terça-feira, 31 de outubro de 2023

Será que o ET de Varginha realmente existiu?


Em comemoração ao dia do Saci Halloween, hoje resolvi abordar um assunto meio obscuro que me meteu muito medo quando era criança que foi o tal do ET de Varginha. Para quem vive em outro planeta e não sabe do que se trata, o ET de Varginha foi uma suposta criatura alienígena encontrada por três mulheres no início de 1996 no município mineiro de Varginha. O caso repercutiu na imprensa e me deu tanto cagaço na época que fiquei vários dias sem conseguir dormir direito, com medo do tal ET aparecer no quintal da minha casa ou em baixo da minha cama. Recentemente, o caso voltou a ganhar evidência pelo fato do produtor americano James Fox estar oferecendo nada menos que U$ 200 mil dólares (um milho grande de reais) para quem apresentar um vídeo real da criatura que foi, pelo que relatam, capturada e filmada.

Essa história toda envolvendo o ET de Varginha é muito esquisita, porque houve muito rebuliço na cidade na época, pessoas que acompanhavam o caso que sumiram subitamente, houve tentativa de compra do silêncio de testemunhas, relatos de avistamentos de outros moradores e mais outras coisas suspeitas. Não sei até que ponto essas coisas são verdade e até onde começa o folclore propriamente dito. O melhor que posso fazer é especular algumas hipóteses para explicar o que ocorreu baseado na Navalha de Occam:

Será que eles estão entre nós?

 

1 - A criatura veio de fora da Terra
Essa é a possibilidade menos provável. Dizer que a criatura veio de outro planeta (extraterrestre), de outra dimensão (ultraterrestre) ou que é um viajante do tempo me soa muito fantasioso pelo fato desta criatura ser descrita de forma muito animalesca. Um bicho bizarro que anda pelado em um planeta diferente do seu é muito irreal. Se assim fosse, teria que usar algum traje espacial ou então trazer aparatos tecnológicos muito à frente do nosso tempo. Isso sem falar que viagens de outras estrelas até aqui são longas e perigosas demais para qualquer coisa viva. Mesmo que se trate de um animal qualquer de uma fauna alienígena usado como teste (assim como usaram a cadela Laika no espaço), isso seria perigoso demais pelo risco de contaminação e até por morte instantânea devido à descompressão ou composição atmosférica muito diferente de seu lar de origem.

2 - A criatura é deste mundo
Há quem diga que o ET de Varginha foi, na realidade, um experimento biológico secreto (feito através da clonagem) criado por militares na tentativa de produzir um soldado perfeito, mas esse experimento teria dado errado e ainda por cima fugiu. Acho essa hipótese muito ficção científica para o meu gosto. Não sei se havia tecnologia na época para isso, fora que experimentos envolvendo seres humanos são ilegais. Existe também a possibilidade da criatura ter sido algum animal desconhecido que vivia em cavernas ou até mesmo um intraterrestre, que seriam supostos seres humanoides que vivem no interior do planeta. Mas nunca houve qualquer evidência disso.

3 - Não houve criatura nenhuma
O mais provável é que o tal ET tenha sido uma pessoa deformada ou alguém fantasiado querendo causar rebuliço. Ou ainda é possível que não tenha existido qualquer criatura e que tudo não tenha passado de histeria coletiva. Mas enfim, qual seria a verdadeira verdade?

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Desperte o homão que há dentro de você


Eita, nóis... Eu aqui me esforçando para manter este bloguinho ativo com posts relevantes sobre questões do mundo contemporâneo ou divulgação científica e me vem mais um comentário de mais um homem "desprestigiado" fisicamente, deprimido e/ou querendo se matar por isso. Recentemente, recebi um comentário de um sujeito dizendo ser feio, tímido, baixinho, careca, barrigudo, perna fina, pinto pequeno e pobre querendo se matar. Quando li o comentário, parecia até que estava lendo um trecho daquela música do Sílvio Santos (Melô do Barrigudinho) que dizia algo do tipo:

"Um homem pode ser careca
Baixinho e barrigudo
Mas se tiver dinheiro
Ele está com tudo"


Como a letra da música já dizia, basta ter grana que está tudo certo, não é? Na verdade, não. Dinheiro ajuda em muita coisa, mas não resolve tudo. E no caso do comentarista, ele também é pobre. Mas não é tão pobre assim, porque teve dinheiro para comprar um celular e postar esse comentário. Então a situação não é das piores. Olhe pelo lado bom: o cidadão pelo menos não passa fome, coisa que já é um privilégio hoje em dia, levando em consideração que temos cerca de 2 bilhões de pessoas em situação de insegurança alimentar no mundo. Mas ok, sei que a dor dos outros não serve para te deixar menos mal, caro comentarista. Então eu achei melhor respondê-lo em um post do que em um comentário curto que se perderia entre centenas de outros. Então pega a dica aí:

 

Feiura não impede ninguém de ser bem-sucedido.

