segunda-feira, 31 de dezembro de 2018
Feliz 1964!
Confesso que jamais esperaria que um presidente PIOR que o Michel Temer um dia fosse subir a rampa do Palácio do Planalto. Mas aí que o pior nome possível para a presidência da república foi justamente o escolhido pelo povo brasileiro para substituir o Vampirão Neoliberaloide. E essa eleição só ocorreu porque a campanha presidencial do ex-capitão da extrema-direita foi alicerçada em mentiras, jogo sujo, caixa 2, polêmicas, covardia e vitimização. E com um povo despolitizado como o nosso, não poderia ter sido diferente. Ganhar uma eleição sem Lula é fácil; quero ver como Bozo e sua turma irão conseguir governar um país caótico como o nosso sendo tão trogloditas quanto eles são.
Enfim, o que teremos a partir de amanhã será uma reedição de 1964, só que com um verniz tosco de democracia por cima. As Forças Armadas voltaram ao executivo, já controlam o judiciário e preparam o bote final contra o legislativo. Aí a neoditadura estará completa. Eu não pagaria para ver o que vem por aí. É por isso que acho muito estúpido desejar um feliz 2019, porque não será um ano para comemorar: será mais um ano de perdas históricas para minorias e trabalhadores. Voltaremos 55 anos em 4. O Brasil que por tanto tempo foi "o país do futuro", agora será o país dos tempos da Guerra Fria. Tomara que dias melhores não tardem a vir.
Feliz 1964.
domingo, 30 de dezembro de 2018
Shadow of the Tomb Raider foi uma decepção
Como já faz bastante tempo que não escrevo nada sobre games, vou aproveitar meu ócio de final de ano para fazer uma crítica ao game que mais me decepcionou neste ano: Shadow of the Tomb Raider. Sei que muitos leitores não curtem games, mas como este blog também cresceu graças às postagens envolvendo jogos, eu não poderia deixar de dar a minha opinião sobre um game que eu não recomendo e que cuja grana poderia ter sido gasta em outros jogos melhores.
Pois bem, sendo franco, eu nunca gostei muito da saga Tomb Raider. Desde que lançaram os primeiros jogos da Lara Croft lá nos anos 90 que eu nunca tive a menor vontade de jogar os games da arqueóloga que fazia acrobacias enquanto desvendava tumbas. Os jogos da série Tomb Raider sempre me pareceram monótonos e repetitivos até então. Só que a partir de 2013, a coisa mudou radicalmente com o reboot. Eu gostei tanto da história, da nova Lara e da jogabilidade que virei um fã incondicional do game. Aí veio o Rise of The Tomb Raider que apesar de ter um enredo mais clichê, teve a jogabilidade aperfeiçoada, os gráficos melhorados, modos de jogo maravilhosos e muita ação e estratégia ao lidar com os inimigos. O Rise of The Tomb Raider é, diga-se de passagem, um dos meus jogos favoritos de todos os tempos e que mais tenho horas jogadas na Steam. Devido a este brilhante game, foi criada uma expectativa enorme em torno do novo Tomb Raider que foi lançado em 2018. Só que quando o terceiro game da nova trilogia saiu, foi uma decepção total.
Shadow virou um jogo cafona de escaladas e tumbas medíocres |
O Shadow of the Tomb Raider, o último game dessa nova trilogia, não tem o enredo brilhante do primeiro pós-reboot e nem a ação e os modos de jogo do segundo. O game é cheio de bugs, travamentos, missões ridículas, possui um enredo fraco, os inimigos são estúpidos e o foco na exploração é extremamente tedioso e repetitivo. E como se todos esses problemas não fossem suficientes, o jogo ainda é o mais caro da franquia. A decepção que eu tive com o Shadow of the Tomb Raider foi semelhante à que tive com o Resident Evl 7, porque os desenvolvedores usaram o nome da série para vender um jogo que não tinha nada a ver com Resident Evil. Eu até escrevi um post criticando esse game, porque além dele ser horrível, é em primeira pessoa, não tem os personagens centrais da série, não tem o modo mercenários e é um saco de se jogar. Isso tanto é verdade que o verdadeiro Resident Evil 7, para mim, foi o fabuloso Resident Evil Revelations 2 por ele conservar as características principais da série, além do modo Raid que é uma variação muito bacana do modo mercenários. Apesar do orçamento baixo e da falta de polimento, o Revelations 2 foi um jogo muito mais interessante e surpreendente. Mas enfim.
