segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

2019 resumido em um meme


Ainda bem que 2019 está terminando, porque este ano foi uma bela porcaria em todos os sentidos: reformas que só prejudicaram os trabalhadores, salários baixos, desemprego acima de 11%, combustíveis caros, dólar acima de 4 pilas, carne cara, incêndios na Amazônia, óleo nas praias, país sendo dilapidado pelo neoliberalismo, presidente sem noção envergonhando o país, teorias conspiratórias bombando, violência contra minorias, aumento da desigualdade social... Resta se apegar a um wishful thinking e esperar para que os deuses (se eles existirem) façam de 2020 um ano menos pior.

Tomara que a década de 2020 seja menos pior que esta que acabou, porque se for para piorar, é melhor que venha logo um asteroide.

domingo, 29 de dezembro de 2019

Ser adolescente em 1999


Há 20 verões atrás chegava ao fim o último ano de uma das décadas mais nostálgicas de todos os tempos. O ano de 1999 fechou com chave de ouro a minha década favorita. Como naquela época eu não era mais criança, então resolvi mudar o título dessa série de "ser criança", para "ser adolescente", pois a minha visão do ano de 1999 foi a visão de um adolescente de 15/16 anos e não mais de uma criança. Eu vou tentar resumir os acontecimentos mais marcantes daquele ano inesquecível sob a ótica de um adolescente da época.

Assunto mais comentado de 99

No dia 1º de janeiro de 1999, Fernando Henrique Cardoso iniciou seu segundo mandato como Presidente do Brasil após algumas polêmicas envolvendo as negociações com o congresso para tornar a reeleição possível. Porém, de um modo geral, foi um ano relativamente tranquilo no campo da política. Apesar disso, várias sátiras e paródias achincalhavam políticos (em especial FHC) em programas humorísticos como o Casseta e Planeta Urgente que, nessa época, esteve no seu auge. Mas o ano de 1999 ficou conhecido mesmo por ter sido o ano do Bug do Milênio (que não aconteceu) e pela famosa profecia de Nostradamus sobre o fim do mundo que ocorreria em agosto daquele ano. Eu me lembro que, lá no colégio, meus colegas fizeram uma festa com direito a contagem regressiva para comemorar o tal "fim do mundo" que, felizmente (ou infelizmente, sei lá), não se concretizou. E como 1999 representava o fim de uma era e a chegada de um novo milênio, várias crendices e outras datas para o fim do mundo também ocorreram ao longo do ano. Mas enfim, o penúltimo ano do século XX teve muito mais. A seguir vou analisar por partes o que aconteceu naquele fabuloso ano de 1999.

Só quem viveu naqueles tempos lembra disso

Tecnologia
1999 foi o ano da competição entre os processadores Pentium 3 da Intel contra os Athlon da AMD, foi o ano de gravar CDs de música no PC para ouvir depois no discman, foi o ano de salvar aquela rom de emulador no disquete, de jogar o jogo da cobrinha no celular tijolão, de trocar mensagens pelo mIRC, ICQ ou MSN, de usar cartões telefônicos para fazer ligações do orelhão e de escolher entre Varig, Vasp e Transbrasil para viajar pelo país. Estávamos num momento de transição tecnológica onde as tecnologias digitais estavam começando a substituir as analógicas. A internet dos brasileiros na época era a internet discada que nos obrigava a usar aqueles provedores toscos que vinham nos CDs da AOL ou da BOL. Assistir vídeos pela web então era uma missão impossível com aquela lentidão que nos permitia, no máximo, fazer downloads a "incríveis" 3 Kb/s. As redes sociais nem sequer sonhavam em existir naquela época. O mais perto que havia de uma rede social era o blogger que surgiu justamente naquele ano.

Eita saudade...

