quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A objetificação humana na era do politicamente correto


Estamos vivendo na era do "politicamente correto" onde as pessoas estão se sentindo ofendidas com qualquer coisinha que as desagrade. Qualquer texto, imagem, piada, comercial, anúncio, programa ou post é potencialmente ofensivo, por mais 'dentro das normas' que esteja. Essa vitimização exacerbada das pessoas despertada por conteúdos supostamente ofensivos tem, geralmente, três motivações básicas:

Motivações financeiras: são os aproveitadores, afinal um processo bem sucedido traz uma grana fácil e move um verdadeiro mercado de indenizações.
Motivações ideológicas: são aqueles que tentam controlar a liberdade de expressão dos que pensam diferente ou que se sentem vítimas de algum preconceito ou perseguição.
Motivações pessoais: são aqueles casos onde os valores pessoais e as convicções morais de alguém são "feridos" por terceiros.

Aí lascou!

Claro que, além desses três motivos citados acima, há também casos onde preconceitos e discursos de ódio são propagados através de veículos de comunicação. Nestes casos, eu sou a favor de uma moderação. Mas há casos que eu acho infantil e exagerado querer proibir e censurar qualquer conteúdo em nome da ditadura do politicamente correto. Um desses casos de exagero é com relação à "objetificação" humana. Não é de hoje que a representação do corpo humano (especialmente da nudez) é hostilizada, tendo em vista que durante muito tempo o corpo humano foi visto como algo sujo e pecaminoso. Aliás, grande parte dessa "demonização" do corpo e da sua representação são frutos de uma herança maldita que a nossa cultura cristã herdou dos tempos medievais. E ainda hoje a 'liga das senhoras católicas' continua a implicar com isso, afinal, para o cristianismo, o corpo sempre foi fonte de pecado e impureza. Porém, é bom que se diga que nem a natureza e nem Deus reclamaram seus direitos autorais sobre o uso do corpo humano como publicidade ou produto. Logo, não vejo nenhuma razão suprema para impedir que o corpo humano seja usado ou representado por nós.
Contrariando religiosos, moralistas e feministas, eu sou a favor, sim, da objetificação saudável de homens e mulheres. Não vejo mal algum em usar o corpo humano em mensagens publicitárias e nem para tentar expressar alguma ideia. É impressionante como tem gente bitolada e recalcada nesse sentido. O grande problema da tal objetificação é que tem uns imbecis que pensam que a mulher (ou o homem) que se comporta como objeto realmente não passa de um objeto: aí está a fonte de toda a polêmica! Se alguém usa a objetificação como desculpa para desrespeitar ou ser sexista, me desculpa, mas esse alguém precisa ser internado numa estação espacial bem distante da Terra.
A seguir eu vou copiar um texto que pesquei na internet, mais especificamente, deste blog aqui, que tentou fazer uma crítica mais científica à objetificação feminina:

"Um estudo publicado na revista Psychological Science em Maio de 2012  confirma – novamente – o que todos nós sabemos: Quando homens e mulheres observam anúncios publicitários que exibem mulheres de lingerie, os seus cérebros interpretam a imagem como objetos, e não pessoas. O fato interessante é que todos (homens e mulheres) interpretaram as fotos dos homens seminus como imagens de PESSOAS. Este fenômeno é chamado de objetificação sexual. Nosso cérebro é bombardeado por imagens controversas aonde a mulher é diminuída, agredida, ridicularizada e humilhada".