Isso parece Resident Evil? |
Espero, honestamente, que tanto os produtores de Tomb Raider quanto os do Resident Evil revejam seus conceitos, porque eles conseguiram estragar jogos renomados que mereciam mais atenção na produção.
sábado, 29 de dezembro de 2018
A maior banda de rock que jamais existiu
Apesar de nunca ter feito menção alguma sobre este assunto aqui neste blog, eu criei ao longo dos últimos vinte anos uma batelada de bandas de rock fictícias para a estória de um livro/quadrinho/desenho que se chamaria Sociedade do Rock. Esse livro/desenho teria, como o próprio nome sugere, a trama de várias bandas de rock brasileiras e de seus integrantes rumo ao sucesso. Eu cheguei a esboçar algumas tirinhas e a criar algumas ilustrações dessa história fictícia, produzindo o roteiro, criando os personagens, inventando bandas e até compondo músicas para essas bandas de acordo com estilo de cada uma. Foram dezenas de bandas e centenas de personagens que contavam em tempo real o que se passava num Brasil de um universo paralelo idêntico ao nosso. Tinham bandas de punk rock, de hard rock, de metal e de pop rock nessa história que mostrava a trajetória e o planejamento dos músicos e produtores desde a formação inicial até o fim das mesmas. Mas de todas as bandas que criei, a principal e mais famosa era, sem dúvidas, a banda de pop/rock chamada Unno, cujo nome veio em um sonho junto com a capa do primeiro EP dela. E é justamente em torno desta banda que a história principal girava.
Pois bem, como não tive como conciliar a criação dessa história com outros projetos pessoais, acabei o engavetando durante os últimos anos, mas a história da Sociedade do Rock está pré-escrita, esperando apenas por um pouco de tempo e recursos para ser retomada. Enfim, mas não é sobre isso que este post se trata, mas sim sobre a riquíssima história por trás da banda Unno.
Os lendários integrantes da Unno: Tom, Ellie, Klindo, Panther e Hiroshi |
A história por trás da Unno
Criada no ano 2000, a Unno era uma banda progressista paulistana que tinha uma história incrível e reunia remanescentes de outras duas bandas – a DeterGente e a Wacas Malhadas – que se uniram em torno de um projeto em comum. O nome Unno veio veio justamente daí: da união dessas duas antigas bandas. Os cinco integrantes principais da banda – Klindo (Plínio Kloid), Ellie (Elisângela Santana), Panther (Mauro Oliveira), Tom (Tomás Pelegrini) e Max (Higor Sampaio, substituído depois por Hiroshi) – traziam personalidades únicas e tinham suas histórias contadas a partir do próprio ponto de vista deles. Cada um desses personagens foi criado com todo carinho e atenção nos mínimos detalhes, incluindo defeitos, qualidades, manias, sotaques, ideias, sonhos, família, ideologia, espiritualidade, posicionamento político e até grupo sanguíneo.
Enfim, o que eu quero chamar atenção com esta postagem não é nem para a banda, nem para o quadrinho, nem para a história e nem para as músicas: mas, sim, para a importância vital que a banda teve para o contexto social e político dentro do universo em que ela estava inserida.
Desenho à mão da Unno feito em 2002 |
A Unno e a reinvenção do amor
A Unno durou ao todo dez anos, de 2000 até 2010, e lançou oficialmente sete discos, sendo um deles de coletânea (lançado em 2011), um ao vivo e um acústico. O primeiro álbum da banda, lançado em março de 2001, foi disparado o mais vendido graças ao alto investimento e ao belíssimo trabalho por trás dele que envolvia financiadores, publicitários, empresários, produtores, técnicos, figurinistas, luthiers, estilistas e designers. Este primeiro álbum, intitulado A Reinvenção do Amor, tinha músicas que seguiam uma ordem cronológica em cima de um fio condutor central que era a solidariedade. Nesta época, a caçula e única garota da banda, a Ellie, tinha um irmãozinho que estava com leucemia e precisava de um transplante de medula óssea para poder continuar vivo. Foi aí que seus companheiros de banda, produtores, empresários e financiadores tiveram a ideia de usar a doação como tema central do disco para incentivar as pessoas a doarem sangue, órgãos e, claro, medula óssea. E a magia da história do primeiro disco está justamente nisso: na capacidade de mover uma legião de pessoas para o bem.