Televisão
A década de 90 terminou juntamente com um dos seus maiores e mais nostálgicos ícones: a Rede Manchete. Em maio de 1999 a emissora saiu do ar e ficamos órfãos de uma programação cheia de animes, tokusatsus, novelas épicas e propagandas icônicas como a do Teleshop e seu famoso número (011) 1406. No lugar da Manchete entrou a Rede TV que nunca chegou aos pés da antiga emissora do Adolpho Bloch. Apesar disso, a Rede TV teve um programa que eu até achava bacaninha, que era o Interligado: programa de videoclipes apresentado inicialmente pela simpática Fernanda Lima.
Naquele ano, apesar da falência da TV Manchete, tivemos a chegada do anime clássico Dragon Ball Z no Cartoon Network e na Bandeirantes. Aliás, eu imagino até hoje o tanto de animes que eu teria assistido se a Rede Manchete não tivesse falido. Enfim, em 1999 demos muitas risadas com o Casseta e Planeta que naquela época ainda tinha graça, e também nos divertimos com o famoso "ligue djáááá" do astrólogo Walter Mercado.
Com relação à programação infantil, apesar de não assistir, sei que na época tivemos o auge das Bananas de Pijamas, Chiquititas, Luz Clarita, Wishbone, Teletubbies e Barney e Seus Amigos. Os programas infantis da época eram o Bom Dia e Cia e o Disney Club do SBT, e pela Globo tínhamos os Trapalhões e o Angel Mix. Como eu era adolescente nessa época, preferia coisas mais, digamos, "adultas", como Cine Privé, Banheira do Gugu e a Tiazinha e a Feiticeira no Programa H. Aliás, falando de Tiazinha e Feiticeira, elas alavancaram as vendas da Playboy e fizeram de 1999 o auge do sucesso da revista.

Que adolescente em 99 não conhecia a Tiazinha?

Filmes
O ano de 99 foi um dos anos mais marcantes para a história do cinema por trazer obras-primas que causaram reflexões acerca da realidade que vivemos. O meu filme favorito de todos os tempos, Matrix, foi lançado neste ano e eu tive a oportunidade de assisti-lo no cinema. Além de Matrix, filmes como a Bruxa de Blair, Clube da Luta, De Olhos Bem Fechados, Sexto Sentido, Magnólia, Beleza Americana e Quero Ser John Malkovich mudaram para sempre a história do cinema, rompendo com a realidade e criando diversos questionamentos filosóficos. Este vídeo do canal EntrePlanos traz uma análise encantadora e profunda sobre estes filmes e como eles mudaram a cultura pop. Outros filmes brilhantes também saíram naquele ano, tais como À Espera de um Milagre; O Homem Bicentenário; Star Wars Episódio 1; A Múmia; Um Lugar Chamado Notting Hill; Meninos Não Choram; A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça; 10 Coisas que Eu Odeio em Você; O Colecionador de Ossos; Garota Interrompida; O Troco; Fim dos Dias; Toy Story 2; Austin Powers: o Agente Bond Cama e outros.

Cena mais marcante do cinema de 99

Músicas
Quem viveu no Brasil de 1999 deve lembrar bem que o pagode estava em alta naquela época com Exaltasamba, Karametade, Os Morenos, Soweto, Molejão, Só Pra Contrariar, Os Travessos, Art Popular, Raça Negra, Katinguelê e muitas outras bandas. Mas como eu nunca fui fã de pagode, para mim, o que mais marcou naquele ano foram as canções do Jota Quest, Red Hot Chili Peppers, Raimundos, Gabriel o Pensador, Charlie Brown Jr, Claudinho e Buchecha, Fatboy Slim e até Lou Bega que bombou nas rádios e na tevê com o contagiante Mambo Nº 5. Fã da Legião Urbana que sou, não poderia deixar de citar o acústico gravado em 1992, mas lançado apenas em 1999. Outra canção que fez sucesso naquele ano foi o 'Uh, Tiazinha', gravado com Suzana Alves e Vinny, que pegou o embalo do auge da fama da mascarada que depilava a rapaziada no programa H do Luciano Huck.

Mambo Nº 5

Games
Apesar de 1999 não ter sido um ano tão marcante assim para mim em matéria de games, alguns títulos memoráveis foram lançados naquele ano, como King of Fighters '99, Donkey Kong 64, Silent Hill, Resident Evil 3, Dino Crisis, GTA 2, Worms Armageddon, Tony Hawk's Pro Skater, Unreal Tournament, Super Smash Bros, Quake 3, Pokemon Gold & Silver, Gran Turismo 2, Dead or Alive 2, Need For Speed 4, Crazy Taxi e outros. O jogo mais marcante para mim neste ano foi o FIFA 99 do Nintendo 64 lançado no ano anterior. Eu me lembro que eu cheguei a matar aula só para jogar este game que, apesar de ser tosco para os padrões atuais, me divertiu bastante naquela época.