Discordo do texto em amarelo acima, porque eu não vejo a objetificação como causa da "degradação da mulher". Representações do corpo humano, metáforas do corpo com objetos e até o uso da figura humana como ferramenta de marketing não tornam ninguém sexista e nem faz com que as pessoas sejam desvalorizadas como seres humanos. Afinal, queiramos admitir ou não, seres humanos também são objetos de desejo (quem nunca desejou alguém que atire a primeira pedra). Acredito ser plenamente possível ter uma objetificação saudável sem que ela se torne um bode expiatório de sexismos, desrespeitos e desvalorização das pessoas. O que causa isso tudo, no meu entender, é a falta de educação e o preconceito machista da nossa cultura. Se não existisse machismo na sociedade, duvido que alguém fosse se manifestar contra a "objetificação da mulher" em comerciais de cerveja. No máximo, nesse cenário, as mulheres seriam vistas como garotas-propaganda. O que deixa as feministas histéricas e paranoicas com esse tipo de coisa é que as mazelas do machismo as faz ver machismo até onde ele não existe. Tanto é que nenhuma feminista dá um pio sequer com relação a possível nocividade da objetificação do homem, justamente porque homens não sofrem com o machismo (na verdade, sofrem, mas isso é assunto para outra postagem). Além disso, a objetificação está na mente das pessoas e não nas imagens, afinal, tudo é uma questão de interpretação. Acho ingênuo que essa patrulha sexual feminista queira censurar tudo que a desagrade por achar que a humilhação, a agressão e o desrespeito contra as mulheres sejam causados por osmose através da publicidade, o que não é verdade. A publicidade é que é um reflexo da nossa cultura.
Não considero que o uso do corpo humano na publicidade, em jogos, filmes ou brinquedos seja uma forma de denegrir ou diminuir o ser humano. Esse discurso da "objetificação como meio de degradação" me soa, na verdade, fortemente cristão. E a tag sobre ateísmo no menu deste blog mostra o que eu acho do cristianismo e das suas amarras morais.

As feministas pira... e a rapaziada também

Homem objetificado?
As feministas da internet fazem uma confusão horrorosa com tudo isso, como se a sociedade ditasse que elas só valem "o corpo". Primeiro de tudo: quem "se vende", ou melhor, quem empresta o corpo para publicidade são as próprias mulheres que optam por isso. Ver os homens como seres malvados e dominadores que querem "coisificar a mulher" é um tanto ingênuo. Segundo: tais imagens só vendem porque tem quem esteja disposto a pagar para vê-las. Homens têm uma atração muito forte pelo aspecto visual, daí que o corpo feminino além de atrair a atenção masculina, ainda traz gratificação visual. É tudo uma questão de demanda. Ou você acha que se as mulheres tivessem essa mesma atração visual que os homens têm, isso também não seria explorado à exaustão (vivemos num mundo capitalista, esqueceu)? O problema todo é que a nossa cultura tende a estereotipar as mulheres que "vendem" a sua imagem, como se elas não passassem de um corpo bonito – enquanto que com os homens isso não ocorre. É isso aí que deve ser criticado, e não a exposição de corpos sensuais na mídia. E outra coisa debiloide e inocente é confundir o desejo e a atração com a objetificação. Desejar alguém, sexualmente ou não, é natural. Não há nada de errado em desejar corpos, uma vez que a nossa espécie só existe graças ao desejo pelo corpo. Mas se você é daqueles que acha que o caráter de alguém, por exemplo, dá mais tesão que um corpo bonito e saudável, desculpa a sinceridade, mas você é um ET.

Se comportar como um "objeto" não te torna um objeto

Veja a seguir os principais argumentos de feministas e moralistas contra a objetificação:

Argumentos feministas contra a objetificação:
-Mulheres são pessoas e não objetos.
-Mulheres não “servem” para satisfazer os homens.
-Mulheres devem ser respeitadas. Têm desejos e opiniões.
-Esta é uma visão que normaliza o abuso e a violência sexual.
-A postura de submissão não é um modelo saudável de relacionamento entre as pessoas.
Meu conselho: vai assistir um filme de BDSM e ou tente convencer os praticantes de sadomasoquismo com esse seu discurso. Fora do mundo BDSM, isso se resolve com educação, e não com censura. Objetificação e machismo são coisas totalmente diferentes.

Argumentos cristãos moralistas contra a objetificação:
-Pessoas não são objetos.
-O corpo é o templo de Deus.
-Corpos humanos despertam a luxúria e o pecado.
-Seres humanos são desvalorizados pela objetificação.
-Cria-se um culto ao corpo e à beleza física.
Meu conselho: Larga a mão de ser carola e vai se divertir um pouco folheando a Playboy ou a G-Magazine. Deixa esse transcendentalismo besta de lado e aprenda que nós somos o nosso corpo. Não gostou? Besta é tu!

Adorei o mobiliário. Quanto custa?

Como eu não estou nem um pouco a fim de me estender mais sobre esse assunto chato, vou deixar abaixo uma coleção de imagens saudáveis que tanto incomoda essa gente cheia de mimimi. Espero que tenham muitos chiliques! Rarará!

Abaixo a opressão e viva a objetificação!
























E para torturar ainda mais os moralistas anti-objetificação, dedico o vídeo abaixo:


Leituras interessantes sobre o tema:
Campanha de câncer de mama objetifica homens
Como seria se os anúncios de cueca usassem homens normais
Atriz francesa usa pingente em formato de pênis
Pin ups masculinos

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Os masculinistas e o livro sagrado de Nessahan Alita

Mascus: seres paleolíticos vivendo no século XXI

Após ler esta postagem brilhante da blogueira Lola Aronovich, tive um impulso de falar (espero que pela última vez) sobre os tais masculinistas, que foram apelidados de "mascus" pela blogueira.
Para quem não sabe, os tais mascus são um grupo de extrema-direita, conservador, reacionário, misógino e homofóbico que vitimiza homens brancos, héteros e de classe média. O grupinho é formado por homens que, por alguma razão obscura, resolveram defender o patriarcado, o machismo e teorias da conspiração diversas. Eles vivem num universo imaginário paralelo que chamam de "a Real" onde defendem ideias retrógradas e preconceituosas para justificar as suas existências. E, para piorar, eles usam a série de livros satíricos entitulados O Sofrimento Amoroso do Homem, de Nessahan Alita, como texto sagrado. Os livros de Alita, divididos em cinco volumes, reúnem uma boa coletânea de textos... de humor, claro. Inclusive, o autor até coloca no início e no fim das obras que elas são uma piada e que não devem ser levadas a sério. Eu não tenho muita moral para falar sobre estes livros, porque não tive paciência alguma para lê-los; mas pelo que pude constatar numa rápida leitura em um deles, apesar de algumas coisas até fazerem algum sentido isoladamente, ele não foi escrito para ser levado a sério e muito menos ao pé da letra. Mas os tais mascus, por algum déficit de atenção, resolveram negligenciar esse fator. Um dos mitos mais toscos deste volume que eu folheei é justamente a suposta "conspiração das mulheres contra os pobres coitados dos homens", como se toda mulher fosse interesseira e sem caráter. Daí que vem a velha generalização misturada com meia dúzia de falácias e adivinhe no que dá: em um bando de marmanjos chorões achando que homens, brancos e héteros são vítimas da nossa sociedade "ginocêntrica". Tenso, né?

Bíblia Sagrada do Masculinismo

Mascu querendo aparecer
Enfim, acho desnecessário continuar falando desses caras, porque eles já viraram motivo de piada na internet faz tempo. E o que me dói mais é que eles alimentam através do 'efeito rebanho' cada vez mais aquilo que os faz sofrer, que é o próprio machismo. Se não fosse pelo machismo, mulheres não teriam dependido dos homens durante tantas gerações para sobreviver e nem precisariam aplicar "golpes da barriga", pois seriam independentes. Se não fosse pelo machismo, mulheres seriam sexualmente livres e homens não precisariam gastar fortunas com prostitutas para ter sexo sem compromisso. E, se não fosse pelo machismo, nem mesmo os próprios masculinistas existiriam.

Ilusão masculinista de que estamos presos numa Matrix femista

O masculinismo é mesmo necessário?
Honestamente falando, eu acredito que sim: que é necessária a existência de algum tipo de movimento que se posicione em defesa dos homens. Mas calma lá: esse movimento deve existir em defesa de todos os homens, e não apenas de brancos e héteros. Eu não me sinto representado por um grupo de reacionários que é antissocialista, antifeminista, homofóbico e conspiracionista. Eu gostaria que existisse um masculinismo que defendesse todos os homens independentemente das diferenças. Afinal, por que não há um movimento que lute contra o fim do alistamento militar obrigatório, contra o fim da violência doméstica contra homens, contra o trabalho pesado (e muitas vezes escravo) em minas de carvão, contra os estupros nas cadeias, contra a mutilação genital de meninos por convicções religiosas, ou então que faça campanhas mais abertas na mídia contra o câncer de próstata, ou ainda que brigue por uma maior licença paternidade? Enquanto não houver um movimento sério, justo, democrático e imparcial em defesa dos homens, o masculinismo, para mim, só vai servir de motivo de deboche.

Masculinismo ou machismo enrustido?