 

Felicidade é algo que brota de dentro para fora. Se você se considera "pior" que os outros por suas características físicas, é porque você está, obviamente, se comparando com os outros. E se comparar com os outros é sempre ruim, porque sempre haverá alguém melhor que a gente. Mas do mesmo jeito que há gente melhor, há também gente pior que nós e não necessariamente essas pessoas estão mal. Você tem virtudes e qualidades que não percebeu ainda que possui. Tenho certeza que você já recebeu algum elogio de alguém por algo que fez ao longo da vida. De repente, você pode ser um bom desenhista, um bom jogador, ou ter facilidade com cálculos, ou até mesmo ter uma voz linda de tenor (homens baixinhos geralmente possuem entonação de tenor). Procure investir nessas suas qualidades. Se não tiver (coisa que duvido) procure descobrir uma qualidade e trabalhe para se tornar bom nisso, porque você vai largar na frente dos outros por já ter uma inclinação natural para isso. Já parou para pensar que enquanto os homens "prestigiados" estão perdendo tempo com baladas, mulheres, bebidas e festas, você pode estar estudando para se tornar um cara muito melhor e mais bem qualificado socialmente que eles? 

Só é possível ter um bom físico treinando.



Quanto aos seus "defeitos", putz, o corpo da gente pode mudar com dieta e treino e vá por mim: quando você encara cada treino como um desafio novo na sua evolução, você se empolga e acaba criando um hábito. E é da persistência que vem o resultado. Homens baixinhos e carecas têm, normalmente, mais receptores androgênicos para testosterona e ganham performance e massa muscular mais rápido que a média. Aproveite isso. A calvície pode ser tratada, a barriga pode diminuir, você pode parecer mais alto usando solas de calçados mais altas e melhorando a postura – e você pode ganhar mais confiança ainda se fizer uma terapia bacana. Procure ajuda profissional (psicológica) para conseguir despertar esse verdadeiro GIGANTE adormecido que há dentro de você. Ninguém é um merda e tenho certeza que você pode ser um cara muito phoda.

Enganaram você sobre tamanho ser documento.


Quanto ao tamanho do pênis, isso é uma das coisas mais retardadas que existe. Tamanho peniano não faz diferença nenhuma para 98% das mulheres normais (NORMAIS, não atrizes pornôs). Além do que, o canal vaginal expandido têm no máximo uns 13 centímetros e apenas os primeiros 5 centímetros possuem receptores para o prazer. Fora que a maioria das mulheres nem tem orgasmos com a penetração, é mais por carícias no corpo e por estimulação no clitóris. Se você não tiver um micropênis (menos de 5 cm, que pode ser tratado) então desencana, campeão. Fora que em um relacionamento, as pessoas procuram companheirismo, carinho, intimidade, suporte e amor – e o tamanho do órgão sexual é o último critério nisso. Se tiver medo ou vergonha demais por isso, junte uma grana e compre uma linda sex doll, que são essas bonecas do amor hiper realistas que levarão você ao paraíso do sexo num nível que nenhuma mulher será capaz de te levar.

Enfim, camarada. Sorria para a vida que ela sorrirá de volta para você. Para com essa babaquice de querer se matar que isso seria um desperdício. Essa vida é a sua única chance de ser feliz e de mandar sua "genética ruim" e os caçoadores para a PQP. Tenho certeza que você vai superar essa fase, porque você vai despertar o homão da p0rra que há dentro de você. Vai lá e arrebenta, campeão.

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Chegamos cedo demais para a festa da vida no universo


É consenso entre os cientistas que, muito provavelmente, há vida fora desse nosso pálido ponto azul chamado Terra. Isso porque as leis da física são as mesmas para todo o cosmo e a matéria orgânica de que somos feitos também é abundante fora da Terra. Some a isso o fato de que há bilhões de planetas (e luas) potencialmente habitáveis só na nossa galáxia que a chance de estarmos sós beira o impossível. O problema é que até hoje nunca detectamos qualquer bioassinatura ou tecnoassinatura alienígena lá fora – fato este que nos levou ao famigerado Paradoxo de Fermi. Só que que há um outro fator interessante nessa história: existe uma chance real de sermos a primeira civilização (ou uma das primeiras civilizações) da nossa galáxia devido à formação precoce do nosso planeta com relação à idade "fértil" do universo. 
 

