quarta-feira, 25 de junho de 2025

O mundo não precisa de mais armas nucleares


Tenho visto algumas pessoas defendendo o direito do Irã possuir armas de destruição em massa como forma de "pacificar" o Oriente Médio, já que países com armamento nuclear teoricamente não se agrediriam devido ao risco da MAD (mutual assured destruction), a tal "destruição mútua assegurada". Armas nucleares em poder do Irã, segundo a ótica armamentista, faria com que Israel parasse de atacar países vizinhos por medo de uma retaliação atômica. Eu entendo esse ponto de vista, acontece que na prática, isso não daria certo. Antes que me rotulem de sionista, não estou defendendo o governo assassino da extrema-direita israelense que é responsável pelo genocídio civil em Gaza, até porque esses bombardeios israelenses contra instalações nucleares iranianas violam acordos internacionais devido ao risco de tragédias envolvendo radioatividade tal como ocorreu em Chernobyl. Além disso, não há provas de que o enriquecimento de urânio iraniano teria fins bélicos, o que faz parecer que esse ataque repentino de Israel não passa de mais uma manobra para o corrupto (e condenado pelo Tribunal Penal Internacional) Benjamin Netanyahu ganhar popularidade para se manter no poder. 

O ponto que quero destacar é que quanto mais países possuírem bombas atômicas, maior a chance de uma tragédia. É verdade que ninguém quer se destruir e arrasar o seu próprio país no caso de uma MAD, mas o grande problema de ter armas nucleares são os riscos de "ataques fantasmas". Aconteceu por diversas vezes ao longo da Guerra Fria um falso positivo de ataques nucleares que, por muito pouco, não causou uma guerra nuclear total. Um simples erro na detecção de mísseis balísticos intercontinentais pode desencadear um ataque nuclear de retaliação sem que nenhum míssil real tenha sido disparado ou que nenhuma guerra tenha sido declarada. Existem sistemas de disparos automáticos de ogivas nucleares espalhados por todo mundo que causariam ataques nucleares generalizados pelo planeta em resposta a um ataque falso. Se corremos esse risco constantemente com apenas 9 países tendo arsenal nuclear, imagine então com países instáveis de governos teocráticos fazendo parte do clube da bomba. Não acho racional que mais países tenham armamento nuclear. Acho, na verdade, que as armas nucleares são uma vergonha para a raça humana e que todas elas precisam desaparecer para sempre. Uma guerra nuclear mataria bilhões de seres humanos, destruiria a civilização e nos jogaria num longo inverno nuclear cheio de doenças e mortos de fome – isso sem falar da selvageria que ocorreria em nome da sobrevivência num cenário pós apocalíptico. Voltaríamos à idade da pedra em questão de horas, só que com muita radiação contaminando tudo e sem a luz do Sol.

No caso iraniano, a saída tinha que ser diplomática. Ou o Irã permite vistorias internacionais em suas instalações nucleares, ou então sofreria sanções econômicas e diplomáticas. Lançar bombas no país não resolve a questão do enriquecimento do urânio e ainda dá um motivo a mais para o Irã querer ter realmente a sua arma nuclear.

sexta-feira, 13 de junho de 2025

A extrema-direita sempre irá fracassar


Observe os fatos. Roberto Jefferson, Carla Zambelli, Braga Netto, Gilson Machado, Daniel Silveira e mais um bando de "malucos" foram presos por apoiar ideias radicais da extrema-direita, incluindo desde a volta do AI-5 até a tal Intervenção Militar. Os que ainda não foram presos estão se borrando de medo de ir visitar a Papuda, incluindo aí o inelegível. Note que, não por acaso, a própria história mostra a forma trágica como os líderes da extrema-direita terminaram suas trajetórias políticas. A lição que fica mais uma vez é que discursos de ódio, perseguição política, ruptura institucional, moralismo de goela e ultranacionalismo sempre se voltam contra quem os propaga. Democracia não funciona com intolerância e violência. O autoritarismo tão almejado pelos bolsonaristas é típico de quem não sabe fazer política, porque política é uma ciência feita de diálogo, ética e respeito ao bem comum. O que essa cambada de golpistas queria, lá no fundo, era negar o pacto civilizatório em nome dos próprios interesses. E o resultado dessa forma irresponsável de fazer política está aí para todos verem. 

A extrema-direita não compensa, porque ela sempre irá fracassar.