urante os últimos meses, fiz uma reflexão muito interessante sobre a vida e, através dela, cheguei à surpreendente conclusão de que
a morte simplesmente não existe!
Quando algo ou alguém que gostamos muito se vai, este algo ou alguém sempre deixa um pedacinho de sua essência dentro de nós. Isso porque nós somos o resultado direto do conjunto de elementos que fizeram parte das nossas vidas.
As pessoas que foram importantes para nós sempre estarão vivas em nossa essência, seja através de uma lição que nos foi passada na infância, ou de um sentimento que nos ajudou a amadurecer, ou de uma pequena idiossincrasia que imitamos sem perceber, ou até mesmo através de gestos que repetiremos para os nossos filhos, netos, bisnetos e para as futuras gerações.
Fisicamente falando, os nossos corpos, de certa forma, também não morrem, pois a grande maioria dos átomos de que somos feitos é pura poeira de estrelas que tem como missão voltar à natureza para que novas formas de vida possam surgir a partir deles.
Morrer é, portanto, uma oportunidade que damos para que outras vidas surjam, evoluam e se perpetuem no interior deste poderoso cosmos que nos gerou.
Nós somos os guardiões do significado da vida, somos proprietários temporários das partículas que somos feitos e testemunhas da coisa mais sagrada que existe no universo: a nossa existência. Porém, tais fatos não devem nos iludir com a falsa impressão de que tudo se acaba com a morte.
A morte é apenas o fim de um ciclo e o início de outros. Da mesma forma que antigas estrelas morreram para que nós pudéssemos existir bilhões de anos depois a partir das suas cinzas, novas formas de vida hão de surgir das nossas cinzas também.
Somos como a Ave Fênix, que renasce do seu próprio pó. Sendo assim, a matéria de que somos constituídos é indestrutível e eterna. Aliás, eu iria além: creio que todos nós somos um único ser ligados pela mesma essência e pela mesma força. Nós somos muito mais do que imaginamos ser.
Quando chegar a hora de entoarmos o acorde final das nossas vidas, estaremos apenas voltando ao antigo estado ao qual pertencemos antes de existirmos. Estaremos por aí nas cores das flores, na maresia das praias tropicais, na luz do astro rei que aquece o planeta, nos cantos dos pássaros, no brilho dos olhos de uma criança apaixonada pela vida, nas lágrimas de felicidade de uma mãe que abraça o seu filho recém nascido, no calor humano das pessoas que acolhem os desabrigados, nos sentimentos afáveis que perduram entre os nossos descendentes...
Não morremos jamais, porque a morte simplesmente não existe. O que existe é a transformação, é a mudança e a infinitude desta essência inexplicável que está em todos nós.
Nós fazemos parte de um ciclo sem fim!
"Deus está dentro de você e ao seu redor, e não em castelos de pedra ou em mansões de madeira. Levante uma pedra e encontrará Deus. Quebre um pedaço de madeira e Ele estará ali. Quem souber o significado dessas palavras jamais conhecerá a morte." (Jesus de Nazaré)