 
Há um conjunto de cálculos baseado na taxa de formação de estrelas que nos levam a crer que o universo tornou-se propício para o surgimento da vida pouco tempo antes do nosso sistema solar se formar há 4,6 bilhões de anos atrás. Foi há cerca de 8 a 5 bilhões de anos que a metalicidade do universo atingiu um ponto mínimo para que cadeias de moléculas orgânicas (cadeias carbônicas) se formassem em quantidades suficientes para a vida como conhecemos surgir. Essa é, inclusive, uma das melhores respostas para o Paradoxo de Fermi: a de que estamos sós apenas por enquanto, porque a maioria dos planetas que um dia abrigarão a vida ainda nem se formaram. Segundo essa hipótese, não encontramos vida inteligente fora da Terra ainda porque, simplesmente, chegamos cedo demais para a festa da vida no universo e, por conta disso, não houve tempo suficiente para que civilizações galácticas surgissem. Some a isso também o fato de que o universo está literalmente no início. Os 13,7 bilhões de anos do universo são apenas uma pequena fração da primeira fase do universo (que é a era das estrelas de fusão nuclear do hidrogênio) que vai durar até 100 trilhões de anos. Isso sem falar das eras seguintes (degenerada e dos buracos negros) que ultrapassarão os 10^100 (um googol) de anos no futuro. Ou seja: 99% da vida do universo ainda está para surgir.



Se essa hipótese do pioneirismo cósmico estiver correta, isso nos traz uma grande responsabilidade. Isso porque a espécie humana (ou a espécie que evoluirá a partir da espécie humana) será a civilização mais antiga e avançada da galáxia quando outras surgirem. Somos nós que daremos as boas-vindas às demais formas de vida inteligentes que irão surgir e teremos, de certa forma, que ajudá-los a superar uma possivelmente tumultuada adolescência tecnológica, evitando sua autodestruição e predatismo. Ou poderemos apenas observá-las de longe esperando que a seleção natural cósmica se encarregue de eliminar civilizações agressivas demais ou incapazes de respeitar as demais formas de vida. O que não poderemos fazer de jeito nenhum é agir como superpredadores galácticos, eliminando formas de vida mais simples. E para isso teremos antes que começar respeitando as demais formas de vida do nosso próprio planeta, sejam de nossos irmãos ou mesmo de outros animais. O cérebro mais evoluído nos dá o poder de enxergar que são as escolhas de nossas ações que determinam o nosso destino e das demais formas de vida também. Por isso, sou um defensor incansável da tolerância, do pacifismo, da empatia e do respeito. Só assim seremos capazes de durar por muito tempo no cosmo e de ter o privilégio de conhecer e interagir com outras formas de vida.

domingo, 15 de outubro de 2023

O universo é mesmo encantador


Se você é um terráqueo bem informado, deve saber que tivemos ontem um raro eclipse solar anular visto das Américas. Esse foi o terceiro eclipse solar que presenciei na vida. Pena que não pude acompanhar ao vivo, porque estive muito ocupado com meus afazeres domésticos. E mesmo que quisesse ver, não teria como, porque eu moro num buraco cercado de prédios por todos os lados. E o eclipse ainda ocorreu no finalzinho da tarde que, no nordeste, já é quase noite. Enfim, o fato foi que ele passou praticamente batido para mim. Mas isso não tira a beleza única de um evento raro como um eclipse solar. Aliás, eu tenho uma paixão por eclipses, porque além deles refutarem ideias birutas como as da Terra plana, ainda nos mostram como é surpreendente o nosso lugar no cosmo. Ora, vivemos em uma enorme bola rochosa que é orbitada por outra bola menor (lua) que orbitam juntos uma enorme esfera de fusão nuclear. E da dança cósmica desses três corpos saem fenômenos deslumbrantes como os eclipses. Somos espectadores de um verdadeiro teatro cósmico. E há muitas outras coisas incríveis lá fora, tais como quasares, supernovas, nebulosas, buracos negros e fusão de galáxias em um encantador balé cósmico. Apesar do universo por si só não fazer sentido existencial, temos que admitir ele nos desperta encantamento e curiosidade sem precedentes. Afinal, nós somos a parte viva e consciente desse universo, porque somos feitos da mesma matéria das estrelas. Isso é profundamente espiritual e filosófico. É por isso que eu amo tanto a astronomia.

