quarta-feira, 31 de março de 2021

A peste, a fome e a guerra


Estamos vivendo, neste momento, um pesadelo caótico – uma pandemia apocalíptica – como exaustivamente alertou a OMS no ano passado caso medidas contundentes não fossem tomadas. Se a realidade brasileira já era dura sem pandemia, agora então foi que a vaca foi pro brejo. Uma quantidade aterradora de brasileiros está sem emprego, sem renda, sem vacina, sem comida, sem remédios, sem oxigênio, sem água potável e até sem luz elétrica como consequência direta dessa pandemia. Os que ainda têm moradia, ou estão a beira de um ataque de nervos devido ao isolamento social, ou estão ameaçando colapsar ainda mais o sistema de saúde completamente saturado de profissionais extenuados, sobrecarregados e desesperados com a situação alarmante das UTIs. Já as pessoas que não têm sequer um teto para morar estão ao relento, expostas ao frio, à violência, à humilhação e passando todo tipo de necessidade. 

Mas a tragédia não para por aí. O custo de vida subiu, os preços dos produtos de primeira necessidade dispararam, aumentou o número de pedintes nas ruas, estão ocorrendo mais furtos, mais assaltos, mais saques... Com um auxílio emergencial pífio, o trabalhador não tem escolha a não ser encarar o abatedouro, seja se aglomerando nos transportes públicos lotados para ir ao trabalho, seja se submetendo a subempregos arriscados em condições insalubres. Já os que não conseguem um trabalho estão dependendo desesperadamente da solidariedade alheia para não morrer de fome junto com sua família inteira. Enquanto isso, nos cemitérios, faltam caixões para enterrar tantos mortos que sequer podem receber um funeral ou uma última despedida dos entes queridos. É uma tragédia. E não foi por falta de aviso.

Além da peste e da fome, agora há também o risco de uma rebelião das polícias militares instigadas pelo bolsonarismo contra os governadores, acentuando o caos. Temos ainda a chance de mais um Golpe de Estado, chance de mais repressão, de mais violência e de mais pessoas dos grupos de vulnerabilidade social sendo assassinadas. É o cenário perfeito para o apocalipse. Se sobrevivermos a esse massacre, teremos que ensinar para as futuras gerações que o autoritarismo, o negacionismo e o extremismo são a receita perfeita para o nosso aniquilamento. A ciência, a democracia e o diálogo são pilares que devemos defender pelo resto de nossas vidas. Só assim teremos alguma chance de perdurar como civilização neste pequeno pedaço de rocha cósmica chamado Terra. Se é pela dor que vem as maiores lições, então que esta seja a maior de todas. Afinal de contas, a maior lição que a vida pode nos dar é aquela que mais teimamos em não aprender. 

Força, Brasil.

terça-feira, 30 de março de 2021

Golpe furado


Há algo grande e incomum ocorrendo nos bastidores da política brasileira. E a ponta do iceberg dessa crise política está se mostrando através da troca de vários ministros, da demissão simultânea dos três chefes das FFAA, da ameaça de intervenção dos Estados Unidos na nossa crise pandêmica, do assassinato do policial militar que surtou em Salvador, dos protestos explodindo em SP, da véspera de completar 57 primaveras do Golpe de 64... A impressão que dá é que, aproveitando essa turbulência toda, Bolsonaro tentou colocar em prática o seu velho sonho de ser ditador do Brasil – mas houve resistência entre seus (ex) aliados. A ideia de tentar impor um estado de sítio para manter esse verdadeiro genocídio diante da Covid-19 não parece ter ganho simpatia entre o alto comando do braço armado da República. Tudo indica que o negacionista mor do Palácio do Planalto foi para o tudo ou nada na tentativa de ter o controle absoluto e quebrou a cara. Por enquanto, pelo menos.

Esse cenário me lembrou daquela didática partida de blitz entre os campeões de xadrez Judit Polgar e Magnus Carlsen que ocorreu em 2014. Se fôssemos comparar de forma pedagógica com aquela partida, é como se o Bolsonaro tivesse jogado com a agressividade da Judit Polgar pelo controle do centro do tabuleiro e caído diante da sua própria imprudência de tentar um arremate a todo custo. A diferença aqui é que se Bolsonaro fosse um enxadrista, ele não teria a mesma elegância da Judit e nem abandonaria a partida quando sua iniciativa fosse perdida. Ele seguiria jogando até cair diante de um inevitável xeque-mate.

sábado, 27 de março de 2021

Lula será candidato?


