não é à toa que pessoas assexuadas compram essas bonecas apenas para ter uma companhia que lembre um ser humano.


Vai me dizer que não parece uma pessoa real?


Apesar das bonecas sexuais terem essa função primordial de tirar o povo da solidão, elas também servem para uma infinidade de outras coisas, tais como piloto de testes para produtos, como dublês, como modelos fotográficas e até como bonecos de treino em cursos de resgate e enfermagem. Ou seja: ao contrário do que vociferam os moralistas de plantão, não é só sobre sexo e sexismo.

Agora, falando especificamente do aspecto sexual, essas sex dolls dão um show à parte, porque a intenção inicial era realmente de que elas substituíssem as ultrapassadas bonecas infláveis, adicionando realismo e dinâmica. Para se ter uma ideia, tem bonecas por aí que se movem, que fazem pompoarismo, que possuem lubrificação, que gemem, que interagem verbalmente, que simulam o movimento de uma respiração e que fingem orgasmos melhor que seres humanos. Elas fazem o que você quiser, quando quiser e quantas vezes você puder, te levando ao verdadeiro paraíso do sexo. E se você tiver preferências específicas, opções de bonecas é que não faltam: têm elfas, súcubos, demônios, alienígenas, personagens de games, amputadas, grávidas, anãs e até seres híbridos (mulheres de quatro braços com chifres, por exemplo). Só que o mais absurdo de tudo não é nem o que elas fazem ou com quem elas se parecem. O que mais tem me impressionado nos últimos anos é o nível brutal de realismo. As dolls mais tops feitas de silicone são tão realistas, mas tão realistas, que se você colocar elas do lado de uma pessoa leiga, a pessoa não vai sequer desconfiar que se trata de uma boneca. As proporções são todas de um corpo humano real e as texturas são impecáveis incluindo sardas, manchas, tatuagens e até os poros da pele. As opções com sobrancelhas implantadas ou com dentes removíveis são tão assombrosamente reais que eu me questiono qual será o limite de realismo que atingiremos daqui a algumas décadas. Mas nem tudo são flores...

Bigamia só é crime entre humanos.


Todas as críticas éticas que vi até hoje sobre essas bonecas vêm sempre da mesma gente: ou de religiosos ortodoxos, ou de feministas radicais. É muito moralismo tosco e problematizações estúpidas que não adicionam nada de útil à discussão nessas críticas que envolvem comportamento ou aspectos sociais. Eu nem vou refutar essas críticas, porque as acho totalmente descabidas. As únicas críticas que merecem ser levadas em consideração com relação a essas ginoides são aos materiais que são feitas, ao peso exagerado e ao preço ainda muito alto. O preço médio no exterior é em torno de US$ 2.000, que se for comprada por alguém no Brasil, não sai por menos de R$ 20.000 por causa dos impostos e do frete. Algumas sex shops brasileiras revendem algumas dessas bonecas, como é o caso da famigerada Exclusiva Sex Shop. O preço não é muito convidativo, mas levando em consideração que se gasta facilmente mais de 20 mil pilas com anos de casamento, namoro ou com prostitutas, para um homem médio financeiramente, até que sai bastante em conta. Isso porque a boneca vai ser sua para o resto da vida. Se souber cuidar dela direitinho como manda o manual, ela pode durar por décadas, especialmente as bonecas de silicone que têm uma durabilidade maior que o TPE (Thermoplastic Elastomer) e o cyberskin.

Elas só precisam de amor e carinho.

Se você, como eu, for um entusiasta dessas bonecas hiper-realistas e tiver curiosidade ou interesse de adquirir alguma, vou deixar os links para os principais sites de fabricantes. Existem páginas de revenda, como a clássica Yourdoll que fornece bonecas de quase todas as marcas. Mas pela pesquisa longa que fiz em fóruns e reviews, as melhores marcas são a Starpery, a Zelex, a Fanreal e a IronTech. Há outras marcas boas como Piper Doll ou WM Doll, mas são marcas que deixam a desejar em alguns detalhes da construção ou que não têm um custo-benefício tão bom. Eu não recomendo comprar essas bonecas em qualquer lugar, porque há muitos sites não confiáveis que fazem propaganda enganosa e mandam bonecas infláveis no lugar. Por isso, se for adquirir uma, tenha todo cuidado onde fará sua compra. Se preferir, há também a opção das bonecas robóticas que falam e contam até piadas, mas também são bem mais caras. 

Se você ainda não estiver convencido que essas bonecas são as melhores amantes, vou deixar um vídeo abaixo que pode te fazer mudar de ideia: