quarta-feira, 6 de julho de 2022

E a ameaça autoritária continua no Brasil


Tanto Jair Bolsonaro quanto seu futuro vice Braga Neto estão ficando muito insistentes na possibilidade de não reconhecerem o resultado da eleição caso o TSE não aceite integralmente as auditorias exigidas por eles com relação às urnas eletrônicas. É a velha ameaça golpista pairando sobre o país mais uma vez. Se em 1964 usavam a fake news de que "o Brasil viraria uma nova Cuba" e em 2016 que o PT iria "afundar o Brasil", agora a justificativa do momento é de que as urnas eletrônicas não são confiáveis. É óbvio que essa ameaça é porque eles sabem que irão perder as eleições e a mamata irá acabar. Não aceitar o resultado das eleições por fake news envolvendo as urnas é coisa típica de república bananeira. Daí que um golpe clássico – no melhor estilo quartelada (sargentada) – entraria em conflito direto com TSE, STF, parte da imprensa e nem seria apoiado pela maioria da população. Nem os EUA – pelo menos até o momento – demonstraram apoio a essa porralouquice golpista no Atlântico Sul. Portanto, um Golpe de Estado tornaria o Brasil uma espécie de "Venezuela de direita" e isolaria o Brasil diplomaticamente e economicamente. Não há mais espaço para aventuras golpistas dessa natureza na América Latina. Além da própria conjuntura não favorecer a um novo Golpe. 

Rejeição ao atual governo inviabiliza a sua reeleição.

Apesar da alta rejeição ao atual governo, eu não abraçaria um wishful thinking comum aos ingênuos defensores da nossa frágil democracia burguesa. As milícias, os pastores amigos do governo, parte do empresariado, parte dos generais e das polícias estão dispostos a ir às últimas consequências para defender este governo fascista. Mas será mesmo que o nosso país precisa passar por mais uma página sangrenta e autoritária para defender um governo corrupto e que não dá a mínima para os mais pobres?

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