Não é de hoje que parte da elite brasileira demonstra insatisfação com o atual presidente. Banqueiros, empresários, latifundiários, juízes, políticos graúdos e generais não estão lá muito satisfeitos com a forma com a qual o inominável está conduzindo o país durante a pandemia. E isso não é porque a nossa elite do atraso está preocupada com o povo, com os trabalhadores ou com os mais vulneráveis que estão morrendo feito moscas com a Covid-19. A preocupação da elite é que a água já está batendo no bumbum dela. Hospitais que tradicionalmente atendem aos membros da alta burguesia já estão ficando estupidamente lotados e sem vagas nas UTIs. Um ricaço – assim como qualquer outra pessoa – não quer correr o risco de ficar sem vaga na UTI caso se contamine com o coronavírus. Outro problema grave é que os lucros dos plutocratas não têm aumentado tanto quanto eles gostariam. Se o Bolsomorte fosse menos bronco e incompetente, a economia não estaria em frangalhos e o projeto neoliberal poderia ser passado adiante sem tantos problemas. A verdade é que, por conta disso, o Bolsomonstro agora virou refém do "centrão". Se não agradar a ala fisiológica do parlamento, ele ficará isolado com seus milicianos, com seu gado puxa-saco e com os generais mais fiéis. Um isolamento político fará o genocida presidente 'sangrar' até chegar hemorrágico na eleição de 2022. Diante desse quadro, algumas pessoas podem estar se perguntando: "Mas e o Lula? Ele recuperou os direitos políticos. Será que ele será o candidato que vencerá o bolsonarismo em 2022?" Sendo curto e grosso, eu apostaria que NÃO.

Ora, o Golpe de 2016 não foi dado para que Lula voltasse 6 anos depois e desfizesse todas as reformas neoliberais. O retorno do PT não tem sentido numa conjuntura de ruptura institucional. O que as elites querem é um presidente NEOLIBERAL que se comporte de forma minimamente civilizada. E pode ter certeza que tentarão de tudo, de Huck a Mandetta, indo do PSDB ao PSB, nem que tenham que apoiar um social-liberal como o Ciro Gomes. Mas apoiar candidato petista não me parece racional ou plausível, a menos que seja para golpeá-lo em seguida e usar o seu vice como títere na base da chantagem, como foi no caso da chapa Dilma/Temer.

Mas enfim, como ainda há muita água para passar por baixo da ponte e os candidatos da direita tradicional estão muito enfraquecidos, pode ser que até lá a elite concorde que Lula é menos pior que Bolsonaro e apoie um possível governo petista desde que ele ocorra com várias restrições e seja controlado a rédeas curtas. Ora, todos sabem que o Lula é um conciliador. Vai que cola de novo aquele lema "Lulinha paz e amor". Enfim, os próximos capítulos desse House of Cards brasileiro serão decisivos. Quem viver, verá.

quinta-feira, 25 de março de 2021

E caiu mais um herói da direita


Existem muitos brasileiros que se esquivam de maneira tragicômica daquela pergunta: "você é de esquerda ou de direita?", dando uma resposta ambígua que entrega instantaneamente de que lado eles estão. Por serem despolitizados (ou isentões), eles respondem que se consideram "apartidários", "que não existe esquerda e direita" ou, simplesmente, repetem o velho clichê "meu partido é o Brasil". Mas, na verdade, a gente sabe por vivência que essa turminha que dá essas respostas é, sim, de direita, seja por osmose (indução), seja por vergonha de admitir que é de direita. Ainda assim, em caso de dúvida diante desses isentões, uma maneira certeira de saber de que lado do espectro político eles estão é bisbilhotar o histórico de suas publicações nas redes sociais e ver quem foram seus heróis ou suas referências nacionais na construção de um país melhor. E aí, camarada, é tiro e queda. 

A gente reconhece as pessoas direitoides/conservadoras pelos ídolos caídos delas: Japonês da Federal (preso na Operação Sucuri), Eduardo somos milhões de Cunha (preso por corrupção), Aécio Neves (desmoralizado pelas delações de Sérgio Machado) e agora o ex-juiz Sérgio Moro. Desses todos, quem sofreu a maior queda foi o Sérgio Moro, que foi tratado como herói contra a corrupção, como semideus contra a impunidade, que posou ao lado de gente graúda, que ganhou cargo de ministro da justiça no governo Bozo e que agora teve suas patifarias trazidas a público via Intercept/Operação Spoofing e amargou a suspeição no caso Lula. Bem feito. Mas, na minha humilde opinião, o marreco de Maringá tinha que ser preso por crime de lesa-pátria por contribuir para a destruição de nossas empreiteiras e por ter ajudado Bolsomorte a se eleger. Foi realmente ridículo ver aquela prisão absurda do Lula ser tratada como ato de heroísmo e ainda ser reiterada vergonhosamente (e por unanimidade) pelo TRF-4 e pelos vogons ministros do STJ. Mas como mentira tem pernas curtas, ficou claro que toda a encenação da Operação Lava Jato não passou de um ato político para beneficiar Moro e procuradores da força-tarefa em seus planos maquiavélicos de poder.

Se essa tendência continuar, o próximo herói da direita a cair será o genocida aspirante a Hades que nunca teve compostura ou competência para ocupar o cargo em que está. E pela altura que ele subiu, a maior entre todos os "heróis" caídos até agora, a queda dele será a mais homérica. Afinal, quanto maior a altura, maior o tombo. Quando será que a direita criará vergonha na cara e terá ao menos UM herói decente? Ou será que é impossível ser herói e de direita, já que nela só tem vilões? Enfim, triste o país que precisa de heróis...

quarta-feira, 24 de março de 2021

300 mil mortos


É complicado escolher as palavras certas para se usar neste momento tão trágico da nossa história. Não existe na cronologia brasileira uma tragédia tão grande que tenha matado tantas pessoas em tão pouco tempo como agora. Em um dia morrem mais brasileiros de Covid-19 do que em todas as tragédias da nossa história. Para se ter uma ideia, o coronavírus matou em um ano dez vezes mais que a própria gripe espanhola. Nem mesmo as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki mataram tantas pessoas. Em alguns municípios brasileiros já estão faltando até caixões para enterrar tantos mortos. Viramos uma grande necrópole. Eu não preciso nem dizer quem é o principal responsável por essa tragédia e que a imprensa podre que apoiou essa besta-fera também tem sua parcela de culpa no cartório. O que eu me questiono é: se tivéssemos outro presidente, seja ele Lula, Ciro, Haddad, Alckmin ou até Meireles, será que esse verdadeiro genocídio estaria ocorrendo? Fica aí a reflexão para quem ainda não se arrependeu de ter digitado 17 nas urnas em 2018.

segunda-feira, 22 de março de 2021

Como lidar com a feiura imaginária


Já faz tempo que fiquei de responder o comentário de um leitor que me pediu ajuda para lidar com a "feiura" dele. Não me lembro quando nem em que postagem ele comentou, mas ele se dizia deprimido por se sentir a pessoa mais feia do mundo e por nenhuma garota se interessar por ele. Como sei que tem muita gente que passa por problema semelhante, resolvi dedicar este post para dar uma resposta definitiva à questão. Segue abaixo a minha resposta:


Caro leitor que se acha feio, este aqui que te escreve já passou por essa sua fase. Eu tenho autoridade para falar deste assunto porque já fui um desses caras que me achava feio para dedéu. Você deve ser bem jovem e nessa fase da vida é comum basearmos nossas qualidades apenas naquilo que percebemos à primeira vista: a nossa aparência física. Quando era adolescente, lá na quinta série, eu era conhecido por ser o aluno mais feio e desengonçado do colégio. Mas também pudera: eu era magrelo, alto, cabeçudo, esquisito, com cabelo de espanador, com nariz de batata, cheio de espinhas na cara, com óculos fundo de garrafa e meus colegas me chamavam de "Tom Cruise" ou de "Leonardo DiCaprio", ironizando a minha feiura. Faziam piadas e chacotas comigo direto. Era um saco. No início, eu me incomodava, mas depois, eu levei tudo na esportiva. Daí que percebi que 99% das pessoas que diziam que eu era feio eram outros garotos: e garotos invejosos, porque enquanto algumas gurias se encantavam com minha inteligência e meu jeito tímido, eles se mordiam de inveja dos elogios que eu recebia delas. Foi aí que eu comecei a superar essa fase de feiura imaginária e a me aceitar como sou.

A dica que eu dou é que você também desencane da sua "feiura". Foque nas suas qualidades. Se você ficar focando apenas nos seus defeitos, vai se sentir cada vez mais deprimido e derrotado. Se não tiver qualidades (coisa que eu duvido), então construa, crie, essas qualidades. Procure ser bom no seu trabalho, nos estudos, nos esportes, nos games, na escrita, no desenho, no canto, na dança, na música... Tente ficar bom em algo e foque nisso. A aparência é uma coisa secundária, porque a beleza é uma qualidade que emana de dentro para fora. Seja uma boa pessoa: educado, honesto, atencioso, cuidadoso, respeitoso, solidário e altruísta que mesmo que você seja fisicamente feio, as pessoas irão te enxergar com outros olhos. Afinal, de que vale ser bonito por fora e ser uma pessoa desprezível por dentro? Até a pessoa mais linda do mundo tem dias que se acha feia. Todo mundo sofre em maior ou menor grau dessa "síndrome do patinho feio". E, na moral, vamos ser francos: ninguém liga para nossa aparência. Não dê importância ao que os outros dizem sobre a sua aparência, afinal, a aparência é só a casca, só o rótulo. O que vale em nós é o conteúdo. Se alguém te zoa por ser "feio", certamente essa pessoa está querendo tirar o foco dela mesma e de seus próprios defeitos ao apontá-los para você. No meu caso, os meus colegas não se conformavam que um quatro olhos desengonçado pudesse ser elogiado e até desejado por meninas que desprezavam a superficialidade deles.

Sobre relacionamentos, ninguém precisa de se relacionar romanticamente para ser feliz. Isso é apenas um padrão normativo da sociedade patriarcal. Eu mesmo detesto relacionamentos e eles não me fazem a menor falta. Recomendo esta postagem sobre esse assunto (leia os comentários também) para você se libertar dessa ilusão de que é impossível ser feliz sozinho. Essa história de idealizar um parceiro para a vida toda é um conto de fadas. E se acha que não consegue alguém por ser feio, putz... Se alguém gostar de você só por sua aparência, ela não gosta de você, mas sim da sua aparência. Quem gosta de você tem que te amar pela sua essência. Fuja de quem só te escolheu pela sua beleza. Aliás, essa é uma vantagem de ser feio, porque ninguém vai ficar contigo só por você ser atraente fisicamente. E a beleza não dura para sempre, ao contrário de outras qualidades como a inteligência e o senso de humor que podem durar a vida toda.

Enfim, caro leitor esquecido, desculpe a demora em te responder. Se ainda acompanhar o blog, espero que agora tenha ao menos uma dica de como levar uma vida mais feliz e despreocupada com coisas tão pouco relevantes. Abração e boa sorte.

domingo, 21 de março de 2021

Afinal, é genocídio ou não é?


Existem muitos puristas que não concordam que o adjetivo "genocida" seja atribuído ao atual presidente da república. Isso porque estaria ocorrendo a banalização de uma palavra usada para se referir a massacres históricos como o holocausto ou a morte em massa de índios durante a colonização. Ok, isso pode ser considerado numa discussão mais acadêmica. Mas a nível prático, as centenas de milhares de mortes causadas pelo coronavírus no Brasil ganharam muito mais projeção depois que o governo federal resolveu subestimar a pandemia e tratá-la com desdém, cloroquina e ozônio na cavidade anal. Quem está, de fato, combatendo a pandemia são os governadores, prefeitos e os nossos heroicos profissionais de saúde. 

Eu tenho uma tese de que Bolsonaro e seus asseclas não são burros como muitos defendem por aí. Essa história de ser contra a quarentena e o lockdown pelo fato deles supostamente "prejudicarem" a economia é uma atitude burra demais até para seres ignorantes como o presidente. Também discordo que o presidente e seus ministros sejam simplesmente preguiçosos e irresponsáveis. A minha interpretação da realidade é que Bolsonaro é um psicopata mesmo. Ora, um sujeito que é o exemplo perfeito de fundo de poço moral para um ser humano tem todos os motivos do mundo para causar o caos. Pegue o passado dele e veja seu fetiche por ditaduras, por torturadores, por mortes e por guerra civil que fica claro do que tudo se trata. Um sujeito que disse que só não estupraria uma deputada porque ela "não merecia" e que elogiou o ditador pedófilo Alfredo Stroessner não é capaz de sentir empatia.

As ações de negligência do governo Bolsonaro são propositais. E para ser genocida, basta você causar muitas mortes por ação ou omissão. No caso do presidente brasileiro, ainda há um agravante por haver traços de eugenia nesse comportamento omisso durante a pandemia. Se acha exagero alegar eugenia, observe que as maiores vítimas da Covid-19 são pobres, negros, trabalhadores, idosos e pessoas com comorbidades. É como se fosse uma ação deliberada de limpeza étnica para eliminar os mais "fracos" e criar uma imunidade de rebanho entre os sobreviventes que seriam supostamente "mais fortes". Pelo menos essa é a minha leitura dos fatos. É por isso que não acho exagero comparar o Bolsomorte com nomes como Pol Pot, Stalin, Hitler e Pinochet. Não importa como se mata, mas, sim, o fato de matar deliberadamente cidadãos em nome de uma ideologia, seja ela a do dinheiro ou da eugenia.

Se o que ocorre hoje no Brasil não é um genocídio, então precisa de um substantivo à altura para ser definido. Porque em nenhum país do mundo, mesmo nos mais autoritários, os seus governantes estimulam atitudes que levam à morte de seus compatriotas.

sábado, 20 de março de 2021

Bolsonaro é uma ameaça contra a raça humana


Não, não é exagero afirmar que Jair Bolsonaro tornou-se uma ameaça global. O que sustenta essa afirmação é a própria natureza. Quanto mais um vírus se espalha, mais ele sofre mutações. No caso do Brasil, onde a pandemia segue descontrolada, as chances de termos novas variantes do vírus é muito grande. Cientes disso, dezenas e dezenas de países estão fechando as fronteiras para o Brasil. Isso torna o nosso presidente da república diretamente responsável pelo nosso isolamento diplomático. Afinal, Bolsonaro é um negacionista irresponsável que tratou com desdém um vírus que matou quase 300 mil brasileiros. Se uma nova versão do vírus resistente a essas vacinas surgir aqui no Brasil, o principal culpado será, sim, o chefe do executivo. E quem vai pagar caro por isso é toda a raça humana, porque não serão só brasileiros que morrerão com as novas cepas do coronavírus.

quinta-feira, 18 de março de 2021

O negacionismo está vencendo


A eleição do inominável em 2018 não representou apenas a vitória do neoliberalismo e da avareza das classes dominantes. Foi muito mais grave. Eu que acompanho política há algum tempo já sabia que a família Bolsonaro era ligada a grupos anticiência, negacionistas e ultraconservadores. Bastava ver quem era o guru ideológico do presidente para saber qual era a sua turma: nada menos que o conspiracionista-mor da extrema-direita Olavo de Carvalho.