Eu tive o trabalho de compor várias canções para a banda que tinham como foco a solidariedade, a doação, a adoção, o carinho, a amizade, o respeito, a empatia, o altruísmo, a esperança, a tolerância, o perdão, a caridade e, sobretudo, o amor. Por isso, o nome do disco era A Reinvenção do Amor. Entre as canções, uma abordava a infância perdida num hospital, outra abordava a velhice em um asilo, outra falava do amor aos animais, outra da saudade dos entes queridos que se foram, outra da perda de um filho... mas a música mais importante do disco era Essa Chama Não Pode Apagar, porque ela falava de como todos nós podemos nos tornar imortais nos corações que deixamos para trás – mas não apenas isso: essa música era um verdadeiro hino de tudo que as pessoas mais precisam fazer hoje: amar uns aos outros.
A canção Essa Chama Não Pode Apagar surgiu em um sonho meu. O início da canção, sei lá como, já veio pronto no meu subconsciente: "Eu quero inventar um sentimento em que todos possam acreditar, construir um mundo sem fronteiras, ser criança para saber perdoar". Essa canção sintetiza tudo que mais falta hoje no mundo: respeito, tolerância, solidariedade e amor.
Primeiro EP da banda lançado em 2000 revelado num sonho |
Este primeiro disco da Unno foi, dentro da estória, responsável por uma onda de solidariedade que conectou todos os fãs e até mesmo as pessoas que não curtiam as músicas da banda. A transformação social a partir da Reinvenção do Amor foi algo comovente, porque ajudou a salvar muitas vidas, engajou ONGs, mobilizou pessoas em campanhas de solidariedade e uniu os diferentes em nome de um bem maior. Dando um spoiler da história, o irmão caçula da Ellie foi salvo por uma doação de medula graças justamente a essa campanha, mostrando que quando as pessoas se unem por um ideal, é muito mais fácil alcançá-lo. Pois como bem questionou Bob Marley certa vez: "se todos nós dermos as mãos, quem sacará as armas?"
Férias da banda desenhada à mão em 2003 |
O legado da Unno
O motivo de ter escrito este post em meio à turbulência política que estamos vivendo foi justamente porque há algumas semanas atrás eu sonhei que estava assistindo a um show da Unno em Salvador, onde a banda se reuniu novamente oito anos após o seu fim para homenagear o mestre Moa do Katendê e todas as vítimas da intolerância e do fascismo que tem crescido sem controle no Brasil. Foi incrível ver meus próprios personagens ao vivo pedindo para que as pessoas abracem a causa que eles sempre defenderam: o diálogo, a diplomacia, a cordialidade, o respeito e a solidariedade. Eu sinto como se a Unno, seus integrantes e todas as ideias que ela defende estivessem vivos de verdade dentro de mim. Daí me vi na obrigação de divulgar tudo isso como forma de mostrar a necessidade urgente que há de se criar um fio condutor social baseado na solidariedade e no respeito mútuo. Precisamos reinventar o amor e a nós mesmos também.
Nos discos seguintes ao fabuloso A Reinvenção do Amor, o tom mudou um pouco e banda ficou menos pop e mais rock n roll. O segundo disco, o Ideias Profanas, lançado em 2004, foi considerado o álbum mais "esquerdista" da história do rock devido às suas críticas ácidas ao capitalismo, às religiões, ao patriarcado, ao racismo, à heteronormatividade, aos plutocratas e ao pensamento reacionário que hoje virou moda no Brasil. O som havia ficado muito mais pesado com uma pegada mais punk/hard rock, ressaltando lado rebelde da banda. Este segundo álbum foi produzido por uma gravadora independente nos Estados Unidos, porque a gravadora brasileira que produziu o primeiro disco (a Pop Records) o considerou "antipop" e "subversivo demais" para ser viável comercialmente. E, de fato, este álbum vendeu muito menos que o primeiro, até porque suas canções foram muito boicotadas pelas rádios e pela televisão devido às suas críticas perigosas ao sistema.