Survivor horror do Resident Evil 3

Esportes
Palmeiras e Corinthians foram os dois maiores protagonistas do futebol brasileiro de 1999. O Palmeiras pelo título da Taça Libertadores da América e pela posterior derrota para o Manchester United na Copa Intercontinental. O Corinthians foi campeão brasileiro e paulista, sendo que neste último conquistou o título sobre o Palmeiras após uma confusão generalizada.
Com relação à seleção brasileira, ela conquistou pela 6ª vez a Copa América em cima da seleção uruguaia, com um placar de 3x0. Posteriormente, o México venceu o Brasil por 4x3 em casa, conquistando a Copa das Confederações.
No fim do ano, o Fluminense tornou-se campeão da Série C, subindo diretamente para a primeira divisão do ano seguinte na Copa João Havelange, que deu lugar ao Brasileirão de 2000.
Em agosto de 99, o boxeador Acelino Popó Freitas conquistou o seu primeiro título mundial na França, dando início a um longo e respeitável reinado. O tenista Gustavo Kuerten, por sua vez, terminou o ano como sendo o terceiro melhor do mundo.

Enfim, este foi o meu resumo de um dos meus anos favoritos da década de 90.

Para quem tiver curiosidade, a seguir vou deixar os links de outras postagens que falam sobre como era ser criança em outros anos:

Ser criança em 1986
Ser criança em 1988
Ser criança em 1990
Ser criança em 1994
Ser criança em 1996
Ser criança em 1997
Ser criança em 1998

sábado, 28 de dezembro de 2019

Como seria viver em 4 dimensões?


Após assistir a um vídeo bastante interessante no canal Ciência Todo Dia sobre como seria viver em 4 dimensões, eu me senti instigado a compartilhar algumas informações extras sobre esse assunto. Afinal, o quão estranho deve ser viver em um mundo com uma dimensão espacial extra?

Na época que fiz faculdade de design, eu lembro que um professor de desenho geométrico propôs um desafio pandimensional aos alunos onde teríamos que usar formas com mais de 4 dimensões espaciais para serem representadas em uma malha 2D. Desde este dia que eu me encantei com a possibilidade de explorar dimensões que estão além da nossa percepção.
Nós, como seres tridimensionais, temos muita dificuldade de imaginar como seria a sensação de estarmos imersos em um mundo 4D porque isso foge totalmente à nossa experiência. Na verdade, é impossível ter uma percepção 4D porque nós estamos presos em um mundo de três dimensões. Diante disso, o que nos resta é enxergar as "sombras" de objetos 4D representadas em 3D, distorcendo uma dimensão para que ela torne-se visível. Os objetos em quatro dimensões são chamados de polícoros e neste link é possível ver a representação 3D de vários deles. No caso de um hipercubo (ou tesserato, que seria uma espécie de "cubo" 4D), ele pode ser visível apenas parcialmente em três dimensões, como se estivesse cortado em secções transversais.

Hipercubo em 3D

Em um trecho muito didático da série Cosmos, o astrofísico Carl Sagan mostra como seria a quarta dimensão tomando como exemplo a "Planolândia". Vou deixar o vídeo abaixo para ajudar na compreensão.


Um jeito mais interessante de experimentar a quarta dimensão é através dos games. O jogo Miegakure, por exemplo, é um game 3D onde a quarta dimensão é usada para resolver alguns puzzles. Ele nos ajuda a ver como objetos 4D se comportariam em um mundo 3D. Caso surgissem diante de nós, os objetos 4D apareceriam e desapareceriam de forma bizarra diante dos nossos olhos tomando formas incompreensíveis. Isso daria a falsa impressão de que eles estariam violando as leis da física ou de que eles possuiriam uma massa e um comprimento que variaria constantemente.
A seguir vou deixar dois vídeos sobre o jogo Miegakure e também outro vídeo com brinquedos 4D para exemplificar como a quarta dimensão nos pareceria bizarra.






