Há mais ou menos uns três meses, eu tive a oportunidade de comprar o meu
primeiro contrabaixo. No dia da compra, eu saí de casa com a intenção de comprar um teclado, mais
especificamente o o CTK 7200 da Casio. Porém, como este teclado estava
caro demais para o meu bolso, então resolvi comprar outro instrumento mais barato que
sempre me instigou, que foi justamente o baixo elétrico.
Enfim, eu testei vários baixos em várias lojas e comprei aquele que teve o melhor custo benefício na minha opinião. Como eu foquei nos modelos de entrada, não pude fazer uma avaliação de marcas intermediárias mais caras como SX, Cort, Ibanez e Squier. Eu acabei adquirindo um Tagima Milenium de quatro cordas ativo por uma série de razões que vou explicar no decorrer do post. Mas antes, vou deixar a minha opinião sobre os outros baixos que eu testei (todos novos), que foram:
-Michael BM515 MBK – 5 cordas ativo.
-Tagima Millenium – 4 cordas ativo.
-Tagima Woodstock 73 – 4 cordas passivo.
-Memphis TB 440 – 4 cordas ativo.
-Yamaha TRBX 174 – 4 cordas passivo.
-Strinberg CAB-16 – 4 cordas passivo.
-Giannini GB-1 (este não cheguei a testar porque não tinha amplificador na loja que o vendia, mas o acabamento dele me pareceu impecável).
Minhas primeiras impressões sobre o instrumento
Eu escrevi
em outro post a sensação de se tocar um baixo pela primeira vez, algo que fiz poucos meses antes de comprar esse meu primeiro baixo. Como eu sou acostumado com violão e guitarra há muitos anos, lembro que novamente tive alguns dos mesmos estranhamentos iniciais com os baixos que testei devido às suas diferenças físicas com a guitarra. As cordas grossas, a escala longa e o espaço exagerado entre as cordas me causou um pouco de desconforto logo de cara, mas após tocar um pouco, me acostumei rapidinho, parecendo que eu já tocava baixo desde pequenininho! rs
Enfim, o baixo é
um instrumento realmente mais avantajado e robusto que a guitarra, seja nas dimensões, no
calibre das cordas, no peso e na pancada do som. É mais difícil errar escalas ou
sair um som sujo por abafamento involuntário de cordas próximas ao dedo pela grande distância entre as cordas, o que, para quem tem a mão grande como a minha, é um facilitador. Por incrível que pareça, eu achei o baixo um instrumento mais
confortável e fácil de tocar que a guitarra. Até mesmo os acordes no baixo são bem
simplificados e possuem bastante sustain e peso.
Agora sim, vamos aos testes.
Testando os baixos
O primeiro que eu testei foi um Tagima Woodstock 73. As cordas estavam bem altas e tinha um chiado meio chato no captador da ponte. O médio-agudo dele me pareceu bem destacado. Muito bom para fazer slap. É um baixo leve, bonito e confortável. Só não gostei do preço que estava passando das mil pilas.
O segundo que testei, em outra loja, foi o Memphis TB 440 ativo. O baixo era bonito e bem construído, mas o vendedor precisou colocar uma bateria para sair som dele devido ao seu circuito ativo. Ele tinha um som bastante potente, mas sempre que abria o potenciômetro de agudo vinha tudo que era chiado junto. As cordas estavam altas e o preço estava quase em mil contos. Resolvi testar outros.
Daí eu testei os dois mais caros entre os de entrada: o Michael BM515 e o Yamaha TRBX 174. O Michael tinha cinco cordas, era leve, confortável, com pouco ruído, som poderoso, bom sustain e tinha um acabamento de instrumentos mais topo de linha. O problema dele era o preço que estava em R$ 1.400 e comprometeria o meu orçamento. Já o Yamaha era muito bonito, bem pesado e tinha um som meio vintage. E o preço dele era simplesmente obsceno para o que ele oferecia: quase 1.600 paus.
Foi aí que eu entrei na última loja e testei dois baixos Strinberg
CAB-16, um branco e outro preto ambos com escudo tortoise. Gostei bastante das cores e dos acabamentos deles. O problema é que eles tinham um som muito chocho, apagado e sem brilho, acredito que isso se devia as cordas extremamente velhas (quase quebradas) que estavam neles dois. Também senti dificuldade para fazer o slap devido à ação alta das cordas (comum em instrumentos desregulados). Eles também tinham um chiadinho chato que não sumia totalmente nem quando fechava o tone todo. E para piorar, ambos estavam custando quase 1.000 paus. Daí parti para o último baixo da loja...
O escolhido
Foi aí que eu testei o Tagima Milenium, que me fora indicado pelo próprio dono da loja que me atendeu. Esse Tagima Milenium era muito parecido com o Memphis na construção, a diferença estava apenas nos captadores e nos controles do pré-amplificador. Enquanto o Tagima tinha captadores JJ com ímã de alnico e cinco knobs, o Memphis tinha o modelo PJ cerâmico com quatro knobs. A altura das cordas em relação à escala estava bem baixa, chegando a trastejar nas primeiras casas. Mas o que me chamou atenção neste baixo foi o equilíbrio entre a potência de saída e a beleza dos timbres. O timbre dele, inclusive, me pareceu o mais bonito entre todos os que testei. Ele tinha um som único, cheio e bem definido: tinha som de um "baixo de verdade". Quando eu toquei nele, logo de cara senti que ele era 'O' baixo.
Como eu já sei que esses instrumentos de entrada possuem deficiências em certas frequências sonoras devido a sua construção mais simples, então optei por um baixo ativo que tivesse mais saída e mais possibilidades de timbragem para compensar. Além disso, o baixo me pareceu bem bonito, leve, brilhando de novo, com um braço confortável e com um acabamento e uma cor que me agradaram. Apesar dos chiados e trastejamentos pela falta de blindagem e pela desregulagem, optei pelo Tagima Milenium por ele ter saído por R$ 730. Daí não tive dúvida, foi esse mesmo que comprei junto com uma bag para transportá-lo.
Enfim, para mim, este foi o baixo que compensou e que valeu mais a pena. Não me arrependi nenhum segundo de ter o escolhido, porque ele foi o melhor entre os que testei e me deixou plenamente satisfeito. E todo mundo deveria fazer o mesmo que eu fiz ao comprar seu primeiro instrumento: testá-lo. Eu não gosto de comprar instrumentos pela internet porque a compra é às cegas. Não existe nada melhor que fazer um test drive antes de efetuar a compra. No mês que vem, vou levar o baixo para o luthier fazer uma regulagem geral e deixá-lo perfeito para tocar.
É isso aí: entrei com o pé direito para o mundo dos graves.