quinta-feira, 30 de julho de 2015

Feminismo, radfems, mascus e temática do blog


Muita gente tem criticado essa minha insistência em assuntos envolvendo igualdade de gênero, mas eu reafirmo que essa teimosia têm um propósito justo. Realmente, parece muito injusto e sem noção você criticar uma ideologia que combate o sexismo, o feminicído, a misoginia, os abusos, a desigualdade e uma porção de outros problemas sociais, como é o caso do feminismo. Acontece que, como deixei claro em outras postagens, há pessoas que estão usando o feminismo como uma espécie de "escudo" para se defender dos contra-ataques de quem discorda de suas convicções pessoais, usando aquele argumento batido como defesa: "Se você está me criticando, você criticando o feminismo; e se você é contra o feminismo, então você é um machista-misógino-opressor." O que eu quero que as pessoas entendam é que o problema não é o feminismo: o problema são essas pessoas que se apropriam do nome e da história do movimento para disseminar insanidades que acabam servindo de munição para os reacionários atacarem o próprio feminismo. Então esse é o ponto central das minhas críticas: desconstruir os argumentos radicais, individualistas e sem qualquer ligação com o feminismo.

Charge por Gisa de Castro que resume meus argumentos

Lembro-me que respondi a um comentário, no último post sobre esse assunto, que questionava essa minha postura "obsessiva" sobre essa temática. Eu respondi que a minha insistência no tema é porque o mesmo é a bola da vez, porque dá mais pageviews e que o assunto tem dado muito pano para manga. Mas essas são razões secundárias, as verdadeiras razões foram que eu passei a ser atacado por supostas "feministas" ao defender o feminismo (ou ao criticar certos aspectos que discordo) e também por ver que esse movimento ser corrompido por pessoas totalmente sem noção, que mais servem para afastar simpatizantes, do que para combater as desigualdades de gêneros. A coisa me incomodou tanto que não tive outra escolha a não ser contra-argumentar. E no meio dessa história apareceram as tais RadFems, que são criaturas cheias de rancor que vivem intocadas em seus guetos virtuais na internet, destilando ódio e sendo constantemente ignoradas ou, quando muito, ridicularizadas pelos poucos que dedicam a elas mais que 30 segundos de atenção. Inclusive, qualquer pessoa que tenha o Q.I. oscilando entre o de uma ameba e uma ostra percebe que essas tais Rads são uma versão "fêmea" dos mascus, porque sentem ódio (ou fobia) pelo sexo oposto, acham que todas as pessoas do sexo oposto não prestam e vivem fechadas em suas realidades paralelas. Da mesma forma que os mascus devem ser contestados por suas insanidades travestidas de argumentos, as rads também devem. E radicais por radicais, todos são uns palermas carentes de umas boas doses de semancol.

Muita gente pensa que é assim...

Enfim, o objetivo deste post foi de esclarecer que este blog não é para atacar o feminismo e que também não vou insistir neste tema. Na fila para serem publicados, tenho outros temas bem interessantes envolvendo ciência, política, cultura, música, games, religião... É só esperar para ver.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

E a ciência virou religião...


No último post, eu havia feito algumas comparações mostrando como o feminismo acabou virando uma religião para algumas pessoas, assim como outras ideologias também, tal como o marxismo, o anarcocapitlaismo, o veganismo, o sonysmo e até o olavismo. Mas o que mais me deixou impressionado foi o fato de que muitas outras coisas sem qualquer ligação com crenças também estão virando, ou já viraram, religião - inclusive algo que eu jamais acharia que um dia se tornaria uma seita: a própria ciência.

É bom que fiquem claras duas coisinhas antes de prosseguir sobre o assunto: primeiro, eu sou totalmente favorável à ciência, inclusive, uma das razões que me fizeram criar este blog foi para falar sobre ciência. Portanto, este post não tem como objetivo ridicularizar a ciência. Segundo: a ciência não é e nunca foi religião, apesar de algumas pessoas acharem erroneamente que o cientificismo é uma seita. Se alguém pensa isso, é bom ir fazer uma faxina no cérebro antes de defecar asneiras pela boca (ou pelos dedos) por aí.