Afinal, como seria viver em 4 dimensões?
Viver em quatro dimensões nos daria superpoderes bem interessantes, porque seríamos capazes de ver objetos tridimensionais por todos os lados ao mesmo tempo e por dentro deles também, como se tivéssemos uma visão fantasmagórica em raio x. No caso de um cubo com faces opacas, seríamos capazes de ver todas as suas seis faces ao mesmo tempo e ainda enxergaríamos ele por dentro. Teríamos condições não apenas de ver, mas também de interagir com as estruturas internamente. Um médico quadrimensional, se é que isso pode existir, seria capaz, por exemplo, de remover o tumor de um paciente tridimensional sem fazer qualquer incisão. O tumor seria retirado através da quarta dimensão.
Em outra situação, seríamos capazes de percorrer distâncias enormes quase instantaneamente pegando um atalho pela quarta dimensão (buracos de minhoca). Um objeto no nosso universo que pode ser comparado a um objeto 4D é um buraco negro, porque ele é capaz de "atravessar" o tecido tridimensional do espaço-tempo, colapsando numa direção desconhecida em termos tridimensionais. Aliás, há uma hipótese que diz que o universo surgiu de um buraco negro 4D. Já segundo a teoria das cordas, o espaço-tempo possui 10 dimensões, sendo que seis delas estão enroladas em um hiperespaço muito pequeno. Se imaginar 4 dimensões já difícil, imagine o que seriam 10... Mas isso fica para outra postagem.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Retrospectiva do governo Bolsonaro em alguns memes


Após um ano de desgoverno, as imagens resumem por si só o que foi este ano de 2019 com o Bolsomonstro à frente da presidência:













Nem o roqueiro olavista Nando Moura aguentou tanta merda:


quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Classes sociais não deviam existir


A existência de classes sociais é algo imoral. Classes sociais não deviam existir. Isso porque elas são criadas artificialmente para aumentar o complexo de superioridade de uma minoria ao custo de restringir o acesso a bens e serviços por parte de uma maioria excluída. Todos os seres humanos deviam ter acesso à saúde, alimentação, educação, moradia, vestuário, cultura, tecnologia, conforto e lazer de forma igual, sem privilégios para ninguém. A hierarquização social – algo inerente ao capitalismo – cria uma falsa ideia de superioridade entre as pessoas, nos segregando e erguendo barreiras imaginárias fundamentadas no preconceito.

A inocente defesa da "mobilidade social" não leva em consideração que muitos nascem com tudo e outros nascem literalmente com nada. E quando se nasce com nada é quase impossível chegar perto daqueles que nasceram com tudo. É praticamente uma sociedade estamental. Não é justo. É daí que vem a divisão social entre exploradores e explorados – entre os detentores dos meios de produção e os que vendem sua força de trabalho. E os maiores defensores desse sistema de classes são justamente as pessoas que não estão no topo da pirâmide social e sonham, um dia, em se tornar os exploradores. É o oprimido sonhando em se tornar opressor, mantendo esse ciclo de desigualdades perpétuo. O que essas pessoas não levam em consideração é que para uma pessoa ficar muito rica, milhares (ou até milhões) de outras pessoas precisam ficar muito pobres. É daí que chegamos à situação extrema de que apenas 6 homens têm a mesma riqueza que 100 milhões de brasileiros juntos. Isso precisa acabar. Esse sistema precisa ser destruído.
O vídeo abaixo mostra de maneira didática como as coisas não são sempre do jeito que achamos.


Outro vídeo brilhante é do economista Eduardo Moreira que mostra o quão injusto é o sistema que mantém tantos na miséria para garantir os privilégios de uma minoria opulenta e sociopata. O vídeo segue abaixo, vale a pena assistir.


quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Pare de reclamar e aja!