Orações masculinista:
Para encerrar, vou deixar as orações dos masculinistas. Saca só que insano:

Pai Nessahan
Pai Nessahan que estais na Real
Santificado seja o teu nome
Venha a nós o teu preconceito
Seja feita a tua maldade
Assim terra como na deep web.

O machismo nosso de cada dia nos dai hoje
Perdoai as nossas demências
Assim como nós não perdoamos a quem nos tem ofendido
Não nos deixei voltar para a Matrix
Mas livrai-nos dos direitos humanos, amém.

Ave Alita
Ave Alita, cheio de graça!
O senhor está conosco.
Bendito sois tu entre os mascus,
Bendito é o preconceito que a tua ideologia nos induz.

Santa misoginia mãe dos fariseus
Rogai por nós opressores,
Agora e na hora de nossa reclusão, amém.

domingo, 27 de outubro de 2013

O aumento populacional e a violência masculina


Dia desses, vi que os índices de homicídios na Região Metropolitana do Recife (considerada uma das regiões mais violentas do país) caíram após a implantação do programa Pacto Pela Vida do Governo de Pernambuco. Um dos links dessa notícia segue abaixo:
Agosto registra o menor índice de homicídios dos últimos anos

Muita gente vai dizer: "Puxa, que bacana, tem menos gente morrendo". Mas será mesmo que isso só basta?

Previdência Social
Raciocine junto comigo: quando a qualidade de vida de uma população aumenta, consequentemente, a mortalidade cai, a taxa de homicídios cai e a violência com um todo é reduzida. Ok, até aí tudo bem. O problema é que com essa melhoria na qualidade de vida, as pessoas tendem a viver mais e a terem menos filhos. O resultado é que cada vez mais há menos pessoas para contribuir com a previdência social e mais pessoas passam a depender dela. Isso gera um déficit negativo que custa caro aos cofres do país, aumentando a dívida interna e criando a necessidade de aumentar a carga tributária para poder dar conta dos gastos. Isso significa que a nossa carga tributária provavelmente vai aumentar, ou então o Governo Federal vai ter que começar a fazer o que o governo da Suécia fez: vai precisar dar incentivos para que a população tenha mais filhos. Só que com a qualidade de vida elevada e nascendo mais gente, a população masculina tende aumentar consideravelmente. Mas será que isso é bom?


Os homens e a violência
Hoje temos mais mulheres que homens no Brasil, fato confirmado pelas pesquisas realizadas pelo IBGE há décadas. Acontece que, apesar disso, nascem mais homens que mulheres. Em média, nascem cerca de 105 homens para cada 100 mulheres. A explicação para esse desequilíbrio está na maior mobilidade dos espermatozoides que carregam o cromossomo Y, que define o sexo masculino. O que acontece no Brasil é que morrem muito mais homens que mulheres devido à negligência masculina com a própria saúde e também por causa da violência. Não é novidade para ninguém que homens têm mais agressividade por possuírem mais testosterona, por isso que tantos homens matam uns aos outros em brigas de torcidas, guerras, tiroteios, acidentes de trânsito, etc. Isso é que gera essa maior quantidade de mulheres na população.
Sabe-se também que a violência entre homens nunca foi coibida, muito pelo contrário: sempre foi estimulada e tratada como sagrada ou sendo parte da dominação masculina através da força e da violência. Com programas como esse Pacto Pela Vida e com a melhoria na qualidade de vida, temos uma mudança neste cenário, onde mais homens passam a sobreviver. Mas será que ter mais homens numa população é algo realmente positivo?