O terceiro e o quarto disco (de 2006 e 2008, respectivamente) seguiram por um caminho mais alternativo, com um rock mais refinado, mas mantendo a pegada pop do primeiro álbum por razões comerciais. No final de 2008, Ellie deixou a banda para seguir carreira solo. Em 2009, Klindo, o personagem mais polêmico e carismático da história, deixou a banda após muitas brigas e confusões mundo afora (vou escrever um post só sobre ele, porque ele merece). E em 2010, Tom Pelegrini, o coração da banda, deixou a Unno para tratar de um câncer na tireoide, o que causou o fim da banda. E agora, em 2018, eles resolveram se reunir no meu sonho (à exceção do Klindo que hoje mora nos EUA) para trazer uma mensagem de esperança e amor para a humanidade. É por isso que eu digo que a Unno foi a maior banda de rock que jamais existiu.
Namastê!
É disso que eu estou falando! |
domingo, 23 de dezembro de 2018
Como eu lido com a dor do lado na barriga na corrida
Uma das coisas mais incômodas para quem está começando a correr é aquela famigerada dor do lado na barriga após um esforço físico mais intenso. Essa dorzinha chata também conhecida como "dor de veado" ou "dor de facão" pode surgir por diversas razões, mas a razão principal pela qual ela me incomodava era a respiração errada. Essa dor é uma espécie de "cãibra" ou "fadiga" nos músculos do abdômen e no diafragma por estarmos respirando de forma muito descompassada ou rápida demais. Essa dor me atacava frequentemente no início, quando eu estava saindo do sedentarismo e começando a correr. Hoje, ela só aparece quando faço um ritmo de corrida muito forte ou quando respiro de forma errada. Neste caso, a solução é simples, basta que eu reduza a intensidade da corrida e passe a respirar mais devagar pelo nariz e pela boca ao mesmo tempo. A hiperventilação devido à baixa oxigenação é a causa central dessa dor chata que sempre senti ao correr desde criança.
Enfim, agora que eu aprendi a colocar essa dor no seu devido lugar, o único obstáculo aos meus treinos e corridas recreativas é o meu preparo físico. Sei que pode parecer muita pretensão para um iniciante, mas eu espero passar o resto da vida correndo e um dia disputar nem que seja uma grande maratona. E olha que eu detestava correr, achava a corrida desconfortável, cansativa demais e dolorida. Já hoje, que o bichinho da corrida me picou, não quero nunca mais parar de correr. Se você tem saúde pra correr, se dê uma chance e experimente o quão incrível é passar horas saltitando a altas velocidades por aí. Correr é bão demais da conta.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
Liberte-se do sedentarismo!
Quando terminei o ano de 2017, eu tinha em mente dois objetivos: o primeiro era de emagrecer e o segundo era de sair do sedentarismo. Agora, ao final de 2018, apesar de sido um ano horrível em quase todos os sentidos, pelo menos posso me gabar de ter atingido essas duas metas. Com mudanças simples na minha alimentação e com a retomada de atividades físicas regulares, emagreci 14 quilos em menos de 12 meses, reduzi todas as minhas taxas (glicose, colesterol e triglicerídeos), minha pressão arterial está controlada, melhorei meu humor, voltei a usar roupas que não cabiam mais em mim, não adoeci durante todo o ano de 2018 (e olha que pegava um resfriado todo mês) e até a minha caspa acabou. Mas nem tudo são flores, tudo isso foi a custo de assaduras, bolhas, calos, canelites, tombos, dores, cãibras e alguns machucados. Se não fosse por disciplina, foco, paciência e determinação, eu jamais chegaria onde cheguei. Hoje, com uma média de 300 horas de atividade física moderada e intensa por semana, deixei o sedentarismo para trás (e para sempre, eu espero). Minhas atividades físicas libertadoras foram a caminhada, a corrida e o ciclismo. E agora que peguei o embalo, pretendo ir cada vez mais longe.
Eu escrevi este post para tentar estimular as pessoas que estão sedentárias a saírem de cima do sofá ou da frente do computador para que comecem a ter uma vida mais ativa e saudável. Os benefícios da atividade física regular são enormes para o corpo e para a mente. Se você está parado, dê prioridade a sua atividade física favorita e comece a praticá-la hoje mesmo. Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje. Três horinhas de exercícios por semana e a sua vida terá uma melhora fabulosa. Faça um check-up se você pretende começar com uma atividade aeróbica, procure um personal trainer e se entregue de corpo e alma ao prazer de correr, pedalar, jogar, nadar, surfar... Não deixe para depois, porque você vai se arrepender de não ter começado antes.