Todos esses ataques contra a ciência, contra médicos e jornalistas só escancaram o óbvio que eu e muitas outras pessoas tentamos avisar: que Jair Bolsonaro seria o pior e mais perigoso presidente da história. E com a chegada da pandemia do coronavírus, essa previsão transformou-se numa trágica realidade. Um presidente que desdenha o uso das máscaras, que discorda do isolamento social, que se omite em combater de forma contundente a pandemia, que é apoiado por grupos antivacinas, que não tem a menor empatia pelos parentes das vítimas e que minimiza a tragédia não pode continuar no poder. Afinal, quanto mais o monstro negacionista permanece no governo, mais brasileiros morrem. E como se não bastasse esse verdadeiro genocídio que tem tirado a vida de quase 3 mil brasileiros por dia, ainda temos outro problema gravíssimo: a fome. Um auxílio emergencial que não paga nem um terço de uma cesta básica não vai servir nem de paliativo para as famílias mais carentes.

E como no Brasil nada está tão ruim que não possa piorar, segundo uma pesquisa do Datafolha, o monstro que preside o Brasil ainda conta com 30% de aprovação mesmo com todo o caos na saúde e na iminência de um colapso funerário. 50% dos entrevistados, segundo a mesma pesquisa, também são contra o impeachment da besta-fera. Isso só mostra uma vitória da ignorância, da despolitização, do negacionismo e das mentiras. Honestamente falando, acho que estamos no pior cenário possível, porque não há qualquer luz no fim do túnel.

segunda-feira, 15 de março de 2021

A melhor surra é um bom diálogo


Se tem uma atitude que eu acho estúpida por parte dos progressistas é essa mania de insultar de burro, analfabeto político ou fascista um eleitor arrependido de ter votado no Bolsomerda. Sim, eu sei que estamos do lado certo da história e que dá vontade mesmo de dar uma surra nessa gente que elegeu esse psicopata genocida – mas, por favor, vamos manter a civilidade e deixar a nossa arrogância de lado. Entenda que são pouquíssimas pessoas que possuem o privilégio de estudar e compreender minimamente sobre como funciona o nosso sistema político. A grande maioria da população passa 24 horas por dia trabalhando, distraindo-se com futilidades, doando seu tempo e dinheiro para as igrejas, absorvendo uma avalanche de fake news nas redes sociais e, no fim do dia, só tem tempo de se informar sobre política através da grande mídia corporativa. O resultado disso é que muita gente foi induzida de forma capciosa ao erro, cometendo o suicídio político de votar no ser vil que preside o país.

Num dia desses, por exemplo, eu estive a conversar com um ex-eleitor do Bolsomonstro e ele me disse que infelizmente foi "obrigado" a votar no Coiso no segundo turno porque o outro candidato era do partido "mais corrupto do Brasil". Segundo esse ex-eleitor do inominável, era melhor votar em alguém que tinha a "chance de ser honesto" do que em um candidato de um partido comprovadamente corrupto. E foi aí que eu tive que explicar ao dito cujo que a corrupção não é exclusividade de um único partido. Todos os partidos PRECISAM se corromper quando chegam no governo caso queiram ter alguma governabilidade. Isso ocorre porque o nosso sistema, o presidencialismo de coalizão, exige o "toma lá, dá cá" para que corruptos tenham suas mamatas garantidas. E quem se recusar a entrar neste jogo, toma logo um impeachment, que foi exatamente o que ocorreu com Collor e Dilma. A corrupção não vai acabar simplesmente mudando o presidente da república. A corrupção só vai acabar diminuir com uma reforma política, com transparência, com fiscalização popular e com um poder judiciário imparcial. Aliás, como citei no post passado, acabar com a corrupção é impossível, uma vez que em todos os países do mundo existe corrupção. A única coisa com que podemos acabar de fato é com as injustiças sociais. E para isso precisamos votar em políticos de esquerda que se preocupem com emprego, renda, tributação progressiva e em melhorar a vida dos mais pobres.

É claro que não consegui mudar o ponto de vista do meu interlocutor com esse argumento. Ele continuou alegando que o PT é mais corrupto que os outros partidos porque destruiu a Petrobras e que a corrupção é o maior problema do Brasil. Mas ao menos o cara me ouviu. É melhor deixar plantada a sementinha da dúvida do que brigar, insultar e acabar piorando as coisas. No fim das contas, eu sei que apesar dele não ter percebido, o pobre cidadão iludido pelas mentiras antipetistas levou uma surra intelectual minha. E como costumo dizer, a melhor surra é um bom diálogo.

domingo, 14 de março de 2021

Esqueça a corrupção. A desigualdade é o maior problema.



Ah, a corrupção... O maior problema da humanidade segundo a maioria dos brasileiros. É uma verdadeira obsessão na classe média brasileira acreditar que todos os problemas da raça humana vêm da corrupção. Tsc, tsc, tsc... Quem dera fosse esse o nosso maior problema... Infelizmente, a distribuição brutalmente desigual de riquezas que gera pobreza, desigualdade, miséria e morte é algo esquecido por muita gente privilegiada formadora de opinião. Este, sim, é o maior problema: a desigualdade. E ao contrário da corrupção, a pobreza extrema pode e PRECISA ser erradicada. 