Feitas essas considerações iniciais, o que eu observei foi que existem basicamente três tipos de pessoas que tratam a ciência como uma religião:

1 - Os convictos
Essas aqui são as pessoas que se rotulam céticas, mas que tratam a ciência como se ela tivesse dogmas. Creem que a ciência é uma coisa sagrada e intocável. Acham, por exemplo, que a evolução ou o Big Bang são inatacáveis, quando, na verdade, eles podem e devem ser contestados. Aliás, a ciência funciona justamente porque as suas teorias se provam verdadeiras mesmo após serem contestadas. Mas daí que sempre tem aquele tipo de gente que defende Darwin como se ele fosse um profeta sagrado e como se a evolução fosse uma verdade absoluta. Essa gente, infelizmente, não deve ter aprendido sobre metodologia científica, porque a ciência é epistemológica, e não ontológica. Não existem verdades absolutas na ciência e também não há evidências validadas apenas por pura autoridade, como ocorre na religião e na política. Precisamos ter a mente aberta e aceitar que podemos estar errados. Como Nietzsche já dizia: "Homens convictos são prisioneiros".

2 - Os pseudo céticos
A esse grupo pertencem geralmente os ateus fanáticos que acham que ceticismo é duvidar de tudo que a ciência não tenha como averiguar, descartando hipóteses (ou ridicularizando-as) antes mesmo delas serem testadas. Normalmente, criam uma falsa dicotomia entre metafísica e ciência, e constroem um maniqueísmo em cima disso, tratando a ciência como o bem e o misticismo como o mal. A impressão que dá desse pessoal é que eles estão sentindo falta de algo para acreditar - e como não podem acreditar em religiões por serem irreligiosos "convictos", então tratam a própria ciência como tal. Fora que geralmente essa turma é chata pra caramba, porque ficam tentando convencer Deus e o mundo (pensando melhor, Deus, não) de que eles estão sempre certos e de que tudo que se opõe a eles está errado.

3 - Os conspiracionistas
Esses aqui são a pior cria dessa turma do barulho, porque eles acham que creem na ciência, mas, na verdade, estão acreditando em mentiras vendidas como se fossem ciência. Eles tratam a conspiração como ciência e viram fanáticos da causa. Os exemplos clássicos disso são as famigeradas teorias da conspiração, tais como "deuses astronautas" e a "fraude do século". Distorções da ciência geram desinformação e tiram a credibilidade dos cientistas. Não existe nada de científico em tratar hipóteses refutadas pela própria ciência como se elas fossem ciência.
Também incluímos neste grupo pessoas que acreditam em ideias distorcidas, afirmando, por exemplo, que o macaco "virou" gente, quando, na verdade, o próprio homem é um macaco (primata). Fora que muita gente desse bloco usa a manipulação seletiva para acreditar em algumas coisas e desacreditar em outras. O maior problema desse pessoal aqui é que eles tratam "a verdade" deles como se fosse realmente verdade - e pior ainda: como se fosse uma verdade religiosa!

A seguir vou deixar dois vídeos que enriquecem a discussão. Um é uma crítica do canal Porta dos Fundos e o outro é um pouco mais sério, onde um tal de Pirula mostra como é perigoso tratar a ciência como brincadeira. Saca aí:






segunda-feira, 27 de julho de 2015

E o feminismo virou mais uma religião


São necessárias apenas três coisas para uma ideologia ou crença virar religião: fé, hierarquia (autoridade) e dogmas. Vários movimentos como o veganismo, o marxismo, o ultranacionalismo e até o olavismo possuem essas e outras características típicas de religiões. E, para engrossar o caldo, adivinhe só qual é o mais novo integrante dessas verdadeiras seitas: ele mesmo, o feminismo.

Eu nem queria falar mais sobre esse assunto, mas com o clima acalorado que rolou nos últimos comentários sobre o tema, eu tive que criar um post para descrever algo que eu já havia notado há certo tempo: que o feminismo virou religião. Naturalmente, não estou falando da controversa "teologia feminista", mas sim do próprio feminismo, especialmente o radical, que usurpou das religiões certos aspectos.
Para entender o que eu estou tentando dizer, vamos comparar de forma didática o cristianismo com o feminismo radical (RadFem), usando exemplos bem caricaturados para ver algumas semelhanças bem curiosas:

Coincidência?