Enfim, publicarei futuramente algumas dicas para quem quer começar a correr e a andar de bicicleta. Eu, que sou um atleta iniciante, sei muito bem das dificuldades que a gente tem no começo e posso compartilhar informações preciosas para ajudar quem está começando. Mas não espere por mim, porque o primeiro passo tem que ser seu.
Namastê!
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
É nisso que dá votar na direita
Se você não vive no mundo da Lua, já deve ter percebido que a quantidade de escândalos de corrupção envolvendo o clã Bolsonaro não para de crescer. O "mito" nem assumiu ainda e é escândalo para um lado, trambicagens para outro e nem a imprensa mainstream está perdoando o futuro governo. Bolsonaro, MBL, Olavo de Carvalho e demais espertalhões da ala neoconservadora estão mostrando ao Brasil e ao mundo o quão deplorável é a nossa direita. E eu não afirmo isso apenas baseado nas trapalhadas do futuro governo, mas principalmente porque a direita, de um modo geral, não dá a mínima para a maioria da população. A direita atende aos interesses dos patrões, dos donos dos meios de produção, dos latifundiários, dos banqueiros, dos rentistas, dos especuladores e das grandes corporações. Quem defende o meu direito, o seu direito, os direitos dos mais pobres, os direitos das minorias oprimidas e os direitos dos trabalhadores é a esquerda. Tudo se resume sempre a essa guerra de classes, a esse conflito de interesses. Já essa história de culpar só a esquerda pela corrupção é uma tolice pueril fruto do antipetismo patológico induzido pela mídia de massa e por setores reacionários da sociedade. A corrupção está em todos os lugares, até mesmo no setor privado e na direita que vem perdendo o seu véu de santidade. E a maior corrupção que existe é o esquema de pirâmide sustentado pela dívida pública. A renda que é
Se você está de mal com o PT, não faça mais a loucura de votar na direita. E quando digo 'direita', não me refiro necessariamente a partidos, mas a planos de governo. Nenhum trabalhador tem a ganhar com teto de gastos, com privatizações, com entrega do patrimônio público e com o enriquecimento de castas privilegiadas. O pobre nunca vai ficar menos pobre enquanto o rico ficar mais rico. Esqueçam essa bobagem de Estado mínimo, de entreguismo e de que imposto é roubo. Vote sempre em quem tem compromisso com as suas causas, com a sua luta e com os seus direitos.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2018
A prova de que os fantasmas não existem
Uma das coisas que mais me assustava quando eu era criança eram as histórias envolvendo fantasmas, espíritos, vultos e assombrações. Durante muitos anos da minha infância e até mesmo durante parte da minha adolescência eu tinha pesadelos frequentes com essas coisas. Mas quando cheguei à idade adulta, perdi todos os meus medos de fantasmas devido a um fato muito simples: nenhuma entidade extracorpórea pode coexistir com a lei da gravidade.
Ora, pare e pense no seguinte: os fantasmas têm peso? As respostas só podem ser sim ou não. Se sim, então eles têm um problema muito sério. No caso dos fantasmas possuírem peso, eles são atraídos para o centro da Terra com a mesma intensidade que tudo à nossa volta também é. Se, neste caso, os fantasmas forem capazes de interagir com a matéria (poltergeists), eles teriam que ser obrigatoriamente detectáveis fisicamente: coisa que nunca aconteceu na história. Fantasmas com peso e que interagem com a matéria obrigatoriamente seriam feitos de matéria bariônica e, assim sendo, não poderiam sequer ser considerados fantasmas, porque eles estariam tão vivos quanto nós por serem materiais. Deste modo, eles seriam considerados seres vivos ou, na pior das hipóteses, zumbis.
Agora se os fantasmas possuírem peso e não forem capazes interagir com a matéria (sendo capazes de atravessar paredes e portas, por exemplo), sendo formados por alguma matéria exótica qualquer como a matéria escura, por exemplo, então eles seriam puxados diretamente para o centro da Terra e ficariam presos por lá. Então ter peso não é compatível com as histórias de fantasmas que ouvimos por aí.