A importância da catarse
Todo mundo tem impulso para violência, uns mais, outros menos, mas todos têm. Por isso que devem ser desenvolvidas formas saudáveis de lidar com esse impulso para evitar brigas de torcidas, guerras, violência em casa, no trânsito, etc. E uma das melhores formas de lidar com isso é através da catarse, que é o nome que a psicologia dá para a "válvula de escape". Não adianta fazer como os pacifistas radicais que acham que tirar a violência dos olhos das pessoas vai fazê-la sumir do mundo. Não estou, com isso, dizendo que a violência é correta ou desejável, estou enfatizando que violência é um impulso natural. Por isso mesmo que o instinto da violência não deve ser reprimido, mas sim redirecionado de forma saudável para esportes, lutas marciais, jogos, filmes e até mesmo para o sexo. A catarse é que permite um maior controle da exteriorização da violência. Ao invés de bater em alguém na rua após uma briga de trânsito, a pessoa faz isso num ambiente onde é permitido extravasar esse impulso sem problemas para ninguém (como ocorre no game GTA, por exemplo).
Num mundo com mais homens, a catarse torna-se imprescindível, já que os homens têm maior impulso à violência. Por esta razão, deve-se criar programas que estimulem a catarse à medida que a população masculina aumenta como forma de evitar a violência. Se isso não ocorrer, passa-se a ter os problemas que vemos hoje em países como Arábia Saudita, Irã, Afeganistão, Paquistão e em quase todo o Oriente Médio, que é violência e mais violência. Não é à toa que esses países muçulmanos (que possuem mais homens que mulheres) precisaram usar a religião como forma de controlar os homens. Acreditando que irão para o paraíso ao lado de 72 virgens após a morte, os homens aceitam, assim, a se submeter a teocracia e a viver em abstinência sexual – já que não há mulheres suficientes para todos os homens. Claro que há outras razões políticas muito fortes para isso (como a disputa por petróleo, por exemplo), mas a desproporção entre homens e mulheres alimenta bastante a violência.


A monogamia e o equilíbrio populacional
Imagine que estamos numa ilha isolada do resto do mundo onde vivem 100 homens e 100 mulheres. Se for permitida a poligamia, que é o casamento de um homem com várias mulheres, vamos supor que cada homem se case com cinco mulheres. Nisso teremos 100 mulheres casadas com 20 homens, sobrando outros 80 homens solteiros. Agora me responde: você acha que esses 80 homens sem mulheres vão aceitar numa boa essa condição de serem castos para sempre? A história diz que não. Homens têm uma tendência a ter uma verdadeira ojeriza pela castidade, o que certamente causaria, neste exemplo, uma explosão da violência. No caso contrário, a poliandria – onde uma mulher se casa com vários homens – se uma mulher se casasse com cinco homens nesta ilha, sobrariam então 80 mulheres solteiras. Mas será mesmo que os homens iam querer 'rachar' a mesma mulher ao invés de ter uma ou várias só para eles? A história mostra mais uma vez que não. O casamento de uma mulher com vários homens não dá certo pelo fato dos vários maridos tenderem a se odiar e a se matarem na disputa pela única esposa. É por isso que a monogamia triunfa atualmente: porque ela evita esses extremos quando uma população tem equilíbrio entre homens e mulheres.
Quando há mais mulheres que homens numa população, a coisa se equilibra através da monogamia, mas e se houver mais homens que mulheres?

No Oriente Médio, onde temos mais homens que mulheres, passamos a ter um problema: a monogamia não possui essa 'propriedade mágica' de equilibrar a sociedade. A poliandria neste cenário é inviável e não temos a catarse (games, prostituição, pornografia e bonecas sexuais são proibidos nesses países), o resultado é que a única saída para evitar um colapso é o fanatismo religioso e as guerras constantes. É por isso que há tantos homens-bomba, tanta violência e tanto fanatismo quando algum ocidental ousa "debochar" do profeta deles, o Maomé.

Resumo da ópera
Se quisermos melhorar a qualidade de vida, não basta apenas agir superficialmente reduzindo o número de mortes. Vamos ter que investir também em esportes, diversão, lazer, cultura, atividades físicas, educação e afastar qualquer possibilidade de teocracia (como pretende a bancada evangélica). E devemos tomar cuidado para não eliminar a catarse caso a população masculina torne-se maior que a feminina, do contrário, teremos que morrer por Allah.

sábado, 26 de outubro de 2013

O resgate dos beagles: o filme


Eu prometi para mim mesmo que não perderia tempo falando deste assunto, mas já que virou mania nacional falar sobre ele, resolvi quebrar a promessa e dedicar um parágrafo sobre o tema:

Não gostei desse filme. Achei a atitude dos ativistas precipitada e eles deixaram de fazer o principal: não conseguiram as provas das supostas torturas do instituto contras os animais. E sem provas, não dá para provar nada (ou sim). Para mim, tudo não passou de um ato impulsivo e emotivo.
E sim: eu sou a favor de testes regulamentados pela lei (desculpa o pleonasmo) em animais. Antes neles do que em mim. Afinal, sou especista sim, com muito orgulho.

Pronto, falei.

