Confesso que até agora não entrei no clima da Copa do Mundo. Aliás, parece que o nosso país como um todo também não entrou. Eu vi muito mais camisas da CBF e bandeiras do Brasil durante as eleições, do que estou a ver agora. Mas o fato é que eu assisti a quase todos os jogos desta Copa por estar numa quarentena forçada devido à Covid-19. Pelo que vi até aqui, achei o nível técnico desta Copa baixo em comparação com as edições anteriores. As únicas seleções que se saíram melhor até agora foram Inglaterra, França, Espanha e Brasil. Argentina e Alemanha foram as maiores decepções dentro de campo – apesar de que a seleção alemã fez um protesto discreto contra a censura medieval da FIFA em relação aos símbolos LGBTQIA+. O resto das seleções foram bem mais ou menos em suas estreias. Com relação ao país sede, o Catar, as críticas são as mesmas que todo mundo já cansou de fazer: trabalho escravo nos estádios, precarização dos alojamentos dos trabalhadores, país homofóbico e misógino, além de cenas lamentáveis como a hostilização contra a bandeira pernambucana por motivos absolutamente lamentáveis.
Respeitem Pernambuco! |
Já faz uns bons anos que perdi a empolgação por futebol, mas como a Copa do Mundo é um evento global que só acontece a cada 4 anos, eu sempre dou uma espiada. Sobre quem torce contra a seleção brasileira por questões políticas, eu entendo e respeito, mas não consigo torcer contra o meu próprio país. É tipo um torcedor fanático querer torcer contra seu time do coração por não gostar da presidência do clube ou da comissão técnica: não tem como. Sempre que a seleção entra em campo, eu torço para ela inconscientemente, mesmo contra a minha vontade racional. Enfim, como não sou bom de palpite, mas sou bom de torcida, não vou arriscar dizer quem serão os finalistas, só vou torcer para ver o Brasil ser hexacampeão e ajudar a ressignificar as cores da bandeira nacional roubada pelos bolsonaristas.