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

O melhor jeito de ser imortal é sendo mortal


Quando eu tinha por volta dos meus 17 anos, comecei a fazer uma série de reflexões a respeito da existência do deus judaico-cristão. Foi numa daquelas reflexões que concluí como deve ser horrível a vida de um deus. Imagine que horror seria se você fosse onisciente (soubesse de tudo), onipresente (estivesse em todos os lugares) e onipotente (capaz de tudo). A sua existência não teria graça alguma, ainda mais agravada pelo fato de que você seria literalmente imortal. Não poder morrer nunca é algo terrível e que fica ainda pior quando você tem o conhecimento sobre todas as coisas. Não existe nenhum sentido em viver uma vida em que você não pode mais aprender coisa alguma e que pode fazer tudo o que quiser. Seria um tédio, uma anedonia interminável. Pode parecer absurdo, mas o que torna a vida especial é justamente o fato dela acabar e de não sabermos de tudo. Enquanto mortais, estamos sempre buscando por algo que nos empurra para frente e nos motiva a viver. Até a morte é um motivo a mais para vivermos esta vida com mais intensidade, já que amanhã poderá não haver uma segunda chance para nós. O sofrimento e as angústias da existência um dia chegam ao fim para os mortais, mas para os imortais, ela durará para sempre.

É por isso que às vezes acho que somos reencarnações de um mesmo deus imortal. A única forma desse deus não sofrer com a imortalidade onisciente seria encarnando em seres mortais com uma espécie de reboot de memórias e de consciência a cada nascimento. O melhor jeito de ser imortal, quem diria, é morrendo. O engraçado é que enquanto nós invejamos os deuses por eles serem imortais, os deuses nos invejam de volta por sermos mortais. Isso só escancara a ideia de que apesar das dores, a vida é a nossa única chance de amar, de aprender, de conquistar e de se surpreender com a dádiva de cada segundo que estamos vivos.

quinta-feira, 5 de outubro de 2023

É melhor haver ou não haver vida após a morte?


Faz alguns dias que estive a pensar mais profundamente sobre a nossa condição existencial após a vida chegar ao fim. Cheguei à conclusão que, independentemente do que ocorra após a morte, o que espera por nós não é nada bom. 

A existência da vida após a morte é algo terrível pelo fato de que é impossível existir vida sem sofrimento. Se sempre estivermos morrendo e renascendo em ciclos infinitos como sugerem algumas doutrinas, nunca nos livraremos da angústia, das dores e das inquietações existenciais. Se houver reencarnação, estaremos presos a um karma sem fim de tragédias. Se houver inferno, estaremos sendo vítimas da injustiça arbitrária de um ditador celestial sádico. Já a tal vida eterna num paraíso perfeito é uma ideia pueril que também seria terrível, porque uma existência sem sofrimento algum nos levaria a um estado permanente de anedonia e tédio. Então continuar existindo após a morte seria algo indesejável, até porque perderíamos nossa identidade e nossas memórias com o passar do tempo em meio a um ciclo sem fim de existências que não teriam qualquer propósito.

Será este o fim de todos nós?

No caso de não haver vida após a morte, voltaremos a ser aquilo que sempre fomos durante todo o infinito passado antes do surgimento do universo, ou seja: um nada. Não seremos capazes de sentir, ver, ouvir, pensar, cheirar, lembrar ou perceber a existência do tempo e do espaço. Seria a inconsciência absoluta, como se tivéssemos presos num sono eterno sem sonhos ou como se tomássemos uma anestesia geral que duraria para sempre. Porém, tornar-se um "nada" não é nem o problema em si, porque o que não existe não sofre justamente por não está existindo. O problema aqui é a angústia que essa hipótese gera em quem está vivo. É angustiante imaginar que nossa consciência vai evaporar para sempre e a dos nossos descendentes e entes queridos também. Chega a ser até cruel do ponto de vista de seres gregários como os seres humanos a ideia de que nunca mais seremos capazes de sentir afeto, prazer ou felicidade.

Tornar-se imortal é a solução?

Existe ainda uma terceira possibilidade, que é a de alcançar a imortalidade em vida, seja através da clonagem, da criogenia, da digitalização do nosso cérebro, do backup da nossa mente ou de nos tornarmos indestrutíveis através do ciborguismo. Mas isso também tem um problema. Os sofrimentos inerentes à existência continuarão a nos perseguir. Afinal, a dor é o preço que se paga por estarmos vivos. Mas o pior nem é isso. O problema é que o próprio universo um dia deixará de existir, seja  através de um Big Crunch (universo cíclico), de um Big Rip (ruptura do espaço-tempo) ou de um Big Freeze (morte térmica). Não poderemos sobreviver a nenhum deles. A menos, claro, que criemos uma espécie de Matrix onde possamos viver mentalmente através de uma espécie de jogo da vida que rode em escalas de tempo gigantescas. Ou então que criemos universos paralelos e migremos para lá. Mas será que isso realmente valeria a pena?

Enfim, o que acontecerá após a morte é um mistério. Mas qualquer que seja a opção, ela não será fácil para nenhum de nós.