Dualismo:
Cristão:
-Deus é o bem, o Diabo é o mal.
Feminista:
-Os homens são os vilões opressores; as mulheres são as mocinhas indefesas.


Cristão:
-Todo aquele que crê será salvo.
Feminista:
-O feminismo sempre está certo.

Dogmas:
 Cristão:
-Nunca questione a palavra de Deus, porque ela é a salvação!
Feminista:
-Nunca questione o feminismo, porque ele vai salvar as mulheres!

Autoridade (hierarquia)
Cristão:
-Temos que seguir tudo o que o nosso pastor/bispo ordenar sem contestar.
Feminista:
-Temos que seguir tudo o que a autora feminista escreveu sem contestar.

Salvação:
Cristão:
Os não-convertidos são pobres pecadores que precisam ser salvos pela palavra de Deus.
Feminista:
As mulheres são pobres vítimas do patriarcado que precisam ser salvas pelas feministas.

Axiomas:
Cristão:
-O Senhor é o caminho, a verdade e a vida!
Feminista:
-O feminismo é a liberdade, a igualdade e a justiça!

Ignorância:
Cristão:
-A evolução é só uma teoria.
Feminista:
-Misandria não existe.

Preconceito:
Cristão:
-Todo umbandista é macumbeiro e faz magia negra.
Feminista:
-Todo homem é estuprador (em potencial).

Castidade:
Cristão:
-Não pecar contra a castidade, não cometer impureza, lascívia, fornicação, adultério ou luxúria. 
Feminista:
-Não se objetificar, não fazer pornô, não cobrar por sexo, não sensualizar em comerciais e não fazer sadomasoquismo.

Esquizofrenia:
Cristão:
-Deus ordenou que Abraão oferecesse seu filho em holocausto.
Feminista:
-Dworkin disse que todo sexo heterossexual é estupro.

Glossolalia:
Cristão:
-Chárá bá cantá iga na machura maga! Hebe pra dá xuribibaaaaa! Tatatatatatá!
Feminista:
-Homiexplicanismo, iuzomismo, elxs, meninx, negrx, branqux, seje menas ...

Pareidolia:
Cristão:
-Eu vi o rosto de Jesus na janela da igreja.
Feminista:
-Eu vejo peito e bunda em todo comercial de cerveja.

Autodefesa:
Cristão:
-Isso é sacrilégio! Heresia! Blasfêmia!
Feminista:
-Isso é machismo! Mansplaining! Misoginia!

Teleologia:
Cristão:
-Tudo que existe tem um propósito criado por Deus.
Feminista:
-Tudo que existe de ruim tem um propósito dentro do patriarcado.

Ameaças:
Cristão:
-Se você não aceitar Jesus, irá para o inferno!
Feminista:
-Vou cortar sua pica!

Livro Sagrado:
Cristão:
-Bíblia.
Feminista:
-Scum Manifesto.

Mais um piroco querendo conhecer o inferno feminista

Tem mais comparações, mas eu estou com preguiça de listá-las para não agigantar demais o post. O fato, como citei lá no início, é que quase todos os movimentos sociais e políticos têm se comportado como religião. Até mesmo os fanboys de videogames e de marcas de produtos também têm se comportado de forma semelhante. O fanatismo cego de alguns realmente fica parecendo coisa de crente fundamentalista.
Que fique claro que eu não sou contra o feminismo e acho, sim, que o feminismo está certo e que o machismo é um lixo que deve ser varrido da face da Terra. Mas isso não significa que eu seja a favor de fundamentalismos infantis.
Eu sei que esse assunto virou uma masturbação mental, mas sempre é bom manter os olhos abertos para depois não falarem que eu não avisei. Fim.