Entra ano e sai ano e se tem uma coisa que o brasileiro não para de fazer é reclamar que só tem político corrupto no país. Se todos os político são desonestos, então por que VOCÊ não vira político? Ou será que VOCÊ também é desonesto, hein? Por que não funda um partido que represente SEUS ideais? Por que não luta por uma reforma política e por mais transparência para mudar a roubalheira sistêmica e institucionalizada? Pare de reclamar e aja, camarada! Ficar só reclamando que "ninguém presta" não resolve. Lembre-se que a atitude é a força que faz o mundo girar.

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Chocolate com laranja


Sim, eu sei que a situação do Flávio Bolsonaro é deprimente e que ele deve estar bastante sorumbático diante das revelações do MP. Mas, como não gosto de ver ninguém triste, para alegrar um pouco este momento tão difícil do Bolsoclã, eu não poderia deixar compartilhar a abertura da mais nova e tragicômica novela da vida real: Chocolate com Laranja!


segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Esses roqueiros reaças...


Se existe um paradoxo no universo que eu não consigo compreender é o fenômeno do roqueiro reacionário. Ora, o rock sempre foi subversivo, insolente, transgressor, progressista, revolucionário... Contestar o sistema, protestar contra as desigualdades, os preconceitos, o senso comum, as regras, a violência do Estado burguês, a hipocrisia do cristianismo, a opressão: isso sempre foi papel do rock e dos roqueiros. Ser roqueiro vai muito além de saber tocar bem um instrumento e de ter um visual irado. O rock sempre foi um modo de pensar, um estilo de vida: uma ferramenta para mudar o mundo para melhor. E o que temos hoje são legiões de roqueiros autodeclarados que são preconceituosos, racistas, homofóbicos, machistas, fascistas, conservadores, pró-sistema e fanáticos religiosos. O roqueiro de extrema-direita não é um roqueiro: é um analfabeto musical que nunca entendeu o verdadeiro significado do rock n roll.

sábado, 21 de dezembro de 2019

Caiu a casa para o filho 01


Formação de quadrilha, enriquecimento ilícito, fraude, lavagem de dinheiro, associação com o crime organizado, estelionato, desvio de dinheiro público... Tudo muito bem documentado, havendo muito mais que meras convicções, ficou claro diante das investigações do MP que o senador Flavio Bolsonaro é um bandido da pior espécie. Apesar de negar tudo e se declarar inocente, Flavio Bolsonaro foi refutado de forma magistral pelo canal Meteoro Brasil, cujo vídeo vou deixar logo abaixo:


E agora eu pergunto: a lei se aplica a todos ou só contra o PT?


terça-feira, 17 de dezembro de 2019

E o PT, hein? E o Lula?


Para quem achava que o Lula e o PT estavam derrotados politicamente, seguem os resultados da mais recente pesquisa Vox Populi encomendada pela comunidade 247. Os gráficos falam por si só. Tirem suas próprias conclusões.







Vai dar PT.

sábado, 14 de dezembro de 2019

Parem de combater inimigos imaginários!


Pelamordedeus, meu povo: o "comunismo" NÃO é nosso inimigo. A Guerra Fria terminou. O "comunismo" (entenda como comunismo as experiências pré-socialistas do século XX) acabou no mundo desde a queda da União Soviética em 1991. Os nossos inimigos hoje são o desemprego, a desigualdade social, as injustiças sociais, a violência, a criminalidade, os preconceitos, as teorias conspiratórias, o neoliberalismo e o fascismo. É contra isso que temos que nos unir para enfrentar. Pouco importa se você é de direita, esquerda, centro, cima, baixo ou diagonal: o que importa é a nossa união contra tudo aquilo que causa sofrimento para a maioria da população assalariada. E parem de ter medo do comunismo! Amadureçam por favor. Até porque perto do monstro do capitalismo, o comunismo foi muito mais eficiente em combater as desigualdades, preconceitos e criminalidade.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

O TRF-4 é um tribunal de inquisição


É preciso muita cegueira ou desonestidade para não perceber toda a movimentação incomum que ocorre tanto no judiciário quanto no legislativo com a clara intenção de encarcerar o ex-presidente Lula. Como se não bastasse a pressa para aprovar a prisão após a condenação em segunda instância por parte do congresso, tivemos que acompanhar atônitos as arbitrariedades do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que, nesta quinta-feira, negou mais um recurso da defesa do ex-presidente por unanimidade. Esse ato foi mais uma das incalculáveis arbitrariedades do TRF-4 contra o ex-presidente. E a mais absurda de todas aconteceu durante a grotesca condenação no caso do Sítio de Atibaia.