Quê? Não gostou? Então...

Olha a minha cara de preocupação! Rarará!

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

"Abaixo o Bolsa Família!" - Sério mesmo, santa?


Como hoje estou com pouco tempo para escrever, vou ser bem direto: eu acho simplesmente ridículo que algumas pessoas ataquem o Bolsa Família como se ele fosse uma coisa ruim. É muito fácil dizer que está "sendo roubado pelo Governo" para "sustentar a vadiagem alheia", ou então que o Bolsa Família era para se chamar "Bolsa Esmola", ou ainda que o programa é "eleitoreiro" ou que faz parte do "pão e circo" financiado pelo Governo, ou que só "estimula pobre a fazer filho" e etc. Minha gente, me responde uma coisa: vocês já passaram fome alguma vez na vida? Você sabe o que é ter filhos para criar e não ter nem o que colocar na mesa para comer? É muito fácil criticar programas de distribuição de renda tendo casa própria, comida, roupa lavada, plano de saúde privado, escola privada, carro na garagem... E quem nasceu debaixo da ponte comendo terra para não morrer? Será que essas pessoas não têm direito nem a um auxílio? Agora eu te pergunto: você trocaria de vida com alguém que recebe o Bolsa Família? Ou preferiria continuar tendo os seus privilégios de classe média? Para os desavisados, apesar dos esforços do Governo Federal, muita gente neste país ainda trabalha em troca de um prato de comida. Além, claro, do trabalho infantil e da distribuição de renda que é absolutamente desigual.

O 'triste' chororô da classe média...

O Bolsa Família está sendo bom para ajudar a erradicar a miséria do país e ainda está fazendo o dinheiro circular mais. Ao invés de haver uma super concentração de renda na mão de poucos, o dinheiro está sendo movimentado. Isso sem falar que muita gente que é beneficiada pelo programa teve, pela primeira vez na vida, dinheiro vivo em suas mãos. Isso estimulou muitas dessas pessoas a trabalharem para conseguir mais dinheiro, porque estas tiveram, pela primeira vez, a oportunidade de ter poder de compra. O Bolsa Família serviu, portanto, de estímulo – o que está ajudando a crescer a economia. Para se ter uma ideia do sucesso do programa, o jornal francês Le Monde citou: "O programa Bolsa Família amplia, sobretudo, o acesso à educação, a qual representa a melhor arma, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, contra a pobreza".

Então, por favor, antes de criticar o programa, procure saber dos benefícios que ele está trazendo ao país.

Mas se você não quer entender, não tem jeito...

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Os rótulos da sexualidade

Será que homens e mulheres são tão diferentes assim?

Há algum tempo atrás eu escrevi um post intitulado "A 'morbidez' da sexualidade masculina" onde tentei rebater as críticas de moralistas, religiosos e feministas estereotipadas que tratam a sexualidade "masculina" como sendo pervertida e imoral em comparação com a "feminina". Apesar da pequena confusão que fiz quando a escrevi, a minha conclusão lá foi de que homens e mulheres são diferentes sexualmente. Pois bem, passado um tempo, li recentemente esta bela postagem do Doutor Asmodeu, que me fez chegar à conclusão de que o problema dessa história não está na sexualidade masculina ou na feminina, afinal, a sexualidade é uma coisa só. O problema está nos estereótipos sexuais atribuídos a cada gênero e no preconceito moral contra as mulheres sexualmente livres. E como o Dr. Asmodeu apontou, os malditos livros de autoajuda – especialmente aqueles voltados para as donzelas – são especialistas em criar rótulos para definir o comportamento sexual de homens e mulheres. Fantasias e práticas sexuais não são exclusivas de gênero algum, afinal, com quem os heterossexuais transam senão com alguém do sexo oposto? E contrariando a mim mesmo, afirmo: homens e mulheres são diferentes, mas, sexualmente, são muito mais parecidos do que eu imaginava.