Quê?
Não gostou?
Então olha a minha cara de preocupação:

PS: Antes que alguma paladina da justiça social venha aqui vociferar nos comentários, veja o que essa doutoranda em direito diz sobre o assunto:
Feminismos, protagonismo e manipulação política

sábado, 25 de julho de 2015

O fanatismo religioso dos sem religião


Todo grupo ou ideologia tem seus fanáticos espalhados por aí. E mesmo que suas razões sejam justas e verdadeiras, isso não os dá direito de serem intolerantes, preconceituosos e fundamentalistas. Com o ateísmo, como alguns já perceberam, não foi diferente.
Existe muito religiofóbico que se declara ateu para não assumir o ódio irracional que possui por religiões. Eu já mostrei, neste post aqui, que a religião é uma ferramenta - e não uma arma. Temos que combater as coisas erradas que corrompem a religião - e não a religião em si. No caso da Igreja Católica, por exemplo, o que precisa ser combatida é a pedofilia - e não a Igreja. Fora que tem muito antiteísta contraditório que enche a boca para falar mal do cristianismo, mas não dá um pio contra os radicais islâmicos e até defendem religiões minoritárias, como a umbanda, o budismo e o hinduísmo. Já as ditaduras "comunistas" mostraram que são tão fundamentalistas quando os próprios fundamentalistas religiosos - proibindo a liberdade de culto e institucionalizando a intolerância religiosa. Antes de implicarmos com qualquer crucifixo preso numa parede, temos que aprender a olhar para o nosso próprio umbigo. Todos têm o direito de ter fé no que quiser - desde que respeite os direitos institucionais, a liberdade e a crença (ou descrença) dos outros. O que precisa ser combatido é o fanatismo e não a religião.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

O jogo mais politicamente correto do mundo


Vivemos na era do politicamente correto, ou melhor: na era do mimimismo generalizado. Vivemos na época onde o único grupo que pode sofrer bullying e apanhar é o formado por homens, brancos, cis, héteros, cristãos e de classe média. Mas se você for negro, mulher, trans, ateu, homo, anão, careca, cadeirante, destro, tatuado, mutilado, deficiente, palhaço, proletário, índio ou gordo - já tem direito a processar qualquer um por qualquer coisa que te pareça ofensivo, mesmo que a ofensa não seja dirigida a você.
Foi pensando nisso que algum gaiato resolveu criar um joguinho em flash inspirado no clássico Mário bros. chamado Super Oppressed ppl, que ensina o politicamente correto para as nossas crianças e jovens - mostrando ao mundo como os games deveriam ser se todos os grupos oprimidos fossem representados "de forma justa" neles. Saca só a zoeira:



Link da página do jogo aqui:

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Essa tal de objetificação...

Duplipensar feminista

Objetificação, hipersexualização, mansplaining, patriarcado, cagação de regra... Essas e outras palavras do gênero são bastante recorrentes no vocabulário feminista da internet e são usadas para defender a ideia de que as mulheres não são objeto. Sim, até aí tudo bem. Tratar as mulheres como humanas - e não como coisas - é um imperativo básico de respeito de qualquer cultura que se preze. O problema é quando essa concepção de "mulher-objeto" passa a fugir dessa linha de argumentação e começa a seguir por um lado moralista-conservador-religioso. As roupas que uma mulher usa, a sensualidade da mulher e até o que ela faz com o próprio corpo passam a ser vigiados não apenas por machistas, moralistas e religiosos fundamentalistas - mas por feministas também. E é aí que o bicho pega, porque ninguém - eu disse NINGUÉM - tem o direito de dizer o que uma mulher deve ou não fazer com o seu próprio corpo e sua própria vida.
Para entender melhor essa problematização, vou dar a seguir alguns exemplos de reações nesse sentido vindas de três tipos diferentes de pessoas em dois tipos de situação:

1. O machista
Situação A: Uma mulher andando com pouca roupa e sensualizando nas ruas:
- "Mulher não pode sair por aí com roupas curtas ou provocantes e nem sensualizar, porque mulher que faz isso é uma vagabunda que está dando mole para estuprador."
Situação B: Uma mulher com pouca roupa e sensualizando num comercial de cerveja:
- "Tem que sensualizar mesmo. Não tem nada demais uma gostosa vestir uma minissaia na tevê para vender cerveja."

2. A feminista
Situação A: Uma mulher andando com pouca roupa e sensualizando nas ruas: 
- "As mulheres tem o direito de andar nas ruas com a roupa que quiserem sem serem assediadas. Elas devem ser respeitadas independentemente do comprimento da minissaia."
Situação B: Uma mulher com pouca roupa e sensualizando num comercial de cerveja:
- "Que absurdo! Essa sociedade machista e patriarcal fica aí explorando a beleza da mulher, usando a mulher como objeto sexual para vender cerveja! Tinham que proibir mulher de ser explorada sensualmente nesses comerciais!"