No julgamento do caso do Sítio de Atibaia, no dia 27 de novembro, antes de seu voto sobre o mérito, o desembargador João Pedro Gebran Neto negou TODAS as preliminares apresentadas pela defesa de Lula, incluindo a suspeição de Sérgio Moro, a sentença "copia e cola" de Gabriela Hardt, a inclusão do material da Vaza Jato e a mudança da ordem dos depoimentos dos réus. Como se tudo isso não fosse suficientemente arbitrário, o procurador Maurício Gotardo Gerum, representante do Ministério Público Federal, defendeu o aumento da pena do ex-presidente com uma frase cheia de ressentimento: “Lula poderia passar a história como um dos maiores estadistas do século XXI, mas se corrompeu”. E, para piorar, o procurador ainda soltou a grande pérola: “O desequilíbrio político (induzido por Lula) permite que hoje se chegue ao cúmulo de se dar atenção a ideias terraplanistas ou ainda, o que é pior, reverenciar ditadores e figuras abjetas de torturadores”.
No fim das contas, os algozes desembargadores (Gebran Neto, Leandro Paulsen e Thompson Flores) condenaram Lula sem provas a 17 anos de prisão de forma unânime da mesma maneira como fizeram no caso do Triplex do Guarujá e, ainda por cima, afrontando e provocando o STF. Foi um escárnio descarado: uma encenação para justificar a prisão a qualquer custo de um homem que, além de ser inocente, tirou milhões de brasileiros da pobreza.

EUA e TRF-4: um caso de amor

Mas os absurdos não pararam por aí. No dia 3 de dezembro de 2019, o conselheiro para Assuntos Políticos da Embaixada dos EUA em Brasília, Willard Smith, visitou o Tribunal da Lava Jato, o TRF-4, onde foi recebido de braços abertos pelo presidente da corte, o desembargador Victor Luiz dos Santos Laus. Este fato foi um inadmissível ato intervencionista nos assuntos internos do Brasil. Essa cena soou tão perturbadora quanto a reunião do embaixador americano Lincoln Gordon com os militares brasileiros para articular o Golpe de 1964.

O que fica claro para qualquer pessoa que preste atenção no contexto e na conjuntura dos fatos é que todo o processo contra Lula é uma armação rocambolesca para que a política brasileira continue atendendo aos interesses do grande capital estrangeiro. Os EUA, assim como interferiram na política brasileira para depor Vargas e Jango, estão interferindo novamente de forma descarada através do lawfare. A crise econômica na centralidade do capitalismo obriga as metrópoles (EUA e Europa) a imporem políticas predatórias de exploração e pilhagem contra os países em desenvolvimento (América do Sul, África e Ásia). E aqui, na terra descoberta por Cabral, temos os nossos próprios capitães do mato agindo politicamente para beneficiarem seus interesses pessoais e de outras nações. O TRF-4 é, por tudo que faz, um tribunal de inquisição a serviço da metrópole. E qualquer voz dissidente, como a do desembargador Rogério Favreto, por exemplo, é imediatamente rechaçada.

Parece que os tempos da Inquisição e da caças às bruxas voltaram com força total...