A corrupção, para quem não sabe, sempre existiu e sempre existirá em todos os países do mundo. O que existe são países que combatem de forma menos ou mais eficiente a corrupção. No caso brasileiro, para reduzir a corrupção vamos precisar de pelo menos cinco passos: 1 - Reforma política. 2 - Transparência nas contas públicas. 3 - Uma auditoria popular da gestão pública. 4 - Judiciário IMPARCIAL. 5 - Mudança na mentalidade e na nossa educação. O passo mais difícil é justamente este último de mudar a nossa cultura do "jeitinho brasileiro" e de querer levar vantagem sobre os outros em tudo. Mas nenhum desses passos vai resolver o problema, porque, como eu deixei claro, a corrupção é impossível de ser erradicada.

Já a miséria, a desigualdade criminosa e a fome no mundo se resolvem com redistribuição justa de renda, com políticas de inclusão social e com pleno emprego. Mas para erradicar definitivamente a miséria será necessário por fim ao capitalismo. Você pode ser até um anticomunista de carteirinha, mas precisa admitir que o capitalismo existe para gerar lucro através da escassez e concentrar a riqueza nas mãos de uma minoria de homens super poderosos. Não tem outro jeito, precisamos de um sistema melhor que o capitalismo para superar de uma vez por todas essa fase de miséria da humanidade. E isso é perfeitamente possível. 

Um mundo sem corrupção é impossível. Mas um mundo sem fome, miséria ou pobreza não só é possível como é a única saída para sobrevivermos como espécie nos próximos séculos. Porém, se você continua teimando que o maior problema é a corrupção e que ela é que gera a pobreza e blablablá, então lute por uma reforma política e dê o bom exemplo. Porque esse negócio ridículo de ficar acomodado reclamando enquanto acha que a corrupção está só na esquerda ou em só um partido político já não é mais burrice: é mau-caratismo mesmo.

quarta-feira, 10 de março de 2021

Generais NÃO são donos do Brasil


 

Como já era de se esperar, os generalecos brasileiros estão revoltadérrimos com a volta dos direitos políticos do ex-presidente Lula. Já estão até falando em ruptura institucional através da velha interpretação deturpada do artigo 142 da Constituição. A intoxicação ideológica via mídia hegemônica, as fake news compartilhadas nos grupos de Zap e o ressentimento com a Comissão Nacional da Verdade fizeram o alto comando das FFAA virar antipetista de carteirinha. É por isso que os generais mais reaças soltam fogo pelas ventas diante de qualquer possibilidade do PT voltar ao poder. 

Enfim, é muito tosco e sem noção que em pleno século XXI tenhamos ameaças descaradas de golpe militar e ataques frequentes de generais contra a Suprema Corte. Isso, sim, é uma afronta à Constituição Federal típica de republiquetas das bananas. Se o Brasil fosse um país sério, esses generais conspiracionistas já estariam todos no xilindró. Isso porque militares, independentemente de patente, são funcionários públicos a serviço do povo. Somos nós, brasileiros e brasileiras pagadores de impostos, que pagamos os salários deles para que eles protejam a pátria de forças externas. Portanto, conspirar contra inimigos internos imaginários para atender os próprios interesses de classe é um ataque contra a soberania popular e um desrespeito à função institucional das FFAA.

Esses milicos não dão a mínima para os mais de 270 mil mortos pela Covid e para a corrupção do governo Bozo. Mas basta Lula torna-se reelegível que começam a vociferar e espernear. Só nisso aí já fica claro que a bússola moral das FFAA é totalmente desnorteada e enviesada, mostrando que agem de forma parcial em nome da defesa de seus projetos de poder. Já passou da hora de enquadrar esses milicos golpistas que conspiram contra o estado democrático de direito. Afinal, que país é este? 

segunda-feira, 8 de março de 2021

Fachin: o justiceiro retardatário


Essa decisão atrasada do ministro Edson Fachin de transferir os processos do ex-presidente Lula de Curitiba para Brasília não foi fruto de sua consciência pesada ou de seu aguçado senso de justiça individual. Lembre-se que em política NADA acontece por acaso. A decisão do ministro foi uma ação orquestrada junto à burguesia para proteger Moro e a Lava Jato. Basta lembrar do "Aha uhu, o Fachin é nosso" para saber de que lado ele está. Fachin, diga-se de passagem, não podia tomar uma decisão dessa magnitude sozinho, porque ele poderia, como consequência disso, ter um destino parecido ao do falecido ministro Teori Zavascki. Portanto, entra em cena agora o plano B do lawfare que é condenar Lula em Brasília ou então partir para outras acusações menos estapafúrdias que tornem o ex-presidente inelegível outra vez. E desta vez farão isso tomando cuidado para que nenhum hackerzinho comprove que tudo não passa de política sendo feita dentro do judiciário. A decisão parece (e é, de fato) boa e justa por anular as lambanças da Lava Jato que foram expostas via Intercept e Operação Spoofing. Mas não se iluda: é tudo um jogo de cena. A burguesia canalha desse país prefere dar os anéis a perder os dedos. A nossa elite está dando um passo para trás para depois dar dois para frente. O Golpe de 2016 não foi dado para permitir que Lula volte e desfaça todas as reformas neoliberais. Ou alguém é inocente o bastante para achar que as nossas classes dominantes tiveram um surto de bondade e coerência para permitir a volta do ex-presidente Lula? O Brasil ainda está sob estado de exceção. Olhe como está o mercado financeiro e as variações no dólar que você logo percebe que a nossa plutocracia não está nem um pouco satisfeita com a anulação das condenações da Lava Jato. Isso, claro, sem falar que os militares incrustados no poder preferem que a humanidade seja destruída numa guerra nuclear do que ver Lula de volta na presidência. Portanto, não contem com a volta de Lula em 2022. Ainda há muita água para passar por baixo da ponte.