3. O moralista
Situação A: Uma mulher andando com pouca roupa e sensualizando nas ruas: 
- "Que pouca vergonha! Que coisa imoral! Mulher deve se dar ao respeito ao invés de sair quase nua no meio da rua!"
Situação B: Uma mulher com pouca roupa e sensualizando num comercial de cerveja:
- "Que pouca vergonha! Que coisa imoral! Mulher deve se valorizar ao invés de sair quase nua na televisão!"

Agora vamos analisar com calma:
O machista é contra as mulheres sensualizarem nas ruas, mas na televisão pode. Já as feministas são justamente o oposto, pois são contra as mulheres sensualizarem na tevê e na publicidade, mas nas ruas pode. Parece que o único grupo que é coerente - olha só que ironia - é justamente o dos moralistas, porque eles são igualmente contra a sensualidade tanto nas ruas quanto na publicidade. Eu sou o extremo oposto de um moralista e acho que a mulher tem o direito de usar a roupa que quiser: seja nas ruas, ou na publicidade, ou onde quer que seja. Eu sou totalmente libertário. Esse povinho que é contra isso ou aquilo está notavelmente querendo exercer algum tipo de controle sobre as mulheres, ainda que de forma disfarçada de politicamente correto. Já o homem ninguém questiona o modo de vestir, seja nas ruas ou na tevê. Mas foi mulher, pronto, começa a polêmica!

Isso aí: só homem sensual pode aparecer na mídia!

Uma palavra sobre as feministas
É claro que nem toda feminista é contra a mulher usar roupa curta ou sensualizar na tevê. Mas as que são contra sempre usam aquele discurso de que "ah, mas a publicidade é formada por homens que exploram a mulher como objeto". A mulher, nesses casos, sempre é vista como a coitadinha, a indefesa, a ingênua, a explorada, etc - como se as mulheres não tivessem poder de escolha, não tivessem juízo ou inteligência para depender de um bando de feministas moralistas para defendê-las de suas próprias escolhas.
Um dia desse eu quase caí da cadeira quando li num post gringo no Facebook de uma feminista que era a favor de uma lei que proibisse as mulheres de fazer comerciais "sensuais" e que também proibisse as mulheres de participar de filmes pornográficos. Vejam só: proibir as mulheres de fazer algo. Isso me soa tão ridículo quanto um idiota querer proibir as mulheres de votar ou mesmo de trabalhar fora de casa. Eu discordo totalmente desse argumento tosco de que as mulheres são coitadinhas indefesas, sem discernimento de nada e que não sabem o que querem para depender de uma ditadora feminista para decidir por elas o que elas podem ou não fazer. É como se as mulheres fossem um bando de crianças retardadas incapazes de responder pelos seus atos e medir as suas consequências. Isso é fenomenalmente ridículo, porque isso é diminuir a mulher ainda mais diante do homem. E outra coisa: essas feministas reguladoras da sensualidade feminina têm uma mente muito poluída para verem sensualidade em tudo. É preciso ter uma mente muito poluída para ver sensualidade até onde ela não existe. No dia que inventarem uma máquina do tempo, eu vou empurrar essa cambada toda de volta para Idade Média para se juntarem à Igreja na tentativa de proibir tudo que é "feio" e "imoral". Lá eles vão ser felizes.

Mulheres: eternas coitadinhas indefesas para a patrulha moralista feminista

Enfim, pra mim, chega. Cansei desse assunto.


Uai! Não gostou?
Então...

segunda-feira, 6 de julho de 2015

O vazio ideológico dos partidos políticos


A política brasileira nunca esteve tão mesquinha, sorrateira e oportunista. Todo mundo que não vive alienado à política partidária nacional sabe disso. Poucos partidos, hoje, são fieis às suas ideologias e estatutos. Falta personalidade aos partidos políticos que vivem de se agredir mutuamente em busca de poder. A infidelidade partidária hoje se transformou em infidelidade ideológica. Isso, creio eu, se deve a uma tentativa rocambolesca de agradar a gregos e troianos para chegar ao poder.