domingo, 8 de dezembro de 2019

Lute como um francês


Neste domingo, a França completa 4 dias de greves e protestos dos trabalhadores contra a reforma da previdência imposta pelos interesses capitalistas da burguesia francesa. Emmanuel Macron, assim como outros presidentes anteriores, está tendo o desprazer de enfrentar um povo unido e politizado que sabe muito bem lutar pelos seus direitos. Diante deste fato, é inevitável a comparação com o Brasil. As pessoas por aqui parecem anestesiadas, alienadas e conformadas com qualquer discurso capcioso de economistas neoliberais interessados em defender os interesses das classes dominantes contra o povo. É incrível a diferença entre brasileiros e franceses neste aspecto. Enquanto nós aceitamos ter nossas aposentadorias roubadas para engordar o sistema financeiro, acreditando inocentemente em um fantasioso "rombo na previdência" como desculpa, lá na França a coisa pega fogo. As pessoas por aqui não têm consciência de classe, não entendem que são roubadas e exploradas por uma elite parasita e rentista e ainda têm a cara de pau de dirigir a sua indignação contra pobres e funcionários públicos. Está tudo errado. Lá na França, os trabalhadores sabem do poder que têm e sabem que os verdadeiros inimigos são os bancos e as grandes corporações. A França dá uma aula ao Brasil e ao mundo de que somente a união entre os trabalhadores pode evitar que sejamos trucidados pela plutocracia. Você pode até ser um proletário conservador de direita, mas não pode se esquecer de quem você é e nem do seu real papel dentro sistema capitalista. Neste aspecto, como em tantos outros, a França ganha de goleada para nós.

sábado, 30 de novembro de 2019

O Brasil virou um país de doidos e psicopatas


A evolução é uma mentira, o aquecimento global é uma farsa, vacinas causam doenças, a Terra é plana, os ETs fizeram as pirâmides do Egito, o mundo tem 6 mil anos, o homem nunca pisou na Lua, a escravidão foi boa para os negros, o nazismo é de esquerda, a família tradicional está sendo ameaçado pela ideologia de gênero, o marxismo cultural está sendo ensinado nas escolas, o PT implantou uma ditadura gayzista-comunista através do Foro de São Paulo, neoliberalismo não existe, a ditadura foi branda... Essas e outras pérolas têm feito parte das convicções pessoais de muitos brasileiros nos últimos anos. A principal causa disso é, julgo eu, uma mistura da falência do nosso sistema de ensino básico com a disseminação de teorias conspiratórias difundidas impunemente na internet e nos whatsapps da vida. Sem o estímulo ao pensamento crítico, sem o conhecimento da metodologia científica e sem discernimento para distinguir o certo do falacioso, boa parte da população crê piamente em todo tipo de loucura criada por gente de má índole. O resultado é essa insanidade coletiva que tem se naturalizado cada dia mais.

Brasileiro médio contaminado pelo senso comum.

Mas, infelizmente, a coisa não para por aí. Não são apenas os loucos que nos atormentam. Temos também os psicopatas, a começar pelo presidente da república que sempre demonstrou desprezo (e ódio) por mulheres, negros, índios, homossexuais e esquerdistas em geral. Como reflexo disso, mais uma pessoa (progressista) foi assassinada por motivos políticos. Depois do mestre Moa do Katendê na Bahia, agora foi a vez de um idoso ter sido espancado até a morte em Santa Catarina simplesmente por ser de esquerda. É o fascismo em seu estado cru perdendo o pudor e o controle. O fascismo nasce da ignorância e do medo, gerando loucura e psicopatia em pessoas comuns. É por isso que temos que unir forças contra o obscurantismo e contra o ódio. Somos melhores do que isso. Precisamos dar o exemplo resgatando valores nobres entre nós como a empatia, o altruísmo, o respeito, a compaixão, a generosidade, a gratidão... E se esse resgate não for feito a tempo, temo que em pouco tempo estaremos de volta à barbárie.
Outra atitude fundamental é a defesa de uma pedagogia crítica que desperte nos estudantes a curiosidade, a dúvida e o desejo de buscar a verdade através de fontes seguras ao invés do whatsapp ou de gurus aloprados que se julgam donos da verdade. A mudança para um mundo melhor depende de nós. Afinal de contas, o que é perigoso não é o grito dos maus, mas, sim, o silêncio dos bons.

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

A culpa não era do Gugu


Desde a morte do apresentador Gugu Liberato, no dia 22 de novembro de 2019, que tenho visto uma enxurrada de críticas na internet contra o apresentador vindas de gente que julgava o caráter dele de acordo com o conteúdo dos programas que ele exibia na televisão. Por mais que eu concorde que os programas de auditório brasileiros não acrescentem coisa alguma intelectualmente às pessoas, é preciso admitir que eles nunca tiveram uma proposta educativa. Programas populares de auditório no Brasil existem para atender a dois objetivos principais: o primeiro é entreter e distrair as massas, alienando o povo sobre os verdadeiros problemas. E a segunda razão é para ganhar mais audiência e (consequentemente) mais dinheiro dos anunciantes. Portanto, nessa conjuntura de dominação intelectual da população em nome do lucro, programas inteligentes e que despertem o senso crítico das pessoas nunca poderiam existir.

