quarta-feira, 31 de julho de 2024

Capitalismo não rima com democracia


Todo mundo já devia saber que capitalismo e democracia não podem coexistir numa mesma frase sem causar um paradoxo. O que existe no capitalismo é uma pseudo democracia semi-representativa que é forçada a atender aos interesses das classes dominantes. A eleição norte-americana, por exemplo, é uma farsa burguesa onde um partido de direita liberal concorre contra partido de direita conservadora. Tanto democratas quanto republicanos vivem de política externa predatória onde guerras, roubos, crises e desigualdades são necessários para manter os EUA como nação mais rica e poderosa do mundo. Mas ninguém se atreve a criticar a eleição americana. A nossa imprensa burguesa só ataca as eleições da China, Rússia, Cuba e Venezuela porque são países que representam uma pedra no caminho do imperialismo estadunidense. Honestamente, não me interessa se as eleições da Venezuela são legítimas ou não. Isso não é problema nosso. O Brasil tem o dever de respeitar as eleições da Venezuela assim como respeita a dos EUA e demais países da panelinha capitalista do G7. 

A narrativa da mídia corporativa – alinhada com os interesses americanos – quer mostrar que Maduro é um "ditador sanguinário" que realizou eleições ilegais com a óbvia intenção de desacreditá-lo para, naturalmente, facilitar sua deposição e entregar o petróleo Venezuelano numa bandeja para as "Sete Irmãs" via políticas neoliberais. Ora, se a Venezuela é uma ditadura, os EUA são uma muito pior onde a classe trabalhadora não tem nenhum representante federal para brigar com a direita. Escolher entre Kamala Harris ou Donald Trump é meio como escolher com qual vaselina o povo vai ser enrabado, ou, numa linguagem mais douta: escolher entre o Alien ou o Predador no filme Alien Versus Predator. Não importa quem vença: todos nós seremos devorados no final.

Democracia só é possível quando o poder real estiver nas mãos na classe trabalhadora. O resto é conversa pra boi dormir.

domingo, 28 de julho de 2024

Só o ecossocialismo pode evitar a nossa extinção


Reverberou bastante nos últimos dias uma suposta notícia divulgada pela Nasa de que várias regiões do Brasil estariam inabitáveis daqui a 50 anos devido a alterações climáticas causada pela espécie humana. Claro que há um exagero nesta notícia, porque ela é um clickbait para nos alertar que o aquecimento global está acelerando de forma mais acentuada do que as projeções nos alertavam. Não haverá inabitabilidade daqui a algumas décadas, mas haverá, contudo, um aumento importante nas temperaturas a ponto de causarem danos irreversíveis na fauna e na flora de várias regiões do mundo – além do aumento dos níveis dos oceanos. Se as coisas continuarem neste ritmo, estaremos rumando para o início da sexta extinção em massa do planeta causada pelo nosso curto e trágico antropoceno. E o único meio de evitar uma tragédia para nós e para o planeta é mudando radicalmente o modo de produção. Temos que substituir o capitalismo por um sistema cuja economia seja baseada em recursos, que seja sustentável. O Projeto Vênus e o Ecossocialismo são os melhores candidatos. Não é mais possível viver como se os recursos naturais fossem infinitos e como se a natureza fosse imune a toda essa agressão que causamos ao planeta.

A cada dia que passa parece ficar mais claro que o grande filtro do paradoxo de Fermi é exatamente essa teimosia em insistir em um modo de produção autodestrutivo que só serve para enriquecer no curto prazo uma maldita casta burguesa que só pensa no agora e neles mesmos. Mas em algum momento chegaremos no ponto de não retorno e, daí para frente, meus nobres amigos, será tarde demais. Aí é adeus espécie humana e seremos mais uma civilização no cosmo sucumbindo ao grande filtro.