Paradoxo machista

Influências do patriarcado
Coisas do patriarcado...
Lembro que quando o livro Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor foi lançado, muitas pessoas acusaram os autores de serem sexistas e de rotularem a sexualidade masculina e feminina. Apesar desta crítica estar fundamentalmente correta, é bom destacar que o livro apenas mostra a 'superfície' da realidade como a vemos, demonstrando que os homens geralmente têm uma preferência maior pelo que é mais "sujo" e "imoral", enquanto que a maioria das mulheres preferiam coisas mais, digamos, "suaves". Só que o grande 'x' da questão é que o livro não explica porque as coisas são assim. Se tirássemos todo o falso moralismo, sexismo e repressão sexual direcionados contra às mulheres, certamente o livro estaria mostrando uma diferença muito menor entre homens e mulheres. A verdade é que muitas mulheres ainda sentem culpa por terem (ou realizarem) certas fantasias sexuais. O medo de serem taxadas de "vadias" ou "promíscuas" impede que elas mostrem seus verdadeiros desejos.

É isso que o patriarcado quer
Enquanto a nossa moral cristã e o sexismo estúpido continuarem mandando na cultura ocidental, as taras de filmes pornôs e as "fantasias masculinas" continuarão sendo quase exclusivas do público masculino. Não é novidade para ninguém que meninos e meninas são criados de maneiras bem diferentes e, quase sempre, as meninas são castradas psicologicamente desde cedo. Muito disso se deve ao maldito patriarcado que trata as mulheres como sendo "posse" dos homens, desestimulando a promiscuidade feminina. Isso tanto é verdade que a valorização da virgindade da mulher surgiu como "garantia" de que o filho seria legítimo do pai, e não de outro homem. E o patriarcado sempre foi assim, passando as propriedades e os meios de produção de pai para filho (nunca de pai para filha), monopolizando o poder nas mãos dos homens.
Com o surgimento da pílula anticoncepcional, com a gradual descriminalização do aborto e com o avanço de movimentos feministas, o patriarcado começou a desmoronar. Mas, ainda assim, o patriarcado sobrevive, se agarrando ao conservadorismo, ao autoritarismo, ao machismo e à religião. É por isso que existe tanta resistência machista até hoje. E para quem pensa que o patriarcado nunca existiu, basta lembrar que o art.178 do código civil brasileiro de 1916 considerava que o marido podia pedir anulação do casamento se a mulher não fosse mais virgem, fato que caiu em desuso após 2003. Também considere uma evidência do patriarcado o fato de apenas a mulher mudar o sobrenome após casar.

Velhos estereótipos em ação

O resumo desta ópera é que o patriarcado literalmente castrou as meninas e permitiu apenas aos homens o direito à promiscuidade. 

Sexismo em ação...

Todo sexo é depravado
Ser livre é degradante?
Botem na cabeça uma coisa: não existe sexo sem safadeza. Sexo é sempre promíscuo, pervertido e imoral, SEMPRE. Mesmo que haja cumplicidade e sentimentos envolvidos no meio da coisa, a graça do sexo está justamente no prazer, na diversão, na criatividade, na "sujeira" e na safadeza. Ninguém faz amor, todos fazem sexo. Quem nega isso ou é ingênuo, ou é hipócrita. Foi por essa falsa dicotomia entre "sexo normal" e "sexo safado" que durante tanto tempo os pais de família dividiam as mulheres em dois tipos: as para casar, com quem tinham um sexo medíocre voltado para a reprodução e perpetuação do sistema patriarcal; e as outras mulheres eram as para "se divertir", ou seja, eram as prostitutas e meretrizes. Hoje, apesar da persistência do slut-shaming, tem muita mulher que curte uma sacanagem bem suja e pervertida igual ou pior que a dos homens. Como eu mostrei nos posts deste blog sobre feminismo e religião, muitos dos valores religiosos acabaram sendo incorporados por algumas feministas que acham que o sexo "pervertido" é machista, coisa de macho tarado e mais meia dúzia de argumentos ridículos. Se alguma feminista ainda insistir nesse discurso "faça amor, não faça sexo", me desculpa, mas vocês viraram marionetes da direita religiosa, que tanto as oprimiram. O que as mulheres devem exigir é igualdade, liberdade e democracia em dar e receber prazer – e não fazendo essa algazarra rocambolesca para chamar os homens de pervertidos ou querendo banir a pornografia. Por favor, tirem esse cinto de castidade psicológico e deixem de ser toscas e recalcadas. Ou como dizem algumas pessoas mais francas: isso é falta de pinto. Só pode ser mesmo...

Ah, não gostou? Então põe um véu e vira santa, que nem a Sasha Grey! Rarará!
Ave Sasha, cheia de graça!