Veja, como exemplo, o caso do PT e do PSDB. O PSDB finge que é neoliberal para agradar a direita e finge que é social democrata para agradar a esquerda. No fim das contas, os tucanos não agradam a ninguém especificamente. Sem contar que o PSDB é extremamente incompetente como oposição. Eu diria até que o PT ficou todos esses anos no poder mais pela ausência de uma oposição decente do que propriamente por mérito do PT. O PSDB só faz uma oposição mais incisiva em tempos de eleição, fora isso, às vezes até parece que faz parte da base aliada do PT, de tanto marasmo. Oposição mesmo ao PT só quem faz é uma parte do PMDB e uns partidos miúdos como o PSC ou o PSOL.
Já o PT, por sua vez, está cada vez mais distante da sua raiz ideológica. Primeiro foram as alianças com partidos "estranhos", como PP e PSC. Depois foi essa ganância pelo poder que fez muita gente do Partido dos Trabalhadores brigar apenas por cargos ao invés de melhorar a vida dos trabalhadores. Fora os incontáveis escândalos de corrupção e a falácia de apelo ao medo usada exaustivamente nas eleições. Temas como reforma agrária e tributação sobre grandes fortunas, por exemplo, são constantemente negligenciados pelo PT.

O que me preocupa nisso tudo é que a política brasileira está cada vez menos focada em ideologias e mais preocupada em dar poder e dinheiro aos partidos. O Brasil precisa de uma reforma política que não apenas torne a nossa política mais democrática - mas que também crie uma reforma na maneira de pensar dos políticos e da população. Esse centrismo ocioso e passivo dos grandes partidos me incomoda bastante. Por mais que digam que os partidos de esquerda são reféns da burguesia e que partidos de direita estão cada vez mais "esquerdosos", a verdade é que compromisso ideológico tem se tornado uma mera fachada limitada a siglas que não dizem nada quando conjugadas no presente do indicativo. Somente os militantes partidários que se comportam como torcida organizada é que acham que existem grandes diferenças entre o partido 'X' e o partido 'Y'.

Infelizmente, como alguns gostam de dizer por aí, eleição não se ganha com ideologia, mas, sim, com votos. E levando em consideração a falta de educação básica, o jeitinho brasileiro e a alienação política da maioria da população, possivelmente o Brasil estenderá esse período de demagogia e vazio ideológico por muitas gerações. Como eu gostaria de estar errado...

sábado, 4 de julho de 2015

A fragilidade da família tradicional


A família tradicional (papai, mamãe e filhinhos) é realmente muito frágil. Todas as pessoas que são a favor da exclusividade desse tipo de família são medrosas e intolerantes com todos os outros tipos de família. Basta ver as reações exacerbadas dos reacionários toda vez que assuntos como a homossexualidade e a regulamentação das drogas são colocadas em discussão. E antigamente não era diferente, porque os reacionários de outrora tinha reações parecidas diante de eventos como o fim da escravidão, o direito da mulher votar, o direito da mulher trabalhar fora, o divórcio e até o fato da mulher não se casar virgem. Esse medo irracional da "destruição" da família nuclear mostra-se apenas como uma falácia de apelo ao medo diante das mudanças sociais inevitáveis.


O que esses reacionários espalhafatosos defensores da moral e dos bons costumes temem é a própria extinção - ou melhor: a extinção dos seus próprios preconceitos que cada dia mais são rejeitados pela sociedade. Muitos desses preconceitos são, na verdade, resistências alimentadas por discurso religioso retrógrado e esquerdofobia - já que muitos alegam que tais coisas são "marxismo cultural", uma vez que a família tradicional não era lá muito bem vista por Marx.

Raciocínio homofóbico

O que é preciso ser avisado a esses medrosos é que famílias heterossexuais vão continuar existindo e que a espécie humana não vai entrar em extinção. O que as pessoas favoráveis à união homoafetiva (e qualquer outro tipo de união) querem é expandir o conceito de família para que todos possam ser felizes. É retrógrado e covarde querer proibir que outros tipos de família possam existir - ainda mais mentindo ao dizer que a família heterossexual será destruída. O que destrói as famílias é a falta de amor, a falta de educação, a falta de empregos, a violência doméstica e o fanatismo religioso. Abra a sua mente antes de abrir a sua boca.

Paz para todos.