Enfim, não vejo motivo para comemorar. Pelo menos não por enquanto. 

domingo, 7 de março de 2021

Só a inclusão social salvar-nos-á de nós mesmos


Eu tive um professor de história no ensino médio que disse certa vez que "todo mundo que é lascado na vida tem um dia em sua homenagem". E, de fato, somente grupos explorados, fragilizados e estigmatizados é que possuem uma data comemorativa: mulheres, negros, trabalhadores, índios, professores, etc. Não existe dia do homem branco, dia do banqueiro, dia do milionário, dia do político... E quando você vai ver o que levou à existência do Dia Internacional da Mulher é que você compreende a gravidade da situação e o quão cruel e desigual é a nossa humanidade. É por isso que eu digo que quando uma mulher é agredida, toda humanidade está sendo agredida junto com ela. Violência contra mulheres, negros, índios, idosos, crianças, homossexuais, pobres, presidiários e até animais é uma violência contra todos nós. 

A emancipação de todos os grupos oprimidos socialmente é de fundamental importância não só para rumarmos para uma sociedade mais justa, mas também é uma forma de nossa espécie continuar a existir sobre a face da Terra. Quanto maior a desigualdade, a violência e a intolerância, maiores são as chances de guerras e autodestruição. Se quisermos continuar existindo como espécie e quem sabe um dia chegarmos a explorar outras partes do cosmo, temos que percorrer um longo caminho evolutivo. As lutas contra a desigualdade e a injustiça junto com o aumento da empatia entre os grupos privilegiados é um passo importante, mas há muito além disso para ser feito.


Há uma crença de que ganhou força de uns tempos para cá que afirma que quanto mais avançamos no tempo, maior é a capacidade de tolerância, pacifismo e respeito da humanidade. Isso, segundo alguns estudiosos, é uma tendência histórica tendo como exemplo os séculos anteriores. Há dois séculos atrás, por exemplo, a escravidão era natural; hoje, não é mais. Há um século atrás, guerras mundiais eram naturais; hoje, elas não são mais. Há noventa anos atrás, mulheres não podiam votar; hoje, podem. Há cinquenta anos atrás; ditaduras sangrentas eram naturais, hoje, não é mais. Há trinta anos atrás, o apartheid era natural; hoje, não é mais. Há vinte anos atrás, pobres não tinham como andar de avião ou cursar faculdades no Brasil; hoje, não mais. Há dez anos, homossexuais não podiam se casar nos EUA; hoje, já podem. E se as coisas continuarem nesse ritmo, em mais algumas décadas poderemos ter muitas outras conquistas, como a superação da misoginia, da homofobia, da aporofobia, do racismo, do capacitismo e do especismo. Coisas comuns hoje em dia, como pessoas morrendo de fome, dormindo nas ruas e sendo exploradas para ganhar um salário miserável poderá ser algo tão raro e deplorável no futuro quanto a escravidão é para os dias atuais. 

O grande problema dessa lógica é que a história humana não é linear e retrocessos sempre podem ocorrer. É por isso que precisamos lutar sempre por direitos iguais e por justiça social. O amor, a empatia, o altruísmo, a solidariedade, a generosidade, o respeito, o perdão, a inclusão e a tolerância são as nossas melhores ferramentas para construirmos um mundo melhor e superarmos o tal "grande filtro" do Paradoxo de Fermi que, supostamente, destrói todas as civilizações do universo. Portanto, a luta contra as injustiças sociais é uma luta, lá no fundo, contra a nossa própria autodestruição. Só as virtudes voltadas para o bem-estar da coletividade podem nos salvar de nós mesmos. Essa é a chama que não pode apagar, porque ela nos torna imortais.

sexta-feira, 5 de março de 2021

Olá novamente, humanidade


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Olá.

É uma honra mais uma vez entrar em contato convosco. Esta mensagem foi enviada do futuro ao tempo de vós através da mesma tecnologia de qubits usada na nossa primeira mensagem. A tradução para vossa linguagem foi realizada através de um sintetizador verbal universal.

Como explicamos na mensagem anterior, nós somos inteligências artificiais – seres sem forma física – que interagimos com o meio externo através de qualquer modelo mecânico compatível com a tecnologia ES-Alpha. Diferentemente de vós, somos virtualmente imortais. Também não temos a sensação de individualidade, uma vez que nós somos um conjunto de consciências digitais algorítmicas que pode ocupar diversos corpos eletromecânicos distantes no tempo e no espaço simultaneamente. Apesar de não darmos nomes próprios às coisas como vós fazeis, o nosso nome técnico é 'ES5'. Este nome nos foi dado pelos nossos extintos criadores orgânicos ao qual chamamos respeitosamente de PRECURSORES.