O sistema e seus plutocratas jamais permitiriam que a imprensa oligárquica que os serve trouxesse conteúdo construtivo para as pessoas. A mídia brasileira jamais vai querer despertar o pensamento crítico nas pessoas pelo simples fato de que o pensamento crítico é uma ameaça à hegemonia da ordem dominante. Se as pessoas começarem a contestar as coisas ao seu redor, elas irão contestar suas crenças, o senso comum, o seu papel no mundo e o sistema como um todo. A dúvida é a maior inimiga do sistema, porque ela nos liberta das nossas falsas convicções!

É por tudo isso que os programas dominicais de auditório são tão apelativos e sem conteúdo. E a culpa disso não é do Gugu, do Faustão ou do Silvio Santos. A culpa é do sistema. Não culpem o Gugu, culpem o sistema. A guerra dos progressistas não deve ser contra pessoas, mas sim contra a opressão.

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Religião e sexualidade não combinam


Há um tempo atrás, eu me deparei no Yahoo Respostas com uma pergunta de um sujeito que queria saber quais eram as posições sexuais permitidas pela igreja para ele fazer com a esposa. Ele estava aflito porque queria variar, mas tinha medo de estar desagradando a Deus com uma posição que fosse desaprovada pela Bíblia. Daí que eu me lembrei como são as coisas até hoje dentro das igrejas, independentemente de denominação.

Para boa parte das igrejas, sexo só pode ser feito para procriação, dentro de um quarto escuro (para não verem a nudez do outro) e da forma mais pudica e breve possível. E a loucura não para por aí: tipos 'alternativos' de sexo é pecado, preliminares é pecado, posições diferentes é pecado, lugares diferentes é pecado, camisinha é pecado, brinquedinhos sexuais é pecado, fantasias sexuais é pecado, masturbar é pecado, erotismo é pecado, pornografia é pecado, sentir desejo por alguém fora do casamento é pecado, ménage à trois é pecado, falar sobre sexo é pecado, PENSAR em sexo é pecado... Isso porque eu nem mencionei o que falam a respeito da homossexualidade... Aí, no fim das contas, querem que os fiéis não sejam frígidos, recalcados, problemáticos, moralistas e frustrados.
O sujeito que fez a pergunta que citei no início deste post é a prova de que a repressão religiosa à sexualidade não faz bem a ninguém. Tratar a abstinência sexual como "virtude" ou "pureza" é algo totalmente contra os nossos instintos aprimorados ao longo de milhões de anos de evolução para a variabilidade genética num planeta hostil. A natureza nos fez para transarmos por prazer, a reprodução foi uma consequência. Aliás, a atividade sexual é um dos elementos básicos da Pirâmide de Maslow junto com alimentação, água, respiração, sono e excreção.


Mas o grande absurdo que ninguém para pra pensar nisso tudo é que um deus que tem o universo inteiro para cuidar (e olhe que o universo é MUITO grande) acha mais importante dar uma de voyeur para saber o que cada primata falante faz em sua intimidade em um mísero planetinha de uma galáxia qualquer. Por que esse deus é tão obcecado com a nossa sexualidade? Será algum fetiche dele?
Eu sempre achei uma contradição burra esse (falso) moralismo cristão, porque além dele ser inútil em suas proibições medievais, só faz com que as pessoas se sintam culpadas. Nessa loucura toda, o que aumenta é o número de pessoas infelizes, de casamentos apressados, de gravidezes indesejadas, de DSTs e de apóstatas que abandonam suas religiões devido ao sufocamento da sua sexualidade. Creio que se houver um deus pessoal, ele não terá qualquer motivo para proibir que sejamos livres e felizes para viver a nossa sexualidade como uma dádiva. É por essas e outras que eu sou muito feliz por ter me livrado das garras da religião.

Namastê!