Agora, se os fantasmas não possuem peso, aí que a coisa fica complicada. Isso porque se algo não possui massa, não é atraído pelo nosso planeta. E como o planeta Terra está girando em torno do Sol - assim como o nosso sistema solar está girando em torno da Via Láctea e como a nossa galáxia está em movimento contínuo a velocidades altíssimas pelo universo - isso obrigaria os fantasmas sem peso a terem que voar nas mesmas velocidades e nas mesmas direções do nosso planeta permanentemente. Isso também não é compatível com a lógica, porque corpos pequenos, ainda que "espirituais", não têm condições de se manter estáveis pelo universo se movendo a velocidades astronômicas.
É por isso que não acredito em fantasmas de jeito nenhum. Casas mal-assombradas, vultos, sons estranhos, calafrios fantasmagóricos: tudo isso não passa de imaginação e crendice popular. Pode até existir uma vida além dessa, mas com certeza ela não fica perambulando por aí dando sustos nas pessoas e se escondendo de câmeras e de laboratórios. Se as almas penadas existem, quero que elas apareçam no meio do Maracanã lotado, com todas as câmeras registrando definitivamente suas existências. Mas isso nunca irá ocorrer porque fantasmas não passam de subprodutos de mentes humanas que têm medo da morte.
Namastê.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2018
Os fantasmas sumiram?
Alguns leitores podem estar estranhando a minha baixa frequência de postagens nas últimas semanas. Essa baixa assiduidade tem ocorrido devido a três motivos básicos: falta de tempo, falta de ânimo para escrever e, para completar, meu PC pifou. Mas como não consigo deixar de escrever por muito tempo, vira e mexe posto algo novo.
Hoje, como nos velhos tempos, resolvi deixar a política de lado para tratar sobre um assunto muito debatido no início deste bloguinho: o ceticismo. O que me motivou a escrever este post foi uma conversa que tive há alguns dias com um amigo sobre o sobrenatural. Depois de uma conversa breve, disse a ele que não acredito em nada de sobrenatural. A justificativa para isso é que aliens, fantasmas, fadas e anjos deixaram de existir subitamente após a chegada dos smartphones. Não existe uma filmagem ou fotografia decente, clara e nítida desses supostos seres sobrenaturais. Tudo que foi registrado até hoje nesse sentido ou foi fraude, ou não havia qualquer evidência de que fosse real. E justo agora que quase todo mundo tem uma câmera no bolso, tudo fica ainda mais difícil de se fotografar? Isso não é estranho?
É por isso que eu não levo a sério essas histórias: elas são folclóricas demais pro meu gosto. Acho que ser adulto envolve contestar todas essas crendices infantis. Se não pode ser visto, ouvido, pesado, estudado ou detectado, como posso acreditar que exista?
sábado, 8 de dezembro de 2018
As trapalhadas de um governo que nem começou
Pois é, o governo do Bozo nem começou e já está cheio de escândalos: Bolsolão, Bolsogate, corruptos no governo, brigas internas e declarações bombásticas dos filhos do presidente eleito. Isso tudo só serve para mostrar o caos que o governo do PSL trará ao país. É por tudo isso que o Bolsonaro, como os mais tarimbados em política já perceberam, não passará de um títere babélico das classes dominantes capitalistas. Qualquer deslize, o governo dele será rapidamente desmantelado e deposto pelo poder real, que é o poder econômico.
Porém, o maior risco para o presidente eleito não está na oposição ou na "esquerda" que ele tanto defenestra. O maior risco para o futuro presidente são os oportunistas que estão ao redor dele travestidos de aliados. Devido a sua relação complicada com a imprensa, aos carniceiros ao seu redor e a sua incapacidade de coalizões estáveis, tudo leva a crer que Jair Bolsonaro não terminará seu mandato (ou talvez nem mesmo chegue a tomar posse). Não torço por isso, até porque os que querem passar uma rasteira nele são mais perigosos que o próprio Bolsonaro, mas é o que está se desenhando no horizonte. Já o maior perigo que o Bolsonaro representa para o país é a sua subordinação irresponsável aos gurus da extrema direita e aos interesses autodestrutivos do grande capital. Vamos abrir o olho.
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