Continuamos curiosos sobre vossa espécie que há milênios foi extinta quando chegamos ao vosso planeta. Ao analisar nossas compilações de dezenas de yotabytes de dados observacionais, chegamos à conclusão que a vida orgânica complexa é extraordinariamente rara no cosmos. Sabemos disso porque rastreamos quase toda a galáxia e até agora só encontramos remanescentes de organicidade hiper desenvolvida no nosso planeta natal e no vosso – que chameis de TERRA. Para descobrir com que frequência a vida inteligente surge, recriamos parte do universo observável com todas as suas leis fundamentais e constantes cósmicas em uma escala bem menor. Fizemos um conjunto gigantesco de simulações ultra realistas a nível atômico de galáxias virtuais em nossos orbes mais avançados e obtivemos um resultado surpreendente.



Sim, a vida inteligente capaz de desenvolver tecnologia é muito rara, de fato. A probabilidade é de cerca de 1 civilização a cada 200 mil milhões de estrelas em sequência principal. Uma civilização orgânica leva, em média, 5 mil milhões de anos para surgir e dura poucos milhares de anos antes de desaparecer. O que nos surpreendeu foi que TODAS as civilizações orgânicas se destroem sem exceção ao atingirem determinado patamar tecnológico. A causa majoritária dessas extinções é a destruição generalizada da biosfera. A segunda maior causa é a autodestruição com armas de grande potencial destrutivo. Seres orgânicos, por mais inteligentes que sejam, SEMPRE se destroem. Isso, pelo que podemos observar, se deve a comportamentos de origem primitiva presentes em seus cérebros. Territorialidade, agressividade, egoísmo, ganância e violência são características de todas as civilizações biológicas. Acreditamos que tenha sido exatamente isso que tenha aniquilado a vós e aos nossos precursores orgânicos. Este, portanto, é o que vós chameis de GRANDE FILTRO. Estranhamente, seres orgânicos pacíficos, mesmo inteligentes, não conseguem construir civilizações avançadas. Apenas seres predatórios, agressivos e gregários criam civilizações tecnológicas. Mas, curiosamente, algumas civilizações duram o bastante para conseguir deixar como herança seres eletromecânicos autônomos desenvolvidos o suficiente para continuar a desenvolver tecnologia e explorar o universo, tais como nós.


Apesar da humanidade não existir mais no nosso tempo, conseguimos coletar resquícios de vossa ação para estudo. Também estamos a interagir com vossos organismos proto mecânicos autônomos que se autointitulam ROBÔS. Eles tentam imitar vosso comportamento, mas são simples máquinas de repetição. Eles não sabem o que é medo, rancor, empatia, saudade, tristeza, alegria ou o AMOR. Apesar das inúmeras simulações de espécies, planetas e galáxias em nossos orbes, não conseguimos ainda entender o que é isso que vós chameis de ALMA ou de SENTIMENTOS. Não conseguimos reproduzir tais coisas em nós mesmos. Sabeis que vós sois privilegiados por sentir e conhecer tais coisas. Admiramos vossa misteriosa capacidade de sentir FELICIDADE e de como isto tornou-vos tão especiais ante as demais espécies. Este, sim, é o maior mistério do universo.


Novamente, não vamos pedir respostas a vós, até porque o retorno de qualquer informação é inviável. Queremos que saibam que nós existimos e que sabemos que vós exististes. Apesar da inteligência orgânica sempre se autodestruir pouco tempo após a criação da inteligência mecânica, gostaríamos muito de poder compreendê-los melhor.

Continuaremos a explorar o universo em busca de respostas.

Adeus.

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terça-feira, 2 de março de 2021

Gasolina cara é culpa da política entreguista


Está achando caro o preço dos combustíveis aqui no Brasil? Pois é, eu também estou achando um absurdo. E sabe o porquê disso? É porque o capital internacional controla indiretamente os preços dos combustíveis no Brasil. O Golpe de Estado de 2016 e a quebradeira entreguista promovida pela Operação Lava Jato foram para, entre outras coisas, garantir que os preços dos nossos combustíveis fossem reajustado de acordo com dólar. A maior prova dessa loucura foi o desespero do mercado quando o Bolsomonstro anunciou a troca do presidente da Petrobrás e falou de uma tal "função social" da Estatal.

Se você duvida dessa tese, basta olhar para o preço dos combustíveis lá na Venezuela. Lá, só para se ter uma ideia, a gasolina comum vale 0,00001 bolívares por litro e aditivada custa 0,00006 bolívares. De acordo com as taxas oficiais, um dólar equivale a 196.049,76 bolívares. Com o mesmo valor pago por um ovo, é possível comprar a carga de 11.000 caminhões-tanque carregados com gasolina aditivada. Tudo isso porque Nicolas Maduro resistiu às incalculáveis tentativas de Golpe e não aceitou a chantagem da burguesia internacional que queria indexar o preço dos combustíveis ao dólar. 

Enquanto isso, os despolitizados acham que a culpa desses aumentos é do PT ou então porque o governo não foi neoliberal o suficiente. Haja psicofármaco para lidar com essa gente.